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PARAMENTOS DE MAGIA

No documento Curso de Tarô - Módulo 5 - Magia (páginas 45-50)

UNIVERSOS da MAGIA

OS QUATRO ELEMENTOS DO QUATERNÁRIO SAGRADO NA MOVIMENTAÇÃO MAGÍSTICA

14. PARAMENTOS DE MAGIA

Um mago realmente bem treinado é capaz de praticar a evocação mágica sem o auxílio de paramento algum. Mas, como magos experientes são raros hoje em dia, é válida a utilização desses instrumentos. A principal vantagem de se utilizar o método da magia cerimonial, com todos seus paramentos, consiste em que, pelo uso e manuseio repetido, os instrumentos mágicos passam a ter uma forte energia própria, o que permitirá ao mago, em pouco tempo, fazer uso de seus paramentos sem que se esforce pessoalmente para obter resultados mágicos nítidos. Na realidade, os paramentos mágicos só têm valor quando o mago conhece plenamente seu simbolismo, pois os mesmos são apenas auxílios para a consciência e a memória do mago. Da onde se conclui que todo o poder do mago pode acumular-se nos ditos instrumentos de emanação. Dirigindo sua atenção para determinado instrumento, as faculdades e poderes por esse instrumento simbolizados são trazidos à mente consciente do operador. Portanto, quando o mago utiliza, em seu trabalho cerimonial, determinado instrumento, ele obtém o contato desejado, sem qualquer esforço especial de sua parte. Cada implemento mágico representa forças espirituais, leis e qualidades:

Roupagem: É o conjunto de materiais que identifica, protege e classifica o mago dentro de

suas operações. Algumas delas não se tornam tão necessárias quanto outras:

Túnica: É a roupagem principal do mago em suas cerimônias. Simboliza a sua proteção

contra influências externas. Deve ser longa e confeccionada em seda, fechada de cima a baixo.

Cinto: Simboliza o equilíbrio. Pode, também, ser uma faixa que prende pela altura da

cintura do mago.

Capa: Item dispensável, podendo usá-lo para fins de proteção contra intempéries

quando o mago for a campo. É importante que seja cômoda e que permita ampla liberdade de movimentos.

Coroa ou Tiara: Símbolo da autoridade e dignidade do mago. Muitas vezes pode estar

associado ao grau que o magista possui, indicando um domínio ou poder.

Chapéu: Podem ser de vários formatos e estilos; a maioria (chapéus com ponta) tem a

função de canalizar as energias externas para a cabeça do mago, fazendo com que ele se concentre melhor em suas operações. Outros tipos de chapeis têm a particularidade de proteger a parte sagrada e principal do mago, que é a cabeça.

Bordados: Muitas vezes em uma escola, sociedade ou ordem de magia, é necessário

que o mago ou o iniciado tenha sinais ou símbolos bordados em sua roupa, coroa ou cinto, pois representam a categoria, o nível e o poder que tem para com o mundo da magia.

Calçados: Sandálias de couro são o ideal. Evita-se usar borracha e material sintético

nos pés, bem como, sapatos desconfortáveis e apertados; em alguns casos é melhor ficar com os pés descalços, pois o contato com a terra em uma operação mágica pode ser vital.

Pulseiras, Anéis e Colares: Esta parte de acessórios se faz necessário para proteção do

mago. Jamais deve se utilizar esses paramentos para fins de beleza e estética. Também pode indicar um elemento de sintonia com seu mentor ou guia espiritual.

Armas Elementares: São os instrumentos mais importantes dentro da magia cerimonial.

Estão associados aos quatro elementos do quaternário sagrado que o mago deve dominar. Antes de tudo, as armas devem ser consagradas como instrumentos de magia, cada qual representando um elemento e uma força dominante do mago. Ao passo que estes

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instrumentos forem sendo utilizados, vai se imantando cada vez mais as forças características delas. Existe uma incongruência a respeito do que se atribui para as armas mágicas no que diz as escolas tradicionais de magia, portanto, certos elementos ficam trocados para se ajustar melhor a função de cada uma, a saber:

Varinha de Comando ou Bastão Mágico: O mais importante paramento da magia

cerimonial. Considerando os antigos tratados de magia, a elaboração deste instrumento apresenta uma enorme dificuldade de ordem prática. É necessário procurar um ramo de aveleira silvestre, freixo, sabugueiro, salgueiro ou amendoeira de 40 a 50 cm de comprimento, sem nós, com dois cm de diâmetro, o mais reto possível. Cortá-lo num domingo de manhã, o mais perto do nascer do sol. Deverá ser entoada uma fórmula mágica para a colheita. Enquanto o miolo estiver fresco, passar um fio rígido de cobre de comprimento suficiente para que saia pelas extremidades (caso encontrar dificuldade, aquecer o fio antes de introduzi-lo). Quando estiver cavado o canal interno, introduzir outro fio de cobre de 5 mm de diâmetro, sobrando por ambas extremidades uns 2 cm. Em uma das pontas deverá ser adaptado um prisma poliédrico ou uma pedra lapidada (cristal branco ou transparente de formato piramidal), e na outra extremidade deverá ser adaptado uma pedra de igual formato ou uma resina preta (ou qualquer pedra negra); no centro do anel deverá ser colocado mais dois anéis (um de prata, alpaca ou zinco, e o outro de ouro ou cobre). Poderá o bastão ser descascado, lixado e pintado, sendo que numa das metades, na cor dourada e na outra metade, prateada. Essa pintura deverá ser metalizada prateando a metade do bastão que contém numa das extremidades a pedra clara até o centro (anel dourado), e dourando a metade da pedra negra até o seu centro (anel prateado). Deverá ser impressos nos anéis e ao longo da varinha sinais dos elementos correspondentes aos das vibrações ligadas com as cores inversas. Sob a ótica de algumas escolas tradicionais de magia, é correspondente ao elemento fogo, e segundo outras, este instrumento é ligado ao elemento ar e as suas entidades correspondentes (arcanjo, inteligência e guardião). Existe um ritual de consagração deste instrumento para dar poder ao mago, concentrando sua energia de comando e exercendo certa influência externa.

Taça ou Cálice: Tradicionalmente e comumente ligada ao elemento água e suas

correspondências sagradas. Simboliza o conhecimento do mago como elemento vital para adquirir sabedoria. Pode ser de vidro (cristal) ou de metal (prata). Deverão ser grafados em seu corpo os signos correspondentes segundo a consagração a ser feita.

Punhal, Adaga e Espada: Tradicionalmente ligado ao elemento ar, e segundo algumas

escolas ao elemento terra ou ao fogo. As espadas podem ser de vários formatos e estilos, o qual deverá ser escolhido segundo o gosto do mago. Ela corresponde à execução magista em dois sentidos, o evolutivo (pra cima) ou o involutivo (pra baixo), serve para as ações e execuções de acordo com a vontade do mago. Deverá ser consagrada uma espada que corte dos dois lados ou duas espadas de diferentes ações. Também deverão ser consagrados dois punhais ou adagas para trabalhos menores. Deverão ser grafados nestas armas sinais ligados ao elemento fogo e suas correspondências espirituais. Em alguns casos pode ser grafado na própria lâmina.

Tridente: Idem a espada, porém é mais adequada somente ao trabalho negativo

coligado com entidades afins.

Pentáculo: Tradicionalmente ligado ao elemento terra, porém algumas escolas o

associam ao fogo. Está referente ao elemento terra quando se utiliza o pentáculo com função de receptáculo, um receptador de energias a fim de neutralizar emanações negativas externas e concentrar toda a ação do trabalho magístico de forma coesa e estruturada. É chamado de Pentáculo por possuir em uma das faces o signo do

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pentagrama com inscrições da magia tradicional do tetragrammaton. No caso do pentáculo, é utilizado para a função de inscrever sinais cabalísticos e magísticos que invocam ou evocam forças espirituais dinamizando e sustentando a vontade do mago de realizar um determinado trabalho. O elemento que sintetiza e condensa para o mundo material é a terra. O pentáculo é um receptáculo de forças que condiz com as ações do mago e no que diz respeito a isso, deve se calar, comportar-se de maneira a ser quieto e silencioso. Pois é nele que são impressos todos os segredos da execução do seu trabalho magístico, é onde se movimenta a magia, onde tem início e fim (ponto de apoio – referência). Os sinais que são impressos, tanto no pentáculo, como no pentáculo seguem regras e conformidades com as escolas em que o mago é ligado, representando seu universo de poder macrocósmico.

Lamen: O mesmo que o pentáculo, mas relativo ao microcosmo. Representa

simbolicamente a autoridade psíquica e intelectual, o grau de hierarquia que a força invocada segue como lei, além da atitude e maturidade do mago. Expressa a autoridade absoluta do mago ou da entidade.

Sigilo: Mesmo que o lamen, sendo símbolo de um poder parcial, um “ponto riscado”

simples que determina a natureza do serviço a ser desempenhado pela entidade ou ordenado pelo mago.

Ferramentas de Suporte: São instrumentos consagrados para determinadas funções

durante o trabalho ou atividade magística:

Facão ou Faca de Arte: Não é utilizado para fins de execução magística e sim para

trabalhos de corte e recolhimento de matérias-primas e produção ou construção de diversos produtos ou instrumentos. Deve-se ter uma faca ou facão específico para colher folhas, plantas, arbustos ou ervas; em alguns casos haverá a necessidade de utilizar faca de madeira para cortar alguns vegetais. Todas elas são devidamente consagradas segundo sua utilização.

Caneta de Arte, Pincel ou Pó Mineral: É a ferramenta de escrita, igualmente

consagrada para determinados objetivos que envolvem a consagração de objetos. É utilizada para traçar os sinais ou hieróglifos de consagração, imantação, invocação ou evocação nos pentáculos, talismãs, lamen ou sigilos, ou simplesmente escrever (com caneta tinteiro) em um diário os resultados obtidos. No caso do pó mineral (giz ou pemba), pode-se fazer uma pasta adicionando óleo ou água, fazendo com que se torne uma espécie de tintura.

