• Nenhum resultado encontrado

Mapa 18 Origem dos Pendulares (2010)

5 RESULTADOS QUANTITATIVOS

5.1 PERFIL SOCIOCONÔMICO DA POPULAÇÃO DE CABO DE SANTO

E DE IPOJUCA

O Índice de Desenvolvimento Humano é um indicador social que mede o grau de desenvolvimento e condições de vida da população de alguma unidade territorial, seja ela um País, Unidade da Federação ou Município. De acordo com Jannuzzi (2009), um indicador social é uma medida usada para quantificar ou operacionalizar um conceito social abstrato, sendo também um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre um aspecto da realidade, e que se presta a subsidiar as atividades de planejamento público e formulações de políticas sociais, possibilitando o monitoramento das condições de vida e bem-estar da população. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é composto de indicadores de três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda e varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano (PNUD, 2014).

O Gráfico 8 diz respeito a evolução do IDH de Pernambuco, do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca em 1991, 2000 e 2010. Nele podemos observar que o IDHM obteve melhora nas três unidades territoriais analisadas. Em Pernambuco o IDH era de 0,44em 1991, passando para 0,544 em 2000, epara 0,673 em 2010. Já o IDHM do Cabo de Santo Agostinho obteve uma melhoria mais significativa se comparado com o de Pernambuco. O IDHM do Cabo foi 0,427 em 1991, ficando abaixo do índice de Pernambuco. Em 2000, o IDHM do Cabo passou para 0,547, chagando a 0,686 em 2010. O IDHM de Ipojuca, mesmo apresentando melhoria, nos três anos analisados, ainda foi inferior ao IDH de Pernambuco e mesmo ao do município do Cabo de Santo Agostinho. Em Ipojuca o IDHM foi de 0,332 em 1991, passando para 0,457 em 2000 e 0,619 em 2010. Conclui-se que, apesar do aumento no IDHM ao longo dos anos, Ipojuca ainda apresenta baixos indicadores de desenvolvimento. O que comprova que o crescimento econômico presenciado por Ipojuca não se traduziu necessariamente em desenvolvimento.

Gráfico 8 - Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca – IDHM por Unidade Territorial (1991-2000-2010)

Fonte: PNUD 1991, 2000 e 2010. Tabulação Própria.

Se separarmos por temas, verificamos no Gráfico 9 que o IDHM Educação obteve crescimento nas três unidades territoriais, ao longo dos três anos analisados. O IDH Educação passou de 0,242 em 1991 para 0,372 em 2000 e 0,574 em 2010, no estado de Pernambuco. No Cabo de Santo Gaostinho o IDHM passou de 0,236 em 1991 para 0,394 em 2000 e para 0,609 em 2010. Equanto que em Ipojuca, o IDHM foi de 0,139 em 1991, passando para 0,256 em 2000, e para 0,499 em 2010. Ou seja, no Cabo o IDHM Educação foi melhor do que o IDH Educação de Pernambuco, tanto em 2000 quanto em 2010, mas o mesmo não ocorreu em Ipojuca, sugerindo que o índice de educação em Ipojuca não vem acompanhando o mesmo ritmo do desenvolvimento apresentado por seu vizinho Cabo de Sannto Agostinho, que também integra a Microrregião de Suape, nem muito menos acompanhando o ritmo do desenvolvimento apresentado pelo estado de Pernambuco. Esse contexto se traduz na qualidade da educação em Ipojuca e consequentemente na falta de profissionais qualificados para atender as necessidades das empresas de Suape e os serviços mais especialiados ofertados na Microrregião.

0.44 0.544 0.673 0.427 0.547 0.686 0.332 0.457 0.619 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 1991 2000 2010 Pernambuco

Cabo de Sto Agostinho Ipojuca

Gráfico 9 - Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca- IDHM Educação por Unidade Territorial (1991-2000-2010)

Fonte: PNUD 1991, 2000 e 2010.

