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Percola¸c˜ ao Invasiva em L 2

∞ toque algum aglomerado p-aberto infinito, Cp,

pela primeira vez no (n+1)-´esimo passo de invas˜ao, ou seja, os elos e1, e2, ..., en

n˜ao encontraram v´ertices de aglomerados p-abertos infinitos e no instante em que o processo invadir o elo en+1, um v´ertice final de en+1tocar´a algum v´ertice

y de Cp. Denote agora os elos que n˜ao est˜ao em Inx mas que s˜ao adjacentes

com algum elo de Ix

n por ∂Inx. Como o elo a ser escolhido no passo (n+1) ´e

en+1, temos que

τ (n + 1) ≤ τe, para todo e ∈ ∂Inx.

Por outro lado, como en+1 ∈ C/ p, temos necessariamente que

τ (n + 1) ≥ p, e das duas rela¸c˜oes acima

τ (j) ≥ p, para todo ej ∈ ∂Inx\{en+1}

Observe agora que podemos escrever o conjunto ∂Ix

n+1 como a uni˜ao de trˆes

subconjuntos disjuntos. O primeiro subconjunto ´e formado por elos que j´a estavam em ∂Inx, o segundo ´e formado por elos que s˜ao adjacentes com o s´ıtio y e que n˜ao est˜ao em Cp e o terceiro ´e constitu´ıdo por elos adjacentes

a y e que s˜ao p-abertos. Portanto, como todo elo de Cp ´e p-aberto, I∞x

invadir´a no passo (n+2) um elo da forma hy, zi que est´a em Cp. Mas como

Cp ´e infinito e ∂In+1x \Cp possui exclusivamente elos p-fechados, I∞x passar´a a

invadir somente elos p-abertos ap´os o passo (n + 2).

3.2

Percola¸c˜ao Invasiva em L

2

Considere o grafo L2 e seja LR(l) o evento em que existe um cruzamento

aberto da esquerda para a direita na caixa

28 Cap´ıtulo 3. Percola¸c˜ao Invasiva

Figura 3.1: O processo de invas˜ao encontra um aglomerado p-aberto infinito no (n + 1)-´esimo passo. Os elos representados por linhas cont´ınuas est˜ao no conjunto In0; os elos representados por linhas tracejadas est˜ao no conjunto ∂I0

n.

Figura 3.2: Uma representa¸c˜ao para o evento LR(3l, l).

ou seja, um caminho aberto que conecta o lado esquerdo da caixa R(l) ao seu lado direito. Seja tamb´em LR(kl, l) o evento em que existe um cruzamento aberto da esquerda para a direita na caixa R(kl, l) = [−l, (2k − 1)l] × [−l, l]. Por fim, consideraremos A(l) como o anel R(3l)\R(l) e O(l) como sendo o evento em que existe um circuito aberto no anel A(l) contendo a origem em seu interior (ver Figura 3.3). Lembrando que em L2 temos pc= 12, enunciemos

a seguinte proposi¸c˜ao.

Proposi¸c˜ao 3.2.1 ([3], se¸c˜ao 11.7). Para qualquer n´umero natural l temos que P1 2(LR(l)) ∈ [ 1 4, 3 4].

3.2. Percola¸c˜ao Invasiva em L2 29

Figura 3.3: Um circuito aberto no anel A(l) = R(3l)\R(l) e que cont´em a origem em seu interior.

h´a uma probabilidade significativa de existir um cruzamento aberto na caixa R(l), ent˜ao h´a tamb´em uma probabilidade significativa de existir um circuito aberto em volta da origem no anel A(l).

Teorema 3.2.2 (Teorema de Russo-Seymour-Welsh (RSW),em [3], Teorema 11.70). Se Pp(LR(l)) = τ , ent˜ao

Pp(O(l)) ≥ {τ (1 −

1 − τ )4}12.

.

Com os dois resultados acima em m˜aos, segue a essˆencia que fundamen- tar´a o principal teorema dessa se¸c˜ao:

Corol´ario 3.2.3. Para todo natural l, existe δ > 0 que n˜ao depende de l tal que,

P1

30 Cap´ıtulo 3. Percola¸c˜ao Invasiva Portanto, como P1

2(O(l)) ´e uniformemente limitado em l por uma constante

positiva, segue do Lema de Borel-Cantelli o seguinte resultado:

Corol´ario 3.2.4. Para todo p ≥ pc(L2) = 12, a origem ´e circundada por

infinitos circuitos p-abertos com probabilidade Pp igual a 1. Particurlamente,

como θ(12) = 0, a origem ´e circundada por infinitos circuitos abertos disjuntos P1

2-q.c.

Todas as ferramentas desenvolvidas at´e aqui foram apresentadas para nos auxiliar a responder sobre quais condi¸c˜oes a regi˜ao invadida Ix

∞ intercepta

algum aglomerado p-aberto infinito. Estamos prontos para lidar com esse problema em L2.

