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ANTONIA ROSANE PEREIRA LIMA; BEATRIZ AZEVEDO DA SILVA; JANILE PEQUENO SOARES; LAILLA MENDES CORREIA; MÁRCIA MARIA DA SILVA BARREIROS; MARLI TEREZINHA WALKER; RITA DE CÁSSIA MENDES PEREIRA; SUELLEN CORDOVIL DA SILVA.

Populares desde a segunda metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX no Brasil, almanaques de diferentes tipos e origens circulavam no país; uma variedade composta de almanaques estrangeiros, luso-brasileiros, ou inteiramente nacionais, com títulos que muitas vezes identificavam seus estados ou cidades. Em suas diferentes tipologias, que englobavam também os almanaques distribuídos pelos farmacêuticos, comerciantes ou donos de jornais, eles encerravam sua dimensão pedagógica.

A criação do Almanaque Garnier, no contexto da Primeira República também teve seu propósito. E antes de falarmos de sua origem, nos reportamos ao século XIX e ao Rio de Janeiro, quando a cidade passa por grandes transformações em sua paisagem cultural, entre impressores, editor e livreiro estrangeiros. Neste período, a Livraria Garnier também se tornou a mais importante casa editorial brasileira entre outras ali existentes. Era a principal editora de livros escolares e editora de traduções de obras célebres de escritores, como Jules Verne, Flammarion e outros nomes relevantes da literatura francesa e estrangeira. E, principalmente, editava e comprava os direitos autorais de importantes nomes literatura brasileira do século XIX, dentre os quais, Domingos de Magalhães, Joaquim Manoel Macedo, José de Alencar, Taunay e outros nomes que omitimos aqui.

As atividades da Livraria Garnier no Rio de Janeiro e a impressão das edições brasileiras são iniciadas em 1844, com a chegada de Baptiste Louis, irmão de Hippolyte Garnier, proprietário da Livraria e Editora Garnier Frères de Paris. Em 1852, com o rompimento da sociedade entre os irmãos, Baptiste Louis continua à frente da livraria no Brasileo comércio dos livros brasileiros em Paris e vice-versa não é interrompido. Após 47 anos de sua chegada ao Brasil e com seu falecimento,em 1893, Hippolyte Garnier retoma a livraria, que novamente volta ser uma filial da Garnier Frères de Paris. Ele a reinaugura em 1901 e nomeia um francês, Julien Lansac, para gerente. Este contrata dois consultores, Ramiz Galvão e João Ribeiro, importantes intelectuais que fariam parte desta nova fase da livraria e seriam responsáveis pela direção do Almanaque Garnier.

Na virada do século, após a Abolição e a República, muitos escritores, comprometidos com a afirmação da nacionalidade brasileira e com a formação política e social da nação, pertencentes à geração de 1870, inicialmente articulados em torno da escola de Recife, se encontrariam no Rio de Janeiro, e se juntariam a outros intelectuais, atuantes na Academia Brasileira de Letras, no Colégio Pedro II, e em torno do Barão do Rio Branco, figura destacada no Ministério das Relações Exteriores e importante intelectual da época.

de Letras .Estes “autores e colaboradores” exerciam suas atividades nos setores da educação, diplomacia e jornalismo, com diplomas ou passagens por escolas de Medicina, direito, engenharia. E, apesar do descontentamento com os rumos da República, esta rede intelectual, em sintonia com sua perspectiva nacionalista, ia ao encontro do projeto político de seus editores, principalmente quando João Ribeiro passa a atuar no Almanaque, em 1907.

Coerente com os critérios da Academia Brasileira de Letras, e sem romper com a fase anterior de suas publicações, o projeto era ampliado e aprofundado. E, segundo Eliana de Freitas Dutra, estudiosa do Almanaque Garnier:

Essa ampliação vai assegurar também a autoridade intelectual do

Almanaquenodomínio das letras – porquanto sua participação no sistema de

legitimação da Academia Brasileira de Letras será marcante – e seu raio de atuação, no que toca aoalcance de público. A sua vocação pedagógica se aprofunda, de um lado, dada a disposição de instruir e organizar um amplo conjunto de assuntos válidos numa pequena biblioteca portátil, atualizada a cada ano com os grandes eventos e o movimento científico e cultural do mundo (DUTRA,2005:35).

Com grande variedade de seções, além da temática que caracteriza o gênero, comoocalendário, a cronologia, a estatística, a geografia, a história, e outras informações,o Almanaque atualizava seus leitores “com resenhas de livros e listas de lançamentos bibliográficos do ano, incluindo as várias obras com as obras didáticas editadas e/ou importadas pela livraria, bem como sua lista de livros para venda na Garnier” (DUTRA,2005:35). As seções bibliográficas ainda informavam e traziam indicações pertinentes aos livros didáticos em geral, endereçadas aos diferentes cursos, além de recomendações de obras pedagógicas e outros de utilidade para o leitor.

