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pelas propostas e sua valoração.

UNI CHANGING NETWORK GESTÃO DE

QUALIDADE Abordagem multiprofissional +++ - - - Aprendizagem baseada em problemas (ABP/PBL) + + +++ - Auto-avaliação como estratégia de mudança - - - +++ Auto- sustentabilidade progressiva e institucionalização dos processos +++ - + - Comunicação e disseminação +++ + +++ - Educação permanente/ contínua + + ++ +++ Parceria professores/ alunos/ comunidade - - ++ - Parceria universidade/ serviços de saúde/ comunidade +++ - + - Parceria universidade/ serviços de saúde/ entidades médicas - +++ - +++ Pesquisa-ação colaborativa - +++ + - Pró-atividade dos formuladores +++ ++ + ++ Programa de apoio permanente às iniciativas de mudança +++ - + - Trabalho em rede ++ + +++ -

(-) nenhuma importância; (+) pouca importância; (++) importância razoável; (+++) muita importância

Os desafios em Educação Médica e Saúde ainda estão a exigir muitos esforços de superação. Uma síntese das questões relevantes da contemporaneidade foi apresentada por Chaves:

I. Necessidade de divisão racional do trabalho dentro da equipe de saúde, de respeito mútuo entre as profissões de saúde, da preocupação com o custo- efetividade e de complementaridade do trabalho de generalistas e especialistas.

II. Necessidade de controle da alta tecnologia e de contrabalançá-la com o aumento do calor humano e da compaixão no atendimento aos clientes. III. Necessidade de uma melhor definição de perfis ocupacionais de maior

coerência dos currículos com as competências necessárias à prática profissional.

IV. Necessidade, para maior proteção da sociedade, de aperfeiçoamento dos métodos de avaliação de desempenho e de certificação profissional e de acreditação das instituições de ensino das profissões da saúde e de prestação de serviços de saúde.

V. Necessidade de aumento do grau de integração curricular substituindo a atual clivagem básico-clínica por maior articulação entre a teoria e a prática, com alternâncias e simultaneidades cuidadosamente planejadas.

VI. Necessidade de desenvolvimento da Bioética, tendo em vista os grandes avanços científicos especialmente em Biologia Molecular e Celulares e em Genética Humana, com impactos marcantes na prática da atenção à saúde. VII. Necessidade de dar maior atenção à unidade corpo-mente na educação e na

prática profissional, considerando o desenvolvimento da Psiquiatria, da Psicologia, da Psicofarmacologia e do conhecimento nos domínios e do inconsciente.

VIII. Necessidade de compreender melhor outras racionalidades médicas e outros métodos terapêuticos, considerando as limitações da Medicina Ocidental em face de muitas doenças e os benefícios potenciais para o paciente de uma terapêutica complementar ou alternativa, seja de fundo psicológico seja, com base em uma ação farmacológica ainda não compreendida e explicada .

IX. Necessidade de dar maior atenção, na prática clínica, à qualidade de vida e ao desejo de uma morte boa e digna, não sendo a longevidade e a sobrevivência metas suficientes por si sós.

X. Necessidade de aumentar a exploração das fronteiras entre a ciência e a religião em nível de formação profissional, tanto em aspectos filosóficos e transcendentais, quanto nos de insuficiência terapêutica, tendo em conta os limites da Medicina Científica e a importância da religiosidade na saúde e na doença.

Tais necessidades foram complementadas pela REDE UNIDA por um elenco de competências para o profissional de saúde, apresentados a seguir:

• Atenção à saúde: os profissionais de saúde dentro do seu âmbito profissional devem estar aptos a desenvolver ações de promoção, prevenção, proteção e reabilitação da saúde, tanto ao nível individual quanto coletivo. Cada profissional deve buscar assegurar que sua prática seja realizada de forma integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde. Os profissionais devem realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da Bioética (ética da vida), tendo em conta que a responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas sim, com a resolução do problema de saúde, tanto em nível individual quanto coletivo.

• Tomada de decisões: o trabalho dos profissionais de saúde deve estar fundamentado na capacidade de tomar decisões, visando o uso apropriado, a eficácia e o custo-efetividade da força de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Para este fim, eles devem possuir habilidades para avaliar, sistematizar e decidir a conduta mais apropriada.

• Comunicação: os profissionais de saúde devem ser acessíveis, capazes de ultrapassar as barreiras culturais na interação com os diferentes pacientes, grupos e comunidades. Devem também estar capacitados a interagir e se articular com outros profissionais de saúde. Devem manter a confidencialidade das informações a eles confiadas. A comunicação envolve o verbal, o não-verbal e as habilidades de escrita e de leitura.

• Liderança: no trabalho em equipe multiprofissional, os profissionais de saúde deverão estar aptos a assumir posições de liderança, sempre tendo em vista o bem-estar da comunidade. A liderança envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidades para tomadas de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz.

• Administração e gerenciamento: os profissionais devem estar preparados a fazer o gerenciamento e administração da força de trabalho, dos recursos físicos, materiais e de informação, da mesma forma que devem estar preparados para ser gestores ou lideres na equipe de saúde.

• Educação Permanente: os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente tanto na sua formação quanto na sua prática profissional. Desta forma os profissionais de saúde devem aprender a aprender, ter responsabilidade e compromisso com a educação e o treinamento/estágio das futuras gerações de profissionais, não apenas transmitindo conhecimentos, mas proporcionando condições para que haja benefício mútuo entre os futuros profissionais e os profissionais dos serviços.

Byrne e Rozental, em meados da década de 90, realizaram trabalhos voltados para análise crítica das tendências atuais da educação médica e constataram que há um desejo generalizado de reforma baseada em três fontes clara de influência: científica, social e educacional. Cada fonte percebe, de maneira diferente, o descontentamento com a educação médica de Flexner; mas propõe soluções com pontos de encontro.

Analisando os diversos documentos existentes, salienta o informe de Bloom, intitulado “A educação médica em transição”, como o melhor resumo para a atualidade. O informe propõe um novo modelo para a educação médica embasado na nova biologia e nos imperativos sociais, estes últimos decorrentes das necessidades de saúde da sociedade e da população em geral. Um resumo da transição segundo Bloom está no Quadro: