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Percurso toponomástico dos denominativos de povoações

Ficha 4 – Ficha lexicográfico-toponímica adaptada e preenchida

5 A TOPONÍMIA CEARENSE EM DOCUMENTOS DO SÉCULO

5.2 Percurso toponomástico e taxionômico dos nomes de lugares cearenses

5.2.3 Percurso toponomástico dos denominativos de povoações

Almas

Percurso Toponomástico: Almas > Bitupitá

Percurso Taxionômico: Animotopônimo ou Nootopônimo > Cromotopônimo

Observações: O nome Almas foi dado em razão de forte ventania na região. Em1943, o

distrito de Almas passou a denominar-se Bitupitá (“vento vermelho”). Barra do Rio do Macaco

Percurso Toponomástico: Barra do Rio Macaco > Entre-Rios > Macaraú

Percurso Taxionômico: Hidrotopônimo > Cardinotopônimo > Sem classificação

Observações: Em 1890, o distrito de Barra do Macaco foi elevado a Município com o nome

de Entre-Rios. Após ser extinto em 1920, reaparece na divisão territorial cearense em 1943 com o nome alterado para Macaraú, representando contração de macaco e Acaraú.

Barra do Rio Ceará

Percurso Toponomástico: Barra do Rio Ceará > Barra do Ceará Percurso Taxionômico: Hidrotopônimo > Hidrotopônimo

Observações: Segundo Ferreira (2004, s/p), barra é o “acúmulo de material aluviônico,

paralelo à costa, no ponto onde há o equilíbrio entre a corrente marítima e a fluvial”. A povoação da Barra do Rio Ceará constitui-se hoje importante bairro da cidade de Fortaleza, com o nome fixado como Barra do Ceará.

Candeia

Percurso Toponomástico: Candeia Percurso Taxionômico: Fitotopônimo

Observações: A antiga povoação Candeia foi elevada a distrito e anexada ao município de

município de Baturité.

Cangati

Percurso Toponomástico: Cangati > Caio Prado

Percurso Taxionômico: Zootopônimo > Antropotopônimo

Observações: O povoado de Cangati foi elevado a distrito com nome de Caio Prado, anexado

ao município de Baturité, em 1890.

Caatinga do Góes

Percurso Toponomástico: Caatinga do Góes > União > Jaguaruana

Percurso Taxionômico: Fitotopônimo > Animotopônimo ou Nootopônimo > Zootopônimo Observações: A antiga povoação Caatinga do Góes, do nome de Feliciana de Góes, tornou-se

vila em 1865 e recebeu o nome União. Tornou-se cidade em 1890. Em 1943, o topônimo foi alterado para Jaguaruana (“onça preta”).

Cocó

Percurso Toponomástico: Cocó

Percurso Taxionômico: Geomorfotopônimo

Observações: Os cabelos entrançados ou torcidos longitudinalmente e depois enrolados no

alto da cabeça seria o que se chama cocó. Tal interpretação, segundo Pompeu Sobrinho (1945, p. 176), poderia ser aplicada a algum tipo de elevação em um curso d‟água, como um pequeno monte, semelhante ao cocó nas cabeças femininas. O autor justifica esta aplicação em virtude de outos topônimos também possuírem o radical cocó, como Cocodé, Cocoteno,

Cococí etc. Atualmente, o topônimo Cocó configura importante bairro da cidade de Fortaleza,

capital do Ceará.

Curral Velho

Percurso Toponomástico: Curral Velho > Santana do Acaraú > Santana > Licânia > Santana

do Acaraú

Fitotopônimo > Hagiotopônimo

Observações: De acordo com Falcão (1993, p.82), a povoação Curral Velho foi elevada à vila

com o nome Santana do Acaraú, depois passou a chamar-se Santana, mais tarde mudou-se o nome para Licânia, em 1843, devido à abundância da árvore licânia, depois em 1951, voltou a chamar-se definitivamente Santana do Acaraú. Segundo Ferreira (2004, s/p), curral é o “lugar onde se junta e recolhe o gado; arribana, corte, malhada”. Segundo Seraine (1948, p. 269), Teodoro Sampaio descreveu a palavra acaraú com a seguinte etimologia: acará-hu e

acará-cu, corrução de acará-hy, significando “rio dos acarás”, ou peixes carás. Espírito Santo

Percurso Toponomástico: Espírito Santo > Morada Nova Percurso Taxionômico: Hierotopônimo > Ecotopônimo

Observações: Segundo o IBGE (s/d), a povoação do Espírito Santo foi elevada a distrito em

1873. De acordo com Falcão (1993, p. 65), a vila de Espírito Santo foi instalada no lugar de uma povoação desmembrada do município de Russas, em 1876. Em 1925, foi elevada à categoria de cidade. Apesar da tentativa de se alterar o topônimo para São Crisólogo, o nome foi alterado para Morada Nova pela Lei nº 107, de 20 de setembro de 1983.

