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Curso de Tarô - Módulo 5 - Magia

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Academic year: 2021

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NÍVEL AVANÇADO

- MÓDULO V -

PROCESSOS ORACULARES III

- O TARÔ e a MAGIA -

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-1ª Parte: O DESENVOLVIMENTO DA MAGIA

PROCESSO HISTÓRICO

1. DEFINIÇÕES

Antigamente, chamada de “Grande Ciência Sagrada” pelos magos. De qualquer maneira é uma ciência oculta que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando assim um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do homem, até que este tenha o domínio total sobre si mesmo e sobre a natureza.

A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que visam entrar em contato com os aspectos ocultos do universo e da divindade. A etimologia da palavra “magia” provém da língua persa, magus ou magi, significando tanto imagem quanto um homem sábio. Também pode significar algo que exerce fascínio.

2. ORIGEM

Há registros de práticas mágicas em diversas épocas e civilizações. Supõe-se que o caçador primitivo, entre outras motivações, desenhava a presa na parede da caverna antevendo o sucesso da caça; adquiriu o ritual de enterrar os mortos; nomeou as forças da natureza que (provisoriamente) desconhecia, dando origem à primeira tentativa de compreensão da realidade, o que chamamos de mito.

Segundo o Novo Testamento bíblico, por exemplo, são três magos, os primeiros a dar as boas vindas ao messias recém-nascido (a Bíblia nunca disse que eram reis magos, somente diz que eram astrólogos que vinham do Oriente). No Velho Testamento, há a disputa mágica entre Moisés e os magos egípcios. Nos Vedas, no Bhagavad Gita, no Alcorão, nos diversos textos sagrados de diversas culturas antigas existem relatos similares. Praticamente todas as religiões preservaram suas atividades mágicas ritualísticas, que se confundem com a própria prática religiosa - a celebração da comunhão pelos católicos, a incorporação de entidades pelos médiuns espíritas, a prece diária do muçulmano voltado para Meca ou ainda o sigilo (símbolo) do caboclo riscado no chão pelo umbandista. Os antigos acreditavam no poder dos homens, e que através da magia, eles poderiam comandar os deuses. Assim, os deuses são, na verdade, os poderes ocultos e latentes na natureza.

Durante o período da Inquisição, os magos foram perseguidos, julgados e queimados vivos pela Igreja Católica, pois esta acreditava que a magia estava relacionada com o diabo e suas manifestações.

A magia, segundo seus adeptos, é muitas vezes descrita como uma ciência que estuda todos os aspectos latentes do ser humano e das manifestações da natureza. Trata-se assim, de uma forma de encarar a vida sob um aspecto mais elevado e espiritual. Os magos, utilizando-se de atividades místicas e de autoconhecimento, buscam a sabedoria sagrada e a elevação de potencialidades do ser humano. A magia seria também a ciência de simpatia e similaridade mútua, como a ciência da comunicação direta com as potências supernaturais, um conhecimento prático dos mistérios ocultos na natureza, intimamente relacionada com as disciplinas ocultas, como o Hermetismo, a Alquimia, a Gnose e a Astrologia. Para Aleister Crowley é "a arte de provocar mudanças a partir da vontade".

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-No final do século XIX, a magia ressurgiu, principalmente, após a publicação do livro “A Doutrina Secreta”, de Helena Petrovna Blavatsky, e pela atuação da “Ordem Hermética do Amanhecer Dourado” (Hermetic Order of the Golden Dawn), na Inglaterra, que reviveu a magia ritualística e cerimonial.

SISTEMAS DE MAGIA

1. MAGIA CLÁSSICA

É a magia contemporânea encontrada nas raízes dos trabalhos de iniciados como, Eliphas Levi e Papus. A teosofia, ou a moderna teosofia, tem como um de seus fundadores Helena Petrovna Blavatsky, que foi buscar no oriente a fonte de seu importante sistema filosófico. Este sistema não se apresenta exatamente como os sistemas utilizados pelos estudiosos de magia, mas antes, pretende transmitir o conhecimento esotérico universal que estaria contido em toda e qualquer tradição filosófica ou religiosa. Blavatsky considera, por exemplo, que todos os homens são magos no sentido último da palavra, pois todos podem utilizar o divino poder criador, seja através do pensamento, da palavra ou da ação.

2. MAGIA DA AURORA DOURADA (GOLDEN DAWN)

É uma fusão rígida da cabala prática com a magia greco-egípcia. Seu sistema complexo de magia ritual é firmemente baseado na tradição medieval européia. Há uma grande ênfase na magia dos números. Os paramentos rituais são de uma impressionante riqueza simbólica, bem como os rituais são bastante variados de acordo com a finalidade e o grau mágico dos participantes. Suas iniciações são por graus, começando pelo neófito (0=0), indo até os graus secretos (6=5 e 7=4), alcançados, e conhecidos, por poucos; até a bem pouco tempo, fora da ordem, pensava-se ser o 5=6 o grau máximo da Aurora Dourada.

Curioso que na Golden Dawn não se praticava (nem se aceitava) a magia sexual. Deste sistema propagou-se o uso de sigilos e pentáculos, bem como ressurgiu o interesse pela cabala, numerologia, astrologia e geomancia. Além disso, sua interpretação e simplificação do Sistema dos tattwas do livro "As Forças Sutis da Natureza", de autoria de Rama Prasad, permitiu uma grande abertura.

Uma das mais importantes adições ao ocultismo ocidental, dada pela Golden Dawn, foi através de seu método de "criação de imagens telesmáticas".

3. MAGIA AURUM SOLIS

É uma variação do Sistema da Golden Dawn, bastante completo, tendo como principal adição ao sistema mencionado, o uso de práticas de magia sexual (muito embora seus métodos dessa forma de magia não pareçam ser muito potentes). Mas, contém no seu bojo todo o material técnico da Golden Dawn, exceto ter realizado uma simplificação na simbologia dos paramentos.

Este grupo é liderado pelos renomados ocultistas Melita Denning e Osborne Phillips.

4. MAGIA DE SALOMÃO

Basicamente, consiste no uso de sigilos e pentáculos de inteligências planetárias, que serão evocadas ou invocadas sobre talismãs e pentáculos. É um sistema importante que foi aproveitado por quase todas as ordens ocultas hoje em atividade.

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-5. MAGIA THELÊMICA

Refere-se à doutrina ou filosofia religiosa difundida por Aleister Crowley a partir de 1904, nos moldes propostos pelo “Liber AL vel Legis” (Livro da Lei), publicação recebida por uma entidade autodenominada "Aiwass", ministro da cultura de “Hoor-par-Kraat” (o Deus Horus).

De acordo com a filosofia thelêmica, o ser humano está afastado de sua condição divina não pela encarnação, conforme pregava, por exemplo, o gnosticismo, e sim pela simples não-conscientização desta natureza. Essa falta de consciência seria mantida por uma série de fatores, dentre os quais, podem-se citar o conceito de pecado (enquanto restrição artificial dos impulsos naturais), o egocentrismo, e a entrega à vontade alheia ou aos vícios (que no conceito thelêmico refere-se a qualquer atitude que controle a vontade ao invés de ser controlada por ela). Assim, cabia ao ser humano buscar uma profunda autoconsciência, chegando assim, ao conhecimento do que foi chamado de “verdadeira Vontade” (Thelema, do grego: vontade), o objetivo principal da encarnação de um espírito individual. Segundo Crowley, um dos caminhos desta busca pelo autoconhecimento passava pela experimentação dos próprios limites. Mas, essa experimentação, que por muitos podia ser vista como mera libertinagem ou imoralidade deveria sempre ser executada com rigor científico, imparcialidade e permanente refinamento. Assim, qualquer ato na vida passaria a ser uma ferramenta através da qual cada um poderia obter um profundo conhecimento de sua própria psique.

Esse sistema é representada no duplo enunciado da chamada Lei de Thelema: "Fazes o que tu queres há de ser tudo da Lei" ("Do what thou wilt shall be the whole of the Law"); "Amor é a Lei, Amor sob Vontade" ("Love is the Law, Love under Will”). Nesta injunção, chamada de "a mais libertária das leis e a mais restritiva das leis", a pessoa é chamada a descobrir sua verdadeira natureza (o "tu" do primeiro enunciado) e, através desse conhecimento, submeter-se por completo à sua verdadeira Vontade, deixando de lado todo e qualquer vício, capricho ou desejo que possa desviar seu caminho desse fim último.