Denominadas de “O Anno Litterario” ou “O Anno Litterario e bibliographico”, de acordo com o ano de publicação do Almanaque, as seções traziam uma extensa e diversificada lista de publicações de obras da época, um quadro ilustrativo, com seus variados temas e origens, que sugerem a preocupação com a formação de um público leitor.

De acordo com Eliana de Freitas Dutra, o papel do Almanaque ultrapassa seu sentido de utilidade, podendo substituir o livro quando este não fosse acessível:

Num país carente de livros, de leitores, de livrarias, onde a elite intelectual lutava por se estabelecer e parte dela acreditava que a nação ainda estava que a nação ainda estava por se fazer - daí ser necessário ampliar a instrução - e onde a escola formal ainda era para poucos, essa estratégia editorial do Almanaque Garnier não pode ser menosprezada (DUTRA, 2005:35).

Deste modo, ao mergulhamos nesta relação entre autores, editores e leitores do Almanaque, no contexto de sua temporalidade histórica, como instrumento difusor da leitura, e instrumento de “uma pedagogia da nacionalidade”, retornamos à questão da autoria feminina, e aos nomes das mulheres que fizeram parte de suas edições.

Seguindo a ordem cronológica e maior participação nos Almanaques, temos Amélia

Carolina de Freitas Beviláqua, que publica em 1903, 1904, 1905, 1906, 1908, 1909, 1910 e

1914; Alexina de Magalhães, em 1908 e 1910; Prisciliana Duarte de Almeida, em 1904 e 1906; Ignez Sabino, em 1909 e 1910; Auta de Souza, em 1904; Ruth Fonseca, em 1904; Júlia

de Almeida, Julieta Maisonnette, Horacina V.Kesting Maisonnette e Úrsula Garcia, em

1908; Rosália Sandoval, em 1910 e Laura da Fonseca e Silva, em 1914.

Dos nomes citados, não encontramos nenhuma informação sobre Julieta Maisonnete, Horacina Maisonnete e Ruth Fonseca. E retornamos às protagonistas desta comunicação,

Júlia Lopes de Almeida (1862 -1934) e Amélia Carolina de Freitas Bevilaqua (1863-1946), escritoras que participaram do Almanaque Brasileiro Garnier e dos bastidores da história da participação feminina na Academia Brasileira de Letras.

Júlia Valentina da Silveira Lopes de Almeidanasceu no Rio de Janeiro, em 24 de

setembro de 1862. Foi contista, romancista, cronista e dramaturga, com vasta produção, que também inclui a literatura infantil. Apesar disto, seu nome não teve o reconhecimento merecidona história da literatura brasileira como importante escritora do final do século XIX e início do século XX, resgate que vem sendo feito pela crítica feminista.

Sua trajetória de vida pessoal e literária teve ligações com Portugal, para onde se muda em 1886, e publica Contos Infantis, com sua irmã Adelina Lopes Vieira, em 1887. No ano seguinte, ela se casa com o poeta e jornalista português Filinto de Almeida e publica o segundo livro de contos, Traços e Iluminuras.Em 1888, de volta ao Brasil, lançaseu primeiro romance, Memórias de Martha.

Júlia L. de Almeida colaborou em muitos jornais e revistas, como A Semana, Jornal do Comércio, O Paiz e outros. E naqueles destinados ao público feminino, como O Sexo Feminino (1875), A Família (1888) e A Mensageira (1897), entre outros, utilizando, por vezes em seus textos, os pseudônimos Julinto e Ecila Worms.

O seu primeiro romance, Memórias de Martha, foi escrito entre 1885-1886, em forma de folhetim (1888), assim como várias de suas obras, como: A Família Medeiros, em 1891, publicado em folhetim na Gazeta de Notícias (RJ) e, depois, em volume (1892); e outros como, A Intrusa (1905), Cruel Amor (1908); Correio da Roça (1909-1910), publicados também mais

ainda, no mesmo jornal, A Silverinha (crônica de um verão), em 1913, e publicada em livro, em 1914.

Além de outras obras, omitidas aqui, Júlia Lopes de Almeida escreveria também para teatro, em uma época que o teatro de autoria feminina era bastante incomum.

No Almanaque Garnier, ela publica “Flamboyants”, em 1908. Mas seus livros já participavam das seções literárias, entre eles, Ânsia Eterna, livro de contos que aparece no primeiro Almanaque (1903), editado pela Garnier. Outros títulos de suas obras foram listados no Almanaque até o seu término.

É no Almanaque de 1907, anterior a publicação de Júlia l. de Almeida, que encontramos o texto “A Tres Julias”, de Lúcio Mendonça, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, datado em março de 1897, no mesmo ano de fundação da Academia, da qual Júlia Lopes de Almeida fazia parte com outros intelectuais da época, mas teve seu nome preterido por ser mulher, ocupando sua vaga, seu marido, o poeta Filinto de Almeida.

O texto, que “homenageia” Júlia Lopes de Almeida, Julia Cortines e Francisca Júlia, descortina o olhar masculino em relação às mulheres escritoras: “[...] observemos que há nas três uma feição commum – a índole máscula de seu talento. E’ observação antiga que em cada escriptora perde a humanidade uma mulher” (Almanaque Brasileiro Garnier para 1907, p.285). Faz elogios à escritora, e ao seu Livro das Noivas, como prova de “perfeita mãe de família”.E retorna ao final da apresentação: “Disse, porém, e mantenho, que as tres Julias, se assemelham profundamente pela feição varonil do seu espírito” (ibidem).

Lúcio Mendonça compara as escritoras: “Das tres, a que tem conquistado mais vasta reputação literária é a prosadora, é Julia Lopes de Almeida. Também é a mais edosa das três e a que tem mais produzido” ( Almanaque Brasileiro Garnier para 1907, p.286), e continua seu texto,com uma crítica literária de parte das obras de Júlia para justificar, finalmente, a exclusãode Júlia L. de Almeida e das mulheres da Academia:

Para concluir, uma nota de tristeza. Na fundação da Academia de Letras, era idéia de alguns de nós, como Valentim Magalhães e Filinto de Almeida, admittirmos a gente do outro sexo; mas a idéia chaiu, vivamente combatida por outros, irreductiveis inimigos das machonas, segundo a brutal denominação de um nosso ilustre confrade, cujo desembaraço lhe rendeu dissabores que conhecem, Com tal exclusão, ficamos inhibidos de offerecer a espírito tão firmemente literarios como das três Julias o scenário em que podiam brilhar a toda luz”(Almanaque Brasileiro Garnier para 1907, p. 286).

No discurso de recepção da acadêmica Dinah Silveira de Queiroz, proferido por Raymundo Magalhães Júnior, em abril de 1981, o acadêmico descreve parte do percurso e conquista das mulheres no século XIX, com significativas referências a mulheres ilustres, entre elas, Nísia Floresta, referendada em texto de Machado de Assis, na década de 1860, para, depois

,em minucioso resgate, descrever a exclusão de Júlia Lopes de Almeida, com citações do artigo de Lúcio Mendonça publicado em O Estado de São Paulo, em 1896,onde consta o nome de Júlia Lopes de Almeida como futura ocupante de uma vaga entre os futuros fundadores da Academia Brasileira de Letras,e a menção do nome de Francisca Júlia como acadêmica correspondente.Alguns trechos do texto “A Tres Júlias” também corroboram esta descrição.

No mesmo discurso, em referência às mulheres escritoras e a Academia, outro nome se destaca, Amélia Carolina de Freitas Bevilaqua, primeira mulher a se candidatarà Academia Brasileira de Letras, em 1930.

Primeira e única mulher a estrear no Almanaque Garnier, em 1903, com seu texto em prosa, “Para o álbum de Florisa”, Amélia Carolina de Freitas Beviláqua (1860-1946) foi também sua maior colaboradora.

Ela nasce em Jurumenha, Piauí. Filha de um Juiz de Direito, passa pelo Maranhão e termina seus estudos em Recife, onde casa, em1883, com o jurista Clóvis Beviláqua, “[...] discípulo de Tobias Barreto e um dos famosos representantes da Escola do Recife e sua filosofia positivista” (COELHO, 2002: 47), Clóvis Beviláqua foi seu grande incentivador. Amélia Beviláqua teve seus textos publicados na imprensa do Recife, São Paulo, Teresina e Rio de Janeiro.

Em 1902, estreia com um livro de contos, Alcione. No mesmo ano, com outras intelectuais, passa a integrar a redação e a dirigir O Lyro, em Recife, primeira revista feminina no nordeste. Segundo Algemira Mendes, estudiosa da obra Amélia, o periódico “[...] defendia a educação das mulheres e a igualdade de direitos [...]”, sob a direção de Amélia, mas, com a colaboração estreita de Úrsula Garcia, sua “redatora-secretária”, circulou por mais de dois anos (MENDES, in REIS e BEVILAQUA: 2007, p.157).