Giqui

Percurso Toponomástico: Giqui Percurso Taxionômico: Ergotopônimo

Observações: Segundo o IBGE (s/d), a povoação de Giqui aparece como território de Aracati,

junto ao distrito de Caatinga do Góes, no início do século XIX. A povoação de Caatinga do Góes foi elevada à vila sob a denominação de União e depois tornou-se a cidade de Jaguaruana, permanecendo Giqui como seu distrito até os dias atuais. Os registros mais antigos conservam o topônimo Jequi ou Jiqui, mas nos documentos oficiais do IBGE registra- se Giqui. Jiqui significa “armadilha ou cesto de pesca”. De acordo com Ferreira (2004, s/p), jequi é uma palavra de origem tupi e significa “[...] cesto para pesca, muito oblongo, afunilado, feito de varas finas e flexíveis; cacuri.”

Jaguaribe Mirim

Percurso Taxionômico: Hidrotopônimo > Hidrotopônimo > Zootopônimo > Zootopônimo Observações: Segundo Falcão (1993, p. 55), a primitiva povoação Riacho do Sangue foi

transferida para a povoação de Cachoeira em 1850. Em 1864 foi mudada para o núcleo de Jaguaribe Mirim. Em1938, Jaguaribe Mirim passou denominar-se simplesmente Jaguaribe. Segundo Studart (1923, p. 123), Jaguaribe vem de jaguar-y-be, significando “o rio das onças”.

Mata Fresca

Percurso Toponomástico: Mata Fresca Percurso Taxionômico: Fitotopônimo

Observações: A povoação de Mata Fresca aparece nos registros de Studart (1924) como

pertencendo à vila de Aracati. Em registros do IBGE (s/d), Mata Fresca é desmembrada do distrito de Areal e passa a ser distrito de Aracati, de acordo com a Lei Estadual nº 448, de 20 de dezembro de 1938, assim permanecendo até os dias atuais.

Missão Velha

Percurso Toponomástico: Cachoeira > Missão Velha Percurso Taxionômico: Hidrotopônimo > Hierotopônimo

Observações: Segundo Falcão (1993), a antiga povoação de Cachoeira tornou-se distrito sob a

denominação de Missão Velha, em 1748. O distrito de Missão Velha foi desmembrado do município de Barbalha em 1864, ocasião em que foi elevada à condição de vila. A vila foi elevada à condição de cidade com a denominação Missão Velha, em 1931. Segundo o IBGE (s/d), alguns historiadores consideram que o nome Missão Velha é devido ao fato de os jesuítas terem fundado outra missão, passando esta a ser conhecida como “Missão Velha”. Segundo Ferreira (2004, s/p), missão pode significar “[...] estabelecimento, instituição ou instalação de missionários para pregação da fé cristã.”

Mundaú

Percurso Toponomástico: Mundaú Percurso Taxionômico: Hidrotopônimo

Observações: Segundo dados do IBGE (s/d), a povoação de Mundaú tornou-se distrito do

ser desmembrado de Trari duas vezes, Mundaú voltou a ser distrito de Trairi e assim permanece até os dias atuais. De acordo com Pompeu Sobrinho (1945, p. 200), “As formas

pondaú, mondaú ou mundaú são alterações de mo.ndá, furtar, o furto, ú, de y, água ou rio,

aguada; aguada ou rio do furto.”, ou para alguns pesquisadores, “rio tortuoso”, de mondé, cilada, armadilha, e hú, rio.

Olho d’água

Percurso Toponomástico:Olho d‟água > Rafael Arruda Percurso Taxionômico: Hidrotopônimo > Antropotopônimo

Observações: Segundo dados do IBGE (s/d), o antigo povoado de Olho d‟água foi

desmembrado do distrito de Jaibara e, em 1957, tornou-se distrito de Sobral. Na divisão territorial datada de 1955, Olho d‟água foi alterado para Rafael Arruda, que permanece como distrito de Sobral até os dias atuais.

Quixosó

Percurso Toponomástico: Quixó-açú > Quixoxó > Caixa-só / Quixosó > Iracema

Percurso Taxionômico: Ergotopônimo > Ergotopônimo > Ergotopônimo / Ergotopônimo

> Antropotopônimo

Observações: Segundo o IBGE (s/d), a povoação Quixó-açú, posteriormente Quixoxó e por

fim Caixa-só, foi elevada à categoria de vila em 1890, pelo decreto nº 53, de 30 de agosto, e sua denominação foi alterada para Iracema, em homenagem à personagem do romance

Iracema, do escritor cearense José de Alencar. Segundo Falcão (1993, p. 30), Caixa-só é a

designação antiga da cidade Iracema. O topônimo constitui-se de corrutela de Quixoassú ou

Quixó-açú (caça grande), corrompido por sua vez em Quixoacó, ou Quixoxó e, finalmente, Caixa-só. Nos documentos invesgitados, aparece como Quixoso.

