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PALLASMAA, Juhani Habitar Barcelona: Editorial Gustavo Gil, 2017 p.70,

BREVE HISTÓRIA

79. PALLASMAA, Juhani Habitar Barcelona: Editorial Gustavo Gil, 2017 p.70,

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PLANTA DO PISO TÉRREO 1:100

acesso para as habitações espaço comercial intalação sanitária

PLANTA DO PRIMEIRO PISO 1:100

intalação sanitária zona de quarto/sala corredor de distribuição cozinha intalação sanitária sala/zona de refeições corredor de distribuição escada de acesso ao piso superior cozinha

intalação sanitária quarto de casal

quarto individual corredor de distribuição

espaço exterior de varanda

PLANTA DO TERCEIRO PISO 1:100

PLANTA DO SEGUNDO PISO 1:100

62 - Plantas à escala 1:100 proposta final de T0 e T2 com acrescento de piso e espaço

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rentemente com as reflexões desenvolvidas, nomeadamente na procura pela criação de condições de habitação que permitissem a vivência no núcleo histórico sem excluir, ao mesmo tempo, s residentes que atual- mente habitam o edifício. Começaram, por isso, a esquiçar-se diversas possibilidades e coloca-se agora a hipótese de acrescentar um piso ao edifício cor-de-rosa. Iniciou-se, por isso, o desenho de um novo projeto de intervenção que, validando diferentes dimensões de habitações prevê agora a sua conjugação com uma outra de dimensões maiores incluindo dois quartos (o T2). E, mantendo sempre o piso térreo destinado à loja também esta é repensada com uma nova configuração criando-se um espaço que se liberta do mobiliário fixo existente e que apenas prevê a existência de uma instalação sanitária, propondo, como hipótese, a sua organização através de equipamento móvel que se possa vir mais tarde a alterar. Posto isto, a nova proposta de intervenção, que mantém sem- pre como premissa, tanto quanto possível, a continuidade material do espaço construído, exige um reorganizar e um repensar da sua imagem. Assim, e repensados os espaços, de acordo com os desenhos ao lado apresentados, esta nova proposta vem ainda assim levantar outras questões. Uma relacionada com a organização do mobiliário fixo, já que a cozinha ocupa quase na totalidade uma frente de luz resultando numa organização desadequada face à distribuição da iluminação na- tural, e outra respeitante ao modo como se iria tratar o piso acrescenta- do. Tendo-se até aqui a convicção de não acrescentar nenhum piso ao edifício preexistente, esta visão altera-se devido ao modo como este se encontra, atualmente, enquadrado pelos edifícios que lhe são contíguos que lhe sobrepõem as suas empenas. A aliar-se a esse facto, também através da observação do desenho das coberturas se verifica que a for- ma como as águas dos telhados se desenhavam, em que este gaveto era peça essencial, deixou de ser uniforme em todo o conjunto, perdendo o seu sentido.

Posto isto, foram várias as reflexões que foram surgindo até se chegar à proposta final de projeto que se desenvolve no fecho do trabalho, não chegando a cumprir talvez a vontade inicial de realizar uma solução de projeto para execução, mas abrindo portas áàquilo em que culminou a presente pesquisa, uma reflexão sobre as temáticas envolventes ao

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63 - Vista aérea do centro histórico de Viseu onde é percetível a conformação dos tel-

hados do conjunto.

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tema da reabilitação em edifícios ditos comuns e sobre o modo como se pode proceder à sua adequação aos modos de vida contemporâneos80,

tornando-se um processo mais consciente. Assim apresenta-se, de se- guida, o projeto de intervenção, provisoriamente final, realçando-se as inquietações que o orientaram.81

A luz é o mais bonito, o mais rico e o mais luxuoso dos materiais utilizados pelos arquitetos. O único problema é que é gratuito, está ao alcance de todos e por isso não se valoriza suficientemente.82

A luz, a que aqui faz referência o arquiteto Alberto Campo Baeza, é a luz material, a luz que constrói também a arquitetura, e grande parte dos problemas que se foram levantando ao longo do processo de projeto estavam diretamente relacionadas com o uso deste material que, não sendo palpável, define também o espaço. Ao longo de todo o processo, e de todas as propostas projetuais, o modo como a luz natural penetra o interior desta habitação foi um tema bastante inquietante, principal- mente por se tratar de um edifício preexistente onde as aberturas de vãos estavam já definidas e não se pretendia de qualquer modo a sua alteração, já que isso implicaria uma mudança na imagem do edifício. As intenções relativamente aos materiais de construção e à estrutura do edifício foram sendo já explicadas ao longo do trabalho, e a proposta prevê, de encontro ao que foi já referido, a manutenção desses mesmos materiais sempre que possível e a utilização de materiais distintos na nova construção de forma a que, fundindo o antigo com o novo, seja fácil a perceção do que se manteve e daquilo que se introduziu. Assim a linguagem no interior do edifício procura a manutenção das madeiras dos pavimentos e a introdução dessa mesma madeira no piso superior acrescentado, o que, embora pareça ‘falsificar’ a preexistência desse material de pavimentação não é um facto totalmente alheio ao que antes sucedia uma vez que a existência de um sótão que acompanhava a cércea do telhado, ainda que de pé direito muito reduzido, dá notícia da possível utilização desse mesmo material na sua pavimentação. Relativamente aos vãos estes mantêm-se fidedignos ao que antes existia prevendo-se apenas a substituição da caixilharia por uma que apresente

80. LÉGER, Jean-Michel in FERREIRA, Vitor Matias [dir.] - Modos de Habitar e Arquitetura: As respos-

tas Francesas. Cidades: Comunidades e Territórios. Lisboa: Maria Assunção Gato e Ana Rita Cruz, Dez 2001, nº3. “O ajustamento entre as formas de habitar e a arquitetura continua a ser uma questão central.” p.41