• Nenhum resultado encontrado

Organização Institucional para o Desenvolvimento

A estratégia de desenvolvimento é, cada vez mais, um processo dinâmico de concepção estratégica, implementação e monitorização, ciclicamente, para, se voltar a realizar, adaptando-se continuamente às alterações do contexto económico, social e ambiental e satisfazendo novas aspirações da comunidade.

Desde modo, a participação das entidades representativas dos agentes impulsionadores e das partes interessadas no desenvolvimento, é um factor crítico de sucesso de qualquer plano estratégico.

Se, por um lado, a existência de instituições capazes de interagir, nomeadamente no âmbito de “clusters” de actividade economias, são fundamentais para o desenvolvimento integrado e sustentável destes “clusters”, por outro, não menos relevante, impõe-se a existência de organismos de concertação estratégica local.

No território da Terceira, encontra-se um conjunto de organismos que compreendem, no âmbito das suas funções, uma vertente de influência da estratégia de desenvolvimento local, podendo categoriza-los em 4 vertentes:

• Organizações colectivas dos agentes económicos, nomeadamente a CCAH, ART, Agespi

e AAIT;

• Organismos que contribuem activamente pra a implementação de políticas de

desenvolvimento local, como a GRATER;

• Autarquias locais e organismos de intervenção local dos municípios;

• GRA e organismos de intervenção local do GRA, espacialmente os gestores de infra-

estruturas (porto e aeroporto), financiamento e Universidade.

Estes “stakeholders” do desenvolvimento to local podem ser parceiros num espaço de diálogo e definição estratégica concertada na ilha Terceira, num espaço que sustente a visão

partilhada entre todos da estratégia de desenvolvimento local, facilitador da implementação e monitorização e avaliação das medidas estratégicas adoptadas localmente.

Este modelo de articulação dos “stakeholders” locais, baseado no paradigma da triple hélice expandida, poderá contar também com a valorização da participação de entidades externas que contribuam com experiencia e conhecimentos relevantes para a estratégia de

desenvolvimento local, quer sejam nacionais ou internacionais.

Este conjunto de entidades pode ser, por si próprias, contribuindo para a promoção,

divulgação e publicidade dos produtos, serviços e valorização local, no âmbito da actuação das suas missões específicas. Por outro lado, poderão também ser impulsionadores da procura de produtos locais, dando preferência nas suas acções de procurement/compra, sendo assim um impulsionador dos produtos e serviços locais, quer tradicionais quer nos produtos mais

142

inovadores, sendo parceiros na experimentação, instalação de versões de demonstração e instalações-piloto.

As Orientações de Médio Prazo 2013-16 do RRA definem a importância da organização institucional para o desenvolvimento através da “ existência de instituições fortes e eficientes são uma das condições para o crescimento e a competitividade. Para mais, na actual

envolvente, a retoma económica implica uma boa coordenação das políticas públicas e a sua aplicação no território requer a cooperação, das diferentes instituições, a coordenação dos níveis de administração pública, despistando-se desperdício de recursos, conflitos e ineficácia, por contraponto à obtenção dos efeitos desejados e a criação de sinergias.”

Pontos Fortes Pontos Fracos

• Rede de organismos associativos, empresariais e governamentais, experientes e capacidades para impulsionar o desenvolvimento local • Experiência de associativismo e gestão

colectiva relevante

• Fragmentação de representação de agentes económicos locais

• Fraca representatividade local de

entidades sociais, perante as autoridades decisoras,

Oportunidades Ameaças

• Implantação de organismo de concertação estratégica local

• Implantação de canais institucionalizados de comunicação entre organismos associativos participantes num “cluster”/fileira comum

• Preferência institucional aos produtos locais (tradicionais e inovadores) • Divulgação institucional dos produtos

locais e valorização da ilha Terceira no exterior

• A inexistência de estruturas de decisão estratégica local, aumento a coesão e força estratégica, permite e facilita a intrusão de estratégia externa, de origem regional e/ou nacional

Empreendedorismo

Com base no estudo sobre o empreendedorismo nos Açores “GEM Açores 2010”, promovido pelo GRA, podemos caracterizar a situação geral de empreendedorismo na região:

