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EMEF OZIEL ALVES PEREIRA: O PERCURSO DE CRIAÇÃO, CONSTRUÇÃO E OCUPAÇÃO DA ESCOLA.

“Fisicamente habitamos um espaço, mas sentimentalmente somos habitados

por uma memória”.

(José Saramago)

A escola foi uma das muitas reivindicações dos moradores, mas foi também uma peça estratégica para a manutenção e o efetivo estabelecimento do bairro, como nos mostra Menegaço et al. (2005):

(...) a escola teve importância fundamental no assentamento e se tornou protegida pelos moradores. (MENEGAÇO et al., 2005, p.14 e 15).

Os moradores da referida ocupação e seus líderes usaram de todos os meios de resistência e luta o quanto podiam, fizeram uso das instituições para além dos seus fins primordiais, como templos e escola para atrair a opinião pública a seu favor. Levaram em conta também o panorama político em questão, segundo nos esclarece Ghilardi (2012):

(...) as práticas governamentais de gestão do problema habitacional, num momento de crise aguda acabam promovendo a ocupação de terras urbanas, sejam públicas ou privadas, seja de forma explicita ou não, mas essencialmente à margem da legalidade urbanística, enquanto solução emergencial para a gestão da pobreza em Campinas. (GHILARDI, 2012, p.37)

A construção da escola naquele bairro seria, e certamente foi, um dos elementos fundamentais para a organização do bairro, tendo em vista que seus custos seriam arcados pelo erário público e sua provável demolição estaria fora de cogitação. Por esse motivo intensificavam-se as ações reivindicando um edifício escolar na região.

A materialidade da escola e porque não dizer a arquitetura, sua peculiar condição física é fonte para a pesquisa da História da Educação, do ponto de vista em que esta arquitetura nos permite observar a intencionalidade, seu propósito de criação, a quem ela serviria, o que e quem ela representaria diante da tessitura urbana, (Frago; Escolano,1998) constituem um aporte para a construção da memória coletiva.

A escola que trataremos na dissertação passou por momentos de condições físicas e administrativos distintas, logo se considera importante observar todo o percurso pelo qual a escola passou até chegar ao seu prédio atual, mesmo porque assim como aponta Argan (1998), “(...) na cidade, todos os edifícios, sem

exclusão de nenhum, são representativos e, com frequência representam as más formações, as contradições, as vergonhas da comunidade”. Assim, a escola do bairro

parque Oziel, ou melhor, sua materialidade, servirá de suporte para olharmos as condições históricas na qual ela surgiu e se configurou.

Ainda na perspectiva de usar como fonte a construção da escola, a edificação é um documento histórico não escrito, e pertencente à cultura, Thompson (1995), corrobora no sentido de que “(...) cultura é o padrão de significados

incorporados nas formas simbólicas, que inclui ações, manifestações verbais e objetos significativos de vários tipos (...)” (p. 176), assim o prédio seria uma forma

simbólica que deve ser estudada em relação aos processos históricos e sociais, a intencionalidade de seu uso, quais as convenções e padrões segue, as ideias que representa, isso quer dizer, o que esta forma simbólica representa para essa comunidade, o que eles querem, o que projetam nela e onde pretendem chegar fazendo uso dela.

A EMEF Oziel Alves Pereira ocupa atualmente, uma quadra do bairro homônimo e sua entrada situa-se na Rua Fauze Selhe, s/n, que é paralela à Rodovia Santos Dumont. Atende em média 1200 alunos. Funciona nos períodos matutino, vespertino e noturno. Contou com quatro períodos até o ano de 2011. O atual prédio tem dois pavimentos; no térreo funciona a cozinha, o refeitório, a administração, depósito, sala de professores, sala de informática, sala de Educação Especial, sala de Educação Física, secretaria, banheiros, duas salas de aula, sendo que uma delas foi feita no ano de 2014, uma quadra descoberta e um pátio. No piso superior ficam quinze salas de aula e a biblioteca. O acesso ao segundo pavimento acontece por escadas. Há um lugar reservado para a colocação de um elevador que é tampado provisoriamente desde a inauguração da escola. O prédio foi construído com recursos do governo estadual, há classes com aulas noturnas que são administradas e custeadas pelo Estado de São Paulo. O restante pertence à administração pública de Campinas. Há funcionários de segurança, limpeza e cozinha, que são contratados por empresas do setor terceirizado.

