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PATRIMÔNIO LÍQUIDO:

10.4 Os diretores devem comentar:

a) mudanças significativas nas práticas contábeis

No ano de 2010, a Companhia emitiu suas demonstrações financeiras de acordo com as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (“IFRSs”) emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil, identificadas como “Consolidado” – IFRS

48 e BRGAAP. As alterações provocadas pela aplicação dos dispositivos dessas normas foram reconhecidas retroativamente ao balanço inicial (01/01/2009), e aos exercícios encerrados em 2009 e 2010.

IFRS 9/ CPC 48 - "Instrumentos Financeiros" aborda a classificação, a mensuração e o

reconhecimento de ativos e passivos financeiros. A versão completa do IFRS 9 foi publicada em julho de 2014, com vigência para 1º de janeiro de 2018, e substitui a orientação no IAS 39/ CPC38, que diz respeito à classificação e à mensuração de instrumentos financeiros. As principais alterações que o IFRS 9 traz são: (i) novos critérios de classificação de ativos financeiros; (ii) novo modelo de impairment para ativos financeiros, híbrido de perdas esperadas e incorridas, em substituição ao modelo atual de perdas incorridas; e (iii) flexibilização das exigências para adoção da contabilidade de hedge. A Administração avaliou o novo pronunciamento e:

 Não é esperado impacto relevante na classificação, mensuração e avaliação de ativos e passivos financeiros, incluindo reconhecimento e desreconhecimento de instrumentos financeiros;

As novas regras sobre contabilidade de hedge estão alinhadas com as práticas de administração de risco da Companhia. As atuais relações de cobertura serão mantidas qualificadas como hedge após a adoção da IFRS 9/CPC 48.

No que se refere ao novo modelo de impairment para ativos financeiros, a Administração não espera um aumento relevante na provisão para créditos de liquidação duvidosa, bem como em relação às perdas nos investimentos mantidos ao custo amortizado.

Portanto, considerando seus ativos e passivos financeiros, a Administração não identificou mudanças que pudessem ter impacto relevante sobre as demonstrações financeiras da Companhia.

Efeitos de transição: A Companhia e suas controladas aproveitarão a isenção que lhes permite não reapresentar informações comparativas de períodos anteriores decorrentes das alterações na classificação e mensuração de instrumentos financeiros (incluindo perdas de crédito esperadas). As diferenças nos saldos contábeis de ativos e passivos financeiros resultantes da adoção da IFRS 9, serão geralmente reconhecidas nos prejuízos acumulados e reservas em 1 º de janeiro de 2018.

IFRS 15/ CPC 47 - "Receita de Contrato com Cliente" - Essa nova norma traz os princípios que uma

entidade aplicará para determinar a mensuração da receita e quando ela é reconhecida. Essa norma baseia-se no princípio de que a receita é reconhecida quando o controle de um bem ou serviço é transferido a um cliente, assim, o princípio de controle substituirá o princípio de riscos e benefícios. Ela entra em vigor em 1º de janeiro de 2018 e substitui a IAS 11/ CPC 17 - "Contratos de Construção", IAS 18/ CPC 30 - "Receitas" e correspondentes interpretações.

A Companhia e suas controladas possuem como operações geradoras de receitas conforme segue:

 Venda de produção de soja;  Venda de produção de milho;

49  Venda de produção de caroço de algodão;

 Venda de produção de fibrilha de algodão;

 Venda de produção de outras culturas (girassol, sorgo, etc.);  Revenda de mercadorias;

 Revenda de defensivos em troca por sementes;

 Revenda de insumos e materiais que sobram da operação agrícola;  Prestação de serviço de armazenagem para a órgãos públicos; e

 Venda de imobilizados usados cuja vida útil exauridas (máquinas e implementos agrícolas, veículos, caminhões, etc.).

A Administração avaliou essa nova norma e em sua opinião não deve ter efeito relevante em suas demonstrações financeiras, considerando a natureza de suas transações de venda, onde as obrigações de performance são claras e a transferência do controle dos bens e serviços não é complexa.

