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Os “Sons da História” e o Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória

Em 1986, foi aprovada a Lei de Bases do Sistema Educativo (lei n.º 46/86, de 14 de outubro) para ditar as principais linhas orientadoras para a política educativa em Portugal e que sucessivamente tem sido modificada para ir acomodando as novas necessidades educativas, como em 2009, com a lei 85/2009, de 27 de agosto, que aumentou a escolaridade obrigatória para 12 anos. Atualmente, o documento de referência para a organização do sistema educativo é o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, homologado pelo Despacho n.º 6478/2017, 26 de julho. Este documento tem por objetivo contribuir para a organização e gestão do currículo através da apresentação de estratégias, metodologias e procedimentos a adotar pelos professores e estabelecimentos de ensino.

O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória é um documento de cariz humanista, que visa promover uma educação inclusiva, transversal e com igualdade de oportunidades, que possa ser aplicada em todos os contextos e em todos os percursos escolares, de forma a formar cidadãos competentes, tolerantes para com o Outro e capazes de responder aos desafios e às imprevisibilidades do mundo atual.

música enquanto recurso promotor da aprendizagem vão ao encontro dos princípios defendidos pelo Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Os “Sons da História” nasceram como uma atividade relacionada com a disciplina de História, mas que poderia ser aplicada de modo transversal. Nesta atividade poderiam ser incluídas as disciplinas de Português e de Línguas Estrangeiras, dado que os alunos vão interpretar canções e, da análise da letras das mesmas, podem desenvolver exercícios de linguística ou, no caso das línguas estrangeiras, adquirir novas expressões idiomáticas e praticar a pronunciação; Educação Física, utilizando as músicas da atividade para desenvolver coreografias; Geografia, a aplicar nos casos que concernem mais diretamente à atualidade, mas também, por exemplo, no caso de músicas relacionadas com migrações; Psicologia ou Sociologia, disciplinas onde se poderia abordar, em contexto de sala de aula, o papel que a música tem no indivíduo e na sociedade. Por incorporar diversas áreas curriculares, neste projeto trabalham-se, simultaneamente e de forma complementar, várias áreas de competência como a linguagem, pensamento crítico e criativo, relacionamento interpessoal, desenvolvimento pessoal e autonomia, sensibilidade estética e artística, consciência e domínio do corpo.

Capítulo 2 – A execução

Banda sonora recomendada:

I ain't worried doing me tonight A little sweat ain't never hurt nobody Don't just stand there on the wall Everybody just move your body

Beyoncé, Let’s Move Your Body (2011)

Clave de Sol. A Escola

A Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves insere-se numa área suburbana, dotada de boas infraestruturas, e serve as freguesias de Valadares (onde se localiza), Vilar do Paraíso, Gulpilhares, Arcozelo, Mafamude, Santa Marinha, Vilar do Andorinho e da Madalena. Por servir uma área geográfica tão vasta, a comunidade discente reflete esta mesma realidade: os que provêm do litoral caracterizam-se por um nível sociocultural e económico superior, enquanto os que provêm do interior, caracterizam-se pelos baixos níveis de escolaridade e vulnerabilidade. É uma escola que inclui, na sua oferta formativa, o 3.º ciclo do ensino básico; os cursos científico- humanísticos de ciências e tecnologias, ciências socioeconómicas, línguas e humanidades, e artes visuais; e os cursos profissionais, ao nível do ensino secundário, de Análise de Laboratório, de Turismo e de Multimédia. Comum a todas as áreas, independentemente do nível de estudos que frequentam, é a disciplina de Educação para a Cidadania.

