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3 A EVASÃO ESCOLAR E A PERMANÊNCIA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA Neste capítulo são apresentados aspectos gerais relacionados à evasão escolar e à

5. INTERPRETANDO E DISCUTINDO OS RESULTADOS

5.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS

Conforme destacado em capítulos anteriores deste trabalho, ratifica-se que os supervisores e coordenadores adjunto e geral compõem os sujeitos que se disponibilizaram a

responder aos questionários e às entrevistas semiestruturadas. Apenas aqueles que atuaram no mínimo dois anos no programa fizeram parte do universo estabelecido.

Após definição do universo, necessitou-se conhecer melhor o perfil dos atores sociais que seriam entrevistados. Para isso, além da entrevista, foram coletados os dados sociais, acadêmicos e profissionais (idade, sexo, nível de instrução, formação acadêmica, cargo que exerce no IFPB, função no PRONATEC e tempo de atuação na Instituição e no programa) com o intuito de estabelecer conexões entre os pesquisados e algumas reflexões a respeito do que estava sendo relatado nas entrevistas.

Neste sentido, os dados gerais obtidos por meio das respostas dos questionários estão dispostos nas tabelas 01, 02 e 03.

Tabela 01 – Dados sociais

SO

CIAI

S

Faixa Etária SEXO QTDE

H M 31 a 35 1 3 4 36 a 40 0 1 1 41 a 45 3 2 5 46 a 50 1 0 1 51 a 55 1 0 1 56 a 60 1 1 2 ACIMA DE 60 0 1 1 Total de Pesquisados 7 8 15

Fonte: Pesquisa direta, 2015. Elaborada pelo autor, 2015.

Quanto à avaliação dos dados sociais, do ponto de vista de sexo, tem-se uma supremacia no quantitativo de mulheres, em que dos 15 gestores entrevistados, 09 são do sexo feminino. Esta presença feminina se evidencia no discurso apresentado por algumas supervisoras entrevistadas em que aspectos relacionados à questão do cuidado, da aproximação, do reconhecimento do aluno pelo nome, da percepção de aspectos mais subjetivos que fazem parte da rotina do processo educacional aparecem de forma mais explícita. Isto não significa que não sejam praticas desenvolvidas por entrevistados do sexo masculino, mas se evidencia com mais ênfase no discurso das entrevistadas dos sexo feminino, a partir da constante frequência nas suas citações. A respeito dessa afirmativa pode-se enfatizar o seguinte depoimento:

“[...]esse aluno ele tem que se sentir acolhido no programa. Não é acolhido assim, que a gente vai fazer tudo que ele quer, não é isso. Mas ele ver o cuidado que você tem desde o início, na organização, no telefone, quando você liga avisando, quando ele recebe aquele kit que ele ver tudo aquilo que foi preparado pra ele. A aula inaugural, que eu chamo de aula inaugural, aquele primeiro, aquele primeiro dia, aquele primeiro contato que a equipe, o supervisor, o orientador vem, explica, por mais que em tese eles já saibam um pouco do que é o programa, quando eles vêm fazer a confirmação

de matrícula a pessoa que tá lá, explica pra ele, olha você tem direito a esse auxilio, o programa é isso, isso e isso. Mas, ele gosta de ver que o supervisor tá ali, falando pra ele, explicando. Quais os objetivos do curso, quais as perspectivas, o que ele pode ganhar fazendo aquele curso, né? Ao longo ali, daqueles três meses, em média que demora o curso, então ele já se sente acolhido e importante, né? Porque é um público que tá em vulnerabilidade social, que muitas vezes, não teve um olhar, não teve um cuidado com aquele público. Então, ele se sente valorizado. Então, já começa pelo aumento, pela elevação da autoestima, então ele se sente valorizado naquele curso [...].” (S9)

A faixa etária identificada apontou que 10 gestores, dentre eles os coordenadores, enquadram-se entre 41 e 60 anos, ou seja, um público adulto, formado por pessoas com boa experiência de vida que, associada aos dados acadêmicos e profissionais, demonstra ser um ponto forte para o programa, visto que os outros cinco (05), além de mais jovens, estão atuando a menos tempo na instituição. Isto promove certo equilíbrio na forma de reconhecer os processos gerais do contexto institucional e reflete uma integração de gerações e de experiências diversas.

Tabela 02 – Dados acadêmicos

ACAD Ê M ICO S Nível de Instrução Graduação 1 Especialização 8 Mestrado 6 Nível Doutorado 0 Formação Acadêmica Matemática 2 Ciências Contábeis 3 Ciências da Informação 1 Letras 2

Engenharia De Produção Mecânica 1

Educação Física 1

Administração 3

Pedagogia 2

Total de Pesquisados 15

Fonte: Pesquisa direta, 2015. Elaborada pelo autor, 2015.

Quando levantados os dados acadêmicos (Tabela 02) relacionados ao nível de escolaridade, evidencia-se que há uma predominância entre especialistas e mestres, 08 e 06, respectivamente. Esta formação acadêmica em nível de pós-graduação foi apontada pelo grupo como fator de extrema relevância para os trabalhos de composição dos planos pedagógicos de cursos bem como na elaboração dos diversos processos acadêmicos e administrativos.

