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Outros aditivos

No documento Tecnologia Do PVC (páginas 161-165)

Pigmentos mais comumente utilizados em compostos de PVC

27. Outros aditivos

27.1.

Fosqueantes

Alto brilho é uma característica normalmente conseguida em produ- tos moldados com compostos de PVC rígidos e flexíveis. Em algu- mas aplicações, tais como em compostos para mangueiras espe- ciais, solados de calçados e alguns laminados, a aparência fosca ou sedosa da superfície dos mesmos é extremamente desejável. A redução no brilho superficial pode ser conseguida de duas maneiras:

(a) Por meio de alteração nas condições de processamento, parti- cularmente redução da temperatura de extrusão ou mesmo resfriamento brusco do produto logo na saída da matriz de extrusão. Nessas condições, induz-se a formação de microde- feitos na superfície do produto, os quais alteram a rugosidade superficial e provocam a redução do brilho pelo espalhamento da luz incidente em todas as direções. Porém, em alguns casos, é difícil obter regularidade da intensidade do efeito, em função da própria oscilação das condições de processo. Além do mais, ocorre aumento da incidência de defeitos indesejá- veis, tais como fratura da superfície do produto extrudado, ou ainda queda da resistência ao impacto em produtos rígidos.

(b) Por meio da incorporação de aditivos específicos, conhecidos como fosqueantes, agentes de redução de brilho superficial ou ainda “agentes de matagem”. Agentes fosqueantes típicos são copolímeros acrílicos de alto peso molecular, algumas sílicas precipitadas, além de resinas de PVC de altíssimo peso molecu- lar médio (valor K > 100), obtidas mediante a polimerização de cloreto de vinila na presença de agentes formadores de ligações cruzadas. O efeito dessas três classes de aditivos é basicamen- te o mesmo, ou seja, indução de microdefeitos superficiais, os quais provocam reflexão da luz incidente em todas as direções. Copolímeros de etileno e acetato de vinila (baixos teores de acetato de vinila) podem também ser utilizados como agentes de redução de brilho superficial. Também induzem a formação de microdefeitos superficiais no produto acabado, em função da baixa miscibilidade com a resina de PVC.

As resinas de PVC de altíssimo valor K são particularmente interes- santes porque, quando incorporadas em teores entre 10 e 30 pcr em substituição à resina de PVC convencional, permitem obter uma superfície de excelente acabamento e redução de brilho resis- tente ao contato com superfícies metálicas aquecidas. Desse modo, pode-se conseguir produtos de acabamento fosco ou sedo- so mesmo em processos de moldagem como injeção ou calandra- gem, principalmente em compostos flexíveis. Podem também ser utilizadas em compostos rígidos. Apesar do altíssimo valor K, essas resinas apresentam um limitado grau de plastificação, possibilitan- do excelente mistura com a resina de PVC convencional, o que resulta em boas propriedades mecânicas do produto acabado em função do alto grau de homogeneidade estrutural.

Copolímeros acrílicos de alto peso molecular são também bas- tante eficientes, sendo particularmente utilizados em compos- tos rígidos. Já as sílicas precipitadas agem em função do diâ- metro de partícula extremamente fino. Devido à natureza inorgâ- nica, podem influenciar negativamente a resistência mecânica do produto final, principalmente no caso de compostos rígidos. Algumas definições de interesse, segundo o Dicionário Aurélio da Lín- gua Portuguesa, referentes ao aspecto de produtos transformados: - transparente: que se deixa atravessar pela luz, permitindo a

visão dos objetos;

- translúcido: que se deixa atravessar pela luz, sem permitir que se vejam os objetos;

- opaco: que não deixa atravessar a luz, que não é transparente, turvo; - brilhante: que brilha, reluzente;

- fosco: sem brilho.

Tecnologia do PVC

27.2.

Agentes para aumento da temperatura

de distorção ao calor (HDT)

Esses aditivos são polímeros cuja temperatura de transição vítrea (Tg) é superior à exibida pelo polímero PVC, que é de aproximada- mente 87oC. Esses polímeros exibem miscibilidade completa com

o PVC, possibilitando o aumento da temperatura de amolecimen- to Vicat (ASTM D-1525) e da temperatura de distorção ao calor (HDT, ASTM D-648) em alguns graus, permitindo sua utilização em aplicações críticas, como por exemplo frascos para envase a quente e perfis técnicos especiais.

Polímeros utilizados com essa finalidade são os copolímeros α- metilestireno-estireno-acrilonitrila, α-metilestireno-estireno-acrilo- nitrila-butadieno e alguns copolímeros acrílicos especiais, tais como aqueles cujo comonômero é a glutarimida, sendo esses os mais eficientes, de acordo com a literatura.

Vale lembrar também que o aumento da temperatura de amoleci- mento Vicat e do HDT pode ser conseguido por meio da incorpo- ração de cargas funcionais e reforços ao composto. Entretanto, essa alternativa não permite a obtenção de compostos transpa- rentes, além de poder provocar efeitos adversos, como piora da processabilidade, redução da resistência ao impacto e aumento do peso específico do composto.

27.3.

Desmoldantes

Peças plásticas moldadas por injeção, incluindo as moldadas com compostos rígidos e flexíveis de PVC, possuem tendência a aderir às paredes internas do molde, dificultando sua extração. Para minimizar essa tendência, alguns transformadores aplicam des- moldantes nas paredes internas do molde, normalmente via spray, os quais reduzem essa tendência de adesão e facilitam a extração da peça moldada.

Esse tipo de operação requer a interferência do operador do equipamento de processamento, além de tornar praticamente obrigatória a limpeza da superfície da peça caso a mesma deva passar por processos posteriores de pintura, impressão ou mesmo adesão.

Outra alternativa é a incorporação de agentes desmoldantes como um dos ingredientes da formulação do composto, conheci- dos nesse caso como agentes desmoldantes internos. Quimica- mente, esses aditivos são misturas de lubrificantes internos e externos, normalmente com formulação de caráter proprietário, incluindo, por exemplo, estearato de cálcio, monoestearato de glicerila, ceras de polietileno, óleos de silicone, amidas graxas e ésteres complexos diversos. Tanto que, na prática, esses aditivos possuem também, muitas vezes, efeito lubrificante, antiestático, deslizante, antibloqueio e até mesmo redutor de viscosidade, no caso de pastas. Por esse motivo, um balanceamento dos compo- nentes da formulação do composto deve ser realizado quando da incorporação desses aditivos à mesma.

No documento Tecnologia Do PVC (páginas 161-165)