A seguir algumas imagens do edifício da escola atual:

Figura 16: Fachada principal da EMEF Oziel Alves Pereira. Fonte: Oliveira, 2011.

Figura 18: Vista do corredor lateral. Fonte: elaborada pela autora. Novembro/2013.

Figura 20: Vista parcial da quadra poliesportiva da EMEF Oziel Alves Pereira. Fonte: elaborada pela autora, 2011.

A descrição e as imagens acima se referem à escola que vemos e frequentamos atualmente e, comparativamente a outros edifícios escolares da própria cidade, este se mostra organizado, conservado, estruturado e amplo. Todavia, nem sempre foi assim, pois a EMEF Oziel Alves Pereira teve origem em contêineres em outro terreno, com funcionamento precário por alguns anos.

Penso que é pertinente estabelecer uma relação com “as arquiteturas” que a unidade teve durante sua trajetória histórica, pois ela foi ganhando visibilidade e “estrutura” conforme a ocupação do bairro também os ganhava. O espaço físico para ser humanizado requer estabelecimento de relação, de proteção aos de que dele fazem uso, requer o sentimento de pertencimento a ele. Tanto as casas quanto a escola eram locais que estavam sendo construídos pela comunidade, e funcionavam como lugar de pertencimento no mundo. Para nos ajudar a compreender essa discussão sobre a importância do espaço escolar compreendido como pertencimento, recorremos a Antonio Viñao-Frago (1995), que nos esclarece:

El espacio físico es, para el ser humano, espacio apropriado – território- y espacio dispuesto y habitado- lugar. Em este sentido, el espacio es una construcción social y el espacio escolar una de las modalidades de su conversión en territorio y lugar. De ahí que el espacio no sea jamás neutro sino signo, símbolo y huella de la condición y relaciones de quienes ló habitan. El espacio dice y comunica; por tanto, educa (VIÑAO FRAGO,1995, p.69).

Os espaços físicos apropriados, dispostos, habitados e carregados de sentidos, são lugares que educam; logo o que podemos dizer de salas de aula que funcionavam em contêineres? Ou de uma escola pré-moldada, ou da incerteza de espaço físico apropriado? Compartilho a ideia de Viñao Frago (1995), quanto à escola como lugar de pertencimento e que suas materialidades educam nossas sensibilidades e contribuem como fontes históricas, as quais marcam um contexto social, político e histórico, demostram intencionalidades, os diferentes usos e apropriações pelas quais pode passar um prédio escolar, assim merecem um ponto de destaque nesse trabalho.

Silva (2009) pesquisou a ocupação, primeiro do ponto de vista territorial, realizou entrevistas com moradores na qual queria refletir sobre a ocupação do

ciberespaço, como ele mesmo define. O autor faz levantamento sobre espaços que a

comunidade construiu para ter aulas de informática e futebol, fazendo algumas referências à escola e descreve assim a importância dela para essa comunidade:

(...) eles também achavam importante além de se apropriar do território, apropriar-se do conhecimento, como dizia o Paraíba, que apesar de ter sido quase um anti-herói, tido muitas vezes como severo, duro truculento até, mas necessário à época, dava fundamental importância para a implantação da escola dentro da ocupação, não apenas por questões táticas e estéticas- pois dizia que não é interessante para nenhum governo aparecer na mídia destruindo escolas e igrejas, mas pelas ideias de que um povo que quer manter seu teto tem que saber ler e escrever tem que se apropriar do conhecimento (SILVA, 2009, p.93.).

Fica claro que a escola ocupa uma posição estratégica nessa ocupação, a luta que empreenderam pela viabilização e construção do prédio fizeram com que ela fosse mais que só escola, assumindo também o papel de um marco político que legitimasse a existência do bairro. A escola era o lugar de pertencimento, de busca de realização de um sonho para a maioria dos moradores, a possibilidade de um futuro diferente para a nova geração com maior nível de escolarização. Assim, mais um elo que contribuiria para amarrar o direito de estar naquele lugar, pois se o poder público vai instituindo equipamentos públicos ao invés de ordens de despejo, isso significa que um direito está sendo consolidado.