Efeitos de transição: A Companhia e suas controladas planejam adotar o CPC 47 / IFRS 15 usando o método de efeito cumulativo, com aplicação inicial da norma na data inicial (ou seja, 1º de janeiro de 2018). Como resultado, não serão aplicados os requerimentos do CPC 47 / IFRS 15 ao período comparativo apresentado.

A Companhia e suas controladas planejam utilizar os expedientes práticos para contratos concluídos. Isso significa que os contratos concluídos que começaram e terminaram no mesmo período de apresentação comparativo, bem como os contratos que são contratos concluídos no início do período mais antigo apresentado, não serão reapresentados.

IFRS 16 / CPC 06 (R2) - "Operações de Arrendamento Mercantil" - com essa nova norma, os

arrendatários passam a ter que reconhecer o passivo dos pagamentos futuros e o direito de uso do ativo arrendado para praticamente todos os contratos de arrendamento mercantil, incluindo os operacionais, podendo ficar fora do escopo dessa nova norma determinados contratos de curto prazo ou de pequenos montantes. Os critérios de reconhecimento e mensuração dos arrendamentos nas demonstrações financeiras dos arrendadores ficam substancialmente mantidos. O IFRS 16 / CPC 06 (R2) entra em vigor para exercícios a serem iniciados em ou após 1º. de janeiro de 2019 e substitui o IAS 17/ CPC 06 - "Operações de Arrendamento Mercantil" e correspondentes interpretações. A Administração está avaliando os impactos da adoção da norma, uma vez que mantem operações de arrendamento de terras de terceiros com a finalidade de cultivo dos ativos biológicos, totalizando 68 mil hectares de terras agriculturáveis e compromissos futuros na ordem de R$ 118.588 (vide nota explicativa 30 (b)).

A Administração concluiu a avaliação inicial do potencial impacto em suas demonstrações financeiras consolidadas, mas ainda não completou sua avaliação detalhada. O impacto real da aplicação da IFRS 16 / CPC 06 (R2) nas demonstrações financeiras no período de aplicação inicial dependerá das condições econômicas futuras, incluindo a taxa de endividamento da Companhia em 1º de janeiro de 2019, a composição da carteira de arrendamentos nessa data, a avaliação se

50 exercerá quaisquer opções de renovação de arrendamento e a medida em que optará por usar expedientes práticos e isenções de reconhecimento.

Além disso, a natureza das despesas relacionadas com esses contratos de arrendamento agora vai mudar, a IFRS 16 / CPC 06 (R2) substitui a despesa linear de arrendamento operacional com um custo de depreciação de ativos de direito de uso e despesa de juros sobre obrigações de arrendamento.

Não é esperado impacto significativo para os arrendamentos financeiros. A Companhia espera que a adoção da IFRS 16 / CPC 06 (R2) não afete sua capacidade de cumprir com os acordos contratuais (covenants) de limite máximo de alavancagem em empréstimos e financiamentos descritos na nota explicativa 16 (ii).

Efeitos de transição: A Companhia e suas controladas aplicarão a IFRS 16 / CPC 06 (R2) inicialmente em 1º de janeiro de 2019, usando a abordagem retrospectiva modificada. Portanto, o efeito cumulativo da adoção da IFRS 16 / CPC 06 (R2) será reconhecido como um ajuste ao saldo de abertura dos lucros acumulados em 1º de janeiro de 2019, sem atualização das informações comparativas. Ao aplicar a abordagem retrospectiva modificada para arrendamentos anteriormente classificados como arrendamentos operacionais de acordo com a IAS 17 / CPC 06, o arrendatário pode eleger, para cada contrato de arrendamento, se aplicará uma série de expedientes práticos na transição. A Companhia e suas controladas estão avaliando o impacto potencial da utilização desses expedientes práticos.

Não há outras normas IFRS ou interpretações IFRIC que ainda não entraram em vigor que poderiam ter impacto significativo sobre as demonstrações financeiras individuais e consolidadas.

Hedge accounting

A Companhia, por ter grande parte da venda de seus produtos atrelados ao dólar, com o objetivo de evitar volatilidade sem efeito caixa nos seus resultados e aproximar as demonstrações à sua realidade, decidiu designar, a partir de 1º de agosto de 2013, suas dívidas bancárias nominadas em dólar como hedge de suas vendas futuras indexadas ao dólar, em conformidade com as normas IAS 39 e CPC 38.

Em 2017, o saldo da variação cambial passiva decorrente das dívidas bancárias designadas no hedge accounting totalizou R$ 15,9 milhões em dezembro de 2017 (R$ 24,1 milhões bruto de IRPJ/CSLL), o qual foi registrado temporariamente no patrimônio líquido e só será levado ao resultado à medida em que se realizarem as receitas em dólar, objeto de proteção dos instrumentos financeiros designados no hedge accounting.

Em 2017, a variação cambial negativa de R$ 21,4 milhões referentes às dívidas bancárias que estavam designadas para o hedge accounting foi reconhecida no resultado.

b) efeitos significativos das alterações em práticas contábeis

Nos exercícios de 2017, 2016 e 2015 não ocorreram mudanças significativas nas práticas contábeis, além das descritas acima.

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c) Ressalvas e ênfases presentes no parecer do auditor 2015

Não existem ressalvas no parecer do auditor. Existe um parágrafo de ênfase, cuja íntegra é reproduzida abaixo:

“Chamamos a atenção para a Nota 1.2 às demonstrações financeiras, que descreve que a Companhia apresentou excesso de passivos sobre ativos circulantes no encerramento do exercício no montante de R$ 608.101 mil, substancialmente representado pelos passivos bancários exigíveis nos próximos 12 meses, no montante de R$ 872.094 mil, bem como possui, atualmente, reduzida possibilidade de captação de novas linhas relevantes de crédito, fatos esses que levaram a administração a iniciar a renegociação com as instituições financeiras credoras para o alongamento do prazo de pagamento dessas dívidas, contudo, sem conclusão até a data de aprovação dessas demonstrações financeiras. A administração da Companhia acredita na concretização com êxito da referida renegociação, no entanto, a eventual possibilidade de não concluí-la com êxito e/ou de não obter apoio financeiro dos acionistas, suscita dúvida substancial sobre a continuidade operacional da Companhia. As demonstrações financeiras não incluem quaisquer ajustes em virtude dessas incertezas. Nossa opinião não está ressalvada em virtude desse assunto.”

Com relação à ênfase, a Companhia entende que apesar de ainda não ter concluído esse processo de alongamento das dívidas, considerando o estágio e o bom andamento das negociações já iniciadas com as instituições financeiras credoras e o êxito já obtido nas renegociações efetuadas nos últimos anos, inclusive das parcelas vencidas em 2015, a administração da Companhia, amparada em seu plano de negócios, reafirma sua convicção na capacidade de equalizar seu fluxo de caixa de curto prazo. Para sustentar a expectativa de alongamento acima mencionada, acrescenta-se que o plano de negócios da Companhia apresenta significativa melhora na expectativa de geração de caixa, ocorrida principalmente pela (i) valorização do câmbio, que melhora a perspectiva de geração de caixa da Companhia, vez que somente uma parte de seus custos é indexada ao dólar norte-americano e praticamente a integralidade da sua receita é direta ou indiretamente precificada em dólares; e (ii) pela melhora dos indicadores operacionais da Companhia, em especial incremento de produtividade de todas as culturas, redução dos custos operacionais e administrativos.

2016

Não existem ênfases ou ressalvas no relatório do auditor de 31 de dezembro de 2016.

2017

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10.5 – Os diretores devem indicar e comentar políticas contábeis críticas adotadas pelo emissor, explorando, em especial, estimativas contábeis feitas pela administração sobre questões incertas e relevantes para a descrição da situação financeira e dos resultados, que exijam julgamentos subjetivos ou complexos, tais como: provisões, contingências, reconhecimento da receita, créditos fiscais, ativos de longa duração, vida útil de ativos não-circulantes, planos de pensão, ajustes de conversão em moeda estrangeira, custos de recuperação ambiental, critérios para teste de recuperação de ativos e instrumentos financeiros