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4 DESCRIÇÃO DA EMPRESA CDP

4.1 PORTOS E TERMINAIS DA CDP

4.1.5 Outras Unidades Portuárias da CDP

Neste tópico, decidimos compactar a descrição sobre os outros portos. Primeiro, porque não se tem elementos, no que tange à área do porto organizado, e por esses portos não importarem e/ou exportarem mercadorias; segundo, porque a movimentação de cargas de todos juntos é muito pequena, em relação ao total de mercadorias movimentadas pela CDP. Esses Portos são: Altamira, Itaituba, Óbidos e Outeiro92. O Quadro 10 expõe suas características.

Quadro 10 - Características das Outras Unidades Portuárias (Altamira, Itaituba, Óbidos e Outeiro) sob gestão da CDP.

Porto Inaugurado Rio onde está situado movimentadas Mercadorias Movimentação de Carga (2009) Altamira Inaugurado em 11

fevereiro de 1974. Foi construído no município de Remanso do Pontal

Está situado na margem

esquerda do rio Xingu Madeira O Porto de Altamira em 2009 movimentou 30.167t, tendo como principais cargas: gasolina comum 10.999t e óleo diesel 18.374t. Itaituba 11 de Fevereiro de 1974, na região de Miritituba em frente a cidade de Itaituba

Margem direita do rio Tapajós Derivados de petróleo No Porto de Itaituba foram movimentadas em 2009, 55.455t, tendo como principal carga movimentada a madeira, registrando 49.801t. Óbidos 18 de Agosto de 1976, e está localizado no município de Óbidos Na margem esquerda do

rio Amazonas Diversos No Porto de Óbidos houve uma movimentação de 5.407t.

Outeiro Pelo convênio de

descentralização Na margem direita da baia de Guajará, acerca Madeira Nenhuma

92 Cabe aqui assinalar que até 2002 o Porto de Macapá pertencia à CDP, e a partir do Convênio nº 009/2002, de

14/12/2002, a União transferiu para o município de Santana-AP, e mais precisamente em 01/01/2003, a administração e exploração do Porto de Macapá, coube responder pelas obrigações tributárias, comerciais, cíveis, trabalhistas, previdenciárias e atuárias, cujos fatos geradores antecederam a vigência do Convênio (CDP, 2004).

nº 013/2002, a União transferiu a CDP (A administração e exploração pertencia à empresa SOTAVE, e pelo Convênio de Descentralização nº. 06/2005, a união transferiu à CDP, pelo período de 05 (cinco) anos, podendo a administração e a exploração serem prorrogadas por igual período (CDP, 2004)

de 20 km do cais do Porto de Belém

Fonte: CDP (2010).

Como se pode ver no Quadro 10, desses quatro portos, três se localizam no Oeste do Pará e foram inaugurados na década de 1970, desencadeadas pelas políticas governamentais de desenvolvimentistas e nacionalistas/progressistas para a região, que ofereciam subsídios e incentivos fiscais, objetivando uma ocupação estratégica, e, no caso oeste no Pará, voltada para exploração madeireira (CASTRO, 2008a; 2009b).

Esses Portos (Óbidos, Itaituba e Altamira), juntos, movimentaram 91.029t em 2009, com destaque para Itaituba (Quadro 10) e, em segundo, Altamira. Fazendo uma série histórica, apresentam-se dados bem tímidos quanto ao total movimentado pela CDP (Figura 16).

Figura 16 - Movimentação de cargas nos Portos de Óbidos, Altamira e Itaituba 1997-2008

Fonte: Elaborado a partir de CDP (2012b).

A Figura 16 ratifica os dados do Quadro 10, pois revela Itaituba com maior volume

0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 160000 180000 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 M ov im ent açã o de ca ga s (em t ) Anos Porto de Itaituba Porto de Altamira Porto de Óbidos

de mercadorias movimentadas. Mas, também expressa os percentuais de movimentação bem pequenos, pois, integrando esses três portos e comparando com a movimentação total dos portos da CDP, têm-se os respectivos dados percentuais: 1997, em 429.705t (4,59%); 1998, em 48.364t (0,52%); 1999, em 26.502t (0,29 %); 2000, em 3.914t (0,039 %); 2001,93 em 69.995t (0,70%); 2002, em 82.432t (0,83%); 2003, em 72.275t (0,56%); 2004, em 170.602t (1,17%); 2005, em 145.924t (0,94%); 2006, em 113.476t (0,54%); 2007, em 153.434t (0,52%); 2008, em 154.515t (0,69%).

