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As análises dos dados desse estudo permitiram diagnosticar a acidez da chuva em Natal/RN, tendo em vista que das oitenta e sete amostras analisadas, o valor mínimo foi de pH 5,152, onde 35,55% dos dados deram valores abaixo do que 5,65, o que segundo a proposta de Goldemberg e Villanueva (2003) caracteriza a chuva ácida, isso é preocupante pois esse pH pode alterar até a qualidade da água que bebemos. As análises estatísticas (ANOVA), teste de significância da média entre os sistemas sinóticos, mostraram que há um comportamento característico para cada sistema sinótico. A Zona de Convergência Intertropical demonstrou os valores mais ácidos entre os sistemas sinóticos analisados, tendo em sua média um valor de pH de 5,681, demonstrando um valor no limite da acidez máxima permitida (5,65), com um desvio padrão de 0,321 e com o coeficiente de variação de 5,654%. A inexistência de dados históricos da acidez dificulta uma análise mais profunda dos dados levantados, inclusive devido ao fato de não se analisar todas as substâncias que poderiam estar presentes na água, tais como o cálcio, a amônia, o magnésio, o potássio e o nitrato, que daria uma análise mais profunda da qualidade das chuvas em Natal/RN.

Outro fato importante encontrado pelo trabalho foi a ação da acidez da chuva na paisagem da cidade, diagnosticando que vários pontos da cidade já se encontram com grande nível de deteriorização em monumentos e prédios, gerando muitos gastos para a conservação dos mesmos, além de gerar riscos (no caso dos prédios), pois afeta diretamente na resistência do concreto e conseqüentemente na sua estrutura física.

A pesquisa mostra o grau de importância de um monitoramento contínuo da acidez da chuva em Natal, somente assim, se tornará possível obter uma evolução temporal do comportamento do pH em Natal/RN. Assim, se faz necessário um monitoramento da situação que pode agravar e afetar a saúde humana, bem como a vegetação, e corpos d’água do entorno.

O comportamento da tendência do pH mostra o quanto é importante frisar que o futuro do abastecimento de água potável na cidade está em jogo, pois se não encontrarmos outras alternativas ficaremos submissos as condições geradas pela relação homem-natureza, por isso

a importância desse trabalho, que mostra o quanto é necessário um monitoramento das águas de chuvas, para que em cenários advindos e adversos se possa assegurar uma fonte alternativa de água, sendo não somente para o consumo humano, mais como uma ferramenta de planejamento urbano.

Se tivermos uma maior compreensão sobre o tema, poderemos futuramente ter um meio ambiente mais saudável para as futuras gerações do nosso planeta.

Sugestões

A falta de um monitoramento sistemático da qualidade das águas de chuvas, nos níveis global, regional e local, nos remete a elaborar sugestões para que futuramente esse tema seja aprofundado melhor pelos estudiosos da área e traga uma maior compreensão da temática:

· Elaboração de uma rede sistemática de coleta e análise das águas de chuvas a nível global;

· Realização de estudos avançados sobre a relação poluição do ar versus circulação atmosférica global;

· Promoção de estudos voltados às fontes poluidoras, mostrando assim suas principais conseqüências ao meio ambiente;

· Realização de planejamento territorial e programas de controle da poluição do ar.

A fim de controlar o problema da poluição do ar temos que considerar quatro etapas: produção, emissão, transporte e a recepção dos poluentes. Em cada uma dessas etapas é possível intervir para reduzir os riscos da poluição através de medidas de controle as quais podem ter caráter preventivo ou corretivo. As ações preventivas visam evitar que as concentrações dos poluentes, alcancem valores superiores aos dos padrões de qualidade. Entre essas medidas, a principal é o disciplinamento do uso e ocupação do solo.

O disciplinamento do uso do solo tem importância fundamental no controle preventivo da poluição do ar, uma vez que a localização adequada das fontes poluidoras, com base nas características ambientais, contribui para evitar os efeitos indesejáveis sobre as áreas receptoras sensíveis.

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ANEXO A

DADOS BRUTOS DOS pHs DAS AMOSTRAS COLETADAS NA PESQUISA DATA PH 14/12/2005 6,005 15/12/2005 6,373 16/12/2005 6,448 31/12/2005 5,819 21/02/2006 5,731 25/02/2006 5,234 26/02/2006 6,102 02/03/2006 6,315 19/03/2006 6,366 20/03/2006 5,662 22/03/2006 5,624 23/03/2006 5,478 25/03/2006 5,655 05/04/2006 5,693 08/04/2006 6,129 15/04/2006 5,572 16/04/2006 5,612 17/04/2006 5,491 20/04/2006 6,381 21/04/2006 6,719 23/04/2006 6,761 05/05/2006 5,295 06/05/2006 5,488 14/05/2006 6,048 24/05/2006 5,408 30/05/2006 5,431 04/06/2006 5,148 11/06/2006 5,521 23/06/2006 6,184 24/06/2006 6,404 29/06/2006 6,303 30/06/2006 6,552 02/07/2006 6,102 05/07/2006 6,027 06/07/2006 6,315 11/07/2006 6,043 25/07/2006 6,632 26/07/2006 6,562 09/08/2006 5,726 10/08/2006 5,505 13/08/2006 5,761 14/08/2006 5,615 17/08/2006 5,321 25/08/2006 5,618 24/03/2007 6,098

27/03/2007 5,981 28/03/2007 5,727 12/04/2007 6,613 13/04/2007 6,527 17/04/2007 6,214 18/04/2007 6,317 21/04/2007 5,431 26/04/2007 5,152 29/04/2007 5,361 08/05/2007 6,001 18/05/2007 5,644 19/05/2007 5,815 26/05/2007 5,935 01/06/2007 6,674 02/06/2007 6,353 03/06/2007 5,910 07/06/2007 6,102 09/06/2007 6,089 13/06/2007 5,973 17/06/2007 5,805 18/06/2007 5,953 30/06/2007 6,535 01/07/2007 6,318 05/07/2007 6,142 13/07/2007 6,673 18/07/2007 6,743 23/07/2007 6,039 29/07/2007 5,803 09/08/2007 5,967 10/08/2007 5,735 16/08/2007 5,934 20/08/2007 5,825 01/09/2007 5,978 05/11/2007 5,853 06/11/2007 5,739 13/11/2007 5,923 14/11/2007 6,039 17/11/2007 6,162 23/11/2007 6,153 13/12/2007 5,733 28/12/2007 5,633 29/12/2007 5,549