Esta é uma escola que dispõe de boas condições para os professores e alunos, tendo sido intervencionada pela Parque Escolar entre 2008 e 2011. Conta com um quadro de professores estável, sendo que a maioria pertence ao quadro de escola e uma minoria é contratada. É também caracterizada pelo seu grande dinamismo, sendo uma escola com contrato de autonomia. Atualmente, participa nos seguintes projetos: Erasmus +, Every

escola coordenadora e formadora de professores, sendo ainda de destacar que é a única escola do Concelho que participa neste projeto) e Presse – Educação Sexual. De todos os projetos consideramos importante destacar o Content and Language Integrated Learning (conhecido pela sigla CLIL), dado que cerca de metade dos alunos que participa na atividade “Os Sons da História” também faz parte do projeto CLIL ou fez parte de uma turma CLIL num ano letivo anterior. Este projeto consiste numa nova abordagem em que os alunos aprendem os diferentes conteúdos disciplinares em língua estrangeira, que no caso da Escola Dr. Joaquim Ferreira Alves é a língua inglesa.45 Esta abordagem já foi

tema de diversos estudos46, que destacam a forma como os alunos podem adquirir e consolidar os seus conhecimentos linguísticos, desenvolver a sua consciência multicultural, ser motivados para o estudo das diversas disciplinas e, em último instante, ser preparados para a sua futura integração num mercado de trabalho cada vez mais competitivo e internacional.

O Projeto Educativo caracteriza a escola como seguidora de «uma filosofia de base humanista, que inscreve a ação educativa como eixo transversal, com enfoque na construção do conhecimento e no desenvolvimento identitário, numa perspetiva colaborativa entre todos os agentes educativos, entendendo a escola como uma comunidade reflexiva» (p. 1). Este documento define como um dos objetivos a «formação de um cidadão de sucesso, capaz de integrar conhecimento, resolver problemas, dominar diferentes linguagens científicas e técnicas, cuidar do seu bem-estar, ser cooperante e autónomo, com sensibilidade estética e artística» (p. 5), objetivo alcançável através do desenvolvimento de competências como o pensamento crítico, pensamento criativo, relacionamento interpessoal, sensibilidade estética e artística, consciência e domínio do corpo. Como metodologia, a Escola compromete-se a desenvolver atividades de aprendizagem com base «em metodologias variadas, desafiadoras e diferenciadoras, respeitando os diversos estilos de aprendizagem dos alunos» (p. 6). Por sua vez, aos docentes é dada a responsabilidade de dinamizar «projetos/criação de atividades

45 Disponível em: http://www.centro-edu-integral.pt/projetos.44/clil.86.html, acedido a 08/01/2019. 46 Veja-se, por exemplo, a tese de doutoramento de Maria Ellison. Ellison, M. (2014). CLIL as a catalyst

for developing reflective practice in foreign language teacher education. (Tese de doutoramento, Faculdade de Letras da Universidade do Porto).

promotores do combate à discriminação, ao preconceito e à violência de qualquer espécie» (p. 12). No que concerne à operacionalização destas orientações, o Plano Anual de Atividades de História prevê a realização de diversas atividades ao longo do ano letivo, sendo de destacar, no ano letivo de 2017-18, o dia GFA com “Os Sons da História” – Músicas que marcaram a História; e, no ano letivo de 2018-19, a apresentação de um excerto dos “Sons da História” aos professores do projeto ERASMUS+ presentes na escola (outubro de 2018), a entrega de prémio aos vencedores das Olimpíadas da História do ano letivo passado acompanhada de uma apresentação dos “Sons da História” aos Encarregados de Educação (2.º período) e o dia GFA com a repetição da atividade “Os sons da História” (março de 2019).

Sendo uma escola que procura formar os seus alunos seguindo uma perspetiva de construção holística do conhecimento e onde a sensibilidade estética e artística é valorizada, faz todo o sentido que um projeto como este tenha nascido aqui.

Dó. Em que contexto surge a atividade “Os Sons da História”?

Nos últimos anos letivos, o grupo disciplinar de História promoveu a realização de pequenos trabalhos de investigação junto de todos os alunos, do 7.º aos 12.º anos, que posteriormente seriam avaliados, selecionados e colocados numa pequena exposição durante o dia GFA. No entanto, tal atividade desenvolvida anualmente, apresentava alguns problemas: os professores começaram a constatar que os temas escolhidos pelos alunos eram sempre os mesmos, desde as pirâmides do Antigo Egito aos monumentos gregos e romanos, passando ainda pela história contemporânea com o atentado às torres gémeas. Alterou-se a atividade de História, que passava a ser subordinada a um tema, por exemplo, como no primeiro ano, “As Guerras que marcaram a História”. Ainda assim, a falta de originalidade dos trabalhos apresentados continuava a ser um problema. Acresciam ainda outras dificuldades:

• o facto de os trabalhos serem avaliados e selecionados levava a que uns fossem expostos e outros não, o que era injusto para os alunos que tentavam participar,

mas não tinham bons resultados, sendo ainda os professores de História pressionados pelos restantes professores da escola para aceitar todos os trabalhos submetidos, ainda que a exposição perdesse qualidade;

• de um ponto de vista de avaliação dos alunos, todos pretendiam ter a mesma classificação, independentemente de os seus trabalhos terem sido expostos ou não, o que se tornava injusto para os alunos com melhores trabalhos ou que efetivamente participaram na atividade como voluntários;

• a existência de uma discrepância na participação dos alunos, sendo que alguns se limitavam a entregar um trabalho que, por vezes nem sequer era feito por si, enquanto outros se voluntariavam para acompanhar a exposição durante todo o dia (e consequentemente se viam impedidos de assistir às outras atividades promovidas na escola);

• a necessidade de montar e desmontar a exposição ocupava muito tempo aos professores alocados à atividade;

• depois de desmontada a exposição, poucos eram os alunos que iam buscar os seus trabalhos, gerando problemas de armazenamento dos mesmos.

Acreditando que o dia GFA depende de mostrar o que de melhor se faz na escola e de dar aos alunos a oportunidade de aprenderem algo diferente, a professora Albertina Viana teve a ideia de criar um espetáculo musical, pois assim daria aos alunos a hipótese de participar ao invés de elaborar só um trabalho, como que “despejando” todas as informações sobre um assunto numa folha de papel em branco.

De entre os recursos utilizados na sala de aula, os professores de História da Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves colocam frequentemente músicas para que os alunos fiquem a conhecê-las, mas também aos contextos em que foram criadas, pois consideram que a música é inseparável do contexto em que foi produzida e da mensagem que nos transmite. É unânime a experiência dos professores da escola que, quando durante as suas aulas, colocam uma música os alunos começavam a cantar. Simultaneamente, já era comum que na escola fossem criados pequenos espetáculos, com música e representação, para evocar algum acontecimento histórico. Por exemplo, no ano letivo de 2017/2018, foi recordada a tomada do Palácio de Inverno durante a Revolução Russa.

Foi então que as professoras Albertina Viana e Júlia Rocha tiveram a ideia de criar algo diferente: um espetáculo que pudesse efetivamente representar a História, mostrasse o que de melhor se faz na escola e onde os alunos pudessem participar, aprender algo de novo e consolidar os conhecimentos que adquiriam nas aulas. Juntas, a professora Albertina e a professora Júlia levaram a ideia ao grupo disciplinar e obtiveram a concordância dos restantes elementos. Nascem, assim, os “Sons da História”, uma viagem através da História pelas canções mais emblemáticas que marcaram e motivaram gerações. O plano era que cada música deveria resumir e personificar uma “era”, dando aos espectadores a sensação de a estarem a conhecer e a viver naquele preciso momento. Como afirmámos anteriormente, esta ideia foi algo que nos agradou muito pois partilhamos a mesma opinião das professoras Albertina Viana e Júlia Rocha, que uma atividade deste género deve ser útil aos alunos e não apenas um momento onde “despeja” pseudoconhecimento e depois se vai embora. Começamos a acompanhar as reuniões de preparação do espetáculo.

No Plano Anual de Atividades de História, a atividade “Os Sons da História” define como objetivos:

• Incentivar o estudo da História como processo essencial ao conhecimento da evolução humana;

• Reconhecer a Música como expressão cultural, política e social ao longo da História (com principal destaque na Época Contemporânea);

• Fomentar o convívio com alunos de todas as áreas; • Fomentar o convívio com alunos de outras escolas.

Estes objetivos, e particularmente o primeiro, relembram-nos as palavras de Pinsky & Pinsky (2004), quando afirmam que «quanto mais o aluno sentir a História como algo próximo dele, mais terá vontade de interagir com ela, não como uma coisa externa, distante, mas como uma prática que ele se sentirá qualificado e inclinado a exercer» (p. 28).