Com relação ao Porto (Terminal) de Outeiro94, inserido no Quadro 10, nos exercícios de 2003 a 2006, aparecem às seguintes movimentações: em 2003, foram movimentados cerca de 22.000m³ de madeira, proporcionando uma folga ao porto de Belém, equivalentes a 1.800 carretas e caminhões (CDP, 2004); em 2004, foram movimentadas 56.216t, com o início das operações oficiais do terminal em julho de 2004 (CDP, 2005); em 2006, foram movimentadas 16.411t, inferior às 96.345t movimentadas em 2005 (CDP, 2007).

No terminal de Outeiro, portanto, desde o exercício de 2003, foram realizados investimentos da ordem de: R$1.600 mil (2003); R$3.798 mil (2004), R$5.340.569,33 (2005), R$9.182.416,05 (2007) e R$9.182.416,05 (2008) (CDP, 2004; 2005; 2008a; 2009a); e:

Até o final do exercício de 2009 foram realizados com recursos próprios, investimentos da ordem de R$ 11.494.946, objetivando o alfandegamento e a implementação de medidas de segurança para obtenção do certificado pela CESPORTOS [Comissão Estadual de Segurança nos Portos e Vias Navegáveis], em conformidade com as exigências do ISPS CODE [International Ship and Port Security Code]. Essas medidas visam preparar o Terminal para licitação de um terminal de granéis sólido, especializado em pellets, estando em fase conclusiva a elaboração do EVTEA - Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental, para análise e aprovação da ANTAQ [Agência Nacional de Transportes Aquaviários] e TCU [Tribunal de Contas da União], conforme marco regulatório. A efetivação da contratação do referido Terminal representará uma movimentação máxima de 1 milhão de toneladas (CDP, 2010, p.40-1).

Além desses Portos, a CDP ainda possui o Porto de Marabá e Porto de São Francisco. No entanto, nesses portos não estão sendo movimentadas cargas. No caso do Porto de

93 No ano de 2001, os dados relativos à movimentação de mercadorias no Porto de Óbidos não estavam

disponibilizados em CDP (2012a). Por isso, consta apenas o somatório dos portos de Altamira e Itaituba.

94 O terminal do Outeiro era chamado de Sotave Norte Indústria e Comércio (indústria de fertilizantes) e depois

Sotave Amazônia Química e Mineral S.A., cuja construção se de em 1976, através de incentivos dado pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, na proporção de 1:3, em relação aos recursos próprios a serem investidos. Os recursos previstos aos investimentos eram ao câmbio de então, na ordem de 51,5 milhões de dólares. Em 1988, com a não viabilização do empreendimento, um decreto presidencial declarou de utilidade pública as benfeitorias e áreas de terra com 312.000 m² e a desapropriação, para que a Portobras implantasse um porto público no local. Ainda em 1988, a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia cancelou os benefícios fiscais e financeiros da Sotave (ARRUDA, 2003, p.121).

Marabá, atualmente está em contrato de cessão de direito real de uso não oneroso, com o Ministério da Defesa, por intermédio do Comando Militar da Amazônia (8ª RM). Já o Porto de São Francisco, foi concebido para apoiar as construções do Porto de Vila do Conde e da Albras/Alunorte, cuja inauguração foi em 22 Janeiro de 1981.

Até o momento, fizemos uma incursão histórica sobre a formação da CDP (formação econômica), uma descrição de sua competência, os seus portos e a movimentação de mercadorias. Conectado a isso, no próximo capítulo será feita uma análise do novo papel da CDP, suas decisões estratégicas (logísticas) para acumulação e expansão do capital, com base, sobretudo, nos recursos minerais da Amazônia, bem como sua interação global-local.

5 A CDP COMO “PLATAFORMA LOGÍSTICA” DO CAPITAL NA AMAZÔNIA: