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A Tese está organizada em quatro capítulos e uma seção com fontes de consultas (referências bibliográficas e informativas):

 Capítulo 1 – traz a introdução da Tese, tendo na seção 1.3 a motivação. Na seção 1.4 os objetivos, geral e específicos. Na seção 1.5 a metodologia de pesquisa. Na seção 1.6 as informações de como este trabalho está organizado.

 Capítulo 2 – refere-se à experiência junto ao projeto de desenvolvimento da ontologia EDXL-RESCUER, visando uma avaliação com base na Tese estabelecida. A seção 2.1 faz um alinhamento sobre os conceitos básicos de uma ontologia computacional, e a geração de significados associados à mesma. Na seção há uma apresentação sobre o domínio de referência da ontologia, EDXL- RESCUER. Na seção 2.3 é detalhada a ontologia computacional EDXL-RESCUER. Na seção 2.4 há a revisão crítica da Análise de Domínio aplicada ao processo conceitual da ontologia EDXL-RESCUER. A seção 2.5 contém referências sobre trabalhos futuros. A seção 2.6 se refere ao resumo do capítulo.

 Capítulo 3 – trata do estado da arte para as teorias empregadas na Tese, iniciando pela seção 3.1 que faz uma revisão sobre as duas Semióticas aplicadas. A seção 3.2 contém uma revisão teórica para Análise de Domínio. E a seção 3.3 contém o resumo do capítulo.

 Capítulo 4 – trata da exposição e desenvolvimento da Tese. Na seção 4.1 é feita uma aproximação entre as Semióticas de Peirce e de Deleuze e Guattari.

Na seção 4.2 se tem a atualização da Análise de Domínio a partir das Semióticas alinhadas. A seção 4.3 traz um resumo do capítulo, fazendo um apanhado de toda a teoria aqui desenvolvida.

 Capítulo 5 – conclusão da Tese. Na seção 5.1 são retomadas as argumentações sobre o principal produto gerado pela Tese, o modelo para Análise

de Domínio numa abordagem pós-estruturalista. Na seção 5.2 são exploradas as

relações entre aspectos sociais e o objeto da Tese. Na seção 5.3 são apontados trabalhos futuros, tendo como base toda teoria e elementos de pesquisas gerados e levantados pela Tese.

CAPÍTULO 2

Este capítulo se refere à experiência junto ao projeto de desenvolvimento da ontologia EDXL-RESCUER, visando uma avaliação com base na Tese estabelecida. A seção 2.1 faz um alinhamento sobre os conceitos básicos de uma ontologia computacional e a geração de significados associados à mesma. Na seção 2.2 há uma apresentação sobre o domínio de referência da ontologia, EDXL-RESCUER. Na seção 2.3 é detalhada a ontologia computacional EDXL-RESCUER. Na seção 2.4 há a revisão crítica da Análise de Domínio aplicada ao processo conceitual da ontologia EDXL-RESCUER. A seção 2.5 se refere ao resumo do capítulo.

2 INTRODUÇÃO

Hayes-Roth, Waterman e Lenat (1983, p. 22) propuseram uma definição para base de conhecimentos, a qual, 30 anos depois, ainda é aceita. Para eles, uma base de conhecimentos é construída, fundamentalmente, pela relação de termos que se inter-relacionam através de propriedades que os aproximam e os tornam semelhantes, representando fatos sobre o mundo. Estes termos e propriedades, segundo os autores, designam algo, nomeando-o, descrevendo-o e relacionando-o.

Cabe notar, que na definição acima há uma supervaloração da expressão em relação ao conteúdo, sendo os termos tornados próximos ou semelhantes mais pelas suas características do que por aquilo que significam.

Numa outra perspectiva, Gerson traz Fine (1987 apud GERSON, 2004, p. 7) e Devereaux (1994 apud GERSON, 2004, p. 9) para defender a ideia de que a verdadeira questão lógica não está entre a possibilidade e a realidade, mas entre a possibilidade e a impossibilidade de instanciação. De acordo com Fine e Devereaux, a existência de uma determinada forma é condição necessária e suficiente para que a mesma seja instanciada (contenha instâncias). Porque uma condição necessária e suficiente para uma possibilidade é logicamente anterior a uma condição necessária e suficiente para uma realidade, desde que o real seja apenas uma entre muitas possibilidades.

