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OPÇÃO PELA APLICAÇÃO DAS REGRAS DA CATEGORIA A

Este quadro destina-se à formalização da opção da tributação pelas regras da categoria A, no ano a que respeita a declaração. Esta opção pode ser exercida quando a totalidade dos rendimentos auferidos e declarados nos quadros 4A e 4B

resulte de serviços prestados a uma única entidade, exceto tratando-se de

prestações de serviços efetuadas por um sócio a uma sociedade abrangida pelo regime da transparência fiscal e o titular dos rendimentos não tenha optado pelo regime da contabilidade organizada ou não resultem da prática de ato isolado.

PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO MODELO 3 DE IRS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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As despesas previstas nos artigos 25.º e 27.º do Código do IRS devem ser indicadas no quadro 7A.

Nos termos do n.º 8 do art. 28 do CIRS, os sujeitos passivos que cumpram, cumulativamente, os seguintes requisitos, poderão optar pela tributação segundo as regras da Categoria A:

1. Reúnam as condições para serem tributados pelo regime simplificado; 2. Não tenham optado pela contabilidade organizada;

3. Tenham prestado serviços para uma única entidade;

4. Os rendimentos não respeitem a serviços efetuados por um sócio a uma sociedade transparente.

Este “sub-regime” consubstancia-se em que os sujeitos passivos, que reúnam as referidas condições, em serem tributados como se os rendimentos auferidos pertencessem á Categoria A, tendem por isso, para apuramento do resultado líquido a dedução prevista no art. 25.º do CIRS. Esta opção não retira ao sujeito passivo a qualidade de titular de rendimentos da Categoria B, designadamente para efeitos declarativos (declaração de inicio, de cessação e declaração de rendimentos M3 com anexo B).

Esta opção pode mostrar-se vantajosa, uma vez que permitirá usufruir da dedução específica aplicada aos rendimentos da categoria A. Nalguns casos esta dedução revela-se mais vantajosa do que a percentagem de rendimento bruto que não é tributada (25% do total das prestações de serviços).

EXEMPLO

Maria, auferiu em 2016, € 6.500,00 por serviços prestados a uma única entidade. Em situações desta natureza, o legislador permite que o rendimento possa vir a ser tributado de uma de duas formas. Tudo vai depender da opção que a contribuinte faça na declaração de rendimentos de 2016. Será vantajoso para Maria optar pela tributação segundo as regras da categoria A? Segundo as regras do Regime Simplificado, o rendimento de Maria, será tributado pela aplicação, ao rendimento bruto auferido o coeficiente 0,75. Assim, o rendimento a englobar será de € 4.875,00. Na prática, teve uma ‘dedução” de € 1 625,00.

Se optasse pela tributação de acordo com as regras aplicáveis à categoria A, Maria teria direito a uma dedução específica de € 4.104. Logo, o rendimento a englobar seria, neste caso, de € 2 396,00 (menos € 2.479 que na opção anterior).

EXEMPLO

José, auferiu em 2016, € 21 000,00 por serviços prestados a uma única entidade. Em situações desta natureza, o legislador permite que o rendimento possa vir a ser tributado de uma de duas formas. Tudo vai depender da opção que a contribuinte faça na declaração de rendimentos de 2015. Será vantajoso para José optar pela tributação segundo as regras da categoria A? Segundo as regras do Regime Simplificado, o rendimento de José, será tributado pela aplicação, ao rendimento bruto auferido o coeficiente 0,75. Assim, o rendimento a englobar será de € 15 750. Na prática, teve uma ‘dedução” de € 5 250.

Se optasse pela tributação de acordo com as regras aplicáveis à categoria A, Maria teria direito a uma dedução específica de € 4.104. Logo, o rendimento a englobar seria, neste caso, de € 16 896 (mais € 1 146,00 que na opção anterior).

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RETENÇÕES NA FONTE E PAGAMENTOS POR CONTA QUADRO 6

Campos 601 e 602

Rendimentos sujeitos a retenção e Retenções na fonte

Devem ser indicados os rendimentos ilíquidos (incluindo adiantamentos) que foram sujeitos a retenção, bem como as retenções na fonte que sobre eles foram efetuadas no ano a que respeita a declaração.

Por força do n.º 6 do artigo 3.º do Código de IRS, pela Lei n.º 32-B/2002, de 30 de Dezembro (Lei de Orçamento de Estado para 2003), os rendimentos da Categoria B, ficam sujeito a tributação desde o momento em que para efeitos de IVA seja obrigatória a emissão de fatura , não sendo obrigatória a sua emissão, desde o momento do pagamento ou colocação à disposição dos respetivos titulares, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 18.º do Código do IRC, sempre que o rendimento seja determinado com base na contabilidade.

De acordo com o artigo 101º, do Código do IRS, as entidades que tenham ou devam ter contabilidade organizada, são obrigadas a efetuar retenção na fonte de IRS, por aplicação da taxa 25%, sobre os rendimentos da categoria B referidos no artigo 3º, n.º 1, alínea b) e n.º 2, alíneas g) e i), no momento do seu pagamento ou colocação à disposição dos respetivos titulares.