O sistema thelêmico prescinde dos conceitos de "bem" e do "mal" absolutos, uma vez que lida com a individuação plena do ser humano, o que transforma todo ato em algo relativo. Por outro lado, prega também a necessidade de uma disciplina absoluta para que os caprichos não sejam confundidos com a Vontade, o que levaria ao afastamento da mesma, e de uma completa responsabilidade sobre sua própria vida, pois não há deuses externos a quem pedir auxílio, ou demônios fora de cada um que possam servir de bodes-expiatórios.

O sistema Thelêmico ampliou suas fronteiras, fazendo uma revisão na magia ritual, na magia sexual e nas artes divinatórias. Faz uso da "Corrente 93", (das correntes draconiana, ofidioniana e tifoniana). As principais organizações a seguirem a filosofia de Thelema, a nível mundial, são:

Astrum Argentum: fundada em 1907 por Aleister Crowley e George Cecil Jones em cima da estrutura de umas das mais influentes ordens mágicas dos Séculos XIX e XX, a

Golden Dawn (The Hermetic Order of Golden Dawn).

Ordo Templi Orientis (ou O.T.O.): é uma organização ocultista de inspiração maçônica, fundada em 1895 por Carl Kellner, Franz Hartmann e Theodor Reuss, e posteriormente reformulada por Aleister Crowley, tornando-se a principal representante do movimento thelêmico.

6. MAGIA GNÓSTICA

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-sexual como um dos pilares fundamentais do que chamou “revolução da consciência”. Sua principal característica é o que o próprio autor chama de "ascética revolucionária da Era de Aquário". Ainda de acordo com o autor, metafisicamente, seu processo consiste na "mescla inteligente da ânsia sexual com o entusiasmo espiritual". Contudo, em termos que se atêm somente à fisiologia desta classe de magia sexual, esta consiste, em suma, na conexão dos órgãos genitais masculinos e femininos (chamados pelos termos orientais lingam e yoni) evitando-se o orgasmo, tanto masculino quanto feminino, e a conseqüente perda do sêmem.

7. MAGIA DA O.T.O.

É a abreviação de Ordo Templi Orientis, fundada por Theodore Reuss e Karl Kellner no início do Século XX. Baseou-se, inicialmente na aplicação dos conhecimentos do tantra sobre o sistema da maçonaria.

Quando o ocultista inglês Aleister Crowley, passou a ter o controle da ordem, seus rituais e filosofia básica foram reformulados para serem interpretados e trabalhados sob a chamada Lei de Thelema. A O.T.O. acabou sendo a origem de diversas dissidências que adotaram diferentes visões sobre a magia. Dentre as dissidências que realizam um trabalho considerado sério podemos citar a Ordo Templi Orientis Antiqua (O.T.O.A.) e a Tiphonian

Ordo Templi Orientis (T.O.T.O.).

8. MAGIA PLANETÁRIA

Criado pelo grupo "Aurum Solis". Baseia-se em rituais destinados a evocar ou invocar os "espíritos olímpicos", entidades planetárias (inteligências), arquétipos dos arcanos do tarô, ou deuses e deusas (ou seres mitológicos), entre outros. É um sistema prático, completo, eficiente, de poucos riscos e fácil de colocar em prática.

9. MAGIA SANGREAL

Criado pelo famoso ocultista William G. Gray. É um Sistema que busca fundir a tradição Ocidental em suas principais manifestações: a cabala e a magia. Na verdade, a cabala aqui abordada é a teórica, que, aliás, é utilizada em todas as escolas de ocultismo, exceto aquelas que abraçam o sistema de cabala prática de Franz Bardon, do sistema hermético. Apesar disso, é um sistema bastante completo e racional, que tem fascinado os mais experientes e competentes ocultistas da atualidade. A obra de W. G. Gray é extensa, mas não excessiva, o que contribui para facilitar o estudo deste sistema.

Sua principal característica é a de "criar" (dentro de cada praticante) um "sistema solar em miniatura". A partir daí, cada iniciado trabalha em seu Microcosmos e no Macrocosmos de forma idêntica.

10. MAGIA DOS TATTWAS

É um método de utilização dos símbolos gráficos orientais representantes dos cinco elementos (éter, fogo, água, ar e terra). Usa-se o desenho pertinente como forma de meditação e expansão da mente que, através desse processo, consegue-se penetrar em um determinado portal para outras dimensões. É um eficiente método de auto-iniciação.

11. MAGIA PATHWORKING

Idêntico em tudo ao sistema dos tattwas, exceto que se utiliza desenhos relativos às esferas e caminhos ("Paths") da “Árvore da Vida”, que é um hieróglifo cabalístico. Pode-se,

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-alternativamente, utilizar-se de sigilos de diversas entidades (visando "viajar" para as paragens habitadas por aquelas), ou até mesmo os vévés (sigilos do Voodú), com a mesma finalidade, a auto-iniciação.

12. MAGIA SEXUAL

É o termo ocultista para designar diversas práticas sexuais usadas com propósitos mágicos, místicos ou espirituais. A premissa fundamental da magia sexual é o conceito de que a energia sexual, ou libido, do organismo humano é a força mais poderosa que podemos manipular e que algumas práticas ocultas podem acumular, direcionar ou modificar estar energia de modo a atingir objetivos pré-determinados.

Existem duas escolas principais de magia sexual:

O Caminho da mão esquerda: defende que o orgasmo deve ser adiado até que sua

energia seja tanta que possa, segundo a visão dos praticantes, alterar a realidade ou levá-los a estados alterados de consciência. Os seguidores desta escola baseiam seus conhecimentos no trabalho original de Paschal Beverly Randolph, seguido de Theodor Reuss, e mais tardiamente por Aleister Crowley.

O Caminho da mão direita: defende que o orgasmo é a antítese da sublimação sexual.

Neste contexto o orgasmo não é apenas adiado, mas superado em prol do que seus praticantes consideram energias superiores. O caminho da mão direita não admite práticas como masturbação e homossexualismo. Um exemplo desta escola de magia sexual é o movimento gnóstico proposto por Samael Aun Weor.

A magia sexual existe sob diversos sistemas diferentes e conflitantes, a maioria deles derivados do sistema originalmente desenvolvido por Paschal Beverly Randolph e depois por Theodore Reuss, na Ordo Templi Orientis (O.T.O.). Estão entre os diversos sistemas de magia sexual:

Ansariético: criado pelos ansarichs ou aluítas (em inglês: ansaireth ou ainda nusairis)

na Síria antiga; é o primeiro dos modernos métodos de magia sexual;

Eulis: criado por Pascal Beverly Randolph, um iniciado entre os aluítas; é um método

científico de magia sexual Ocidental, muito poderoso e perigoso. Seu criador era médico, e cometeu suicídio após muitos problemas na vida. Era mulato, político liberal, libertino e residente nos Estados Unidos, no século XIX;

Sistema da O.T.O.: basicamente um método de magia sexual que busca a elevação

espiritual através do sexo. Tem três graus de aptidão mágica sexual – o VIII, o IX e o XI. Pode ser considerado o tantra Ocidental;

Sistema da Fraternitas Saturni: é derivado da O.T.O., mas abertamente luciferiano; Sistema Maatiano: criado por dissidentes da O.T.O., que tem uma visão mais moderna

da magia sexual. Sua visão sobre o grau XI é particularmente distinta;

Sistema da O.T.O.A.: derivado da O.T.O., é muito parecido com este, porém faz uso

não apenas da magia sexual praticada fisicamente, mas também de práticas astrais desse tipo de magia;

Caos: sistema mágico baseado em "automagia sexual";

Movimento Gnóstico Cristão Universal: sistema de magia sexual acentuadamente

ascético, fundado pelo neo-gnóstico Samael Aun Weor.

Sistema Zos-Kia: criado por Austin Osman Spare; consiste no uso mágico da

"auto-magia sexual" ou "auto-amor". É também um sistema muito potente e perigoso. Seu criador, talentoso artista plástico, morreu esquecido e quase na miséria.

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-Sistema Palladium: criado por Robert North, estudioso de Franz Bardon, P. B.