No que se refere aos números relativos à graduação de origem, evidencia-se que o fato de existir na equipe alguns supervisores que tinham como formação acadêmica os cursos de

Administração (03); Ciências Contábeis (03) e Engenharia da Produção (01) representou um aspecto bastante favorável para subsidiar o entendimento e a construção da estrutura organizacional do programa no Campus João Pessoa, visto que o PRONATEC surgiu basicamente com a legislação e normativas expedidas pelo governo federal, e que na prática muitos processos deveriam ser desenvolvidos. Conforme indica o relato a seguir:

“[...] porque o Campus João Pessoa ele tinha uma experiência na área de administração, né? Tinha é pública. Tinha muitas pessoas também com outras experiências na área de administração e da gestão que foi assim extremamente importante pra que a gente fosse gerir um recurso que era separado dos demais recursos do instituto.” (C2)

“[...] eu acredito que isso se deve muito à proposta assertiva de quando foi se montada a equipe do PRONATEC aqui no Campus do pessoal da área de gestão ter se candidatado à supervisor e realmente ter essa visão administrativa do negócio o que falta muito na gestão pública é essa visão de planejamento de execução de controle que é muito bem tratada dentro da área de administração né? Eu acho também que foi acertada a indicação de vir de uma área como essa de administração, a coordenação adjunta no Campus João Pessoa [...].” (S7)

Por outro lado, a equipe de supervisores também estava formada por um grupo com formação acadêmica que contempla as licenciaturas e a Pedagogia. Ao se analisar os resultados de evasão escolar e permanência alcançados ao longo da execução do programa no tempo estabelecido para este estudo, identifica-se que essa heterogeneidade, tomando como base os discursos dos gestores em suas entrevistas, representou aspecto bastante salutar para o contexto geral do PRONATEC.

Na Tabela 03, tratando-se dos cargos de atuação dos pesquisados no Campus João Pessoa, revela-se que 07 dos entrevistados caracterizam-se como docentes, enquanto os demais estão representados por 02 contadores, 01 auxiliar administrativo, 02 assistentes em administração, 02 técnicos em assuntos educacionais e 01 técnico em contabilidade. Esta multiplicidade de atuação também é considerada, pela maioria, como fator relevante e positivo na construção dos processos, visto que os perfis eram analisados, estudados e adequados aos eixos tecnológicos dos cursos ofertados pelo programa.

Tabela 03 – Dados profissionais P RO F ISS IO N AIS

Cargo que exerce no IFPB

Auxiliar Administrativo 1 Assistente em Administração 2

Professores 7

Técnico em Assuntos Educacionais 2 Técnico em Contabilidade 1

Contador 2

Atuação no PRONATEC (em anos)

2 Anos 7

3 Anos 8

Atuação no IFPB (em anos)

3 a 5 8 6 a 10 0 11 a 15 1 16 a 20 1 21 a 25 1 26 a 30 3 Acima de 30 1 Total de Pesquisados 15

Fonte: Pesquisa direta, elaborada pelo autor, 2015.

No entanto, identificou-se, pontualmente, componente do grupo que aponta a necessidade do programa ser composto por uma equipe pedagógica muito mais intensificada destacando que o PRONATEC deveria ser melhor planejado no aspecto pedagógico, conforme relata S4:

“[...] mas desde do início que eu vejo que o programa não foi muito programado, não foi preparado, preparado pedagogicamente, porque esse aluno viesse e permaneça porque tem que ter o incentivo pra isso, tem ter motivação, muitas vezes eles se sentem desmotivados [...]”

A respeito do tempo de atuação no programa, verificou-se que 08 dos pesquisados desenvolveram suas atividades nos 03 anos de oferta e os demais em 02 deles, em consonância com o critério temporal escolhido para este estudo. Entende-se que estes gestores vivenciaram experiências que estão alinhadas à temática proposta, por isso fazem parte do requisito mínimo para comporem os sujeitos da pesquisa. Outro aspecto interessante na equipe é o tempo de atuação enquanto servidor da instituição, destaca-se que 08 bolsistas14 ingressaram no IFPB de

05 anos pra cá e que 03 servidores desenvolvem suas atividades na entidade há 29, 30 e acima

14 Considerando que o vínculo contratual dos profissionais do PRONATEC é de bolsistas, nos termos do art.12

da resolução FNDE n.04 de 16 de março de 2012, em alguns momentos esta terminologia será utilizada para referir-se à equipe gestora, tendo em vista que ela é utilizada no cotidiano da Instituição.

de 30 anos respectivamente, sendo um destes o que ocupou a coordenação geral do programa até o mês de agosto de 2014.

Em resumo, as Tabelas 01, 02 e 03 apresentam uma estrutura de dados sociais, acadêmicos e profissionais, evidenciando uma heterogeneidade que, de maneira geral, no olhar dos gestores revelou-se como característica essencial para o desenvolvimento das atividades previstas e realizadas no Programa.

5.2 A EVASÃO ESCOLAR E A PERMANÊNCIA NO PRONATEC-CAMPUS JOÃO