Entre as colaboradoras da revista, Ana Nogueira (Pernanbuco), Alba Valdez (Ceará), Francisca Isidora (Pernambuco), Edwiges de Sá Pereira (Pernambuco), Maria Clara da Cunha Santa (Rio de Janeiro), Rosália Sandoval (Alagoas), Inês Sabino (Bahia), além de outras que omitimos aqui.

Segundo, ainda, Algemira Mendes, “A revista foi importante elo entre as mulheres intelectuais da época, contribuindo para estabelecer uma fina rede de sororidade”( ibidem ).E, dentre os nomes citados, confirmamos que Úrsula Garcia, Rosália Sandoval e Inês Sabino também participam do Almanaque Garnier e do Novo Almanaque de Lembranças Luso- Brasileiro.

Almanaque Garnier,de 1905, trouxe sua fotografia, acompanhada por uma biografia escrita por Laudelino Freire, e também anunciava o romance que se encontrava no prelo.

Outros romances, como Silhouettes (1906), Vesta (1908) e Angústia (1913),pertencem a este período, em que ela colabora no Almanaque, além de outras publicações, como Aspectos (1905); Instrução e Educação na Infância (1906) e Literatura e Direito (1907).

Em 1911, Amélia Beviláqua, junto como marido, funda a revista Ciências e Letras, Literatura e Direito,no Rio de Janeiro.

Em sua última colaboração para o Almanaque de 1914, escreveu “Reminiscências”, artigo dedicado a poeta Úrsula Garcia,amiga e companheira de redação, um relato sobre suas impressões e saudades. E menciona a coincidência de encontrar no Almanach das Senhoras de 1905, menos de um mês após o falecimento de Úrsula Garcia,em 1905, um poema que a amiga dedicou a ela, por ocasião de seu aniversário. E conclui o artigo com a reprodução deste poema da amiga.

Amélia Beviláquaocupa acadeira 23 da Academia Piauiense de Letras, em 1921,é patrona da cadeira 48 da Ala Feminina da “Casa de Juvenal Galeno”, no Ceará.Em 1930, através da apresentação de uma carta, elas solicitou à Academia Brasileira de Letras, a aceitação de sua candidatura, para concorrer a uma vaga naquela instituição. Este feito gerou grande polêmica entre os acadêmicos, os quais, a partir do regimento institucional da Casa ,se dividiram entre os que interpretavam que apenas os literatos do sexo masculino poderiam se candidatar e aqueles que apoiavam a inclusão de mulheres, desde que possuíssem obras de valor literário.E este debate prosseguiu por algumas sessões, com o pedido de reconsideração de Laudelino Freire e inclusão de um requerimento com de dois pareces jurídicos, inclusive de Clóvis Beviláqua.

Em apoio a Amélia Clóvis Beviláqua, se desliga da Academia Brasileira de Letras. Autor do Código Civil Brasileiro, seu artigo de estreia no Almanaque Garnier,em 1903, se intitulava “A mulher perante o projeto do código civil brasileiro”.

O episódio e a insatisfação gerada pela postura misógina dos imortais foram descritos por Amélia Beviláqua em sua obra A Academia Brasileira de Letras, publicada em 1930.

Precursoras de uma batalha que seria vencida apenas em 1977, com a eleição de Rachel de Queiroz, primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, Júlia Lopes de Almeida e Amélia Carolina de Freitas Bevilaqua atravessaram o tempo, para nos encontrar no século XXI, quando a Academia Brasileira de Letras, através da Ana Maria Machado, iniciou um ciclo de conferências, denominado “Cadeira 41”, em julho do corrente ano, referindo-se ao fato de a Academia ter 40 cadeiras e aos autores que deveriam ter entrado

na ABL. Júlia L. de Almeida foi escolhida como tema de abertura deste ciclo, com a conferência de Luiz Ruffato: “Todos contra Júlia”. Vamos aguardar por Amélia Bevilaqua....

REFERÊNCIAS

COELHO, Nelly Novaes. Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras (1711-2001). São Paulo: Escrituras Editora, 2002.

DUTRA, Eliana de Freitas. Rebeldes literários da República: história e identidade nacional no Almanaque Brasileiro Garnier (1903-1914). Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

MENDES, Algemira Macêdo. Tese de Doutorado. Maria Firmina dos Reis e Amélia Beviláqua

na história da literatura brasileira: representações, imagens e memórias nos séculos XIX e XX. Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre (RS), 2006.

Disponível em: http://tede.pucrs.br/tde_arquivos/16/TDE-2007-06-20T155835Z- 693/Publico/390035_p1_282.pdf

MENDONÇA, Lúcio. “As Tres Julias”. Almanaque Brasileiro Garnier para 1907. Anno V1. Rio de Janeiro, p.285-286.

Disponível em:

http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=348449&pasta=ano%20190&pesq=As%2 0Tres%20julias

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