Randolph, Aleister Crowley, além de outros mestres do ocultismo. Tem sua doutrina, os palladianos, no conceito do ser humano pré-adâmico, isto é, no ser humano bissexuado, para o qual o relacionamento sexual era desnecessário para a procriação. Esses seres eram os "Elohim", "Filhos de Deus", que criaram o "pecado" relacionando-se sexualmente uns com os outros (o que era desnecessário), provocando a "queda" da humanidade. Com o "pecado", veio a "punição": Deus dividiu o sexo dos seres humanos, o que provocou a expulsão deles do "Éden", sua "Expulsão do Paraíso". Baseando-se nessa crença, além de buscar decifrar os ensinamentos ocultos de todos os mestres, e interpretar o significado oculto da literatura, os palladianos buscam trazer luz aos conceitos tão mal compreendido da magia sexual.

13. MAGIA LUCIFÉRICA (LUCIFERIANISMO)

Este sistema é desenvolvido por uma fraternidade chamada "Fraternitas Saturni". É um sistema parecido com o da O.T.O., centralizando suas práticas em magia sexual (em especial nas práticas da "mão esquerda"), e em magia ritualística. A diferença principal em relação a O.T.O. é que, enquanto esta busca a fusão individuada com a energia criadora, porém sem uma representação central, a Fraternitas Saturni busca elevar o espírito humano a uma condição de divindade, representada por Lúcifer. O sistema possui 33 graus.

14. MAGIA ENOQUIANA

É um sistema simbolicamente complexo, que consiste na evocação de energias ou entidades de trinta esferas de poder em torno da Terra. É um sistema poderoso e perigoso, mas já existem diversos guias práticos no mercado, que permitem uma condução relativamente segura.

Este Sistema foi descoberto por John Dee e Edward Kelley; posteriormente, foi aperfeiçoado pela Golden Dawn por Aleister Crowley e seus muitos seguidores, entre eles vale destacar Gerald Schueler. Os "nomes bárbaros" a que se referem muitos textos de ocultismo são os "nomes de poder" utilizados neste sistema mágico. Aqui, trabalha-se num universo próprio, distinto daquele conhecido no hermetismo e na astrologia. Busca-se contato com elementais, anjos, demônios e com o próprio anjo da guarda. Dizem alguns entendidos que a famosa "Arca da União" é o "Tablete da União", peça fundamental deste sistema. Esse "Tablete da União" encontra-se a disposição de qualquer Mago que cruze o "Grande Abismo Exterior", após a passagem pelo sub-plano de ZAX, no plano Akashico, Etérico ou do Espírito, local onde estão situados os sub-planos LIL, ARN, ZOM, PAZ, LIT, MAZ, DEO, ZID e ZIP, os últimos entre os 30 aethyrs ou sub-planos. Essa região é logo anterior ao último "anel pelo qual nada passa", tudo isso dentro do conceito do universo pela física enoquiana.

Para encerrar essa abordagem sobre a Magia Enoquiana, um aviso: muito cuidado ao pronunciar qualquer palavra no idioma enoquiano, pois as mesmas têm muita força, podendo provocar manifestações nos planos sutis mesmo que as "chamadas" tenham sido feitas de forma inconsciente ou inconseqüente.

15. MAGIA MUSICAL

Criado por uma renomada ocultista, Juanita Wescott, estudiosa do sistema de Franz Bardon. O sistema de Magia Musical faz uso dos mais elevados ensinamentos do hermetismo e da cabala, do ponto de vista de Franz Bardon.

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-16. MAGIA SATÂNICA (SATANISMO)

É um fenômeno cristão; só existe por causa do cristianismo. Baseia-se no dualismo Deus-Diabo, presente em tantas culturas, e no dualismo Bem-Mal, presente no inconsciente coletivo. Historicamente, o satanismo como culto organizado nunca existiu, até a criação da Igreja de Satã, fundada em 30 de Abril de 1966, por Anton Szandor La Vey, na Califórnia, Estados Unidos. A partir de então, o satanismo passou a contar com rituais específicos, buscando criar versões próprias da magia ritual e da magia sexual, além de ter sua própria versão da missa católica, chamada “missa negra”. Basicamente, tudo como se convencionou chamar de magia negra (submeter os outros a nossa vontade, causar enfermidades, provocar acidentes ou desgraças e até a mesmo a morte dos outros, obter vantagens em questões legais, em assuntos ilegais ou imorais, corromper a mente alheia, etc.), tem lugar entre os satanistas. Na corrente da Igreja de Satã, não se prega o sacrifício animal, substituído pelo orgasmo sexual; o sacrifício humano inexiste, ao menos com a pretensa vítima "ao vivo" (é aceitável realizar um ritual visando a morte de outrem que será uma "vítima sacrificial", embora não seja imolada num altar). Portanto, os satanistas modernos podem vir a realizar sacrifícios humanos, desde que sejam apenas na forma de rituais representados de forma teatral, isto é, o sacrifício é de forma simbólica, apenas.

Os ensinamentos de La Vey baseiam-se nos de Aleister Crowley, Austin Osman Spare, da O.T.O. e da F.S. (Fraternitas Saturni), além de fazer extenso uso das chamadas “Correntes Enoquianas". O satanismo de La Vey é um culto organizado, nada tendo a ver com os satanistas que, volta e meia, são manchete dos noticiários.

Basicamente, a crença do Satanista dividi-se em três pontos: O Diabo é mais poderoso que Deus;

Aqueles que praticam o mal pelo mal estão realizando o trabalho de Satã, sendo, portanto, seus servidores;

Satã recompensa seus servidores com poderes pessoais e facilita-lhes satisfazer e realizar seus desejos.

Satanistas verdadeiros são raros, a grande maioria dos que se dizem tal são simplesmente, pessoas possuídas por forças desconhecidas que invocaram, cujo destino será a cadeia, o manicômio ou a tumba, e por fim o suicídio. Satanismo não é Luciferianismo.

17. MAGIA SAGRADA DE ABRAMELIN (QUADRADOS MÁGICOS)

Tipo de magia ritual cujo alvo principal é a conversação com o próprio anjo da guarda; Faz-se uso de uma série de “quadrados mágicos” que evocam energias diversas. É um sistema poderoso e perigoso, no qual muitos experimentadores se "deram muito mal".

As instruções dadas no famoso livro que ensina este sistema não devem ser levadas a cabo, "ao pé da letra", de forma irrefletida; deve-se, porém, ter total atenção aos ensinamentos, antes de colocar os mesmos em prática. Como em todos os textos antigos, nele também muita coisa está cifrada ou velada.

Deste poderoso Sistema apareceram inúmeras práticas com "quadrados mágicos".

18. BRUXARIA (WITCHCRAFT)

Até virem à luz os trabalhos de Gerald Gardner, Raymond Buckland e Scott Cuningham, não se podia considerar a bruxaria um sistema mágico.

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-As bruxas e os bruxos se reúnem nos "covens", que por sua vez encontram-se nos "sabbats", as oito grandes festividades definidas pelos solstícios, pelos equinócios, e pelos dias eqüidistantes entre esses. Os últimos são considerados mais importantes.

A bruxaria é um misto de métodos de magia clássica (ritual, sexual, etc.), com práticas de magia natural (uso de velas, incensos, ervas, banhos, poções, etc.), cultuando entidades pagãs em geral. Nada tem a ver com o Satanismo.

19. MAGIA DRUIDA (DRUIDISMO)

Há muito em comum entre o druidismo moderno e a wicca (nome dado nos países de língua inglesa à bruxaria). As principais diferenças residem na mitologia utilizada nos seus rituais (a celta), além dos locais de culto (entre árvores de carvalho ou círculos de pedras).

O druidismo pode ser resumido como um culto à mãe natureza em todas as suas manifestações rituais.

20. MAGIA XAMÂNICA (XAMANISMO)

É um culto característico de povos asiáticos e árticos. Embora a palavra xamã tenha origem na tribo siberiana dos Tugus, não existe origem histórica ou geográfica para o xamanismo, prática religiosa, de cura e filosófica encontrada no mundo todo.

O xamanismo trabalha com profundo respeito às forças da natureza, com rituais vividos por qualquer tipo de pessoa, envolvendo cristais, fogo, água, metal, madeira. É um conceito de vida que busca no autoconhecimento a chave para o equilíbrio do ser.