Teorema 3.2.5. Considere a origem de L2 e sua regi˜ao invadida I0

∞. Ent˜ao,

para qualquer p > pc, I∞0 intercepta algum aglomerado p-aberto infinito quase

certamente.

Demonstra¸c˜ao. Fixe algum p > pc. Ent˜ao, existe com probabilidade Pp

igual a 1 um ´unico aglomerado Cp p-aberto infinito (ver [3], Teorema 8.1).

Por outro lado, o Corol´ario 3.2.4 afirma que existem infinitos circuitos p- abertos ao redor da origem. Logo,

P(algum circuito p-aberto ao redor da origem intercepta Cp) = 1. (3.1)

Mas se γ ´e um circuito p-aberto que intercepta Cp, ent˜ao γ ⊂ Cp. Por fim,

como I0

∞ ´e uma subgrafo conexo infinito, I∞0 intercepta qualquer circuito p-

aberto que circunda a origem, particularmente γ, ou seja, I0

∞ intercepta Cp,

ou seja, o evento {algum circuito p-aberto ao redor da origem intercepta Cp}

est´a contido no evento {I0

∞ intercepta algum aglomerado p-aberto infinito}.

Assim, da rela¸c˜ao (3.1),

P(I∞0 intercepta algum aglomerado p-aberto infinito) = 1.

O grafo L2´e transitivo e, portanto, o resultado acima n˜ao ´e v´alido somente

3.2. Percola¸c˜ao Invasiva em L2 31 Corol´ario 3.2.6. Considere o grafo L2. Sejam x ∈ Z2 e Ix

∞ a regi˜ao invadida

de x. Ent˜ao, para qualquer p > pc, I∞x intercepta o aglomerado p-aberto

infinito P-q.c.

Relembre agora que τ (n) denota o valor do n-´esimo elo invadido. O Teorema 3.1.1 e o Corol´ario 3.2.6 acima afirmam que se p > pc ent˜ao, Pp-q.c,

existe um n´umero natural n0 suficientemente grande, tal que

τ (n) ≤ p, para todo n ≥ n0, (3.2)

ou seja, o conjunto {τe; e ∈ I∞0 } ´e limitado superiormente. Na verdade, vale

algo muito mais forte do que isso.

Teorema 3.2.7. Em L2, as rela¸c˜oes abaixo s˜ao equivalentes:

(i) I0 intercepta o aglomerado p-aberto infinito quase certamente para qualquer p > pc;

(ii) lim supn→∞τ (n) = pc quase certamente.

Demonstra¸c˜ao. Primeiro vamos mostrar que (i) implica (ii). Vejamos: Dado  > 0 pequeno, temos por hip´otese e da rela¸c˜ao (3.2) que existe um n´umero natural n0() tal que,

τ (n) ≤ pc+ , para todo n ≥ n0(),

consequentemente,

lim sup

n→∞

τ (n) ≤ pc+ , (3.3)

e como a rela¸c˜ao acima ´e v´alida para todo  > 0, temos que lim sup

n→∞

τ (n) ≤ pc. (3.4)

Por outro lado, caso fosse

lim sup

n→∞

32 Cap´ıtulo 3. Percola¸c˜ao Invasiva ent˜ao, para qualquer p ∈ (˜p, pc) existiria um n1 suficientemente grande tal

que,

τ (n) < p, para todo n ≥ n1,

ou seja, existiria um aglomerado p-aberto infinito com p < pc. Como isso

ocorre com probabilidade zero, lim sup

n→∞

τ (n) ≥ pc, P-q.c. (3.5)

Portanto, das rela¸c˜oes (3.4) e (3.5), temos que, quase certamente,

lim sup

n→∞

τ (n) = pc.

Agora, vamos assumir que (ii) ´e verdade para provarmos (i). Vejamos: se pc= lim supn→∞τ (n), ent˜ao dado p ∈ (pc, 1), existe n0(p) suficientemente

grande tal que,

τ (n) ≤ p, para todo n ≥ n0(p),

e portanto, a partir do n0(p)-´esimo elo invadido, I∞0 \In00(p)−1 est´a contido em

algum aglomerado p-aberto infinito. Como isso ´e v´alido para todo p > pc e

como para cada parˆametro p da fase supercr´ıtica existe e ´e ´unico o aglomerado p-aberto infinito, temos que, quase certamente, I0

∞ intercepta o aglomerado

p-aberto infinito para qualquer p > pc.

Note que os Teoremas 3.2.5 e 3.2.7 afirmam que P − q.c., lim sup

n→∞

τ (n) = pc (3.6)

Considerando ainda a regi˜ao invadida I0 , sabemos que n˜ao pode ser τ (n) < pc(repare que isso ´e mais forte do que afirmar que lim supn→∞τ (n) ≤

pc) para todo natural n, pois se fosse, a origem pertenceria a um aglomerado

pc-aberto infinito, o que ocorre com probabilidade zero. Logo, quase cer-

3.3. Percola¸c˜ao Invasiva em Grafos Transitivos 33

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