• Nenhum resultado encontrado

2 UM NOVO CENÁRIO, NOVAS DEMANDAS EDUCACIONAIS E A VALORIZAÇÃO

4.4 O perfil do aluno evadido do polo de Martins

No segundo semestre de 2008 (terceiro semestre letivo), quando definimos quais os polos que seriam nosso objeto de análise para a investigação das causas da evasão no curso de Tecnologia em Gestão Ambiental na modalidade de EaD, o polo de Martins apresentava o menor índice de evasão entre os polos de apoio presencial que ofereciam esse curso.

O polo de Martins, que iniciou suas atividades com 52 alunos matriculados, contava com 41 alunos matriculados no início do terceiro semestre letivo (2008.2), apresentando uma taxa de evasão de 21,15%, até aquele momento.

A aplicação de questionários com os alunos evadidos no polo de Martins ocorreu durante o mês de setembro de 2009, no início do quinto semestre letivo (2009.2). No momento em que realizamos essa coleta de dados, o polo de Martins contava com apenas 32 alunos matriculados, apresentando uma taxa de evasão de 38,46%. Nessa etapa da pesquisa foram aplicados questionários com dez alunos evadidos (50,0% do total de alunos evadidos até aquele momento).

A observação da realidade do polo também teve início no mês de setembro de 2009, se estendendo até abril de 2010, quando passamos a observar as atividades desenvolvidas no

polo durante os momentos presenciais. Além disso, procuramos conversar com a comunidade que reside na cidade de Martins, objetivando conhecer melhor o contexto em que o polo de apoio presencial está inserido (aspectos políticos, econômicos, culturais etc.), bem como a importância do polo e da EaD para essa comunidade.

Na primeira parte do questionário buscamos elaborar um perfil dos alunos que evadiram do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental no polo de Martins, procurando identificar aspectos como: idade, sexo, estado civil, renda, exercício de atividade remunerada, nível de escolaridade, tempo dedicado aos estudos etc.

Assim como fizemos no polo de Mossoró, solicitamos aos alunos evadidos do polo de Martins que respondessem a esses questionamentos tomando como referência o período em que ainda frequentavam o referido curso.

O grupo de alunos evadidos que participou desta etapa da pesquisa é constituído por cinco homens (três casados e dois solteiros) e cinco mulheres (uma casada e quatro solteiras), com idade variando de 18 a 40 anos, apresentando uma maior concentração de alunos na faixa etária de 18 a 34 anos (90,0%).

Esses alunos residiam nas cidades de Martins (80%), Malhada Vermelha (10,0%) e Lucrecia (10,0%).

A tabela abaixo apresenta a relação entre o exercício de atividade remunerada e o estado civil dos (as) alunos (as) evadidos (as) que participaram desta etapa da pesquisa.

TABELA 11 – RELAÇÃO ENTRE GÊNERO, ESTADO CIVIL E EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA DOS ALUNOS EVADIDOS DO POLO DE MARTINS

Gênero e Trabalho Casado (a) Solteiro (a) Total Homens que trabalham 03 01 04 Homens que não trabalham 00 01 01 Mulheres que trabalham 01 01 02 Mulheres que não trabalham 00 03 03

Total 04 06 10

Seis alunos evadidos exerciam atividade remunerada no período em que frequentaram o curso, com renda variando de um a três salários mínimos, e tinham o trabalho como atividade principal e fonte de sustento, enquanto que os quatro alunos que não exerciam atividade remunerada apontaram para os estudos como principal atividade e eram sustentados pelos pais.

Assim como ocorreu no polo de Mossoró, onde um número significativo de alunos evadidos cursou a educação básica em instituições de ensino públicas, no polo de Martins, a maioria dos alunos evadidos também era oriunda de escolas públicas, conforme mostra a tabela abaixo.

TABELA 12 – INSTITUIÇÃO DE ORIGEM DOS ALUNOS EVADIDOS DO POLO DE MARTINS POR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

Dependência administrativa Aluno evadido

Escola pública 08

Escola privada 02

Total 10

Além de terem frequentado escolas públicas ao longo da sua educação básica, a maior parte desses alunos possuía apenas o ensino médio quando iniciou o curso de Tecnologia em Gestão Ambiental.

A tabela abaixo apresenta o nível de escolaridade desses alunos quando iniciaram as atividades no curso analisado.

TABELA 13 – NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS ALUNOS EVADIDOS DO POLO DE MARTINS QUANDO INICIARAM O CURSO

Nível de escolaridade Aluno evadido Curso superior completo 02 Curso superior incompleto 00 Frequentava outro curso superior ao mesmo tempo 01

Ensino Médio 07

Total 10

Além do distanciamento com relação ao ambiente acadêmico de nível superior, quando questionamos o tempo que os alunos evadidos ficaram afastados do ambiente acadêmico, foi possível constatar que a maioria desses alunos (70,0%) estava sem estudar por um período que variava de dois a dez anos. Apenas três alunos fizeram a transição do ensino médio para o ensino superior sem ficar um longo período longe do ambiente acadêmico.

Essa constatações acerca da realidade dos alunos do polo de Martins evidenciam a importância da EaD como modalidade educativa necessária para a interiorização da oferta de educação superior em um país com as dimensões do Brasil, atendendo à uma demanda historicamente reprimida para esse nível de ensino.

Além do distanciamento em relação ao ambiente acadêmico, é importante ressaltar que nenhum aluno que participou desta etapa da pesquisa frequentou outro curso oferecido através da EaD.

A preferência pelo turno noturno para a realização das atividades do curso fica evidente na tabela abaixo.

TABELA 14 – HORÁRIO EM QUE OS ALUNOS EVADIDOS DO POLO DE MARTINS ESTUDAVAM COM MAIOR FREQUÊNCIA

Turno Aluno evadido %

Manhã 01 10,0 Tarde 01 10,0 Noite 08 80,0 Tarde e noite 00 0,0 Noite e madrugada 00 0,0 Total 10 100,0

A preferência pelo turno da noite para a realização das atividades aliada ao fato de que um número significativo de alunos preferia estudar individualmente34 reflete a realidade de alunos adultos que, na sua maioria, exercem atividades profissionais.

A análise dos perfis dos alunos evadidos dos polos de apoio presencial em Martins e Mossoró não nos permite apresentar um perfil genérico do aluno evadido, pois, em ambos os polos, a evasão atinge alunos casados ou solteiros, que trabalham ou não trabalham, com outra formação em um curso superior ou sem essa formação, e ainda alunos mais jovens ou com idade mais avançada.

4.5 Motivações dos alunos evadidos do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental nos