Pirógrafo: Serve para gravar dizeres ou desenhos nos paramentos mágicos. Diário Mágico: Caderno para que sejam relatadas todas as operações mágicas.

Livro dos Sonhos: Caderno para anotar as experiências oníricas e sonhos translúcidos

de grande importância para a conscientização do mago.

Turíbulo ou Braseiro: É utilizado para defumação do ambiente em que o mago se

encontra. Sua função em alguns casos é criar uma atmosfera adequada em que através dos elementos defumados possa condensar a visualização de entidades espirituais manifestadas. O melhor recipiente que não neutraliza os efeitos principalmente das ervas, é o feito de barro ou cerâmica.

Queimador de Essências ou Richô: Deve-se adaptar um recipiente acima do braseiro

que permita colocar óleos, essências e água para poder extrair o vapor com o odor deles.

Castiçais ou Portas-Vela: Utilizado apenas para fixar as velas de pé.

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iluminação e entendimento.

Agulhas: Para costurar e bordar nas vestes mágicas.

Sino ou Chocalho: Serve para chamar a atenção dos seres de outros planos.

Tambor: Serve para induzir através do som o transe para algumas operações mágicas. Altar: Para apoiar os paramentos mágicos.

Porta-Bíblia: Para apoiar o Diário Mágico.

Armário: Para guardar os implementos mágicos.

Instrumentos Divinatórios: Segue uma série de recursos em que se utiliza na execução da

magia cerimonial:

Bola de Cristal ou Copo da Vidência.

Espelho Mágico: A mais importante ferramenta da magia oracular. Permite a

visualização de outros planos e esferas. Pode substituir ao triângulo mágico. Nas obras de Franz Bardon encontram-se instruções sobre sua preparação e utilização.

Círculo Mágico: Simboliza o infinito. Representa simbolicamente o micro e o

macrocosmo. O mago, em seu centro, representa Deus, comandando o universo.

Triângulo Mágico: Simboliza a tridimensionalidade; possibilita a manifestação física

de entidades espirituais.

Oráculos: São os diversos métodos de acesso divinatório ligados às antigas tradições

que permitem buscar respostas e soluções espirituais. Ex.: Tarô, Ifá, Geomancia, Astrologia, Runas, I Ching, etc.

Elementos e Produtos: Sal (para exorcismos e purificações), Incenso (para ser

queimado durante os rituais), Óleos e Essências, Água, Sangue, Cera e Tinta.

15. O DIABO

Também é conhecido sob o nome de o “Pai da Mentira”, “Satanás”, “Satã”, etc. É uma imagem considerada a personificação do mal, da mentira, da negação, da ilusão. É uma figura mítica que envolve um conjunto de crenças. Exerce um profundo fascínio, mesmo para aqueles que possuem uma forte vontade pentagramática. As Tradições em geral concordam com o fato de que todo o mal se origina a partir de uma existência isolada, ou simplesmente através do “egotismo” (importância exagerada ao ego ou a própria personalidade). Quando esta importância do ego é eliminada, o homem se transforma num ser reintegrado ou liberado. Esta causa do mal tem origem na queda do homem, cujo fator responsável e principal, é a “ignorância” humana. Já dizia Cristo: “...conhece a Verdade, e a Verdade te libertará”.

Existe uma outra figura mítica relacionada com o diabo: o “Baphomet”. Esta imagem foi corrompida pela Igreja Católica; antes disso, foi utilizada largamente pelos cavaleiros templários como símbolo de força (egrégora). Pelo método cabalístico do notariqon, a palavra hebraica Baphomet é lida como “Temohpab” (ao contrário - “Templi Omnium Hominum Pacis Abbas”), que significa o “Sacerdote do Templo da Paz para todos os Homens”. Os cavaleiros templários usaram essa expressão para identificar o turbilhão astral individualizado que, quando direcionado com habilidade, pode efetivamente levar os homens ao caminho da paz interior e do auto-aperfeiçoamento. Os cavaleiros sonhavam com a criação de um reino de paz e união de todas as nações, e que, para alcançarem esse objetivo, direcionaram todos os meios e poderes de sua egrégora representados na figura. Mas, de acordo com a história, a imagem da divindade astral foi destruída pelos agentes da inquisição no tempo do Papa Clemente V.

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A imagem que se tem no arcano XV do tarô é a imagem criada por Henry Kunrath (1560-1605 - médico, alquimista e cabalista alemão que difundiu as obras de Paracelso e os ensinamentos rosacruzes, e que criou a figura do andrógino, representação do bode de Mendes, o Baphomet dos Templários, mencionado por Eliphas Levi), cujo simbolismo é quase idêntico ao Baphomet. A combinação dos símbolos expressos na figura do Baphomet (o Grande Andrógino) resulta na solução de muitos problemas enigmáticos sobre o mistério da realização. A tradição não revela maiores explicações sobre o assunto, pois é de caráter individual e com esforço próprio que o iniciado pode descobrir por si só o efeito desta revelação.

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