A renda média apropriada em reais da população é calculada partir da divisão da Soma da Renda Total de todos os indivíduos dividido pela População Total. No Gráfico 10 observamos que enquanto a renda média apropriada de Pernambuco em 2000 foi de 183,73 reais, no Cabo ela foi de 131,99 reais e em Ipojuca foi de apenas 105,22 no mesmo ano. Em 2010, a renda apropriada se elevou tanto em Pernambuco, quanto no Cabo e em Ipojuca, mas em ambos os municípios a renda média apropriada continuou menor do que a de Pernambuco. Ou seja, em Pernambuco foi de 508,17 reais, no Cabo foi de 443,67 reais e em Ipojuca foi de 350,34, no ano 2010. O quadro pode demonstrar que apesar do grande dinamismo econômico verificado nos dois municípios a partir da instalação do CIPS na região, o rendimento da população ainda ficou abaixo do rendimento verificado no Estado. Isto pode sugerir que, o destaque no PIB, em ambos os municípios, não necessariamente indica que o crescimento econômico está sendo traduzido em bons rendimentos para a população.

0.242 0.372 0.574 0.236 0.394 0.609 0.139 0.256 0.499 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 1991 2000 2010 Pernambuco

Cabo de Sto Agostinho Ipojuca

Gráfico 10 - Renda Média Apropriada em Reais da População por Unidade Territorial – Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca – 2000 e 2010

Fonte: Microdados do Censo Demográfico do IBGE 2000 – 2010. Tabulação Própria.

Os microdados do Censo Demográfico de 2010 indicam que no Cabo de Santo Agostinho quase metade da população com 18 anos ou mais de idade possui até o ensino fundamental incompleto; e, destes, 13% são de analfabetos. Em Ipojuca a situação é ainda mais grave, já que quase 60% da população com 18 anos ou mais de idade têm até o ensino fundamental incompleto; e, entre estes, 22% são analfabetos (IBGE, 2010). De acordo com os microdados do Censo Demográfico de 2010, observou-se que no Cabo de Santo Agostinho 55% dos responsáveis pelos domicílios não tinham instrução ou possuíam até o ensino fundamental incompleto, enquanto em Ipojuca essa porcentagem subia para 65,7%. Em ambos os municípios, 14% dos responsáveis pelos domicílios possuíam ensino fundamental completo ou até o médio incompleto. Na faixa dos que possuíam o ensino médio completo e superior incompleto, o Cabo correspondia a 27,8% e Ipojuca a correspondia a 17,8%, enquanto apenas 2,8% dos responsáveis pelo domicílio no Cabo de Santo Agostinho e 2,3% em Ipojuca possuíam o ensino superior completo.

Na análise da Tabela 3 foram separadas as pessoas com 18 anos e mais de idade, a fim de se obter informações relativas às proporções de pessoas por nível de instrução. A escolha da população com 18 anos e mais de idade se deu pelo fato de que pessoas a partir dessa idade já deveriam ter ao menos concluído o ensino fundamental, uma vez que este nível de instrução deve ser atingido por pessoas com pelo menos 13 ou 14 anos de idade, se estas tivessem iniciado seus estudos aos 5 anos e que não tivessem repetido nenhum ano.

183.73 131.99 105.22 508.17 443.67 350.34 0.00 100.00 200.00 300.00 400.00 500.00 600.00