Repassar essa espacialidade e poder dar visibilidade a ela, bem como às discussões sobre a estruturação e a implantação da escola no bairro certamente requer, além de uma leitura das imagens, uma leitura inicial dos documentos do arquivo escolar e documentos oficiais, emitidos por Secretaria de Educação e

decretos legislativos. Neste capitulo, empreenderei, além de uma leitura contextual da luta pela edificação escolar como construção de uma realidade material para educação das crianças do bairro, uma revisão do passo a passo que foi a consolidação da escola, os conflitos que nele foram engendrados sobre sua finalidade pedagógica e, ademais, algumas manifestações conflitivas sobre seu processo de implantação.

Começo essa incursão por uma alusão encontrada em Menegaço (2005), cujo quadro descreve de modo sucinto uma possível cronologia da escola do Parque Oziel. Segue quadro mencionado:

“1997- construção de uma “escola de madeira” feita pelos próprios moradores, que se encarregaram até pelas “aulas” sem contribuição do poder público”. Manifestação para reivindicar uma escola para o bairro

.

1998- Segunda escola, chamada de “contêineres”. Esta escola foi adaptada e organizada pela prefeitura

2001- cerca de 3000 pessoas fecham a Rodovia Santos Dumont para reivindicar nova escola.

2003- início da construção da pré-moldada, em substituição à segunda escola.

2004- passeata até São Paulo com 10 mil moradores, para reivindicar uma escola para o bairro.

05 de março (sem o ano) entrega do prédio definitivo pelo governo estadual, com parceria da prefeitura de Campinas.

Menegaço et al. (2005), trazem a informação que em 1997 foi construída pelos moradores uma escola de forma precária e rudimentar, que eles chamaram de “Escola Madeirinha”. E os moradores foram os primeiros professores que trabalharam como voluntários. Porém não foi encontrado nenhum outro registro sobre a provável escola de madeira, a ideia mais plausível a ser considerada é que as crianças e

adolescentes da então recente ocupação frequentavam escolas de ensino fundamental em bairros vizinhos, que na época eram em sua maioria estaduais.

Em 1998, por força das reivindicações populares e de diversas negociações, foi organizado um terreno com contêineres onde funcionaria a primeira escola do bairro Parque Oziel, estava ligada à EMEF General Humberto de Souza Melo, que estava localizada no bairro das Bandeiras, vizinho a ocupação, como segue imagem:

Figura 21: Mapa parcial da região do Parque Oziel e Jardim das Bandeiras. Fonte:

http://www.Google.com.br/mapas/place/escola, 2015.

Não foi possível responder qual critério usado pela Secretaria de Educação de Campinas para a escolha da referida escola servir de apoio e coadministrar, a escola do Parque Oziel. O mapa acima mostra atualmente qual a distância entre as duas escolas, sendo possível realizar o percurso de diferentes maneiras num tempo relativamente curto.

As evidências que comprovam o vínculo entre essas escolas foram encontradas em prestações de contas e livros ponto da época, já que a escola

“Contêineres Parque Oziel”, não tinha CNPJ, mas sim usava o número da EMEF General Humberto de Souza Melo. A vinculação entre as escolas através de um único CNPJ só foi desfeita depois de maio de 2005, conforme mostra o anexo1.

Ponto interessante de se observar é o antagonismo nos nomes das duas escolas, já que uma leva o nome de um general dos tempos da ditadura militar brasileira (1964-1985), e a outra do jovem trabalhador rural, Oziel Alves Pereira. Nomes que representam lados opostos da mesma moeda, conforme nos diz Martins (1997). Ambas, escolas públicas da mesma cidade, que atendem porções pobres da população, mas que mostram nesse pequeno detalhe, o lugar que sempre foi tomado por figuras que representavam a classe hegemônica, figuras que não eram muitas vezes representativas da comunidade onde estavam as escolas. Oziel é assim um marco, não isolado, mas um marco representativo de um movimento social que luta pela terra, que luta pelo lugar de pertencimento.