O que é o dia GFA?

O Dia Geração Ferreira Alves (GFA) é o dia em que a escola se dá a conhecer e põe em contacto com a família e a comunidade em que se insere, celebrando a vida do patrono, Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves.

Joaquim Gomes Ferreira Alves nasceu a 9 de abril de 1883, na cidade do Porto. O seu contexto familiar (provinha de uma família burguesa, dona do Banco Luiz Ferreira Alves & C.ª) potenciou as suas capacidades individuais.

Ingressou na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, no curso de Medicina, que concluiu em 1911, depois de defender a tese A Heliotherapia no tratamento da

tuberculose cirúrgica. Iniciou-se como médico na Foz do Douro e, em 1916, começou a

apoiar a Colónia Sanatorial Marítima, onde comprovou as ideias tinha formulado na sua tese. Quer pelos seus interesses científicos, quer pelos seus interesses familiares (pois tinha um filho que padecia de escrofulotuberculose) viajou com o arquiteto Francisco de Oliveira Ferreira até à Suíça para visitar as clínicas do Dr. Rollier, com o objetivo de adaptar o projeto ao caso português. Pela ação destes dois homens, nasceu o Sanatório Marítimo do Norte, numa zona quase desabitada entre a praia de Valadares e o pinhal de Francelos. Este hospital estava equipado com os melhores equipamentos da época, uma enfermaria e uma escola primária, que seria frequentada pelas crianças internadas e pelas crianças que habitavam nas redondezas das instalações.

O Sanatório Marítimo do Norte sempre foi um local em que existiam diversas atividades para o desenvolvimento intelectual das crianças e jovens que aí se encontravam, entre elas: o jornal “O Girassol”, editado entre 1924 e 1928, e espetáculos infantis com o apoio da Rádio Clube Infantil.

A 10 de novembro de 1944, de forma trágica, num acidente na passagem de nível de Francelos, morreu o Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, juntamente com Pedro Vitorino, seu amigo e colaborador.

Para além da Escola ter o nome do seu patrono, a sua influência estava também presente no anterior símbolo da mesma: um girassol.

Ré. Quem são os cantores?

Quando apresentamos aos alunos esta atividade, a maioria mostrou-se disponível para participar e a adesão foi de tal maneira expressiva que as professoras coordenadoras se viram a braços com vários problemas: como iriam fazer a distribuição das músicas e como iriam ensaiar tantos alunos. Feitas algumas alterações, que abordaremos de seguida, no primeiro momento, contámos com 68 alunos, distribuídos pelos 8.º, 9.º, 10.º e 11.º anos. Os alunos do 7.º e do 12.º anos não participam neste projeto por diferentes motivos: no caso do 7.º ano, os alunos não mostraram interesse na atividade, e, no caso do 12.º ano, esta ausência deve-se a uma opção tomada pelos respetivos professores, que não falaram sobre a atividade nas turmas onde lecionavam devido à pressão dos exames e à realização do dia GFA no mês de março, época em que se costumam realizar os testes.

Ao longo de dois anos em que se realizou, a atividade sofreu algumas alterações, quer no seu repertório, quer no número de alunos interessados em participar na atividade. Ao todo, o espetáculo subiu ao palco em quatro ocasiões, como iremos observar nas páginas que se seguem.

Mi. Avanços e recuos

No início deste projeto, procurou-se conciliar a opinião de todos os docentes do grupo de História e elaborar um espetáculo interessante e educativo para todos os membros do público, desde os alunos das diversas áreas, professores e demais membros da comunidade escolar.

O espetáculo idealizado contaria com momentos de dança e de canto. Do repertório faziam parte vinte e uma músicas, sendo que os alunos iriam cantar excertos de algumas e, noutras, interpretariam a canção completa. Conforme afirmámos anteriormente, o objetivo da atividade era levar os espectadores e, consequentemente, os alunos do coro numa viagem pela História através da música, porém, seria impossível fazer um espetáculo com horas de duração. Posto isto, era necessário escolher um momento para o

coro começar.