• Em 2010, a Taxa TEA na Região Autónoma dos Açores foi de 3,5%, o que significa que,

nos Açores, por cada 100 indivíduos em idade adulta, 3 a 4 estão activamente envolvidos em start-ups ou na gestão de novos negócios. A Taxa TEA nos Açores (3,5%) revela-se mais baixa do que a de Portugal Continental (4,4%), estando também abaixo da média registada nas economias orientadas para a inovação (5,5%) e nos países membros da UE (5,2%). (TEA - Total Early-Stage Entrepreneurship Activity)

• Nos Açores, o sector onde se regista uma maior percentagem de actividade

143

negócios direccionados para o consumidor final, como o retalhista, bares, restauração, alojamento, saúde, educação e lazer, entre outros), com 35,2%. A este seguem-se, por ordem decrescente, o sector orientado ao cliente organizacional (que inclui finanças, seguros, imobiliário e todas as actividades onde o cliente primário é outro negócio), com 28,0%, o sector da transformação (que inclui construção, manufactura,

transporte, comunicações, utilidades e distribuição grossista), com 21,0%, e o sector extractivo (que inclui agricultura, silvicultura, pescas e extracção de matérias brutas), com 15,8%. Esta distribuição da actividade empreendedora early-stage pelos

diferentes sectores revela-se mais uniforme do que em Portugal Continental, nas economias orientadas para a inovação e na UE.

• Nos Açores, o número de empreendedores early-stage do sexo masculino corresponde

a 6,0% da população adulta masculina e o número de empreendedores early-stage do sexo feminino a 1,0% da população adulta feminina (valor mais baixo registado no universo GEM 2010). Nos Açores, o número de empreendedores do sexo masculino é, assim, cerca de 6 vezes superior ao número de empreendedores do sexo feminino. Esta discrepância é mais acentuada do que em Portugal Continental e, em termos médios, do que nas economias orientadas para a inovação e na UE.

• Pouco mais de um terço (34,2%) dos negócios açorianos integrados no tipo de

actividade empreendedora earlystage não apresenta quaisquer clientes fora de Portugal. Adicionalmente, 51,0% desses negócios apresentam uma quantidade de clientes em mercados externos de 1% a 25%, enquanto 10,1% dos empreendedores afirmam ter 26% a 75% de clientes internacionais. Somente os restantes 4,7% dos empreendedores açorianos possuem uma quantidade de clientes em mercados estrangeiros acima de 75% do total. Nos Açores, a proporção de negócios early-stage com clientes internacionais é maior, quando comparada com a de Portugal Continental e com a média das economias orientadas para a inovação e da UE.

A Agenda para a Competitividade vem promover, no ponto “3.4 – Start Up Azores - Programa de Atracção de Empreendedores Qualificados”, a criação de novas empresas e potenciação do espírito empreendedor dos açorianos. Esta estratégia pretende dar prioridade à instalação de empresas nas áreas tecnológicas e científicas, com uma visão internacional e global, que possam ter nos Açores a sua base de actuação.

Complementarmente, encontra-se definido noas Orientações de Médio Prazo da RAA 2013-16 o desenvolvimento do programa “Incuba Açores”, direccionado para a instalação de novas empresas de base tecnológica e das indústrias criativas, devidamente articulado com o Business Innovation Center (BIC) Azores, a instalar nos parques tecnológicos, nomeadamente no parque tecnológico previsto para ilha Terceira.

A Terceira poderá implementar os apoios destas medidas no desenvolvimento de projectos empreendedores emanados da universidade e seus centros de investigação e

desenvolvimento, bem como, por outro lado, na implementação de meios tecnológicos avançados de suporte a indústrias criativas com negócios de colocação internacional das suas criações.

144 • Financiamento de novas empresas,

especialmente de empresários jovens • Historial de dinâmica empresarial

• Ausência de estruturas locais de ninhos de empresas

• Fraca ligação do meio I&D na criação de empresas (“startups”)

• Falta de espaços adequados à criação de empresas de industria ligeira e/ou oficinais

Oportunidades Ameaças

• Criação de ninhos de empresas • Dinamização do empreendedorismo

feminino

• Promoção de novas actividades com vocação exportadora (bens e/ou serviços) • Inserção de zona de novas actividades

oficinais/artesanais nos parques industriais

• Conjuntura económica adversa e envelhecimento populacional