A escola dos “Contêineres Parque Oziel” funcionou na quadra 10, s/nº, no próprio bairro Parque Oziel, não sendo possível encontrar um mapa referente a essa localidade. A única comprovação do endereço foi encontrada com a primeira prestação de contas da Associação de Pais e Mestres de fevereiro de 1999. Conforme segue o documento a seguir.

Figura 22: Balancete mensal dos Contêineres Parque Oziel. Fonte: elaborada pela autora, 2016.

Outro indício da vinculação da escola do Parque Oziel com a EMEF Humberto de Souza Melo é uma prestação de conta em que aparecem os dois nomes na mesma nota, em 1998. Nota essa que também corrobora para o começo da escola “Contêineres Parque Oziel” no mesmo ano, visto que não foi encontrada nada com data anterior a esta.

Figura 23: Balancete mensal Humberto Souza Melo. Fotografia tirada pela autora, 2016.

No arquivo escolar da EMEF Oziel Alves Pereira há ainda um Livro Ponto de Docentes, datado de fevereiro de 2000, no qual constava o carimbo da EMEF General Humberto de Souza Melo e que registrava a condição dos professores lecionando na modalidade de substitutos na unidade do Parque Oziel. Do ponto de vista administrativo, temos então que a escola General Humberto de Souza Melo

parecia possuir classes adjuntas, mas ocorre que essa condição não era de interesse da comunidade do bairro. Em outro Livro Ponto de Docentes, datado de 2001 encontrei outro carimbo, ainda com o mesmo nome da referida escola, com o detalhe “Contêineres do Parque Oziel”, que confirma a vinculação das classes àquela outra instituição. Temos, portanto, a situação dos professores como substitutos de uma escola, em classes anexas, mas estas localizavam-se em outro bairro. A leitura deste livro permitiu perceber que professores aparecem citados em planos de ação da EMEF Humberto Souza Melo, por seus planos de ensino, a fim de justificar a compra de material por uma única unidade escolar, conforme demonstra o documento Anexo 2 nesta dissertação. Assim, os Contêineres Parque Oziel não configuravam uma unidade escolar ainda, embora fossem viabilizadores precários para uma prática educativa para crianças do bairro.

Outra fonte documental encontrada apresenta um estudo prévio da Secretaria Municipal de Educação de Campinas, do Departamento de Pesquisa e Planejamento para o ano de 1999, que apontava uma média de 39 alunos por sala, da primeira à antiga quarta série, demonstrando os três períodos em que funcionaria e denominando as turmas. Neste encontra-se a projeção de EMEF Humberto Souza Melo no qual aparece também todas as especificações com o detalhe sobre o número de salas e lê-se “6 cont. no Pq Oziel”, referindo-se, certamente, às 6 estruturas metálicas que funcionariam como salas de aula na ocupação urbana. Assim, confirma- se a configuração daquelas à condição de classes adjuntas (Anexo 3)

A primeira coisa que constatamos é que existia de fato um espaço pedagógico, associado a uma unidade escolar pré-existente tanto fisicamente quanto administrativamente no sistema educativo. Mas a escola ainda não era autônoma e tampouco condizia com uma efetiva legitimidade para os bairros emergentes na área urbana ocupada. Então, existia na prática educativa, mas não existia como aparato público estruturante do bairro, visto que tanto a municipalidade quanto o Estado ainda não haviam feito nenhuma resolução, portaria, decreto ou lei que a criasse como escola regular e, tampouco, haviam chegado a acordos sobre as responsabilidades sobre sua edificação. Existia como uma extensão da EMEF General Humberto de Souza Melo, num terreno dentro da ocupação, com seis contêineres e com o nome de “Contêineres Parque Oziel”.

Algumas fotografias nos ajudam a compreender melhor o espaço físico nos quais os alunos, professores, diretores e cozinheiras atuavam no período em que a escola funcionava em contêineres a partir de 1998.

Figura 24: Alunos ao lado dos contêineres. Fonte: acervo da escola, 1998.

Figura 25: Alunos esperando para fazer uma apresentação teatral nos contêineres do Parque Oziel. Fonte: acervo da escola, 1998.

Figura: 26 Vista parcial dos contêineres, alunos fazendo uma refeição. Fonte: acervo da escola, 1998.