Riacho do Sangue

Percurso Toponomástico: Oriabebú > Riacho das Pedras > Riacho do Sangue > Frade >

Jaguaretama

Percurso Taxionômico: Sem classificação > Hidrotopônimo > Hidrotopônimo >

Observações: De acordo com Falcão (1993), a povoação do Riacho do Sangue, antiga

Oriabebú, depois Riacho das Pedras, foi elevada à vila com o nome de Riachuelo, em 1865. O Riacho do Sangue foi extinto e restaurado várias vezes. Em 1938, o Riacho do Sangue foi elevado à categoria de cidade sob a denominação de Frade. Em 1956, o município de Frade passou a denominar-se Jaguaretama.

Santa Cruz da Serra de Uruburetama

Percurso Toponomástico: Riacho do Fogo > Santa Cruz da Serra de Uruburetama > Itapajé >

Santa Cruz da Uruburetama > São Francisco da Uruburetama > Arraial > São Francisco > Itapajé

Percurso Taxionômico: Hidrotopônimo > Hierotopônimo > Ergotopônimo > Hierotopônimo

> Hagiotopônimo > Poliotopônimo > Hagiotopônimo > Ergotopônimo

Observações: Segundo Falcão (1993, p. 53), a povoação chamou-se primitivamente Riacho

do Fogo (1839), alterado para Santa Cruz da Serra de Uruburetama, onde se instalou o

município de Itapajé, em 22 de dezembro de 1849, pela Lei n. 502. O nome do lugar foi alterado para Santa Cruz da Uruburetama pela Lei n. 534, de 10 de dezembro de 1850, e a sede do município foi transferida para o núcleo de São Francisco da Uruburetama. Em 1873, o nome foi alterado para São Francisco, após ser desmembrado do município Arraial (Uruburetama). O município foi extinto em 1931, restaurado em 1933. Em 1943, recebeu o nome de Itapajé. De acordo com a maioria dos pesquisadores, uruburetama vem de significa “casa de muitos urubus”. Segundo Studart (1924, p. 122), itapajé é palavra indígena, ita (pedra) + pajé (feiticeiro), significando “pedra do pajé”.

Santa Quitéria

Percurso Toponomástico: Santa Quitéria Percurso Taxionômico: Hagiotopônimo

Observações: Segundo Falcão (1993, p. 82-83), foi uma povoação desmembrada do

município de Sobral, em 1856, e elevada à categoria de cidade pelo Decreto Lei n. 448, de 20 de dezembro de 1938. O nome é em homenagem à Santa padroeira do município.

Percurso Toponomástico: São José da Uruburetama > São José Percurso Taxionômico: Hagiotopônimo > Hagiotopônimo

Observações: Segundo Silva Paulet (1898, p. 13), havia duas povoações na serra de

Uruburetama, a de Santa-Cruz, do termo de Fortaleza, e a de São José, do termo de Sobral. Segundo o IBGE (s/d), a povoação de São José reaparece como distrito de Sobral na divisão territorial de 1933. Pelo Decreto nº 448, de 20 de dezembro de 1938, o distrito de São José passou a denominar-se Patriarca.

Siupé

Percurso Toponomástico: Siupé

Percurso Taxionômico: Hodotopônimo

Observações: Segundo Pompeu Sobrinho (1945, p. 203), Siupé aparece registrado nos

primeiros documentos cartográficos do período colonial, sendo o primeiro o registro no mapa de Pero Coelho, de aproximadamente 1610, no qual aparece como Siopé. É o primeiro nome do rio São Gonçalo, depois passou a nomear um distrito e vila do município de Anacetaba, hoje São Gonçalo do Amarante. Segundo Studart (1924, p. 123), siupé vem de siopé e significa “caminho da caça”.

Várzea da Carnaúba

Percurso Toponomástico: Várzea da Carnaúba > Campos Elísios > Campos > Ipueiras dos

Targinos > Targinos

Percurso Taxionômico: Geomorfotopônimo > Hierotopônimo > Geomorfotopônimo

> Hidrotopônimo > Antropotopônimo

Observações: Segundo Falcão (1993, p. 96), Várzea da Carnaúba é a designação primitiva do

lugar onde foi instalado o Distrito de Campos Elísios, posteriormente chamado Campos, depois Ipueiras dos Targinos, hoje é chamado de Targinos (Canindé). Segundo Paulino Nogueira (1887, p. 259), carnaúba é uma árvore que arranha, da formação entre caranhe, que significa “arranhar”, e úba, que é “árvore”. De acordo com Ferreira (2004, s/p), Campos

Elísios é a “morada dos heróis e dos justos após a morte”. Segundo Studart (1924, p. 122), ipueiras vem de i (água) + pueira (poço), significando “poço d‟água”.