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Panorama da alfabetização financeira na Nova Zelândia 58.

4.1 ESTRATÉGIAS DE ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA NO MUNDO

4.1.5 Panorama da alfabetização financeira na Nova Zelândia 58.

O principal motivo pela escolha da Nova Zelândia participar desse trabalho foi pelo fato de ser um dos primeiros países membros da OCDE a adotar uma Estratégia Nacional de Alfabetização Financeira em junho de 2008.

4.1.5.1 Contexto da Nova Zelândia

A recente crise econômica mundial de 2008 deu início a EN na Nova Zelândia, por destacar a importância e a necessidade da alfabetização financeira. Na recente Pesquisa Global de Alfabetização Financeira da Standard and Poor's (2014), a Nova Zelândia ficou em 11º entre aproximadamente 150 países participantes, com acerto de 61% das questões sobre educação financeira. Segundo o site The New Zealand Curiculum On-line (2019), outros fatores que contribuíram para a necessidade de alfabetização financeira, incluem: a complexidade e a proliferação de produtos financeiros, o fácil acesso ao crédito, o crescente percentual de dívida do consumidor, os baixos níveis de alfabetização financeira, o risco à política pública da aposentadoria, entre outros.

4.1.5.2 Estratégia Nacional na Nova Zelândia

A EN na Nova Zelândia é dirigida pelo Comissário de Aposentadoria, designado pelo ministro do Comércio e aprovado pelo Conselho de Ministros (THE NEW ZEALAND CURRICULUM ON-LINE, 2019). Com isso, o projeto a nível nacional teve fortalecimento e envolvimento de organizações dos setores público e privado e de voluntários. Igualmente, é importante ressaltar que conta com o patrocínio de três órgãos da indústria financeira do país:

a Associação de Banqueiros da Nova Zelândia, a Poupança do Trabalho e o Conselho dos Serviços Financeiros.

A alfabetização financeira na EN é promovida seguindo uma abordagem transcurricular, assim como nos demais países já apresentados neste trabalho. Dada a estrutura autônoma do sistema escolar na Nova Zelândia, os diretores da escola têm a responsabilidade de planejar, com seus funcionários e comunidades, o currículo escolar, alinhado com o nacional. Cabe, portanto, às escolas decidir como e até que ponto integrar alfabetização financeira (OCDE, 2016).

Observando as iniciativas financeiras através da Pesquisa Anual da Estratégia Nacional, é possível verificar o trabalho em relação à alfabetização financeira na Nova Zelândia. Em 2018, obteve-se um total de 153 organizações ajudando a cumprir os objetivos da Estratégia Nacional (CFFC, 2018). O impacto que essas organizações resultaram foi de 307 iniciativas sobre alfabetização financeira, com 175.500 pessoas participando.

O projeto Sorted School foi o primeiro programa para as escolas implementado pela Estratégia Nacional. Já está presente em todas as escolas e contém materiais de apoio para os professores e alunos (CFFC, 2019). No entanto, não foi possível obter mais informações, pois é necessário ter conta vinculada ao programa para acesso total às informações.

Na Nova Zelândia, em complemento a alfabetização financeira nas escolas interessadas, o Ministério da Educação financia treinamentos para os professores para disseminar sobre o assunto (THE NEW ZEALAND CURRICULUM ON-LINE, 2019). É disponibilizado no site The New Zealand Curriculum On-line materiais para os professores, abordando os assuntos que devem ser repassados para os alunos bem como estudos de caso, melhores práticas, entre outros. Os recursos para professores são completos e detalhados. Por isso, são disponibilizadas videoaulas, livros, exercícios, extras e etc. Além disso, existem sugestões de cronograma com até dez semanas de conteúdo e materiais de apoio. Também é disponibilizado estratégias de ensino-aprendizagem que tratam a alfabetização financeira como tema transversal, sendo organizados os materiais de suporte para os professores e o de atividades sugeridas para tais aulas nas devidas matérias. Assim como na China, o assunto é tratado de maneira acessível e didática, para que qualquer pessoa possa entender e aplicar o conhecimento.

As estratégias de ensino-aprendizagem para a alfabetização financeira que se encontra na Nova Zelândia são desenvolvidas para tornar o ensino eficiente, escalável e de maneira nivelada. Por isso são disponibilizados infinidades de materiais, com diferentes estratégias de ensino-aprendizagem. Diferente do Reino Unido, a Nova Zelândia investe em empoderar os alunos para aprenderem por si só. Por isso desenvolveram uma área reservada apenas para alunos que é dinâmica, imitando um jogo: existem blocos para iniciantes, dicas de como gastar o dinheiro da melhor forma, o que fazer quando começar a trabalhar, como poupar dinheiro e etc. Além disso, também foram desenvolvidos aplicativos como o “debt empire”, que se assemelha ao banco imobiliário, infográficos, ebooks, vídeos, testes de perfis etc., que são materiais adequados para a geração atual e ajudam a despertar o interesse em aprender (THE NEW ZEALAND CURRICULUM ON-LINE, 2019).

Assim como já dito neste trabalho, a gama de estratégias de ensino-aprendizagem não seria possível se não existe uma parceria forte entre órgãos públicos e privados. Como é possível observar no Quadro 12.

QUADRO 12 - Estratégias de ensino-aprendizagem na Nova Zelândia Estratégias de

Ensino- Aprendizagem

Descrição

Simulação

O nome do projeto é “crescendo seu negócio sustentavelmente”, sendo que é uma simulação de agronegócio e formam-se equipes que precisam administrar financeiramente a horticultura. Dentre as atividades que a equipe deve fazer estão: Manter registros, monetários e de produção, comercializar a planta e controlar isso. Além disso, fazer relatório completo que inclua plano de negócios, fluxo de caixa, diário de eventos de produção e avaliação crítica da atividade de seu grupo (THE NEW ZEALAND CURRICULUM, 2019).

E-learning

Os cursos da Avonside Girls 'High School para o ensino médio são projetados para fornecer aos alunos habilidades práticas de gerenciamento financeiro pessoal. O curso on- line tem duração de um ano e é obrigatório para todos os alunos. Eles são envolvidos em experiências práticas de aprendizado, como jogos e cenários desenvolvidos em contextos relevantes, como comprar um apartamento, conseguir um emprego, entre outros. Durante a atividade eles têm interações com o dia-a-dia da vida de adulto (THE NEW ZEALAND CURRICULUM, 2019).

Jogos

The Real Game, é um jogo em que o objetivo é o planejamento das férias, sendo

necessário fazer orçamentos, negociação, obter renda e poupar para as férias. Somado a isso, são adicionados orçamentos mais complexos e metas de poupança de curto e longo prazo, investimentos, seguros, etc.

O uso de comunidades dentro da sala de aula permitiu que os alunos percebessem o efeito que suas decisões financeiras tinham sobre os outros em suas comunidades. Por exemplo, se um aluno decidisse não dividir um apartamento, isso afetaria os outros colegas de apartamento. Os alunos experimentaram e discutiram como os diferentes valores financeiros na comunidade afetaram as decisões das pessoas. Eles questionaram as más

decisões financeiras das pessoas, por exemplo, entrar em dívidas incobráveis e as implicações que isso teria na comunidade (THE NEW ZEALAND CURRICULUM, 2013).

Fonte: Elaborado com base no THE NEW ZEALAND CURRICULUM (2013).

Nas estratégias de ensino-aprendizagem apresentadas, percebe-se o uso do ensino híbrido assim como já observado em outros países. Nesse caso, o uso do ensino híbrido colabora com a alfabetização financeira sendo utilizado dentro de estratégias de ensino- aprendizagem de simulação e jogos, que são estratégias mais complexas e interativas. Esses tipos de estratégia surtem ótimos efeitos, pois criam um contexto de imersão para os alunos, em que estimula e facilita a resolução de problemas expostos no momento.

Além disso, o exemplo de simulação apresentado incentiva a estratégia de ensino- aprendizagem de sala de aula invertida, visto que os alunos precisam interagir e discutir sobre o agronegócio fora da sala de aula, com o intuito de chegar à aula e utilizar aquele momento para priorizar atividades em conjunto, tirar dúvidas com o professor, convergindo ideias e informações. Esse tipo de estratégia força o aluno a criar atitudes e comportamentos financeiros.

A seguir, no Quadro 13 é possível perceber projetos que são complexos e muito bem executados pelo fato do esforço do governo e da parceria público-privada em alfabetizar financeiramente os alunos no país.

QUADRO 13 - Projetos implementados na Nova Zelândia

Projetos Descrição

Kiwis para Kiwi

Os alunos da Browns Bay School participaram de um projeto de destino de férias, onde planejavam férias em família de US $ 10.000. Foi necessário fazer orçamentos, fluxo de caixa, eventos para angariar o dinheiro, venda de produtos e etc. e com isso, os alunos puderam perceber na prática a gestão financeira (KIWIS FOR KIWI, 2019).

Banqer

Através de um jogo on-line, os alunos gerenciam seu orçamento, exploram planos de carreira, fazem gestão de investimentos. Enfrentam regularmente decisões que têm impactos financeiros, aprendendo as consequências de suas escolhas em primeira mão, no ambiente seguro do Banqer

High (BANQER, 2019).

$avi

O SavY visa promover bons hábitos financeiros em todos os jovens. Acreditamos que bons hábitos financeiros devem ser promovidos juntamente com outras habilidades de vida semelhantes atualmente ensinadas nas escolas (THE UNIVERSITY OF AUCKLAND, 2019).

Skint to Mint

É um jogo interativo para trabalhar com alguns dos conteúdos mais complexos, como tomar decisões de investimento informadas, com base na compreensão de riscos e recompensas. Pode ser jogado em grupo ou não e tem a duração de 90 minutos (NECTARINE, 2019).

Fonte: Elaborado com base em KIWIS FOR KIWI (2019); BANQER (2019); THE UNIVERSITY OF AUCKLAND (2019); NECTARINE (2019).

Pode-se perceber que nas estratégias acima, os assuntos abordados são mais complexos, como, por exemplo, investimentos. Isso porque desde cedo é mencionado sobre a aposentadoria e como os investimentos são necessários para o futuro, visto que terão mais idosos do que pessoas funcionais (CFFC, 2019).

O Sorted in Schools, o primeiro programa de capacidade financeira, financiado pelo governo e alinhado com o Currículo Nacional, está presente nas escolas de todo o país. Até o presente momento, foram lançados recursos para os anos 9 e 10, com 35% das escolas de ensino médio já os utilizando. O programa está ganhando força em todo o país e já atingiu 181.000 estudantes. Tudo planejado, até 2021 todos os alunos do ensino médio deverão ter acesso aos Classificados nas Escolas (SORTED, 2019).

Por isso, depois de entender quais são as principais estratégias de ensino- aprendizagem ao redor do mundo, parte-se para o panorama da alfabetização financeira no Brasil.

4.2 ESTRATÉGIAS DE ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL

O Brasil tem a necessidade de melhorar as estratégias de ensino-aprendizagem para a alfabetização financeira. O intuito dessa seção é compreender o panorama da alfabetização financeira no ensino médio no Brasil, considerando que em breve entrará em vigor na BNCC, para propor uma alternativa para contribuir para o crescimento desse projeto no Brasil, tendo em vista que os órgãos públicos responsáveis os e os professores podem fazer proveito deste trabalho desde já.

4.2.1 Contexto do Brasil

A fim de contextualizar o Brasil quando o assunto é alfabetização financeira, vale ressaltar os dados de endividamento entre jovens: 19% dos jovens brasileiros, entre 18 e 24 anos, estão endividados e esse percentual sobe para 46% entre jovens de 25 e 29 anos (CNDL, 2019). É possível destacar esse problema em idades ainda mais precoces.

O Brasil apresentou o pior desempenho em alfabetização financeira entre todos os países e economias da OECD participantes da avaliação do último PISA em 2015. Especificamente, apenas 3% dos estudantes brasileiros com 15 anos apresentaram proficiência no nível máximo em comparação com 12%, em média, dos estudantes dos demais países (OECD, 2018). Percebe-se, portanto, a urgência que a consolidação de uma estratégia nacional com estratégias de ensino-aprendizagem eficazes tem nesse contexto. Assim, com intenção de entender quais são as práticas que já existem, primeiramente é necessário avaliar a estratégia nacional do país.

4.2.2 Estratégia Nacional no Brasil

A Estratégia Nacional foi criada em 2010, com o objetivo de promover gratuitamente a educação financeira e previdenciária e contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores (VIDA E DINHEIRO, 2019). Com isso, a inclusão de alfabetização financeira na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação infantil até o ensino fundamental foi homologada em 2017 e dá início a alfabetização financeira no Brasil (AEF, 2018). A implementação dessa nova BNCC deve ser feita até 2020 nas instituições ou redes de ensino, segundo a MEC (2019?). Portanto, a análise será feita a partir das informações coletas de alfabetização financeira para o ensino fundamental, tendo em vista que diversos materiais são etiquetados como sendo de possível utilização para o ensino fundamental e médio. O importante é entender como está sendo realizada a alfabetização financeira dentro das escolas, para então analisar o panorama e elaborar uma proposta para o ensino médio.

O Programa de Educação Financeira nas Escolas está sendo implementado em escolas públicas de todo o país. Para atender aos objetivos do programa, o Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF), que é um dos órgãos participantes da EN, organizou um material didático composto por três livros e três cadernos de atividades para o aluno, além de três livros para o professor. Foi encontrada ainda orientação que abordava conceitos matemáticos e sugeria que fossem apresentados aos alunos pelo professor de matemática. Ou seja, para além da necessidade de trabalhar conceitos matemáticos, indica-se que esses sejam trabalhados pelo professor de matemática (BCB, 2017?).

O conteúdo, assim como nos demais países, é abordado através de várias disciplinas, sendo assim um assunto transversal (VIDA E DINHEIRO, 2019). Os livros estão dispostos em 72 situações didáticas com textos, histórias, imagens e tabelas ligadas ao tema. Ao final de cada uma o aluno pode experimentar com apoio do professor, a realização de ações ligadas ao tema abordado.

A fim de tornar a alfabetização financeira eficaz, em complemento é disponibilizado no site, um treinamento para os professores de 40 horas de conteúdos sociais, conceitos financeiros e compartilhamento de propostas de planos de aulas e depoimentos de professores e gestores (CONSED, 2019). O material é composto por ferramentas interativas com textos, vídeos e atividades de verificação, mas com uma roupagem diferente, que foge dos tradicionais conceitos numéricos. Todos os módulos são independentes e não lineares, com questões desafiadoras e sem se prender a uma única narrativa. Dessa forma, o professor pode acessar o módulo que quiser a qualquer momento.

Em 2018, ano em que se deu o 2º Mapeamento, as iniciativas saltaram para 50%. Metade das iniciativas mapeadas é da área de educação formal, em escolas. Além disso, as iniciativas on-line representam 6%, que também tiveram um crescimento relativo. Essas iniciativas têm um maior alcance, chegando a atingir 8 milhões de pessoas. Também se constatou que, em sua maioria, não tem público específico. Ao final do ano de 2016, 2.734 escolas e 8.393 professores do País foram envolvidos com a tecnologia educacional coordenada pela AEF-Brasil (2017).

4.2.3 Estratégias de Ensino-Aprendizagem no Brasil

Em 2009, um levantamento preliminar de iniciativas de educação financeira no país identificou 64 iniciativas (VIDA E DINHEIRO, 2018). Em 2013, o 1º Mapeamento Nacional identificou 803 ações em diferentes regiões brasileiras e, em 2018, o resultado mostrou mais de 1.300 iniciativas em todo o Brasil, entre escolas e universidades, públicas e privadas, associações, cooperativas e órgãos da iniciativa privada. A partir disso, é possível identificar estratégias de ensino-aprendizagem que possam se destacar para uma eficácia da alfabetização financeira no ensino médio, como mostra no Quadro 14.

Estratégia de Ensino- Aprendizagem

Descrição

Jogos

Em 2017, a iniciativa em parceria público-privada dentro das salas de aula foi o “Projeto Jogos de Educação Financeira”, que já conseguiu levar o conteúdo a 160 mil alunos. O Piquenique é um jogo de tabuleiro onde se trabalha a importância de poupar para alcançar objetivos pessoais e o jogo Bons Negócios, é um jogo de cartas que exercita as

habilidades de investir. Através da parceria do Instituto Brasil Solidário com o Bank of

America, foi possível desenvolver esse jogo e gerar esse impacto. O projeto funciona

através do treinamento gratuito dos educadores das redes de ensino estaduais e municipais (IBS, 2017).

Série

A TV Escola anuncia a estreia da série $100 Neuras, que possui 13 episódios da série, a personagem relata seus desafios com a gestão das despesas e dá dicas para uma

administração adequada do dinheiro. O programa é resultado de uma parceria entre a Associação Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil) e a TV Escola – Roquette Pinto Comunicação Educativa. O objetivo do programa é interagir com o jovem numa

linguagem mais próxima à sua realidade e sensibilizá-lo para que tenha maior intimidade com temas como planejamento, controle de gastos, renda e poupança.

Palestras

Segundo o 2º Mapeamento de Iniciativas de Alfabetização Financeira no Brasil, a palestra é a estratégia de ensino-aprendizagem mais utilizada dentro das escolas, revelando 77% das atividades mapeadas (AEF-BRASIL, 2018).

Fonte: Elaborado com base em IBS (2017); AEF-BRASIL (2018).

As estratégias de ensino-aprendizagem utilizadas no Brasil ainda necessitam de mais esforço. Como se pode verificar, as estratégias que mais impactam os alunos do ensino médio são primitivas, como por exemplo, as palestras. Mesmo que existem outras estratégias que se aprimoram ao público-alvo, são de baixa popularidade. Ainda assim, existem órgãos públicos apoiadores da alfabetização financeira no Brasil que conseguem um alcance maior como, por exemplo, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que disponibiliza cursos on-line e possui atividades sobre determinados temas (INVESTIDOR, 2019). Ainda assim, o número de acessos é baixíssimo.

É possível observar que ainda existe timidez sobre o assunto no Brasil. Mas que existem projetos que estão rodando e impactando os alunos, como mostra o Quadro 15.

QUADRO 15 - Projetos implementados no Brasil

Projetos Descrição

EEEI Milton da Silva Rodrigues

Nessa escola, as aulas são expositivas e dinâmicas através de atividades lúdicas específicas dos conteúdos. Por exemplo, existe um mural que, conforme a evolução da turma, contém as informações dos conteúdos/situações pertinentes a situação financeira, assimilados pelos alunos. Também traçam planejamentos a partir do cotidiano familiar em busca de melhora de vida. A principal estratégia de ensino-aprendizagem utilizada é a de palestra e atividades práticas em que os materiais são impressos (PARCEIROS DA EDUCAÇÃO, 2014).

Tá O$$O

A expressão Tá Osso foi escolhida para brincar com um olhar popular sobre a dificuldade que as pessoas têm de se organizar com dinheiro. Todos os personagens são cães e o jogo se passa em uma cidade com cinco diferentes espaços. Com o uso de um avatar, os usuários podem montar sua identidade e entrar na narrativa de um universo paralelo com questões e situações do cotidiano (VIDA E DINHEIRO, 2019).

Semana ENEF

Em 2019 aconteceu a 6ª Semana de Educação Financeira no Brasil, e o evento registrou mais de 15 mil iniciativas durante a semana. A maioria das iniciativas (80%) teve um público presencial então ocorreu em diversos espaços pelo Brasil. Além disso, 55% das iniciativas foram identificadas como palestras. O público de maior impacto são os adultos, mas que um número alto de adolescentes e jovens acompanhou a semana. No total um público de 70 milhões de pessoas foi impactado (AEF-BRASIL, 2019).

Fonte: Elaborado com base em PARCEIROS DA EDUCAÇÃO (2014); VIDA E DINHEIRO (2019); AEF- BRASIL (2019).

Não se encontra tão facilmente projetos espalhados pelo Brasil que se destoam das tradicionais estratégias de ensino-aprendizagem. Além disso, os sites que centralizam os assuntos para a alfabetização financeira não contêm muitos detalhes, bem como os projetos que foram citados acima. Uma observação que pode ser feita é a de que ocorrem muitas atividades, iniciativas e projetos fora da internet e por isso o esforço maior não se concentra no on-line. Com isso, é possível relatar um dado relevante: 62% das escolas brasileiras possuem internet na sua sede (GESTÃO ESCOLAR, 2017). Isso impacta diretamente nas estratégias disponíveis a uso e por isso, estratégias tradicionais, como jogos de tabuleiro e palestras, se encontram com maior facilidade.

Os próximos passos da EN no Brasil, segundo o site Vida e Dinheiro (2019), é a criação do evento de premiação das melhores iniciativas e também a criação de mídias sociais com o intuito de se aproximarem da sociedade. A partir da pesquisa bibliográfica e documental on-line feita e analisada ao redor do mundo e no Brasil, é admissível uma proposição de ideias a fim de melhorar as estratégias de ensino-aprendizagem praticadas no Brasil.

4.3 PROPOSIÇÃO DE ESTRATÉGIAS PARA A ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL

O objetivo final deste trabalho é a proposição de estratégias de ensino-aprendizagem que possam ser implementadas no Brasil, a fim de alcançar uma alfabetização financeira eficaz. Tomando como base a revisão de literatura e a pesquisa de campo realizada, constrói-

se uma proposta de estratégias de ensino-aprendizagem para a alfabetização financeira no Brasil.

Esta proposta se orienta pela concepção do currículo voltado para a escola com o objetivo de alfabetizar financeiramente as novas gerações. Tendo em vista o atual nível de alfabetização financeira no Brasil, é notável que o país inteiro enfrenta uma crise econômica e cultural que tem efeitos micro e macroeconômicos.

Tendo essa problemática como guia, faz-se necessário o mantimento de um currículo a nível nacional, mas que precisa de manutenção. É essencial que esse currículo seja