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Nesse tópico apresenta-se o perfil biográfico e profissional dos cinco gestores estudados, para isso investigou-se a respeito de: idade, sexo, estado civil, área de formação e tempo de serviço no cargo.

Referente a idade, como pode-se evidenciar na Tabela 1, os gestores entrevistados tem idade entre 28 e 50 anos, o que identifica os gestores como pertencentes às gerações: geração X e geração Y. Estas gerações são conhecidas segundo Khoury (2009) como: geração X (nascidos entre 1965 e 1977) e geração Y (nascidos entre 1978 e 1989).

Tabela 1: Idade Entrevistado Idade G1 28 G2 50 G3 42 G4 44 G5 42

Fonte: Dados da pesquisa (fevereiro, 2015)

Os pertencentes à geração Y são experts em tecnologia, pragmáticos e irreverentes, desejam trabalho com sentido, preferem ambientes propícios à cooperação, são dispersos, versáteis e realizam várias tarefas ao mesmo tempo. Trazem agilidade, inovação e querem

contribuir com o negócio, mas precisam que o trabalho faça sentido para sua vida e carreira (SMITH, 2009).

O G1, Sr Diego, pertence à geração Y, e possui muitas das características dessa geração, pois é versátil tem muitos projetos, e os realiza ao mesmo tempo, está muito ligado às tecnologias, usa todas que estão ao seu dispor. Por ser jovem está sempre buscando fazer coisas diferentes, mudando a maneira de fazer as coisas, para assim não perder o interesse e seu negócio ser sempre atrativo tanto para ele, quanto para os clientes e para quem trabalha e convive com ele. Segundo Khoury (2009), as pessoas da geração Y nasceram em um período onde a economia estava sendo favorecida, além de acompanharem a revolução da tecnologia. Esta geração, “considera o trabalho uma fonte de satisfação e de aprendizado e buscam equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”.

Já os outros quatro gestores pertencem a geração X, possuem idade ente 42 e 50 anos, são profissionais maduros que buscam equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, o aperfeiçoamento profissional é algo valorizado. Segundo Matta (2013), esta geração valoriza o trabalho e a estabilidade financeira, além de serem considerados independentes e inovadores. Carvalho (2012), afirma que no meio profissional a Geração X vem a ser caracterizada nos dias atuais por certas resistências em relação a tudo que é novo, além de apresentarem insegurança em perder o emprego para pessoas mais novas.

Para melhor entender o comportamento destas gerações nas organizações, Matta (2013), faz um comparativo entre elas:

Quadro 1: Características das gerações

CARACTERÍSTICAS GERAÇÃO X GERAÇÃO Y

Postura profissional São experientes e dedicados.

Possuem elencada autoestima e são comprometidos com seus valores.

Posição na empresa

Temem ser demitidos ou perder espaço para a geração Y.

Impulsivos, enfrentam sem medo posições de poder.

Foco no trabalho São muito comprometidos com os objetivos da empresa

São fascinados por desafios e querem fazer tudo a sua maneira

Relação com a liderança

Costumam valorizar

competências quando

assumem a liderança.

Com perfil "multitarefa" odeiam burocracia, controle e atividades rotineiras.

Qualidade de vida Equilibram vida pessoal e profissional.

Gostam de ter horários flexíveis e usar roupas informais.

Tecnologias Aprenderam a lidar com a tecnologia na adolescência.

Vivem em rede e são "nativos digitais".

Fonte: Adaptado de Matta (2013)

No que se refere ao sexo, embora as mulheres estejam, cada vez mais, ocupando os espaços no mercado de trabalho, nesta pesquisa, realizada com os gestores do ramo alimentício no município de Horizontina/RS, predominam os homens. Nos cinco restaurantes objetos da presente pesquisa os gestores são homens, porém todos lideram equipes em que predominam mulheres.

No Brasil a evolução da participação das mulheres foi ampla em vários segmentos profissionais, segundo Maluf (2012) a perspectiva de crescimento delas é representativa.

Hoje os restaurantes são serviços que trouxeram certa comodidade para as mulheres já que, tradicionalmente, dentro do lar, eram executados por elas. Por isso, no centro deste fenômeno está o novo papel que a mulher assume hoje na sociedade. Para Muraro (1971 apud Rebelato,1997), as mulheres não querem mais o status de donas de casa. Elas buscam a independência econômica e a realização profissional por meio de um trabalho remunerado.

As mulheres estão ousando e passam a quebrar o paradigma historicamente machista, abandonando o papel de dona-de-casa ou mãe-de-família que lhes foi delegado durante décadas, rejeitando o estereótipo de "mulher-Amélia", enfrentando preconceitos e discriminações, assumindo uma atitude própria e lutando por seus sonhos e ideais.

Pode-se verificar uma mudança no comportamento das mulheres, não para se assimilarem aos homens, mas sim para competir em igualdade com os mesmos Catardo (2005

apud Andreoli, 2007). Segundo Mussak (2004), a Revolução dos Sexos está para a mulher

hoje assim como a Revolução Industrial se deu para os homens no século 20.

