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DA PARTILHA 1 Conceito

No documento Profa. Ana Flávia Borges (páginas 68-71)

O novo CPC trouxe a possibilidade de homologação/julgamento da partilha mesmo sem ter havido ainda a quitação das dívidas fazendárias, desde que haja garantia pagamento,

DA PARTILHA 1 Conceito

É a divisão do espólio entre os sucessores do falecido. É a operação processual pela qual a herança passa do estado de comunhão ao estado de quotas completamente separadas. A partilha é puramente declaratória da propriedade.

Art. 2.013. O herdeiro pode sempre requerer a partilha, ainda que o testador o proíba, cabendo igual faculdade aos seus cessionários e credores.

Art. 2.014. Pode o testador indicar os bens e valores que devem compor os quinhões hereditários, deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o valor dos bens não corresponder às quotas estabelecidas

.

Art. 2013, CC – nenhum condômino pode ser obrigado a permanecer na comunhão. Cada um tem o direito de requerer, a todo tempo, que se divida a coisa comum.

2. Espécies de partilha

a) amigável – resulta de acordo entre interessados capazes .

- art. 2015

-pode ser feita por escritura pública, termo nos autos do inventário ou instrumento particular, homologados pelo juiz; ou ainda por escritura pública lavrada pelo notário sem necessidade de homologação judicial, nos termos do art. 610, §1º, do CPC.

b) judicial – art. 2016

Sempre que os herdeiros divergirem ou se algum deles for menor ou incapaz.

A partilha judicial é elaborada pelo partidor, que organizará o esboço, de acordo com a decisão judicial, observando nos pagamentos a seguinte ordem: I - dívidas atendidas; II - meação do cônjuge; III - meação disponível; IV - quinhões hereditários, a começar pelo coerdeiro mais velho (art. 651, CPC)

- O herdeiro recebe os bens que integram o seu quinhão por meio do formal de partilha ou por

certidão do pagamento do quinhão, quando este não ultrapassar o valor de 05 salários

mínimos.

- OBS: Herdeiro único, expede-se carta de adjudicação.

Art. 655. Transitada em julgado a sentença mencionada no art. 654, receberá o herdeiro os bens que lhe tocarem e um formal de partilha, do qual constarão as seguintes peças:

I - termo de inventariante e título de herdeiros;

II - avaliação dos bens que constituíram o quinhão do herdeiro; III - pagamento do quinhão hereditário;

IV - quitação dos impostos; V - sentença.

Parágrafo único. O formal de partilha poderá ser substituído por certidão de pagamento do

quinhão hereditário quando esse não exceder a 5 (cinco) vezes o salário-mínimo, caso em que se transcreverá nela a sentença de partilha transitada em julgado.

Art. 656. A partilha, mesmo depois de transitada em julgado a sentença, pode ser emendada

nos mesmos autos do inventário, convindo todas as partes, quando tenha havido erro de fato na descrição dos bens, podendo o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, a qualquer tempo, corrigir-lhe as inexatidões materiais

.

O formal de partilha e a certidão de pagamento do quinhão são títulos executivos judiciais – têm força executiva contra o inventariante, os herdeiros e os demais sucessores.

c) partilha em vida – art. 2018

Quando feita por ato entre vivos sob a forma de doação é chamada de partilha-doação; quando efetuada por testamento, chama-se partilha-testamento.

O ascendente que pretender efetivar a partilha em vida da integralidade do seu patrimônio deverá reservar bens suficientes para sua subsistência – art. 548, CC.

OBS: sempre deve ser protegida e respeitada a legítima dos herdeiros necessários.

Na maioria dos casos, a partilha em vida nada mais é que uma doação com reserva de usufruto para o doador.

Torna-se passível de anulação a partilha em vida quando o doador ignora algum filho deliberadamente, com total prejuízo para sua legítima, ou se o doador, ao partilhar os bens, não observa seus valores, natureza e qualidade, estabelecendo desigualdade entre as legítimas. Regras sobre a partilha

- Deve ser observada a maior igualdade possível – art. 2017, CC - No partilhar os bens, observar- se-á, quanto ao seu valor, natureza e qualidade, a maior igualdade possível

.

Novo CPC. Art. 648. Na partilha, serão observadas as seguintes regras:

I - a máxima igualdade possível quanto ao valor, à natureza e à qualidade dos bens; II - a prevenção de litígios futuros;

III - a máxima comodidade dos coerdeiros, do cônjuge ou do companheiro, se for o caso.

Art. 649. Os bens insuscetíveis de divisão cômoda que não couberem na parte do cônjuge ou companheiro supérstite ou no quinhão de um só herdeiro serão licitados entre os interessados ou vendidos judicialmente, partilhando-se o valor apurado, salvo se houver acordo para que sejam adjudicados a todos.

Art. 650. Se um dos interessados for nascituro, o quinhão que lhe caberá será reservado em poder do inventariante até o seu nascimento.

Recomenda-se evitar a indivisão – art. 2019, CC:

Art. 2.019. Os bens insuscetíveis de divisão cômoda, que não couberem na meação do cônjuge sobrevivente ou no quinhão de um só herdeiro, serão vendidos judicialmente, partilhando-se o valor apurado, a não ser que haja acordo para serem adjudicados a todos.

§ 1o Não se fará a venda judicial se o cônjuge sobrevivente ou um ou mais herdeiros requererem

lhes seja adjudicado o bem, repondo aos outros, em dinheiro, a diferença, após avaliação atualizada.

§ 2o Se a adjudicação for requerida por mais de um herdeiro, observar-se-á o processo da

licitação.

4. Sobrepartilha

Tem lugar a sobrepartilha quando, após a conclusão da partilha, descobrem-se bens sonegados ou quaisquer outros que compunham o acervo. A sobrepartilha é uma nova partilha, que ocorrerá nos mesmos autos do inventário.

A sobrepartilha obedece às mesmas normas do inventário, com habilitação de todos os herdeiros, avaliação dos bens, pagamento de imposto, certidões negativas. Podem ser feitas quantas sobrepartilhas forem necessárias com o aparecimento de novos bens.

OBS: A sobrepartilha pode ser feita por escritura pública, ainda que o inventário tenha sido judicial, desde que presentes os requisitos para a partilha pela via extrajudicial – herdeiros maiores e capazes (que poderiam ser menores ao tempo do inventário e adquiriram a capacidade civil), em consenso.

- Código Civil:

Art. 2.021. Quando parte da herança consistir em bens remotos do lugar do inventário,

litigiosos, ou de liquidação morosa ou difícil, poderá proceder-se, no prazo legal, à partilha dos outros, reservando-se aqueles para uma ou mais sobrepartilhas, sob a guarda e a administração do mesmo ou diverso inventariante, e consentimento da maioria dos herdeiros.

Art. 2.022. Ficam sujeitos a sobrepartilha os bens sonegados e quaisquer outros bens da

herança de que se tiver ciência após a partilha. - Novo CPC:

Art. 669. São sujeitos à sobrepartilha os bens: I - sonegados;

II - da herança descobertos após a partilha;

III - litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa;

IV - situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o inventário.

Parágrafo único. Os bens mencionados nos incisos III e IV serão reservados à sobrepartilha sob a guarda e a administração do mesmo ou de diverso inventariante, a consentimento da maioria dos herdeiros.

Art. 670. Na sobrepartilha dos bens, observar-se-á o processo de inventário e de partilha. Parágrafo único. A sobrepartilha correrá nos autos do inventário do autor da herança.

No documento Profa. Ana Flávia Borges (páginas 68-71)