No plano inicial, os três primeiros momentos do espetáculo seriam protagonizados pelo Clube de Artes Performativas. Estes seriam responsáveis por interpretar danças do Antigo Egipto, Idade Média e do período do Absolutismo. Por sua vez, o coro seria responsável por interpretar as seguintes músicas:

1. Hino da Independência do Brasil;

2. Coro dos Escravos Hebreus (da ópera Nabucco) de Giuseppe Verdi; 3. Ça Ira! Ça Ira!;

4. A Marselhesa;

5. Hino da Internacional (interpretado em língua portuguesa); 6. Hymno da Carta (hino de Portugal de 1834 até 1910); 7. A Portuguesa;

8. It’s a Long Way to Tipperary; 9. Il Duce;

10. Vorwärtz! Vorwärtz!;

11. Hino da Mocidade Portuguesa; 12. Le Chant des Partisans;

13. Bella Ciao; 14. Ay Carmela!;

15. San Francisco (be sure to wear flowers in your hair) de Scott McKenzie; 16. The Times They Are a Changin’ de Bob Dylan;

17. Menina dos Olhos Tristes;

18. E Depois do Adeus (ao contrário do que ocorre com outras músicas deste repertório, a música E Depois do Adeus seria interpretada na totalidade, tendo por isso uma importância destacada pela sua duração de cerca de três minutos); 19. Grândola, Vila Morena (à semelhança da música anterior, também esta seria

interpretada na totalidade, estando por isso destacada por lhe serem dedicados cerca de três minutos);

20. Wind of Change da banda alemã Scorpions;

um apelo ao público, esta música de Michael Jackson seria interpretada na totalidade, tendo, por isso, uma duração de cerca de cinco minutos).

O projeto inicial era idílico: tinha uma duração de quase duas horas e todos os pontos de vista estavam incluídos, porém, tal espetáculo era impossível de realizar. Perante esta realidade, os professores decidiram cortar partes de algumas das músicas e suprimir outras, pelo que o espetáculo final teria cerca de 40 minutos de duração.

Nos dias que antecederam o primeiro ensaio, foi forçoso que a atividade de História e do Clube de Artes Performativas reduzisse a sua duração com a justificação de os alunos visitantes não terem tempo para visitar todas as atividades disponíveis. Feitos novos cortes, foi apresentada uma contraposta à Direção informando-a de que o espetáculo teria meia hora de duração. Inicialmente a Direção não colocou entraves à sugestão apresentada; porém, pouco depois viria a recusá-la, impondo um limite máximo de 20 minutos, onde já deveriam estar incluídos todos os momentos de dança, canto e a narração do apresentador.

Para levar a cabo a realização do espetáculo original, o grupo de professores decidiu realizar um outro evento, no final do ano letivo, em que as condicionantes de tempo não teriam efeito e onde seria concretizado o plano original. Neste espetáculo final estariam presentes os Encarregados de Educação, demais familiares e amigos dos alunos.

Fá. Os ensaios

O primeiro ensaio

Banda sonora recomendada:

Like a virgin, hey Touched for the very first time Like a virgin

Madonna, Like a virgin (1984)

Conciliar os horários e interesses de tantos participantes não poderia ter sido mais difícil. Definiu-se, então, que o grupo se deveria encontrar para três ensaios, a realizar à quarta-feira da parte da tarde, em dois horários diferentes: às 14:15 e às 17:00. O motivo

pelo qual se definiram dois horários foi pela impossibilidade de duas turmas de 9.º ano estarem presentes às 14:15 porque tinham aula de apoio à disciplina de Português.

O primeiro ensaio decorreu no dia 21 de fevereiro de 2018. Este ensaio ficou marcado pela conversa franca que existiu entre os professores responsáveis e uma das turmas do 9.º ano. Este foi um momento necessário para saber se os alunos pretendiam ou não continuar no projeto, dado que os mesmos fizeram saber que na semana do dia GFA teriam quatro testes de avaliação e não poderiam estar presentes no ensaio geral (a realizar na terça-feira à tarde que antecedia o grande dia).