O sacerdote do xamanismo é o xamã, que entra em transe durante rituais xamânicos, manifestando poderes aparentemente sobrenaturais, e invocando espíritos da natureza. A comunicação com estes aspectos sutis da natureza se processa através de estados alterados de consciência. Estados esses alcançados através de batidas de tambor, danças e até ervas alucinógenas. O xamã pode ser homem ou mulher, e sempre há na história pessoal desse indivíduo um desafio, como uma doença física ou mental, que se configura como um chamado, uma vocação. Depois disto há uma longa preparação, um aprendizado sobre plantas medicinais e outros métodos de cura, e sobre técnicas para atingir o estado alterado de consciência e formas de se proteger contra o descontrole. O xamã é tido como um profundo conhecedor da natureza humana, tanto na parte física quanto psíquica.

21. MAGIA SEIDR

Foi, muitas vezes, descrito como uma feitiçaria realizada para “ferver” certos objetos imputados de poderes mágicos, sendo basicamente utilizado como um rito adivinhatório ou para assassinato, ou ainda, como prescreve Boyer, relacionado a três ações básicas: prever o futuro, aprisionar, causar doenças/desgraças ou matar. A tradução do termo varia segundo os pesquisadores, mas geralmente é interpretada como sendo canto. Tratava-se de um ritual mágico de tipo divinatório e profético, com conotações xamanistas, e uma arte mágica criada pela deusa Freyja. Era um tipo de magia extática com transe, êxtase do celebrante e cantos da assembléia, geralmente realizada durante a noite e praticada sobre uma plataforma chamada de assento para encantamento (seidhjallr). A sua realização era conectada com sons mágicos ou encantamentos, e a melodia era considerada bonita para os ouvidos. Também compreendia fórmulas mágicas para chamar tempestades e todos os tipos de injúrias, metamorfoses e predições de eventos futuros. Criada pela deusa Freyja, era praticada especialmente por mulheres chamadas seidkonur (no singular, seidkona).

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-Para Neil Price, seria antes de tudo, uma forma de extensão do espírito e de suas faculdades, enquanto que para Zoe Borovsky, a performance do seidr simbolizaria o modelo vertical de universo (cosmológico) da árvore Yggdrasill. Como para o xamã, a praticante de

seidr devia descer ao mundo dos mortos para relatar os ensinamentos que buscam os vivos

e para efetuar certos malefícios.

A magia nórdica era tanto praticada por homens quanto por mulheres, com uma nítida especialização feminina. As sagas estão repletas de práticas mágicas, mas maiores detalhes sobre o ritual do seidr são desconhecidos.

22. MAGIA DEMONÍACA (GOETIA OU GOÉCIA)

Consiste na evocação das entidades demoníacas, demônios, de habitantes da "Zona Mauva" ou das Qlippoths. É uma variação unilateral da magia evocativa do sistema hermético. Obviamente é um sistema muito perigoso.

23. MAGIA SOLAR

Aonde se busca, única e exclusivamente, o conhecimento e a conversação com o anjo da guarda.

24. MAGIA BON-PO (BON-PA)

É um sistema de magia originário do Tibet. É uma seita de magia negra, com estreitas ligações com as lojas da FOGC (Ordem Franco-Massônica da Centúria Dourada), sediadas em Munich, Alemanha, desde 1825, com outras 98 Lojas espalhadas por todo o mundo.

Na O.T.O.A., faz-se uso de práticas mágicas bon-pa. Membros da seita bon-pa estiveram envolvidos com organizações sinistras, como a "Mão Negra", responsável pelo Arquiduque Ferdinando da Áustria, o que precipitou no mundo, a Primeira Guerra Mundial. Durante a era nazista na Alemanha, membros da seita bon-pa eram vistos freqüentando a cúpula do poder.

Outro nome pelo qual a seita bon-pa ou bon-po é conhecida é "A Fraternidade Negra". Muitos chefes de Estado, artistas famosos e pessoas de destaque na sociedade, foram ou são vinculados à bon-pa ou à FOGC, através de "pactos" feitos com as forças das trevas. Vale notar que, na Alemanha nazista, todas as ordens herméticas foram perseguidas e proscritas, exceto a FOGC. E, na China, após a tomada do poder por Mao Tse Tung, todas as seitas foram perseguidas e proscritas, exceto a bon-pa. Seriam Hitler e Mao Tse Tung, membros das mesmas, assim como seus principais asseclas? Vale a pena ler a obra "Frabato", de autoria de Franz Bardon, e a edição do mês de Agosto de 1993 da revista "Planeta" (Editora Três). Em ambas, muita coisa é revelada sobre a história dessas seitas, inclusive sobre suas práticas nefastas.

25. MAGIA ZOS-KIA-CULTUS

Criado por Austin Osman Spare, o redescobridor do culto de Príapo. É a primeira manifestação organizada de magia pragmática. Baseia-se na fusão da magia sexual com a sigilização mágica. A obra "Practical Sigil Magic", de Frater U. D., revela seus segredos. É um sistema eficiente, mas não serve para qualquer pessoa, somente para aquelas de mente aberta e sem preconceitos. O motivo é simples: seu método de magia sexual é o conhecido como "Grau VIII", na O.T.O., ou seja, a auto-magia sexual.

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-26. MAGIA DAS RUNAS

Runas são letras-símbolos, cada qual com significados variados e distintos. Tem uso em divinação, em magia pentacular e em meditação. Infelizmente, a cabala das runas perdeu-se para sempre na noite dos tempos. As runas tem origem totalmente teutônica. As runas tem se tornado um dos mais importantes alfabetos mágicos, talvez devido a seu poder como elementos emissores de ondas-de-fôrma, talvez devido à facilidade de sua escrita.

27. MAGIA ICÔNICA OU ICONOGRÁFICA (ANTIGO SISTEMA HEBRAÍSTA)

Desenvolvido por Jean-Gaston Bardet, com a colaboração de Jean De La Foye, é um sistema tecnicamente complexo, que consiste em utilizar as letras de fôrma hebraicas como fonte de emissões de ondas-de-fôrma. Hoje, com o sistema aprimorado por António Rodrigues, utiliza-se dessas letras, além de outros símbolos ou ícones, para a detecção e criação de "estados esotéricos", bem como para neutralizar ou alterar energias sutis diversas. É um dos mais potentes que existe, dentro da visão de emissores e detectores de ondas-de-fôrma.

Rodrigues introduziu muitas "palavras de conteúdo mágico" nesse sistema, muitas das quais oriundas da obra "777", de Aleister Crowley. Se for utilizado como forma de meditação, ou conjuntamente à cabala simbólica (a que faz uso do hieróglifo da Árvore da Vida), é eficiente para a prática do "pathworking".

28. MAGIA DO CAOS OU CÍRCULO DO CAOS (I.O.T. – ILLUMINATES OF THANATEROS)

A magia do caos tem origem nos trabalhos de Austin Osman Spare, redescobridor do culto de Príapo. A magia do caos é atualmente bastante divulgada por seu organizador Peter James Carroll, além de Adrian Savage. Os praticantes da magia do caos consideram-se herdeiros mágicos de Aleister Crowley (e da O.T.O.) e de Austin Osman Spare (e da

ZOS-KIA-CULTUS). Seu sistema procura englobar tudo quanto seja válido e prático em magia,

descartando tudo quanto for mais complexo que o necessário. Caracteriza-se por não ter preconceitos contra nenhuma forma de magia, desde que funcione. Está se tornando o mais influente sistema de magia entre os intelectuais da modernidade. Entre suas práticas mais importantes vale ressaltar o uso da magia sexual, em especial dos métodos "de mão esquerda". Seus graus mágicos são cinco, em ordem decrescente: 4º, 3º, 2º, 1º e 0º.

29. MAGIA NATURAL

Consiste na utilização de elementos físicos, na forma de realizar atos de magia mumíaca (efígie de pessoas, representando-as, tornando-se receptáculos dos atos mágicos destinados àquelas), bem como no uso de banhos energéticos, defumações, pós, ungüentos, etc., visando obter resultados mágicos pela "via do menor esforço".

