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Programa de Gestão e Monitorização

Cacela V.R. Santo António Monte Gordo

por 1 000 habitantes Internament

10. Programa de Gestão e Monitorização

10.1. Medidas de Gestão

Para além das recomendações específicas ao Plano de Pormenor do Bairro da Caixa (apresentadas no capítulo anterior), isolaram-se algumas medidas de gestão que se traduzem em boas práticas aplicáveis a qualquer operação urbanística com características similares às do plano em avaliação, incluindo recomendações que se consideram pertinentes para a futura gestão da área a intervencionar.

Trata-se de um conjunto de Medidas de Gestão revisto face ao apresentado na versão de Abril de 2009 do Relatório Ambiental, fruto dos melhoramentos entretanto introduzidos no Plano de Pormenor do Bairro da Caixa, referidos ao longo do Relatório Ambiental:

• Implementar, se possível, o Plano de forma faseada, de acordo com o Programa de Execução proposto e de modo a diluir os efeitos negativos decorrentes do realojamento dos actuais residentes nos bairros da Caixa e do Farol, em estreita articulação com o programa camarário de produção de nova habitação a custos controlados;

• Garantir, sempre que possível, a manutenção das relações de vizinhança no realojamento, através da minimização do número de bairros de destino;

• Equacionar a possibilidade de serem reduzidos os compassos de plantação dos alinhamentos arbóreos previstos no limite da área de intervenção;

• Implantar os estaleiros de apoio à obra em zonas actualmente humanizadas, evitando as áreas envolventes correspondentes a habitats naturais ou semi-naturais de forma a evitar a destruição desnecessária da vegetação;

• Proibir a deposição de terras, entulhos, dragados e resíduos de construção em geral, no meio aquático e nas áreas terrestres consideradas habitats naturais ou semi-naturais; • Promover a formação dos trabalhadores envolvidos nas obras de construção, através de uma

acção de sensibilização ambiental, com o objectivo de evitar a danificação dos habitats e comunidades bióticas das áreas envolventes à obra e preservar os habitats não intervencionados;

• Concentrar no tempo as intervenções durante a fase de construção, incluindo as demolições, de modo a reduzir ao máximo a perturbação das comunidades faunísticas das áreas envolventes, em particular da avifauna que depende das zonas húmidas associadas às dunas litorais da praia de Santo António. Os períodos mais críticos para este grupo da fauna

são Abril-Junho para as aves estivais nidificantes como: Perdiz-do-mar (Glareola pratincola) ou Borrelho-pequeno-de-coleira (Charadrius dubius) e Novembro-Janeiro para as aves invernantes como: Pato-colhereiro (Anas clypeata) ou Piadeira (Anas penelope):

• Sempre que possível, os trabalhos deverão ainda ser efectuados de forma contínua, impossibilitando a recolonização dos espaços intervencionados por fauna, evitando nova perturbação e deslocação forçada destes indivíduos;

• Prever formas de contribuir para a sensibilização ambiental dos utentes do espaço, nomeadamente através da instalação de painéis informativos permanentes, que informem acerca da importância ecológica da área dunar e da Mata, das espécies que dependem destes habitats, das espécies vegetais invasoras (muitas vezes com características estéticas apelativas) e seus perigos para a vegetação autóctone, e que refiram comportamentos ambientalmente correctos, adequados à envolvente;

• Favorecer, nomeadamente através de protocolo(s) com o Centro de Emprego de Vila Real de Santo António e com o(s) promotor(es) da área de intervenção do Plano de Pormenor, o encaminhamento de desempregados residentes na área de influência desse centro de emprego e, em particular, no concelho de Vila Real de Santo António; esse(s) protocolo(s) poderia(m) também envolver entidades formadoras, em caso de detecção de necessidades de formação dadas as competências necessárias para as actividades económicas relacionadas, quer com os trabalhos de construção, quer com a exploração das futuras áreas comerciais, de serviços e turística (hotel); também deveriam ser previstos mecanismos no sentido de envolver, quer os construtores, quer as futuras entidades exploradoras desses espaços de comércio e serviços, tendo em vista uma eficaz colocação dos desempregados, em particular, das mulheres e dos mais jovens;

• Desenvolver todos os esforços e bons ofícios no sentido da unidade hoteleira prevista poder vir a deter a classificação de 5 estrelas, tendo em vista a qualificação da oferta turística do Concelho.

10.2. Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

Tendo em vista uma adequada monitorização dos efeitos decorrentes da implementação do Plano em termos de desenvolvimento sustentável, propõe-se o apuramento, com periodicidade anual, dos seguintes indicadores de acompanhamento:

• N.º de famílias residentes nos bairros da Caixa e do Farol realojadas em habitação de promoção camarária;

• N.º de famílias residentes nos bairros da Caixa e do Farol realojadas em outros locais; • N.º de bairros de destino das famílias realojadas;

• Taxa de desemprego dos activos residentes nos bairros da Caixa e do Farol que sejam objecto de realojamento;

• N.º de postos de trabalhos criados e mantidos pelas actividades económicas instaladas na área de intervenção;

• Capacidade instalada de alojamento turístico (n.º alojamentos e n.º de camas); • Intensidade turística (unidades de alojamento/ha e camas/ha);

• Fogos a custos controlados ou destinados a habitação social (n.º e % face ao total de fogos); • Espaços verdes de utilização pública (% área de intervenção);

• Árvores plantadas (n.º);

• Lugares de estacionamento público criados (n.º); • Camas turísticas por lugar de estacionamento (n.º); • Ecopontos instalados (n.º);

• Papeleiras instaladas (n.º);

• Indicadores de ruído diurno-entardecer-nocturno (Lden) e nocturno (Ln) junto a receptores sensíveis;

• Áreas naturais e/ou semi-naturais envolventes, cujo coberto vegetal tenha sido parcialmente danificado ou efectivamente destruído, devido a intervenções na fase de construção (ha); • Áreas naturais e/ou semi-naturais envolventes, cujo coberto vegetal tenha sido parcialmente

danificado ou efectivamente destruído, em fase de exploração (durante 3 anos), na sequência do aumento da pressão antrópica no local (ha);

• Percentagem de trabalhadores afectos às intervenções na fase de construção que recebem formação de sensibilização ambiental sobre os valores naturais existentes na área dunar e na Mata;

• N.º de dias em que as intervenções na fase de construção coincidem com os períodos considerados mais críticos para a avifauna (Abril-Junho e Novembro-Janeiro);

• Painéis informativos permanentes instalados no local, com informação ambiental relevante sobre as áreas naturais e semi-naturais envolventes (n.º).