Figura 27: Vista parcial dos contêineres. Alunos. Fonte: acervo da escola,1999.

Figura 28: Sala de aula dos contêineres. Fonte: acervo da escola, 1999.

É evidente que as condições de trabalho e atendimento eram muito precárias nesses contêineres e a comunidade mais uma vez pressionou o governo estadual para que se construísse um prédio para a escola, pois conforme relata o texto do Projeto Político Pedagógico da EMEF Oziel Alves Pereira de 2005:

Em 2001, com a posse do ex-prefeito Antonio da Costa Santos, foi feita uma doação de um terreno que estava destinado a abrigar uma praça dentro da ocupação, para que o Estado construísse a escola de ensino fundamental. Em fevereiro de 2002 a secretária de Educação Corinta Geraldi vendo que o Estado não cumprira sua promessa de entregar já para o início do ano letivo uma escola pré-moldada, se recusou a deixar alunos e professores voltarem para os contêineres, considerados ambientes insalubres. Depois de muitas negociações a Educação conseguiu que o prédio de propriedade do ex- governador Orestes Quércia, próximo à ocupação fosse adaptado para funcionar como escola. Os alunos iniciaram o ano letivo com um estudo do meio e no dia 11 de março, foram para o prédio cedido e lá permaneceram durante todo o primeiro semestre (Projeto Político Pedagógico. 2005).

O lugar de funcionamento da escola provisória (o prédio do ex-governador Orestes Quércia) não está explicitado neste relato, mas como podemos perceber nele, a Secretária de Educação, Professora Corinta Geraldi assumia publicamente e politicamente, a preocupação com as garantias para tal unidade escolar.

Juntando-se aos fatos acima citados segundo a Lei Municipal de número 11.298 de 27 de junho de 2002, publicada no diário oficial do município de Campinas no dia 28 de junho de 2002, que “(...) desincorpora da classe de bens públicos de uso

comum do povo, transfere para a de bens dominicais e autoriza a doação de áreas ao governo do Estado de São Paulo para a construção da escola”, explicita que o

Quarteirão n. 9.866 do Cadastro Municipal, de propriedade da municipalidade, estava sendo doado para o Governo do Estado de São Paulo para que este se responsabilizasse pela construção do prédio da escola. A referida lei passa um bem de uso comum para um bem dominical o que significa dizer que depois disso o patrimônio pode ser doado, pois em primeira instância isso não aconteceria, já que bem de uso comum é indisponível. Logo, para ser doado o terreno não poderia ser de uso comum, mas um bem dominical.

Na lei segue a descrição que o donatário ficaria obrigado a utilizar a área para a finalidade prevista na lei, e se no prazo de cinco anos não fosse concretizada a obra, a área seria revertida para o município.

Corroborando esta linha de ações, a Ata de reunião convocada pela Associação de Moradores do Parque Oziel de 05/06/2002 que consta:

Aos cinco dias do mês de junho de dois mil e dois realizou-se junto à comunidade, reunião convocada pela Associação de Moradores do Pq. Oziel e Gleba B. Senhor Xavier iniciou a reunião fazendo alguns esclarecimentos quanto aos motivos da convocação: mudança da escola para o prédio provisório, diz ser inconveniente os alunos continuarem no endereço atual pela distância, pelas rodovias próximas, pela necessidade de transporte de circulares para chegar até a escola. (Ata Associação de Moradores do Parque Oziel. 2002).

E continua com a fala da vice-diretora da escola:

(...). No início do ano letivo deixamos de ter 10 dias de aula devido a mudança de prédio, e hoje, devido a esta reunião deixamos mais um dia de aula. (Ata Associação de Moradores do Parque Oziel. 2002).

E na finalização da reunião:

Finalizada a reunião neste ponto deixando em aberto o fato de descobrir realmente qual foi o acordo da SME com o proprietário deste prédio e com a construção do prédio provisório. Canário finalizou dizendo para “brigarem” pela manutenção desta e do prédio novo, sendo duas escolas nesta região e mais um para o ensino médio. Caberia então fazer o mapa de abrangência para conhecer a divisão dos alunos. Aidê citou o orçamento participativo para aquisição do prédio do Quércia. Xavier pediu para que as mães que