30. MAGIA NECRONOMICÔNICA (NECRONOMICON)

Uma variação da magia ritual, que se baseia na mitologia presente nos contos de horror do autor Howard Phillips Lovecraft, em especial no Deus Cthulhu, e no livro mágico “O Necronomicon” (citado com freqüência pelo autor).

Atualmente, diversos grupos fazem uso deste sistema na prática, entre eles valendo destacar a I.O.T., a O.R.M. e a Igreja de Satã. Frank G. Ripel, ocultista italiano que lidera a O.R.M., pode ser considerado o mais importante divulgador deste sistema de magia, além de ser o renovador do sistema thelêmico; mas o grupo I.O.T. tem sido o responsável pela

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-modernização (e explicação racional) deste poderoso sistema. Aliás, poderoso e perigoso, por isso mesmo atraente. Tão atraente que foi criada uma coleção de RPG's versando sobre o culto de Cthulhu, o Necronomicon e outras idéias de H. P. Lovecraft.

31. MAGIA HERMÉTICA (HERMETISMO DE FRANZ BARDON)

Sistema amplamente explicado (na teoria e na prática) nas obras de Franz Bardon, a reencarnação de Hermes Trismegisto (conforme sua autobiografia intitulada "Frabato, The Magician").

O sistema hermético prega um desenvolvimento gradativo das energias no ser humano, partindo de simples exercícios de respiração e concentração mental, até o domínio dos elementos, daí à evocação mágica, e até à cabala, aonde se aprende o misticismo das letras e o uso mágico de palavras e sentenças, algumas das quais foram utilizadas para realizar todos os milagres descritos na Bíblia e em outros textos sagrados.

32. MAGIA QABALÍSTICA

É a prática do misticismo das letras (isto é, do conhecimento das cores, notas musicais, elementos naturais e suas respectivas qualidades, regiões do corpo em que cada letra atua, etc.), daí das palavras e de sentenças; o uso de mais de uma letra, cabalisticamente, tem o nome de “fórmula cabalística”. Muitas escolas de ocultismo, que utilizam a cabala como parte de seus ensinamentos, o fazem utilizando a chamada cabala teórica, que se baseia no hieróglifo da Árvore da Vida e suas atribuições. Poucas Escolas utilizam a cabala prática, como ensinada por Franz Bardon. As diferenças entre a cabala prática e a teórica são muitas, mas, como principal distinção, na cabala teórica o enriquecimento pessoal é apenas a nível teórico, isto é, intelectual, enquanto que na prática se aprende, se compreende, se vive a realidade do misticismo das letras. O mesmo conhecimento que foi utilizado para criar tudo quanto existe no universo. É simultaneamente dogmático e pragmático.

33. MAGIA ELETRÔNICA

É uma forma "acessória" da magia ritual, utilizando-se de paramentos do tipo "bobina tesla" ou "gerador Van De Graff", para gerar poderosas energias visando potencializar os rituais.

34. MAGIA PSICOTRÔNICA

É uma forma de magia pragmática que utiliza o simbolismo próprio do mago (uma vez que será este a determinar quais os números a serem utilizados, qual o tempo de exposição ao poder do equipamento utilizado, ou ainda uma série enorme de "coisas" passíveis de emissão psicotrônica, detectadas ou determinadas por meios radiestésicos ou intuitivos), aliado à eletricidade e à eletrônica, para produzir seus efeitos. Apesar de utilizar-se de aparato muitas das vezes sofisticado, tem o mesmo tipo de ação que outras variedades de magia ritual, isto é, depende inteiramente (ou quase) das qualidades mágicas do operador.

35. MAGIA DAS EMISSÕES DE ONDAS-DE-FÔRMA

É uma forma de magia dogmática, posto que faz uso de paramentos e símbolos sem paralelo no sub-consciente do mago; exceção se aplica aos gráficos que dependem de uma seleção radiestésica de seu design, como, por exemplo, no sistema alpha-omega (aonde se seleciona os algarismos numéricos e a quantidade de círculos em torne daqueles, para se construir o gráfico). Para exemplificar o uso prático, se utiliza equipamentos

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-bidimensionais ou tridimensionais; os primeiros são os gráficos emissores, compensadores e moduladores de ondas-de-fôrma, enquanto os outros são os aparelhos tipo pirâmides, esferas ocas, meias-esferas, arranjos espaciais que parecem móbiles, etc. Neste Sistema, na sua parte tridimensional, é que se utilizam os pêndulos, as forquilhas e demais instrumentos radiestésicos, rabdomânticos e geo-biológicos.

36. MAGIA RADIÔNICA

É a única modalidade de magia que, apesar de totalmente encaixada no sistema de magia ritual, e herdeira única do sistema psicotrônico, reúne em si, simultaneamente, as características de dogmatismo e pragmatismo. Os métodos utilizados para a detecção das energias são nitidamente pragmáticos, uma vez que fazem uso de pêndulos (radiestesia) ou das placas de fricção (sistemas sujeitos à Lei das Sincronicidades, de Carl Gustav Jung).

O "coração" do sistema radiônico, porém, não é seu método de detecção (uma vez que há aparelhos sem nenhum sistema de detecção, como a Peggotty Board, ou tábua de cravilhas), mas seu sistema de índices. Esses índices são em geral descobertos ou criados pelos pesquisadores do sistema em questão, e passados adiante para os outros usuários do sistema, que não são necessariamente pesquisadores. Assim, quando se utilizam índices desenvolvidos por outras pessoas, se está operando no sistema dogmático, apesar de que os números presentes nos índices são sempre comuns à mente de qualquer operador, mas as seqüências em que eles aparecem que formam os índices, o fazem de forma desconhecida ao subconsciente do operador, portanto de forma dogmática. Quando, porém, fazemos uso de índices que sejam fruto de nossas próprias pesquisas ou experiências, trabalhamos, então, de forma pragmática. Portanto, em se tratando de magia radiônica, somente nossas próprias pesquisas permitem um trabalho totalmente pragmático.

37. MAGIA RELIGIOSA

É qualquer sistema de magia praticado dentro de cultos ou doutrinas religiosas, sejam elas, com base em ensinamento tradicional, espiritual ou natural:

Pajelança: é a prática do xamanismo no Brasil. É constante em todas as etnias

indígenas brasileiras, sendo o xamã conhecido como pajé na língua tupi. É a comunicação com os encantados através de cânticos, danças e utilização de instrumentos musicais (maracá, zunidores) para captura e afastamento de espíritos malignos tipo mamaés, anhangás, utilização do jejum, restrições dietéticas, reclusão do doente, além de uma série de práticas terapêuticas que incluem: o uso do tabaco (o pajé fuma grandes cachimbos), aplicação de calor e defumação, massagens, fricções, extração da doença por sucção/vômito, escarificação no tórax e locais inflamados com bico, dentes de animais ou fragmentos de cristais – houve época que essa última técnica associou-se à medicina dos cirurgiões barbeiros e aplicadores das sanguessugas (Hirudus medicinalis ou bicha como era conhecida no Brasil antigo) e as terapias por aplicação de ventosas atualmente uma prática em extinção.