De certo modo, no mesmo sentido da anterior, a julgar pelo que Fine e Devereaux defendem, um mundo real não é necessariamente, um mundo possível. Para eles, um mundo possível pode vir a ser a fonte para uma base de

conhecimentos, desde que as unidades constituintes de um sistema de signos e as

relações entre eles (lógicas e semânticas), sejam decodificadas e os seus códigos constitutivos sejam descobertos.

Numa abordagem em data mais próxima, Ted Gruber, no seu artigo também intitulado What is an Ontology? (2009, p. 3), define que um domínio a ser representado em uma ontologia computacional (portanto, uma base de

conhecimentos), é constituído por um conjunto de termos e propriedades que

compõe o seu universo do discurso, o qual descreve os seus objetos.

A definição de Gruber é típica da Engenharia de Software, segundo a qual existe uma relação direta entre o signo e o objeto referente, atendendo a uma das

necessidades desta engenharia, a reusabilidade de componentes, ao tempo que mantem a angústia frente ao problema da realidade significada.

De acordo com Russell (1912, p. 8-10), a diversidade intrínseca dos signos nos leva a atribuir aos mesmos, propriedades ou atributos, a fim de garantir a unicidade deles. Porém, ainda segundo o filósofo, isto é necessário, mas não suficiente para que possamos identificar um determinado signo como único. Desta forma, ele defende que se faz necessário agregar novos atributos baseados na experiência sobre o domínio onde o signo é identificado, pois somente o domínio garante a diversidade.

Peirce aplica a Teoria do Hábito na constituição destes “novos atributos”, associando-os à existência de cadeias discursivas, sobre as quais, por meio da repetição e da insistência intensiva, significados de signos são “contaminados” por outros signos, num processo de semiose infinita.

Estas visões, de certo modo, foram aperfeiçoadas e colocadas mais a frente, através de Deleuze e Guattari, a partir do reconhecimento de uma cartografia do

pensamento, segundo a qual, territórios existenciais territorializados e universos incorporais desterritorializados, determinam o significado a ser entendido para o signo.

Assim, quatro temas são fundamentais no entendimento e na construção de uma base de conhecimentos, como por exemplo, uma ontologia computacional:

a) Tema da realidade significada, resultante de uma realidade

entendida sobre mundos possíveis, onde a definição dos significados dos signos é

fruto da intersecção entre os eixos da significância e da subjetividade;

b) Tema da particularização, através da introdução da importância da experiência no domínio, para que haja uma adequada identificação do universo do

discurso que o descreve;

c) Tema da semelhança, oriunda da introdução do conceito de “instanciação”, o qual se refere à aproximação ou semelhança entre signos, considerando que estes estão associados aos conhecimentos potenciais residentes nos domínios;

d) Tema da predicação, resultante da introdução do tipo de

proposição sujeito-objeto, fundamental na descrição do universo do discurso

associado a um domínio específico. Observando que a proposição sujeito-objeto, de acordo com Peirce (2010, p. 109) pode ser descrita como sujeito-ação-objeto, onde

ação-objeto é coincidente com predicado, e, portanto, a proposição pode ser lida

como sujeito-predicado.

Desta forma, a proposta deste capítulo é ser uma referência para a pesquisa qualitativa desta Tese, ao discutir a consecução da suíte ontológica para o domínio referente à Emergency Data eXchange Language (EDXL) junto ao projeto Reliable

and Smart Crowdsourcing Solution for Emergency and Crisis Management

(RESCUER), EDXL-RESCUER, concentrado no registro da realidade significada, ao tempo que em trabalhos futuros se propõe mais pesquisas, buscando obter menor grau de reducionismo, e posterior implementação de base de conhecimentos na forma de uma ontologia computacional.