Para Robbins (2009), não existe diferença consistente entre homens e mulheres quanto às competências para: a resolução de problemas, a capacidade de análise, o espírito competitivo, a motivação, associabilidade ou a capacidade de aprendizagem. Evidenciando assim que as mulheres estão cada vez mais buscando seu lugar no mercado de trabalho, revelando capacidade igual ou superior aos homens.

Referente ao estado civil, pode-se visualizar na Tabela 2, que dois gestores são casados, e o casal trabalha junto no restaurante. Dois são solteiros, e trabalham tempo

integral no restaurante, sendo que estão todo o tempo disponíveis, envolvidos com a empresa. E um deles é separado e gerencia sozinho o restaurante.

Tabela 2: Estado Civil

Estado civil Gestor Percentual

Solteiro 2 40%

Separado 1 20%

Casado 2 40%

Total 5 100%

Fonte: Dados da pesquisa (fevereiro, 2015)

As pessoas estão passando por um período de transformação, e vislumbram a possibilidade de relacionamentos fora dos padrões tidos como “convencionais”, como o engajamento em relacionamentos informais, o sexo sem compromisso, a adoção de filhos ou reprodução independente, dentre outras possibilidades como apontam Andrade (2007 Apud Beck&Beck- Gernsheim 1990). Estas possibilidades advêm de questionamentos sobre o que era considerado como “natural” no ciclo de vida: casamento e constituição de família com filhos e que nos dias de hoje esta mudando, as famílias estão menores, aumentando também consideravelmente o numero de pessoas que moram sozinhas.

A Tabela 3 apresenta informações sobre a área de formação dos gestores.

Tabela 3: Área de formação

Área de formação Total Percentual

Ens. Superior Enfermagem 1 20%

Ens. Superior Topografia 1 20%

Ens. Superior Ciências Contábeis 1 20%

Ens. Superior em andamento 1 20%

Ensino Médio Completo 1 20%

Total 5 100%

Fonte: Dados da pesquisa (fevereiro, 2015).

Percebe-se que a formação dos gestores é completamente diferente das áreas que atuam hoje. Somente o G4 atuou por um tempo na sua área de formação em Ciências Contábeis, quando trabalhou por anos na empresa John Deere. O G1 nunca atuou na sua área de formação e sempre esteve envolvido com ramo de restaurantes, e futuramente pensa cursar

algum curso referente a área, como Administração. O G5 esta cursando Administração, visando ao aprimoramento em sua gestão no restaurante.

Já o G3 não tem curso superior, possui ensino médio completo, mas enfatiza a importância do estudo, pois afirma ter sofrido no começo de sua empresa, pouco a pouco foi adquirindo experiência e com isso consegue hoje administrar bem seu negócio, porém mostra interesse em começar uma graduação para se aperfeiçoar como gestor. E o G2 chegou a atuar em sua área porem foi por pouco tempo, já que sempre esteve envolvido com o ramo de alimentação.

Sob a perspectiva de Ferreira (1999) os profissionais graduados costumam ter uma formação diferenciada das demandas da realidade. Portanto, encontram dificuldades para atuar no mercado de trabalho. Para o autor, o mercado “vive uma constante evolução (obrigatória, pela competitividade dos dias de hoje) que não foi acompanhada no decorrer da educação desse novo profissional”(FERREIRA, 1999, p.2).

Paldês (1998) afirma que uma das finalidades do ensino superior é constituir-se na etapa final da formação cultural e profissional do cidadão, endereçando-o para as funções de investigação científica, produção e difusão do conhecimento.

Na tabela 4 evidenciam-se os resultados dos entrevistados quanto ao tempo de serviço no cargo.

Tabela 4: Tempo no cargo

Tempo de serviço no Ramo Gestor Percentual

3 anos 1 20%

6 anos 1 20%

10 anos 2 40%

11 anos 1 20%

Total 5 100%

Fonte: Dados da pesquisa (fevereiro, 2015).

Percebe-se que o tempo de serviço no cargo dos gestores é bastante elevado, três deles possuem acima de dez anos, identifica-se que possuem experiências e já conhecem bem o negocio, e estão adaptados com todas as dificuldades que o ramo exige, e evidencia-se a persistência e o quanto gostam do trabalho que realizam. Dois dos gestores possuem menos de dez anos, seis e três anos respectivamente, e demonstram bastante entusiasmo, mostrando que vão permanecer por muito tempo na empresa e alcançando o sucesso no mercado.

Evidenciou-se que os gestores pertencem a geração X e Y, que possuem características diferentes, sendo que um busca se realizar profissionalmente enquanto o outro busca no trabalho sua realização. A formação acadêmica não foi pensada para a área em que atuam, mas possuem muita experiência no ramo já que todos estão há muito tempo no negocio.

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