Temos, pois, na esfera do prestador de serviços, dois momentos que podem ser diferentes, porquanto:

1. O rendimento está sujeito a tributação desde o momento para efeitos de IVA seja obrigatória a emissão de fatura, o que face ao CIVA ocorre na data da conclusão da prestação de serviços;

2. A retenção deve ser efetuada no momento em que os rendimentos são pagos ou colocados à disposição do respetivo titular.

A declaração Modelo 10 destina-se a declarar os rendimentos sujeitos a imposto, auferidos por sujeitos passivos de IRS ou de IRC residentes no território nacional bem como as retenções na fonte.

Assim, devem ser declarados todos os rendimentos:

Ø Auferidos por residentes no território nacional;

Ø Sujeitos a IRS, incluindo os isentos que estejam sujeitos a englobamento;

Ø Pagos ou colocados à disposição do respetivo titular, quando enquadráveis nas categorias

A, B, F, G e H do IRS;

Ø Vencidos, colocados à disposição do seu titular, liquidados ou apurados, consoante os

casos, se enquadráveis na categoria E do IRS (capitais) quando sujeitos a retenção na fonte, ainda que dela dispensados;

Ø Sujeitos a IRC e não dispensados de retenção na fonte, conforme os arts. 88.º e 90.º do

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É expressamente referido nas instruções da Modelo 10, relativamente aos rendimentos da Categoria B, que:

“Não devem ser incluídos os rendimentos que, no ano a que respeita a declaração, tenham sido objeto de faturação mas não tenham sido pagos ou colocados à disposição do titular.”

Deste modo, um sujeito passivo enquadrado no regime normal ou no regime especial de isenção de IVA, que efetuou uma prestação de serviços em 2016, cuja exigibilidade do IVA tenha ocorrido igualmente em 2016, tem face ao disposto no n.º 6 do art.º 3.º a obrigação de o declarar no Quadro 4 do anexo B da declaração M3 do ano de 2016, ainda que venha a ser ressarcido do seu trabalho apenas em 2017.

Não poderá ser indicado no Quadro 6 do Anexo B da declaração de 2016 (ano da faturação), o valor da retenção na fonte, uma vez que a mesma ainda não foi efetuada. Na declaração do ano de 2017 (ano do recebimento), deverá ser indicado no quadro 6 o valor do rendimento e da retenção na fonte suportada.

EXEMPLO

Contribuinte que iniciou a atividade em 2015. Durante o ano de 2015, prestou serviços, no montante de € 12 000, dos quais passou o respetivo documento nos termos do art.º 115.º do CIRS, indicando retenção na fonte á taxa legal. Por dificuldades financeiras da entidade pagadora, apenas foi pago o montante de € 8000.

Em 2016, foi lhe pago os valores em falta, no montante de € 4 000, não tendo o contribuinte prestado qualquer serviço nesse ano.

Como deverão ser preenchidos os anexos B da declaração Modelo 3 de 2015 e 2016.

Modelo 3 de 2015 Quadro 4 – campo 403 = € 12 000 Quadro 6 – Campo 601 = € 8 000 Campo 602 = € 2 000 Modelo 3 de 2016 Quadro 4 – campo 403 = € 0 Quadro 6 – Campo 601 = € 4 000 Campo 602 = € 1 000

Na Modelo 10 de 2015, a entidade pagadora deverá indicar o valor efetivamente pago, ou seja, € 8 000, declarando na Modelo 10 do ano de 2015, os restantes € 4 000, com a correspondente retenção.

Apenas haverá perfeita correspondência entre os valores declarados na M10, pela entidade pagadora e a declaração de rendimentos do prestador de serviços, se os valores por este faturados lhe forem pagos no mesmo ano em que foi efetuada a faturação do serviço prestado.

Face às datas constantes da fatura-recibo eletrónica, emitidos por sujeitos passivos que apenas utilizam este tipo de documento para legitimar as operações por si efetuadas, podemos resumir a relevância das mesmas da seguinte forma:

Data relevante para efeitos de Dedução de IVA = Data de Emissão da fatura-recibo Data relevante para efeitos de período de Retenção na Fonte = Mês do pagamento Data relevante para efeitos Pagamento da Retenção na Fonte = até dia 20 do mês

seguinte ao do pagamento

Data relevante para efeitos Declaração Modelo 10 = Ano pagamento

Campo 603 Pagamentos por conta

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B Os pagamentos por conta, calculados com base na coleta do penúltimo ano, que tal como as

retenções na fonte pretendem aproximar a cobrança da verificação dos factos geradores de imposto, são efetuados no próprio ano em que se verificam os factos tributários, permitindo também outras vantagens:

Ø Diluição da carga fiscal, dado o seu pagamento gradual; Ø Regularização arrecadação de receitas fiscais para o Estado;

Ø Facilidade de regularização de tesouraria para os sujeitos passivos e para o Estado

Nos termos do art.º 102.º, os titulares de rendimentos da categoria B, estão obrigados a efetuar três pagamentos por conta do imposto devido a final, no próprio ano a que os rendimentos respeitam. Os pagamentos são efetuados pelos sujeitos passivos, mediante documento de cobrança que para o efeito lhes é enviado pela Autoridade Tributaria, até ao dia 20 de cada um dos meses de julho, setembro e dezembro.

A totalidade dos pagamentos por conta é igual a 76,5 % do montante calculado com base na seguinte fórmula, cada pagamento por conta é igual a 1/3 do total, não é exigível se for inferior a € 50,00.

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