• Nenhum resultado encontrado

RENDIMENTOS EMPRESARIAIS E PROFISSIONAIS No exercício de actividades comerciais, industriais e agrícolas, silvícolas, pecuárias e de

prestação de serviços geram-se rendimentos profissionais e empresariais que anteriormente se enquadravam nas Categorias B, C e D e ainda na Categoria G, como era o caso dos ganhos pela venda de bens de investimento afectos à actividade exercida por profissionais independentes. Com a reforma fiscal concretizada pela Lei 30 G/2000, de 29 de dezembro, estes rendimentos e ganhos passaram a integrar a Categoria B, tendo sido extintas as categorias C e D e reformulada a Categoria G.

A inclusão dos rendimentos, numa só categoria conduziu à uniformização do tratamento fiscal dos rendimentos empresariais e profissionais, eliminando as diferenças que existiam, sobretudo em dois aspectos:

1. na limitação à dedução dos encargos conexos com os rendimentos dos profissionais independentes que não tinham a mesma correspondência na determinação do lucro tributável dos empresários;

2. na ausência de retenção na fonte nas prestações de serviço não incluídas na anterior Categoria B.

Estão sujeitos a IRS, os lucros de actividades de natureza comercial, industrial e agrícola, silvícola e pecuária, bem como as prestações de serviço com caracter profissional e empresarial, quando auferidos por pessoas singulares, incluindo as heranças indivisas.

Assim, integram-se na Categoria B os rendimentos:

a) Decorrentes do exercício de qualquer actividade comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária;

b) Auferidos, no exercício por conta própria, de qualquer actividade de prestação de serviços, ainda que conexas com qualquer actividade mencionada na alínea anterior;

c) Provenientes da propriedade intelectual ou industrial ou da prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no sector industrial, comercial ou cientifico, quando auferidos pelo titular originário, considerando-se como provenientes da propriedade intelectual os direitos de autor e direitos conexos;

Consideram-se ainda rendimentos da Categoria B:

a) Os rendimentos prediais e de capitais imputáveis a actividades empresariais e profissionais;

b) As mais-valias, apuradas no âmbito das atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais, definidas nos termos do CIRC, designadamente as resultantes da transferência para o património particular dos empresários de quaisquer bens afetos ao ativo da empresa e, bem assim, os outros ganhos ou perdas que, não se encontrando nessas condições, decorram das operações referidas no art. 10º nº 1 do CIRS, quando imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais;

c) As importâncias auferidas, a título de indemnização, conexas com a atividade exercida, nomeadamente a sua redução, suspensão e cessação, assim como pela mudança do local do respetivo exercício;

d) As importâncias relativas à cessão temporária de exploração de estabelecimentos comerciais, industriais, agrícolas, silvícolas ou pecuárias;

PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO MODELO 3 DE IRS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

94

A

N

EXO

B

e) Os subsídios ou subvenções no âmbito do exercício das atividades comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária, ou do exercício por conta própria de qualquer atividade de prestação de serviços;

f) Os derivados de actos isolados, que só se consideram como tal, os que não resultem de uma prática previsível ou reiterada.

A Categoria B integra, ao nível do aspecto material do elemento objectivo da incidência, aquelas realidades que anteriormente se encontravam repartidas pelas Categorias B, C e D, tendo sido acrescentada a renda obtida pela cessão temporária de exploração de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola.

Assim, são considerados empresariais os rendimentos derivados do exercício em nome individual de atividades comerciais e industriais, bem como de actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias, que, em desenvolvimento do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º, aparecem explicitadas no artigo 4.º do CIRS.

São rendimentos da categoria B os provenientes da propriedade intelectual, nela se compreendendo os direitos de autor e direitos conexos (n.º 5) - da propriedade industrial e da prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no sector industrial, comercial ou científico - vulgarmente designado por «Know-How1» desde que auferidos pelo seu

titular originário; (artigo 3. °, n.º 1 alínea c).

De referir que toda a Categoria B passou a revestir a característica da preponderância, na medida em que, seja qual for a fonte principal do rendimento nela integrado, os rendimentos de capitais e prediais obtidos no âmbito do exercício das correspondentes actividades se vão nela integrar, tal como as mais-valias dos respectivos activos imobilizados.

Assim, quando os rendimentos de capitais ou prediais estejam em conexão com uma activi- dade geradora de rendimentos desta natureza em termos de serem imputáveis ao exercício daquela, realizar-se-á a tributação dessa universalidade num módulo único, a categoria B. Exemplo: os juros de uma conta bancária afeta à atividade exercida por conta própria. Sendo um rendimento de aplicação de capitais, previsto na alínea b) do n.º 2 do artigo 5.º do CIRS, é absorvido pela categoria B.

Porque tais valores conservam a natureza de rendimentos de aplicação de capitais, muito embora a sua proximidade ou dependência face a uma atividade geradora de rendimentos empresariais e profissionais, a sua atração para a categoria B para efeitos de englobamento, não prejudica a aplicabilidade das taxas especiais liberatórias por retenção na fonte previstas no artigo 71º àqueles rendimentos de aplicação de capitais que, embora englobados na categoria B, derivam de juros de depósitos a ordem ou a prazo e de quaisquer títulos nominativos ou ao portador. A retenção na fonte, neste caso, perde a sua natureza liberatória, passando a ter uma natureza de imposto pago por conta.

Em conformidade com o previsto na alínea c) do n.º 2 do artigo 3. °, consideram-se rendimentos da categoria B, as mais-valias apuradas no âmbito das actividades geradoras de ren- dimentos empresariais e profissionais, definidos nos termos do art. 46. ° do CIRC .

1 Know-How é o conhecimento técnico ou científico não patenteado, seja por ser insusceptível de patente,

seja porque sendo passível de ser patenteado o respectivo titular não recorre àquela forma típica de tutela jurídica da propriedade industrial.

Assim sendo, a única forma de protecção da criação não patenteada ou não patenteável será o segredo. Este desempenha pois, para o titular do Know-How função equivalente da verdadeira e própria patente.

PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO MODELO 3 DE IRS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

A

N

EXO

B

Nos termos da alínea d) do n.º 2 do artigo 3. °, são igualmente rendimentos empresariais e profissionais, as importâncias atribuídas a título de indemnização pela suspensão ou redução ou cessação da sua actividade ou pela mudança de local do respectivo exercício. Bem assim como, as importâncias relativas à cessão de exploração de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, deduzidas da renda paga, quando o cedente não seja titular da propriedade do imóvel onde o estabelecimento esteja instalado.

Estes rendimentos até à entrada em vigor da Lei n.º 30-G/2000 (01.01.2001) enquadravam-se enquadrados na Categoria F. Integram, agora, a Categoria B estando previstos na alínea e) do n.º 2 do artigo 3. °.

São igualmente rendimentos da Categoria B os subsídios ou subvenções no âmbito do exer- cício de actividade comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária (alínea f) do n.º 2 do artigo 3. °), bem como os subsídios ou subvenções no âmbito do exercício de actividade de prestação de serviços (alínea g) do n.º 2 do artigo 3. °).

ðMOMENTO DA SUJEIÇÃO A TRIBUTAÇÃO (ART.º3º N.º 6)

Os rendimentos da Categoria B ficam sujeitos a tributação:

Þ Desde o momento, em que para efeitos de IVA seja obrigatória a emissão de fatura;

ou,

Þ Não sendo obrigatória a sua emissão, desde o momento do pagamento ou colocação à dis-

posição dos respetivos titulares (recebimento), sem prejuízo da aplicação do disposto no art. 18º do CIRC, sempre que o rendimento seja determinado com base na contabilidade. Em face das alterações instituídas pelo Art.º 5.º da Lei n.º 51/2013, de 24 de julho o qual alterou a redação do n.º 1 do Art.º 58.º do CIVA, no sentido de passar a ser sempre obrigatória, para os sujeitos passivos abrangidos pelo regime especial de isenção, a emissão de fatura (apesar de não terem de liquidar imposto), torna-se necessário reformular os anteriores procedimentos, assim e tendo em consideração as normas previstas no CIRS, nomeadamente no que concerne ao facto gerador da sujeição a imposto e à obrigação de retenção na fonte, a que se referem os artigos 3.º, n.º 6, 98.º e 101.º, todos do CIRS e sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 18.º do Código do IRC sempre que o rendimento seja determinado com base na contabilidade, é possível concluir, que:

ü Sujeito passivo enquadrado no Regime Simplificado – REGIME NORMAL DE IVA E ISENTODEIVANOSTERMOSDO53.º DOCIVA

Se à data da realização da prestação de serviços, o titular dos rendimentos da categoria B estiver obrigado à emissão de fatura, o rendimento fica sujeito a tributação em IRS desde o momento em que para efeitos de IVA seja obrigatória a emissão de factura ou documento equivalente, ou seja, no momento em que ocorra o términus da prestação de serviços;

ü

Sujeito passivo enquadrado no Regime Simplificado - ISENTO DE

IVA

NOS TERMOS ART

.

º

9

DO

CIVA

Se à data da realização da prestação de serviços, o titular dos rendimentos não estiver obrigado à emissão da fatura (o que será, por exemplo, o caso dos sujeitos passivos que à data da realização da operação tributável estejam abrangidos pelo regime de isenção do art.º 9.º do CIVA, que não são, para efeitos das disposições contidas no CIVA, obrigados a emitir fatura, sem prejuízo da sua emissão voluntária a pedido dos adquirentes dos bens e/ou serviços ou face a imposições em sede de outras normas constantes de outros diplomas, nomeadamente o CIRS ou o Código Civil, no que concerne à emissão de documento de “quitação”), o rendimento fica sujeito a tributação em IRS desde o momento do pagamento ou colocação à disposição

PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO MODELO 3 DE IRS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

96

A

N

EXO

B

do respetivo titular, ou seja, no momento do pagamento ou da colocação à disposição dos rendimentos;

Retenção na Fonte

A obrigação de retenção na fonte do IRS sobre os rendimentos da categoria B por parte das entidades devedoras dos rendimentos que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, constitui-se no momento do pagamento ou da colocação à disposição dos rendimentos conforme prevê o n.º 8 do art.º 101 do CIRS, sem prejuízo da possibilidade do exercício do direito de dispensa por parte do titular dos rendimentos, nos termos e condições previstas no artigo 101 B, do mesmo diploma legal.

ATENUAÇÕES DE TRIBUTAÇÃO