Pernambuco Cabo de Santo Agostinho

Ipojuca

2000 2010

Nessa tabela verificamos que em Pernambuco, 55,5% das pessoas com 18 anos de mais de idade não tinham instrução ou tinham apenas até o fundamental incompleto em 1991. Em 2000 a proporção de pessoas nessa situação passou para 65,9%, caindo para 53% em 2010. No Cabo de Santo Agostinho a redução da população com níveis baixos de instrução foi maior do que a observada em Pernambuco. Nesse município, 43,7% da população com 18 anos e mais de idade não tinham instrução ou tinham até o fundamental completo em 1991, passando para 64,5% em 2000, caindo para 48,4% em 2010. Ainda de acordo com a Tabela 3, observa-se que as proporções de pessoas com 18 anos e mais de idade com fundamental completo ou médio incompleto apresentou redução significativa nos períodos analisados Pernambucoe Cabo. Em Pernambuco as pessoas nessa faixa de instrução eram 30,8% em 1991, caindo para 12,3% em 2000, passando para 14,5% em 2010. No Cabo de Santo Agostinho, a população com fundamental completo ou médio incompleto correspondia a 44,5% em 1991, caindo para 15,5%em 2000 e para 15,4% em 2010. Apesar dessa queda, as proporções ficaram acima das observadas para o estado de Pernambuco. Em relação ao município de Ipojuca verificamos que 65,5% da população com 18 anos ou mais de idade se encontrava na faixa das pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto em 1991, passando para 76,9% em 2000 e 59,3% em 2010, proporções bem acima das observadas em Pernambuco e no Cabo no mesmo período. Vale destacar que em Ipojuca, apesar da redução da população com baixo nível de instrução, ao longo das décadas, podemos constatar que a proporção de pessoas com baixa qualificação ainda se apresentava muito acentuada em 2010. A proporção das pessoas com 18 anos e mais na faixa dos que tinham fundamental completo e médio incompleto em Ipojuca era de 27,8% em 1991, passando para 10,9% em 2000 e para 15,9% em 2010. Observamos que a proporção de pessoas com 18 anos e mais de idade nas duas faixas de menor nível de instrução é bem acentuada, nas três unidades territoriais, indicando que a população era pouco qualificada em termos educacionais.

Ainda na Tabela 4 observamos que a proporção de pessoas com 18 anos e mais de idadevai caindo na medida em que aumenta o nível de instrução. Isso é esperado quando verificamos a faixa de maior nível de instrução, pois pessoas com até pouco mais de 18 anos de idade ainda não poderiam ter concluído o ensino superior. Ou seja, o último nível de instrução não pode ser levado em consideração, porque no filtro entram as pessoas com 18 anos de idade ou com idade insuficiente para completar o ensino superior. Entretanto, a população com essa idade já deveria ter concluído ao menos o ensino médio. No Cabo de Santo Agostinho apenas 10,3% das pessoas com 18 anos e mais de idade se encontravam na faixa de médio completo e superior incompleto em 1991, aumentando para 17,6% em 2000 e atingindo os

32,4% em 2010. Em Ipojuca apenas 5,7% desse grupo tinha o médio completo ou o superior incompleto em 1991, passando para 10% em 2000, e atingindo os 21,7% em 2010, 15,9% das pessoas na faixa etária em análise tinham médio completo ou superior incompleto em Pernambuco 2000, e em 2010 essa proporção aumentou para 25,2%.

Verificamos que houve melhora significativa em termos de instrução nas três unidades territoriais, mas em menor porporção no município de Ipojuca. Podemos concluir a partir dos dados que o quadro educacional do município de Ipojuca é bem ruim se comparado ao Cabo de Santo Agostinho e ao Estado de Pernambuco. Isso de deve a herança de poucos investimentos em educação durante décadas, como foi demonstrado anteriormente. Em Ipojuca a tradição de atividades relacionadas ao agronegócio deixou marcas intensas no desenvolvimento educacional das pessoas, que logo cedo e ainda crianças iniciavam seus trabalhos na lavoura, não restando tempo para o estudo. Até hoje Ipojuca carrega consigo traços de pouco investimento em educação, mesmo com recursos suficientes para isso, a exemplo do elevado PIB, já mencionados antes. E mesmo com o processo de universalização do ensino no Brasil, Ipojuca ainda apresenta idicadores de educação bem aquém do esperado.