Cultos Ameríndios: entre os índios Guarani Kaiová a comunicação deles com as

divindades e os ancestrais acontece através do canto e dança. Em algumas tribos da América do Sul além de rituais com música, e dança há utilização de plantas psicoativas. Generalizações sobre as práticas etnomédicas ameríndias ou de qualquer outra região do planeta são perigosas porque existe certa especificidade em cada sistema de crenças mítico-religioso e/ou prática cultural destinada à recuperação da saúde. Por outro lado a comparação nos permite ampliar o conhecimento sobre uso de plantas, uso de técnicas de êxtase ou mesmo sobre esse conjunto de práticas, ditas primitivas, que nos permitem

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-conhecer e controlar estados de consciência, controlar emoções, modificar sentimentos e curar doenças, organizado sob a forma de um conhecimento empírico, aparentemente não lógico. Segundo o antropólogo Levi-Strauss o "pensamento selvagem" diferencia-se do conhecimento científico por ser analógico, basear-se na introspecção (intuição) em lugar da observação e lógica de contradições. Nos sistemas etnomédicos dos ameríndios encontramos o uso de plantas psicoativas como a Jurema (Mimosa negra; M. hostilis), a Ayahuasca ou Hoasca (Banisteria caapi & Psichotria viridis), o Paricá (Piptadenia

peregrina, P. macrocarpa), o Tabaco (Nicotina tabacum). A utilização de produtos animais

como as secreções do anuro Phyllomedusa bicolor, utilizado popularmente no norte do país como "vacina do sapo" além de técnicas de sangria, exposição ao fogo (calor), defumações, restrições de alimentação e de práticas sexuais. Se incluirmos a América do Norte e Central, da definição de ameríndio, encontraremos mais plantas psicoativas como a Datura (D.

stramonium) e cactos (Lophophora Williamsii); além de fungos ou cogumelos (Psilocibe e Stropharia) e técnicas semelhantes à sauna (câmaras de suar – suadouros). Alguns

antropólogos chamam atenção para especificidade das medicinas das antigas civilizações Inca e Asteca especialmente a primeira que inclui práticas cirúrgicas como trepanações do crânio com finalidade neurocirúrgica não completamente esclarecida (descompressão de tumores, hematomas, hemorragias). A medicina inca sofisticada farmacopéia inclui enteógenos misturados com pelo menos uma dezena de plantas curativas ou plantas mestras (plantas professoras). As etnias callawaya e aymarás conservaram e desenvolveram grande parte de sua farmacopéia. Houve em algumas regiões associação com práticas européias de hidroterapia e medicina natural como no Chile, Manuel Lazaeta Acharan (1881-1959) – bastante conhecido no Brasil pela nova geração de médicos naturalistas. No Brasil apesar da tradição multi-étnica dos ameríndios observa-se que muitas das práticas do xamanismo ou pajelança se "fundiram" com rituais católicos, espíritas e africanos (crenças de afro-descendentes) conhecidos em algumas regiões como pajelança cabocla, culto aos encantados, toré, catimbó, candomblé de caboclo, culto a Jurema.

Candomblé: É uma religião com base no culto aos ancestrais, chamados de Orixás,

Inquices ou Voduns (Brasil, Uruguai, Argentina e Venezuela), de origem africana. Religião que tem o seu ápice nas festas ou xirês onde ocorre a incorporação de espíritos deificados (Orixás) e ligados à forças e fenômenos da natureza. É muitas vezes chamado de um culto anímico, pois o fenômeno do transe mediúnico é relativo ao animas (natureza do corpo). Foi particularmente desenvolvida no Brasil sob o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orixás, Inquices e Voduns, sua cultura, e seu idioma, entre 1549 e 1888. Esses escravos brasileiros pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os yorubá, os ewe, os fon, e os bantu. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes, evoluíram diversas "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais. A prática da magia ritualística envolve elementos da natureza (pedras, velas, fogo, sangue dos animais imolados, animais soltos, folhas, ervas e seu sumo, pós, alimentos, frutos e outros elementos) que compõe o “ebó” (trabalho ou oferenda) associado às fórmulas mágicas entoadas na língua sagrada dos Orixás (o yorubá). Serve para diversas finalidades, desde limpezas, sacudimentos até para rituais de introdução e consagração.

Santeria: Traduz-se por “caminhos dos santos”, onde os termos preferidos entre

praticantes incluem lukumi e regla de ocha. É um conjunto de sistemas religiosos relacionados que funde crenças católicas com a religião tradicional yorubá, praticada por

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-escravos e seus descendentes em Cuba, no Brasil (onde o candomblé apresenta semelhanças com a santeria), em Porto Rico, na República Dominicana, no Panamá e em centros de população latino-americana nos Estados Unidos como Florida, Nova York, e Califórnia. Santeria é, originalmente um termo pejorativo aplicado pelos espanhóis para ridicularizar a devoção excessiva dos seguidores aos santos e à negligência de Deus. Os proprietários cristãos dos escravos não permitiram que praticassem suas várias religiões animistas da África Ocidental. Os escravos encontraram uma maneira de contornar concluindo que os santos cristãos eram manifestações simplesmente diferentes de seus vários deuses. Os proprietários pensaram que seus escravos tinham se tornados bons cristãos e elogiavam os santos, quando na realidade continuavam suas práticas tradicionais. O ritual de santeria é altamente secreto e transmitido de forma oral. As práticas conhecidas incluem sacrifício animal, dança extática, e invocações cantadas aos espíritos. A música do tambor, atabaque e danças são usados para produzir um estado do transe nos participantes, que podem incorporar um orixá e até mesmo falar com sua voz. Os antepassados são tidos em alta estima na santeria. O deus é consultado como Olorun, ou o "dono do céu" e Olodumaré. Até a década de 30 era comum ouvir falar de sacrifícios humanos em cultos de santeria, porém não é um fato histórico. Muitos ativistas de direitos dos animais fazem exame da prática de santeria de sacrifício animal, declarando que é cruel. Os seguidores de santeria alegam que as matanças são conduzidas da mesma maneira que animais são abatidos para consumo e isto não é necessariamente sádico. Além disso, o animal é cozido e comido mais tarde. Em 1993, a Corte Suprema dos Estados Unidos estabeleceu que leis de crueldade do animal dirigidas especificamente contra a santeria eram inconstitucionais, e a prática não viu nenhum desafio legal significativo desde então.

Vodou ou Voodoo: É chamado de sèvis gine ou "serviço africano" no Haiti, tem

também fortes elementos dos povos igbo, Congo da África Central, e o yorubá da Nigéria, embora muitos povos diferentes ou "nações" da África têm representação na liturgia do

sèvis gine, assim como os índios taíno, os povos originais das ilhas agora conhecidas como

hispaniola. Formas crioulas de Haiti de vodu existem no Haiti (onde é nativo), na República Dominicana, em partes de Cuba, e nos Estados Unidos, e em outros lugares em que os imigrantes de Haiti dispersaram durante os anos. É similar a outras religiões da diáspora africana, tais como lukumi ou regla de ocha (conhecida também como santeria) em Cuba, candomblé e umbanda no Brasil, todas essas religiões que evoluíram entre descendentes de africanos transplantados nas Américas. A maioria dos africanos que foram trazidos como escravos para o Haiti eram da costa da Guiné da África ocidental, e seus descendentes são os primeiros praticantes de Vodu (aqueles africanos trazidos ao sul dos E. U. eram primeiramente do reino de Congo). A sobrevivência do sistema da crenças no novo mundo é notável, embora as tradições mudem com o tempo. Uma das maiores diferenças, entretanto, entre o Vodu africano e o haitiano é que os africanos transplantados do Haiti foram obrigados a disfarçar o seu iwa ou loa (espíritos), como santos católicos romanos, um processo chamado sincretismo. Para combinar os espíritos de muitas e diferentes nações africanas e indígenas, as partes da liturgia católica romana foram incorporadas para substituir rezas ou elementos perdidos; além disso, as imagens de santos católicos são usadas para representar os vários espíritos ou "misteh" ("mistérios”, o termo preferido em Haiti), e muitos santos mesmos são honrados no vodu em seu próprio direito. Este sincretismo permite que o Vodu abranja o africano, Indígena, e os antepassados europeus em uma maneira inteira e completa. É verdadeiramente “Religião de Kreyòl”. A cerimônia mais importante historicamente do vodu na história do Haiti era a cerimônia Bwa Kayiman ou Bois Caïman de agosto 1791, que começou a Revolução Haitiana, em que o espírito de Ezili Dantor possuía um clérigo e recebia um porco preto como oferenda, e todos as pessoas

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-presentes comprometeram-se com a luta pela liberdade. Esta cerimônia resultou finalmente na libertação dos povos do Haiti da dominação colonial francesa em 1804, e o estabelecimento da primeira república de povos negros na história do mundo. Este vodu Haitiano cresceu nos Estados Unidos de forma significativa a partir do final dos anos 1960 e começo dos anos 1970 com as levas de imigrantes haitianos fugindo do regime opressivo de Duvalier, estabelecendo-se em Miami, Nova Iorque, Chicago, e outras cidades.

Umbanda: As raízes da Umbanda estão na fusão da cultura da ancestralidade indígena

com a da africana, tendo ela sido primeiramente manifestada em uma sessão kardecista a 15 de novembro de 1908 através do médium Zélio Fernandino de Morais, e posteriormente estruturada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Pela necessidade de aceitação e de atuação das falanges que a umbanda engloba, o Caboclo das Sete Encruzilhadas veio com a missão de difundir a umbanda como uma vertente do Espiritismo. É uma manifestação religiosa baseada na caridade, na igualdade entre os seus filhos e no cuidado para com os humildes, visando sempre ao bem e à evolução espiritual. É baseada na manifestação de espíritos provenientes das chamadas 7 linhas de umbanda (caboclos, preto-velhos e crianças), os quais vêm incorporar nos médiuns para auxiliar seus irmãos encarnados a compreenderem melhor a si mesmos e ao próximo, e a evoluírem através de ações benéficas para com a humanidade. Mantém-se na umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e seus santos, assim como no antigo candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido. A magia da Umbanda consiste em trabalhos que reúnem elementos da natureza (ervas, velas, pedras, essências e alimentos) em associação ao ponto riscado (Lei de Pemba). Esses pontos riscados são expressos de acordo com as ordens espirituais do astral superior, onde os sinais são idealizados para diversos fins. A umbanda se divide, praticamente em duas: a umbanda popular (que reúne conceitos e doutrinas pregadas pelos espíritos que incorporam nos médiuns) e a umbanda esotérica (que reúne conceitos e doutrinas pregadas pelo mediunismo e pelas tradições esotéricas orientais).

Kimbanda: Sistema religioso relativo à contraparte equilibrante da Umbanda, fazendo

parte da mesma. Trata-se da invocação de entidades específicas, chamadas Exus ou compadres e pombas-gira ou comadres, podendo-se com a ajuda dessas entidades, fazer tanto o bem quanto o mal, dependendo do caráter do pedido. Também se enquadram dentro deste aspecto, as entidades chamadas de ciganos e ciganas, preferindo, muitas vezes, um culto diferenciado e a parte.

Kiumbanda: Sistema religioso caótico e sem doutrinas e muitas vezes confundido com

a kimbanda. Trata-se da invocação e incorporação de espíritos chamados kiumbas que estão às margens da Lei da umbanda. São espíritos confusos, resolutos, renegados, viciados e totalmente apegados aos elementos materiais que absorvem através da incorporação em seus médiuns. É neste culto que, praticamente se desenvolveu a magia negra.

Wicca: É uma religião neopagã, é um termo relativamente novo, pois ela é baseada na

crença da magia e filosofia celta, a qual procura um equilíbrio entre o masculino e feminino. Gerald Gardner criou uma vertente da Wicca em meados dos anos 40 e 50. Embora essa "fundação" tenha ocorrido provavelmente na década de 1940, só foi revelada publicamente em 1954. Vale lembrar que a Wicca não foi uma religião criada a partir do nada nesse período, mas sobrevivente a toda a ascensão do Patriarcado até a Idade Média. Veio ao público nesse período, pois a Bruxaria ainda era vista como crime nas décadas de 40 e 50 da Inglaterra. Desde seu renascimento, várias tradições de Wicca evoluíram ou foram criadas. A tradição que segue os ensinamentos e práticas específicos, conforme

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-estabelecidos por Gardner é denominada tradição gardneriana. Além dela, muitas outras Tradições de Wicca se desenvolveram e também existem muitos praticantes de Wicca que não pertencem a nenhuma Tradição estabelecida, mas criam a sua própria forma de culto aos Antigos Deuses, se denominando Bruxos Solitários. É importante frisar que a Wicca não é uma religião antiga, mas uma religião com bases antigas. A Wicca tem suas crenças fundadas no antigo Paganismo.

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-2ª Parte: CONCEITOS MAGÍSTICOS

MATÉRIA e ENERGIA

1. CORRELAÇÕES MATÉRIA x ENERGIA

Um dos campos do entendimento essencial da magia está na compreensão e utilização das várias formas de manifestação das “energias da natureza”. Porém, constata-se que toda a matéria, seja ela orgânica ou inorgânica, natural ou artificial, viva ou morta, visível ou invisível, tudo contém energia. Daí surge uma confusão em termos de saber o que é matéria e o que é pura e simplesmente energia.

Geralmente, a idéia de “energia” parte do princípio de esta ser algo que não se pode ver ou tocar, mas pode ser sentida ou percebida de alguma forma. Por exemplo, a eletricidade é uma forma de energia que existe e não se pode vê-la, mas podemos entender suas manifestações. Ao contrário, a idéia de “matéria” seria um princípio muito fácil de entendê-lo e caracterizá-entendê-lo, como por exempentendê-lo, qualquer objeto que podemos tocar, sentir e identificar.

Existem também outras formas de se ter uma idéia do que é energia, quando se trata do funcionamento do nosso corpo. A bioenergia é uma delas, também chamada de “orgone” pelos pesquisadores do assunto. Essa energia também tem suas nuanças e manifestações diferenciadas, umas mais sutis, outras mais densas, como por exemplo, os pensamentos, os sentimentos, e as emoções. Tudo é energia. Da mesma forma que percebemos a bioenergia, todo o complexo orgânico é simplesmente chamado de matéria: os ossos, os órgãos, o sangue, a linfa, o músculo, a pele, etc. Uns mais sutis que os outros, como os gases produzidos pelo corpo e os líquidos segregados. Sendo assim, parece que a matéria produz energia. Parece que o cérebro gera pensamentos, o coração, sentimentos, etc. Mas, na verdade, um é a contraparte da mesma substância do outro. A matéria e a energia são a mesma coisa, podendo chamá-las única e simplesmente, de um princípio existente no universo cósmico e equivalente: a substância etérica (éter).

Uma idéia clara e simplificada sobre a compreensão do que é “matéria”, pode estar contida no significado de ser uma substância etérica em seu grau mais denso; contudo, a idéia de ser energia está no significado de também ser a mesma substância etérica, só que no seu grau mais sutil. Um exemplo disso está na “água”, como sendo uma substância etérica, que no seu estado mais denso se transforma em gelo, e no seu estado mais sutil é o vapor d’água; contudo, continua sendo a mesma substância, a água. Entende-se, portanto, que matéria e energia são a mesma coisa (substância etérica) em que se manifesta em diversos graus de densidade.

2. A LEI DA SETESSÊNCIA DA MATÉRIA

Essa propriedade de manifestação da substância etérica obedece a um princípio: o da setessência da matéria. Este princípio dá um significado na divisibilidade de toda substância, seja mental, astral, etérica ou física. Em cada plano, a mesma substância vai vibrar desde o seu grau mais sutil ao mais denso, contendo uma típica manifestação em mais sete estados característicos ao plano em que se encontram, se condensando até chegar no seu grau limite, no mundo concreto ou físico. Por causa dessa propriedade da substância etérica, de se subdividir em sete e formar graus de vibração energética, é que se formam os espaços do universo, a natureza, o universo do homem (microcosmos) e o

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-universo divino (macrocosmos), também chamadas de dimensões-realidades existentes, conhecidas por nós como planos e subplanos da existência. Essa constituição da substância etérica em sete formas de manifestação gerou um conhecimento de que toda a energia existente possui uma força regente (conceituada mais claramente nas forças celestes e na magia astrológica), um sentido e um tipo exclusivo de manifestação. As regências dessas manifestações são conduzidas pelos “tattwas” (do hindu, linhas de força), e são em número de sete no total, mas somente 5 se manifestam no plano físico.

OS TATTWAS

1. FORMAÇÃO DOS TATTWAS

Palavra originária do sânscrito Tattvas, que significa “linhas de força”. Os tattwas são em número de sete, sendo dois de ordem superior (não se manifestam no mundo físico) e cinco de ordem inferior. Eles são os responsáveis por tudo o que existe no mundo material e etérico. Eles se alternam em suas funções de dia e a noite, conforme as leis cósmicas da setessência da matéria. Esses cinco tattwas inferiores que se manifestam no mundo físico nascem a partir do tattwa superior Akasha (o Ovo Cósmico).

