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que o nome oficial de uma casta seja diferente do nome utilizado, indica-se também no mesmo quadro.

Quadro 4.1 - Castas da região dos Vinhos Verdes e do Douro, seleccionadas para o presente estudo. B: branco; T: tinto; "Denominação constante da Portaria 428/2000; "Castas espanholas.

Abreviatura Nome comum Nome Oficial' Cor do bago Região de origem alb Albarifío b B Vinhos Verdes alv Alvarinho - B Vinhos Verdes avh Alvarilhão - T Douro avs Avesso - B Vinhos Verdes azl Azai Branco Azai B Vinhos Verdes azt Azai Tinto Amaral T Vinhos Verdes brc Brancelho Alvarelhão T Vinhos Verdes brç Borraçal - T Vinhos Verdes brl Brancellao b T Vinhos Verdes bst Bastardo - T Douro cod Códega Síria B Douro crc Cercial Cerceai Branco B Douro cif Cornifesto - T Douro dzb Donzelinho Branco - B Douro egc Esgana Cão Sercial B Douro esp Espadeiro - T Vinhos Verdes foi Folgasão - B Douro loe Loureiro Espanhol b B Vinhos Verdes lou Loureiro - B Vinhos Verdes mtn Mourisco Tinto Marufo T Douro mvf Malvasia Fina - B Douro pdl Pedral - T Vinhos Verdes pdr Pedernã Arinto B Vinhos Verdes rbg Rabigato - B Douro ruf Rufete - T Douro ssd Sousão do Douro Sousão T Vinhos Verdes sso Sousão - T Douro tna Tinta Amarela Trincadeira T Douro tnb Tinta Barroca - T Douro tnc Tinto Cão - T Douro tnf Tinta Francisca - T Douro tnr Tinta Roriz Aragonez T Douro tob Touriga Brasileira Touriga Fêmea T Douro tof Touriga Francesa Touriga Franca T Douro ton Touriga Nacional - T Douro trj Trajadura - B Vinhos Verdes vio Viosinho - B Douro vnh Vinhão - T Vinhos Verdes

Caracterização genética de castas

As castas originárias da região dos Vinhos Verdes foram colhidas na estação Vitivinícola Amândio Galhano (EVAG), em Arcos de Valdevez, de um campo ampelográfico e de um campo de selecção clonal (para as castas Borraçal, Trajadura e Loureiro). As castas Durienses são originárias de várias quintas da região, de acordo com a sua disponibilidade (Quinta do Seixo, Quinta de Sta

Bárbara, Quinta da Ataíde e Quinta da Leda) e dos campos ampelográfícos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. De cada casta da região dos vinhos verdes, foram colhidos 2 clones, excepto para as castas Borraçal, Trajadura e Loureiro, para as quais foram colhidos seis clones. Da região do Douro foram colhidos 3 clones, de cada casta, à excepção da Touriga Nacional, em que foram analisados 8 clones, e da Touriga Francesa, com sete clones. Tendo em conta que o perfil genético determinado com os marcadores em estudo foi igual para os clones da mesma casta, apenas se referem a castas e não clones.

Foram também escolhidas 3 castas Espanholas, integradas na colecção ampelográfica da EVAG, homónimas de castas portuguesas, para verificação desta homonímia.

Os nomes oficiais das castas foram definidos pela lista das castas aptas à produção de vinho em Portugal constante da Portaria 428/2000 e da lista de castas do IVV, que inclui uma aplicação informática on-line3 onde é possível, de uma

forma gratuita, pesquisar castas pelo seu nome principal, sinónimo reconhecido ou sinónimo conhecido. Esta aplicação parece bastante útil e bem concretizada para todos quantos têm interesses nas denominações das castas portuguesas.

Castas, clones, mostos e vinhos - métodos moleculares

2 . 1 . A s CASTAS DO D O U R O

Existem várias castas cultivadas na região do Douro, sendo as mais representativas incluídas no presente estudo. Todavia, as 5 castas seleccionadas em

