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Pareceres das entidades sobre o âmbito da Avaliação Ambiental

Fase 4 – Declaração Ambiental

4.4. Pareceres das entidades sobre o âmbito da Avaliação Ambiental

Nos termos do n.º 3 do Artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, a entidade responsável pela elaboração do Plano de Pormenor deverá solicitar parecer sobre o âmbito da Avaliação Ambiental e sobre o alcance da informação a incluir no Relatório Ambiental às entidades às quais, em virtude das suas responsabilidades ambientais específicas, possam interessar os efeitos resultantes da aplicação do Plano.

Nesse sentido, a Proposta de Definição de Âmbito (PDA), elaborada numa fase anterior da presente Avaliação Ambiental de acordo com a metodologia apresentada nas secções anteriores, foi sujeita a consulta da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.

Esta entidade recomendou que fossem analisadas na Avaliação Ambiental do PP do Bairro da Caixa a “resposta do PP às necessidades de habitação a custos controlados” e o “contributo esperado do PP para o reforço e manutenção da silhueta da zona pombalina da cidade”, de acordo com parecer emitido para o efeito (cf. Anexo III).

O presente Relatório Ambiental incorporou estas sugestões apresentadas pela CCDR Algarve, tendo as mesmas sido objecto de tratamento ao nível Domínios de Análise “População e condições de vida” e “Relação com a envolvente”, respectivamente.

4.5. Âmbito da Avaliação Ambiental

O âmbito da Avaliação Ambiental foi determinado mediante a aplicação da metodologia descrita nas Secções 4.2 e 4.3 ao caso concreto do Plano em avaliação, tendo sido dissecado em sede de Proposta de Definição de Âmbito (PDA).

A aplicação dessa metodologia, bem como a incorporação do parecer emitido pela CCDR Algarve (cf. Secção 4.4 e Anexo III), permitiu encontrar os seguintes elementos estruturantes, considerados como mais relevantes para efeito da presente Avaliação Ambiental:

• Quadro de Referência Estratégico:

ƒ Estratégia de Desenvolvimento do Algarve 2007-2013; ƒ Lei dos Solos (Decreto-Lei n.º 794/76, de 5 de Novembro); ƒ Plano Regional de Ordenamento do Território para o Algarve; ƒ Plano Director Municipal de Vila Real de Santo António.

• Questões Estratégicas (directamente relacionadas com os objectivos estratégicos do PP): ƒ Assegurar uma efectiva integração da área na sua envolvente;

ƒ Contribuir para uma identidade urbana própria;

ƒ Garantir a viabilidade do Plano sob o ponto de vista urbanístico e económico/financeiro.

• Factores Ambientais:

ƒ Ordenamento do território; ƒ Desenvolvimento regional; ƒ Qualidade do espaço urbano; ƒ Paisagem;

ƒ Património arquitectónico e urbanístico; ƒ Ambiente natural;

ƒ Desenvolvimento socioeconómico.

A identificação destes elementos estruturantes permitiu obter um conjunto de Factores Críticos de Decisão (FCD) e respectivos Domínios de Análise, apresentados no quadro seguinte.

Quadro 4.5.1 – Factores Críticos de Decisão e respectivos Domínios de Análise

Factores Críticos de Decisão Domínios de Análise

FCD 1 – Ordenamento do Território • Ordenamento do território e desenvolvimento regional

FCD 2 – Qualificação do Território

• Qualidade do espaço urbano

• Relação com a envolvente (Paisagem, Património arquitectónico e urbanístico e Ambiente natural) FCD 3 – Desenvolvimento Socioeconómico • População e condições de vida

Nos capítulos seguintes (Capítulos 5 a 7) é efectuada a Avaliação Ambiental ao longo dos referidos FCD e respectivos Domínios de Análise, baseada num conjunto pré-seleccionado de indicadores, que têm como objectivo balizar a Avaliação Ambiental, impondo limites ao âmbito da análise e focando-a nos aspectos essenciais. De modo a conferir-se uma visão estratégica de longo prazo a este exercício, foram privilegiados indicadores de tendência, sem prejuízo da utilização de indicadores estáticos sempre que tal se afigurou crítico e relevante.

Assim, todos os Domínios de Análise foram objecto de uma breve caracterização da situação actual seguida da identificação das principais tendências de evolução – um exercício que se justifica pelo carácter prospectivo intrínseco a uma Avaliação Ambiental que se pretende estratégica (Partidário, 2007).

A avaliação das principais tendências de evolução (projecção da evolução da situação actual na ausência do plano) visa, por um lado, garantir uma dimensão estratégica ao exercício de Avaliação Ambiental (perspectivação a médio e longo prazo) e, por outro lado, caracterizar a provável evolução da situação actual caso o plano não se venha a concretizar (alternativa zero). Deste modo, a alternativa zero pretende constituir um termo de comparação para a avaliação dos eventuais efeitos ambientais associados à concretização do Plano em avaliação.

A Avaliação Ambiental tem também como objectivo identificar os eventuais efeitos significativos no ambiente decorrentes da aplicação do PP, incluindo os efeitos secundários, cumulativos, sinergéticos, de curto, médio e longo prazos, permanentes e temporários, positivos e negativos, sem prejuízo da focalização da análise nos factores e nos domínios considerados críticos para a tomada de decisão – no integral respeito pelo disposto no Artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.

Por último, foram identificados oportunidades e riscos associados ao plano em avaliação, que decorrem directamente da natureza estratégica que se pretende para o presente exercício de Avaliação Ambiental, de forma coerente com as boas práticas preconizadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA)

(Partidário, 2007). A sistematização de oportunidades e riscos foi efectuada por FCD e organizada, de forma tabular, por domínios de análise, recorrendo à métrica descrita no Quadro 4.2.1.

É importante notar que a focalização da Avaliação Ambiental nos factores e domínios mais críticos em termos de tomada de decisão é coerente com o Decreto-Lei n.º 232/2007, mais precisamente com o n.º 2 do Artigo 5.º. Esse esforço de focalização vai também ao encontro das boas práticas em Avaliação Ambiental Estratégica divulgadas pela APA (Partidário, 2007).

A base espacial da análise efectuada corresponde, em geral, à área de intervenção do Plano e sua envolvente próxima, podendo ser alargada, em certos Domínio de Análise, de modo a permitir uma caracterização mais eficaz e adequada a cada caso concreto.