A seqüência da criação dos tattwas não é a mesma seqüência por ordem vibratória, e também não é a mesma apresentada pelos hindus. Pela ordem de criação, o princípio do tattwa Tejas (fogo) nasce primeiro do Akasha; por segundo, nasce o princípio do Tattwa Apas (água), em terceiro, o Vayu (ar) e por último, Prithivi (terra). Esta é a mesma ordem de formação do Quaternário Sagrado, o “Tetragrammaton” (constituição do nome sagrado “Yod-He-Vau-He”, dos hebreus, onde Yod é o fogo, o 1º He é a água, Vau é o ar, e o 2º He é a terra). O sentido contrário da ordem de criação dos tattwas é o mesmo sentido que o zodíaco faz em suas 12 fases, ou seja, é a mesma ordem natural e de seqüência dos 12 signos e das 12 casas do zodíaco.

A ordem dos tattwas levando em conta os seus graus vibratórios é a seguinte: o mais sutil e elevado é o principio do tattwa Akasha, da onde todos os quatro restantes e inferiores surgem. O segundo mais sutil é o princípio Vayu (ar); em seguida, na escala vibratória, vem Tejas (fogo), e depois Apas (água); por último, o mais denso, o princípio Prithivi (terra). Esta ordem é aquela que se apresenta no duplo etérico do corpo humano através dos centros energéticos, geralmente chamados de chakras.

Existe outra ordem a ser comentada, que é a ordem geralmente colocada pelos hindus: 1º, o princípio Akasha (respeitando que é deste princípio que os outros, de caráter inferior, surgem); 2º, vem o Tejas (fogo); 3º, o Vayu (ar); 4º, Apas (água); por último, vem o princípio Prithivi (terra), assim como nos demais exemplos citados acima. Existe uma razão pela qual os hindus expressam dessa forma: a natureza do princípio Vayu, o ar, é o de ligação e condução entre os princípios Tejas (fogo) e Apas (água). Esses dois princípios que surgem primeiro pela ordem de criação e formação dos tattwas, são de naturezas contrárias e opostas, precisando de uma outra, de caráter neutro, para poder equilibrá-las e conduzi-las em um ciclo natural de existência. Portanto, esta ordem se constitui numa formação cíclica dos elementos da natureza, onde os quatro princípios básicos nascem do Akasha e dão origem a um ciclo perpétuo, que se observa na natureza e na respiração dos seres vivos.

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-2. OS PRINCÍPIOS MASCULINO E FEMININO

Esses princípios têm sua origem nos planos superiores do nosso universo cósmico, e atuam em todos os planos, porém suas principais manifestações estão nos mundos espiritual e mental. Os princípios que regem esses mundos superiores são conhecidos pelos hindus como os tattwas “Addy” e “Arupadaka”, respectivamente. Basta dizer que o tattwa Addy é o princípio divino (ou princípio masculino, yang) que atua na nossa espiritualidade ou consciência superior, e se manifesta no plano espiritual ou mental superior, regendo a luz do dia aqui na Terra. Para dar origem ao Akasha (o terceiro tattwa criado), o tattwa Addy encontrou sua complementação no princípio feminino ou yin (substância divina), que rege o plano mental inferior, e atua na nossa natureza e na personalidade moldável pelo espírito ou pela consciência (espírito). Este princípio é o tattwa Arupadaka que tem influência nas noites (ausência de luz, ou luz refletida) daqui da Terra.

Esses dois princípios deram origem ao tattwa Akasha, constituindo assim, a tríade da manifestação divina: o Pai, o Filho, o Espírito Santo; Brahma, Vishnu e Shiva; a Luz (tantra), a Forma (yantra) e o Som (mantra).

Os princípios masculino e feminino se estendem em tudo no universo, até ao plano físico, porém não deixam de atuar como regentes dos planos superiores. Temos noção da existência deles através da manifestação da luz do Sol e da luz deste refletida pela Lua e pela própria Terra, da manifestação dos sexos masculinos e femininos em todos os seres vivos, e da natureza polar (polaridade positiva e negativa) de tudo o que existe.

A natureza polar das manifestações destes princípios superiores é o que mais interessa ao caminho do magista, pois ele terá que encontrar em si esta dualidade expressa em todas as formas vivas e nos princípios atuantes. Sendo assim, todas as substâncias geradas no universo cósmico são bipolares, duais, tem seus contrários e suas complementações. Isso induz ao iniciado, a encontrar o terceiro princípio equilibrante dessas duas forças superiores e primárias, que é o tattwa Akasha, o princípio neutro.

3. O PRINCÍPIO ETÉRICO

Para o magista, o princípio etérico é regido pelo tattwa Akasha (éter) e seu símbolo é um ovo negro apontando para baixo, indicando o princípio de nascimento, tal como é a imagem do útero. Sua principal atuação é no campo astral chegando até ao plano físico. Este tattwa é o mais etéreo dos cinco. Sua função está no comando, na formação e direcionamento dos quatro tattwas mais densos.

O princípio etérico tem sua principal atuação no plano intermediário, mas para nós, no mundo físico ele se torna um princípio superior aos quatro elementos básicos da formação do plano físico. Por causa disso este é o elemento mais elevado dessa perspectiva, o mais poderoso e inimaginável. Ele é considerado pelos magistas, a origem, o fundamento de todas as coisas e de toda a criação. É a esfera primordial. É por isso que o Akasha é isento de espaço e de tempo. Ele é o não criado, o incompreensível, o indefinível. As religiões chamam-no de Deus. Ele é a quinta força, a força primordial; ele é aquilo que contém tudo o que foi criado e que mantém tudo em equilíbrio. É a origem e a pureza de todos os

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-pensamentos e idéias, é o mundo das coisas primordiais no qual se mantém tudo o que foi criado, desde as esferas mais elevadas até as mais baixas. É a quintessência dos alquimistas. É tudo em todas as coisas.

O princípio etérico representa a energia sutil astro-etérica, o gerador do movimento energético da respiração. Esta força se manifesta no corpo humano através do sentido da audição. Este tattwa tem a função de transformar tudo na vida, tem o poder de agregar e desagregar a matéria, representando o nascimento e a morte de todas as coisas. Sua natureza é andrógina, a busca incessante da perfeição em nós, ou de Deus em nós. Na personalidade humana representa a nossa inteligência, como fator direcionador do nosso ego. Toda inteligência diretora da vida possui causa e conseqüência, gerando a idéia do “Karma Individual”. Quando este tattwa gera os quatro elementos, ele cria uma imagem, uma espécie de cruz simbólica, se posicionando no meio dela. No corpo etérico, sua energia é transmutada no chakra da garganta. Na astrologia encontramos correspondência com o planeta Mercúrio e sua cor vibratória no astral é laranja. No tarô é representado como a quintessência dos arcanos menores, ou seja, o arcano 22, o Mundo (a Grande Obra dos alquimistas).

4. O PRINCÍPIO DO FOGO

É o primeiro elemento que, de acordo com os escritos orientais, nasceu do princípio akáshico. Esse elemento, assim como todos os outros, não age só em nosso plano denso, material, mas em tudo o que foi criado. As características básicas do princípio do fogo são o calor e a expansão; é por isso que no começo da criação tudo era fogo e luz. A bíblia também diz: "Fiat lux - que se faça a luz". Naturalmente a base da luz é o fogo. Cada elemento, inclusive o fogo, possui duas polaridades, a ativa e a passiva. A explosão é inerente ao princípio do fogo, e será definida como o gerador do princípio do “fluido elétrico”. É como se fosse a energia elétrica em nosso corpo (energia estática), uma série de pulsões de partículas energéticas sendo repelidas pela explosão inicial: a força de emissão (ou repulsão).

Este princípio pode ser também chamado do princípio da energia sutil ígnea, ou simplesmente, o tattwa Tejas (fogo), que se concretiza nas partículas de oxigênio do mundo físico. Ele estimula o sentido da visão e rege todos os ciclos de desenvolvimento e crescimento. Sua natureza é bipolar, mas é essencialmente masculina e ativa (yang). No corpo humano está assentado nos desejos, no instinto, no impulso, na agressividade. Na personalidade representa a mente consciente e o seu grau de lucidez ou vigília. No corpo etérico, sua energia é transmutada no chakra do plexo solar. Na astrologia encontramos correspondência com o planeta Marte e sua cor vibratória no astral é vermelha. Para o magista ter sucesso em suas realizações, ele necessita cultivar o atributo deste princípio, que é a ousadia ou a coragem. No tarô, se equivale a espada do mago. Na cruz do quaternário, posiciona-se ao sul.

5. O PRINCÍPIO DA ÁGUA

Referências

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