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4.1 AVALIAÇÃO DA PASTAGEM

4.1.4 Oferta de forragem

Para oferta de forragem (OF), foi constatada interação tripla entre os fatores altura do pasto, época de adubação nitrogenada e período de avaliação (P= 0,0001; Apêndice A). O tratamento AANG apresentou maior oferta de forragem, seguido de AANP, BANG e por fim BANP. Nos tratamentos AANG e AANP a maior oferta de forragem foi no segundo período (2). Para BANG o segundo e terceiro períodos (2-3) apresentaram as maiores ofertas de forragem e em BANP, o quinto período (5) apresentou a oferta de forragem mais baixa, sendo maiores e equivalentes nos outros períodos (1 - 4; Tabela 7). Quando comparados os períodos, o segundo (período 2) foi o que apresentou maior oferta de forragem e o último (período 5) a menor em todos os tratamentos.

Tabela 7 - Oferta de forragem (kg de matéria seca dia-1 kg-1 de PV) em pastagem de azevém anual cv. Winter Star

submetidas a combinações de alturas de manejo e época de adubação nitrogenada em sistema de integração lavoura-pecuária. UTFPR, Pato Branco - PR, 2019.

Altura de pasto Período AA BA NG NP NG NP Média 1 (18/07 - 15/08) 2,4CDa 3,3BCa 1,5Ba 1,7Aa 2,2 2 (15/08 - 12/09) 14,7Aa 5,7Ab 3,9Ab 1,7Ac 6,5 3 (12/09 - 10/10) 11,4Ba 4,5ABb 3,9Ab 1,6Ac 5,3 4 (10/10 - 07/11) 3,1CDa 3,2BCa 1,8Ba 1,4Aa 2,4 5 (07/11 - 21/11) 2,2CDa 2,5CDa 1,3Ba 1,0Ba 1,7 Média 6,8 3,8 2,5 1,5

*Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna não diferem pelo teste de Tukey (P > 0,05); Erro Padrão da Média = 0,4. Abreviações: AA: alta altura; BA: baixa altura; NP: nitrogênio na pastagem; NG: nitrogênio no grão.

A oferta de forragem foi dependente do manejo imposto no sistema para manter a altura predeterminada, sendo influenciada diretamente pela massa de forragem e pela carga animal disponível. Sendo indiretamente influenciada pela taxa de acúmulo de matéria seca em interação com a intensidade de desfolha pelo animal que determinou uma maior ou menor massa de forragem.

Segundo Baggio et al. (2009), a oferta de forragem tem um aumento linear com a altura do pasto, refletindo o efeito da altura sobre a quantidade de alimento disponível para os animais. Neste trabalho, a menor oferta de forragem e maior carga animal foi observada com menor altura e adubação nitrogenada na pastagem, conforme Paris et al. (2009), com

comportamento oposto para os tratamentos AA, com uma maior massa de forragem e menor carga animal. De acordo com Carvalho et al. (2001), em pastagem manejada em AA há uma menor desfolhação por perfilho, devido à menor carga animal e a tendência de menores frequências e intensidades de desfolhação, possibilitando maior massa de forragem. Deste modo, a desfolha no tratamento AANG com baixa carga animal no primeiro período foi menor, com aumento da taxa de acúmulo e por sua vez a massa de forragem, favorecendo um aumento da oferta de forragem nos períodos subsequentes. A taxa de acúmulo e massa de forragem sendo associadas à composição estrutural da pastagem são determinadas, em parte, pela radiação solar, pelas características de solo, temperatura, regime hídrico, topografia, estação do ano e manejo do pastejo (PALLARÉS et al., 2005). Desta forma, as variações de massa de forragem dependem da taxa de acúmulo e desaparecimento de cada período, associados à fenologia e concentração de matéria seca das plantas (SOARES et al., 2005).

No tratamento BANP, apesar de obter maior carga animal para menores ofertas de matéria seca, foi obtido maior ganho de peso por hectare. A oferta de 1,5 kg de matéria seca dia-1 kg-1 de PV parece que corresponderia à ótima pressão de pastejo, capaz de garantir a persistência da espécie, visto que neste tratamento no final do período (21 de novembro) apresentou uma densidade populacional de perfilhos de 2701 perfilhos m2-1 e 52% de lâminas foliares após 126 dias de pastejo. Salienta-se, nesse sentido, que o azevém melhorado carece de mais informações, apesar da importância que representa para os sistemas de produção de carne no inverno.

As ofertas de forragem elevadas encontradas durante o segundo e terceiro períodos em AA, não foram determinantes no ganho médio diário (Tabelas 13), mesmo com suficiente valor nutritivo (Tabela 9 e 10) nem durante os períodos finais do experimento onde se observou a formação de uma estrutura bimodal, que, segundo Carvalho (1999), nessas condições de heterogeneidade na pastagem, há ocorrência de prejuízo na quantidade e valor nutritivo da forragem ingerida pelos animais, determinando distintos níveis de produção animal para um mesmo valor de oferta de forragem. O qual não foi observado neste trabalho.

O controle da oferta de forragem e da altura da pastagem é fundamental para se buscar acoplar o crescimento da pastagem à demanda dos animais (CARVALHO, 2004). A oferta de forragem elevada em todos os tratamentos terminou em melhor resposta animal, estimulando provavelmente o consumo, e por sua vez, a produção animal. Pois a oferta de forragem é determinante das produções primária e secundária das pastagens e sua utilização em diferentes níveis pode determinar estruturas de vegetação distintas e GMD diferentes

(CARVALHO et al., 2007).

Poucos são os trabalhos que determinam a oferta de forragem pela metodologia utilizada neste trabalho. Segundo Ferraz et al. (2013), oferta de forragem maiores de 2,5 kg de matéria seca kg PV-1 promovem ganhos de peso e com 3 kg de matéria seca kg PV-1 os animais tiveram ganho médio de 1,18 kg, decrescendo em seguida, com ganhos de 0,8 kg de peso vivo na oferta de forragem de 3,5 kg de matéria seca kg PV-1, devido a uma subutilização da pastagem pelos animais, gerando perdas por senescência e diminuindo a produtividade do sistema de produção.

Os valores de oferta de forragem obtidos são maiores a os descritos por Pitta (2009), entre 2,6 e 3,1 kg de matéria seca kg de PV-1, em pastejo de trigo duplo propósito, espécie com menor taxa de acúmulo que o azevém melhorado, comportamento que nos pode explicar em parte o alto potencial do azevém tetraploide.