1981 por José Rosas e João Nicolau de Almeida, após estudo das características dos vinhos por elas produzidos através de microvinificações, são as mais cultivadas actualmente, pois foram consideradas obrigatórias em novas plantações[Nicolau de

mei a, 1998] A g j-gf-g^das castas são a Touriga Nacional, o Tinto Cão, a Tinta

Barroca, a Tinta Roriz e a Touriga Francesa. A mais importante destas castas é a Touriga Nacional, plantada desde os finais do século XVIII. Origina vinhos com um dos mais complexos e delicados aromas do Douro e representa cerca de 9% do encepamento de castas tinta da região4. Já a Tinta Barroca, com uma representação

de 13%, é uma casta bastante equilibrada, entrando frequentemente em lotes de

Vintage. Tem sido bastante utilizada nos países do Novo Mundo. A Tinta Roriz,

também muito plantada no Douro (16%), oriunda de Espanha onde é conhecida pelo nome de Aragonesa. Sempre lhe foi atribuído um elevado valor qualitativo e quantitativo. No que respeita à Touriga Francesa, oficialmente Touriga Franca, é a casta mais representativa do Douro, responsável por cerca de 25% do encepamento. Esta representatividade explica-se pela sua regularidade e grande produtividade (2,5 Kg/cepa) e pela sua versatilidade para a elaboração de vinhos do Porto e mesa. A casta Tinto Cão, por seu lado, tem uma representação mínima nas castas tintas do Douro devido à sua baixa produtividade. Porém, pode assumir importância relevante, pois tem qualidades para que seja usada como équilibrante de uma base constituída por qualquer outra das quatro castas referidas.

A fonte de todos os valores de encepamento referidos foi o trabalho de João Nicolau de Almeida publicado na obra 'O Vinho do Porto e os vinhos do Douro' (Nicolau de Almeida, 1998).

Caracterização genética de castas Entre muitas outras castas do Douro, algumas são extensivamente cultivadas como o Mourisco Tinto, com um total de área plantada de 8%, ou a Tinta Amarela, que origina vinhos macios e encorpados e representa ainda cerca de 13% do encepamento. Algumas estão ainda em selecção clonal[Martins' 'm\ numa

tentativa de melhorar o seu baixo rendimento, o que conduz à sua não utilização, mesmo originando vinho de boa qualidade. Os processos de caracterização molecular de todas estas castas, conjugados com metodologias de selecção de videira, como a selecção clonal, são decisivos no desenvolvimento rápido e eficiente de castas de alta qualidade (elevado rendimento e valor qualitativo). Desta forma, e tal como se sucedeu com a Touriga Nacional, castas actualmente colocadas de parte, poderão ser melhoradas, mas em muito menos tempo.

2.2. AS CASTAS DA REGIÃO DOS VINHOS VERDES

Até há poucos anos, a cultura da vinha na Região dos Vinhos Verdes prestava pouca atenção à selecção das castas. Felizmente esta situação tem sofrido uma inversão e, neste momento, existem já várias castas em selecção clonal na estação Vitivinícola Amândio Galhano, local de colheita de algumas das amostras em estudo. No universo das castas da região, a casta Alvarinho, da sub-região de Monção, assume especial importância devido à alta qualidade e às características peculiares do vinho varietal produzido, apesar dos seus baixos níveis de produção. Outras castas de assinalável importância são o Avesso, muito produtivo; a Azai, muito produtiva também, originando vinhos de aroma pouco intenso; a Loureiro, casta em expansão devido ao seu maior potencial alcoólico e à intensidade aromática dos seus vinhos, alguns monovarietais; a Pedernã, ou Arinto, com larga tradição na região devido ao tamanho grande do cacho e níveis elevados de

Castas, clones, mostos e vinhos - métodos moleculares

Alvarinho. Existem outras castas brancas na região com importância menor do que as citadas.

No que respeita às castas tintas, as recomendadas para a região são: Azai tinto, Borraçal, Brancelho, Espadeiro, Pedral e Vinhão. Destacam-se a produtividade elevada e a intensidade de cor da casta Vinhão, que produz os característicos vinhos de cor carregada.

2.3. COLHEITA

As amostras foram colhidas no período compreendido entre o mês de Março e Maio, ou seja, pouco depois dos primeiros rebentos aparecerem antes que estes tenham cerca de 50 cm, pois, desta forma, não há cruzamento de ramos entre as videiras sucessivas o que, a acontecer, poderia induzir o colector em erro de identificação da planta. Foram colhidas duas ou três folhas jovens (com diâmetro não superior a 2 cm), sendo estas imediatamente submetidas ao processo de conservação que na secção seguinte se descreve.

No que concerne a cuidados adicionais a ter durante a colheita das amostras, a bibliografia consultada apenas faz referência, de uma forma unânime, à necessidade de se colherem folhas jovens, o que contribui para a obtenção de bons extractos de ADN. O processo de colheita das amostras, propriamente dito, não requer cuidados especiais, desde que se garanta a identificação inequívoca da planta.

Caracterização genética de castas

2.4. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO

Foi usado o seguinte procedimento para a colheita das amostras. A tubos