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2.1 Perfil brasileiro

No documento ana claudia fagundes (páginas 36-39)

Há tempos o Brasil está na mira de empresas que aqui desejam investir para vender seus produtos e serviços. Introduzido no chamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), grupo de países emergentes e com índices de crescimento econômico considerável, apesar da crise econômica que acometeu todo o globo no final de 2008, o Brasil tem revelado um grande desenvolvimento em relação ao potencial de consumo em diversos setores e promete ser a quinta maior economia do mundo em 2050, atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Japão, de acordo com previsões feitas em março de 2005 pela Oxford University Investment Club.

Dados reunidos pela empresa Anthropos Antropologia Empresarial5 mostram a importância do brasileiro em relação ao consumo mundial. O país é o segundo maior consumidor de jatos executivos e helicópteros, biscoitos, microondas e alguns equipamentos esportivos. Também é o terceiro em refrigerantes e cosméticos. Circulam atualmente nas ruas e estradas brasileiras 582 modelos de carros e estão à disposição do consumidor 89 tipos de molho de tomate e 123 de cerveja. Em 2008 o número de computadores chegou a 50 milhões, disponíveis a mais de 30% da população brasileira, com previsão para chegar a 70 milhões e 40% da população em 2010. Essa evolução do consumo vem acompanhada da Internet, pois já em 2007 16,9% dos computadores no país já tinham acesso à grande rede.

Informações recolhidas pela consultoria mostram que em 2005 o Brasil já era o sexto país com o maior número de telefones celulares, com 99,9 milhões de aparelhos, atrás de China (461,1 milhões), Estados Unidos (233 milhões), Índia (166,1 milhões), Rússia (120 milhões) e Japão (101,7 milhões), sendo também o oitavo em número de telefones fixos. Naquele mesmo ano, o país era o quinto do mundo em número de internautas, com 42,6

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milhões de pessoas com acesso à Internet, seguindo no ranking depois de Estados Unidos (208 milhões), China (137 milhões), Japão (87,54 milhões) e Índia (60 milhões).

Atraídas por esse potencial de consumo, a cada dia organizações nacionais e internacionais colocam no mercado seus produtos e serviços para atrair seu consumidor. Mas afinal, quem é esse consumidor?

Premissa básica para qualquer empresa é conhecer seu público para conseguir atingi-lo. Segundo dados publicados em setembro de 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta com 184.601 milhões de habitantes, sendo 48,7% homens e 51,3% mulheres; 44,6% da população têm de 25 a 59 anos e 9,9% têm mais de 60 anos. São 59,1 milhões de famílias, sendo 45,5 milhões de famílias economicamente ativas; e 104.017 milhões de pessoas ocupadas, sendo que 10.796 milhões delas possuem renda acima de cinco salários mínimos6. O atraente potencial de consumo do brasileiro afirma-se também na sua renda mensal, como mostra o quadro abaixo:

Tabela 3. Rendimento mensal das pessoas ocupadas no Brasil

Brasil

Pessoas Ocupadas – 2006 Rendimento Mensal

Até 1 salário mínimo Pobres 38,7%

1 a 3 salários mínimos Média baixa 42,4%

3 a 10 salários mínimos Média média 15,6%

10 a 20 salários mínimos Média alta 2,4%

Acima de 20 salários mínimos Elite 0,9%

100%

Fonte: Anthropos Consulting

IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento,

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005-2006. Publicação: setembro, 2007

Só as classes médias do Brasil correspondem a uma população maior que a de países como Argentina, com 40,3 milhões de habitantes; Portugal, com 10,6 milhões; Israel, 6,4 milhões; Dinamarca, 5,4 milhões; Espanha, 40,4 milhões; Chile, 16,2 milhões; Paraguai, 6,6 milhões; Canadá, 33,3 milhões; Austrália, 20,4 milhões; Nova Zelândia, 4,1 milhões e

6

Salário Mínimo Brasileiro/ junho 2009: R$ 465,00

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (www.mte.gov.br)

60,4% da população ou 62.983 milhões de

Finlândia, 5,2 milhões (Anthropos Consulting – CIA World Factbook –USA, Populações estimadas Julho 2007).

A partir de 2007, o crescimento da classe C, formada por pessoas com renda média mensal de R$ 1.062,00 (Pesquisa Cetelem/Ipsos), também ajudou a aumentar o poder de consumo do país. Dados publicados no Jornal o Estado de SP revelam uma nova pirâmide social brasileira, com a classe C representando 46% da população do país, com um crescimento de 10% em relação a 2006. Consequentemente, as classes A/B, que possuem renda média acima de R$ 2.217,00, e as classes D/E, com rendimentos médios de R$ 580,00, apresentaram um decréscimo de 3% e 7% respectivamente, em 2007, como mostram os gráficos seguintes:

Gráfico 7. Nova pirâmide social

Fonte: JORNAL O ESTADO DE S.P.; 03 mar. 2008. Pg. B16

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Ipsos, com mais de um quarto do poder de consumo do país a classe C, que reúne 86,2 milhões de pessoas, ou 46% da população, torna-se um importante público consumidor para as organizações,

representando um potencial de consumo que atingiu R$ 1,4 bilhão em 2007, o que nenhuma outra classe social brasileira, sozinha, não consegue alcançar. Nas classes B1 e B2 o potencial é de R$ 315,6 bilhões e 286,9 bilhões, respectivamente; enquanto na classe A1 é de R$ 80,2 bilhões e na classe A2, de R$ 260,8 bilhões. (Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL364370-9356,00-

CLASSE+C+AGORA+TEM+MAIS+BRASILEIROS+QUE+CLASSES+DE+DIZ+PESQUI SA.html)

Conhecer e identificar as necessidades desses novos públicos consumidores é um fator imprescindível para o sucesso nas vendas dos mais variados produtos e serviços.

O processo de globalização, a interpretação das economias mundiais, a expansão das entidades da sociedade civil e a consequente expansão das taxas de organicidade social, a participação mais ativa dos cidadãos nas lutas políticas, as exigências e pressões inerentes à vida moderna constituem, entre outros, fatores que modelam o perfil do novo consumidor. Quais são suas regras e como ele se comporta? Primeiro, não se arrisca tanto como antigamente. Ele seleciona melhor produtos e bens. Regra-se pelas leis das grandes necessidades. Já não adquire, como no passado tantos bens com a finalidade exclusiva de procura de status.

(TORQUATO, 2006, p. 62)

No documento ana claudia fagundes (páginas 36-39)

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