Tabela 4 - Pernambuco, Cabo do Santo Agostinho e Ipojuca - Proporção de pessoas com 18 anos ou mais de idade segundo nível de instrução (1991-2000-2010)

Unidade Territorial Ano Nível de Instrução Total Sem Instrução e Fundamental Incompleto Fundamental Completo e Médio Incompleto Médio Completo e Superior Incompleto Superior Completo Não Determinado Total % Pernambuco 1991 22739841 55,5 30,8 10,3 3,4 0 100,0 2000 4928699 65,9 12,3 15,9 4,4 1,5 100,0 2010 6044442 53 14,5 25,2 6,9 0,4 100,0 Cabo de Santo Agostinho 1991 69293 43,7 44,5 10,3 1,3 0,2 100,0 2000 95396 64,5 15,5 17,6 1,5 0,9 100,0 2010 128496 48,4 15,4 32,4 3,2 0,6 100,0 Ipojuca 1991 23121 65,5 27,8 5,72 0,9 0 100,0 2000 34274 76,9 10,9 10 1,1 1,1 100,0 2010 51904 59,3 15,9 21,7 2,6 0,5 100,0

Fonte: Microdados do Censo Demográfico do IBGE 2000 – 2010. Tabulação Própria.

Na Tabela 5 observa-se que o rendimento médio per capita mensal em Ipojuca era menor do que o rendimento médio no município do Cabo e em Pernambuco, isso para os três anos em análise. A renda média em Ipojuca era de 123,97 reais em 1991, passando para 206,67 em 2000, atingindo os 362,68 reais. Em 2010 a renda média em Ipojuca era quase 100 reais a menos do que a apresentada no Cabo de Santo Agostinho, que foi de 467,07, e ainda bem menor do que

a observada em Pernambuco, que foi de 525,64. Mesmo assim, a taxa de crescimento acumulada do rendimento per capita entre 1991 e 2010 foi maior em Ipojuca, 192,6%, do que as taxas observadas no Cabo e em Pernambuco, 137,9% e 90,8% respectivamente. Isso indica que em Ipojuca o rendimento da população nas décadas anteriores era bastante baixo, mas vem mellhorando significativamente nos últimos anos. Tal fato pode estar relacionado com a mudança nas estruturas socioeconômica e ocupacional ocorridas em Ipojuca com a expansão do CIPS.

Tabela 5 - Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca - Média de rendimento per capita em Reais (1991-2000-2010) Unidade Territorial 1991 2000 2010 Taxa de crescimento acumulada* (%) Pernambuco 275,49 367,31 525,64 90,8 Cabo de Santo Agostinho 196,33 210,17 467,07 137,9 Ipojuca 123,97 206,67 362,68 192,6

Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Base de dados: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Tabulação própria.

*Taxa de crescimento acumulada no período 1991-2010.

Na Tabela 6 verificamos que a proporção de crianças foi diminuindo ao longo dos últimos censos no Cabo de Santo Agostinho e em Ipojuca, uma tendência normal em todos os municípios brasileiros em virtude da queda na taxa de fecundidade. Entretanto, em ambos os municípios, a faixa etária que compreende as crianças ainda era elevada em 2010, com mais 25% da população no Cabo de Santo Agostinho e mais de 29% em Ipojuca. Ao observar a faixa que compreende as pessoas com 65 anos e mais de idade, notamos que no Cabo de Santo Agostinho, o inverso ocorreu, ou seja, a proporção aumentou. Neste município, a proporção de pessoas nessa faixa etária era de 3,7% em 1991, passando para 4,2% em 2000, e para 5,2% em 2010, sugerindoque ocorreu o envelhecimento da população, também em decorrência da queda da fecundidade. Em Ipojuca o aumento na proporção de pessoas com 65 anos e mais também aumentou, passando de 3,7% em 1991 para 4% em 2000, atingindo os 4,1% em 2010. A faixa etária que corresponde à população em idade produtiva, ou seja, de 15 a 64 anos aumentou ao longo dos últimos censos em ambos os municípios. No Cabo de Santo Agostinho, a população nessa faixa etária correspondia a 58% em 1991, aumentando para 64,8% em 2000 e atindo os 69,6% em 2010. Enquanto que em Ipojuca a população que compreende a faixa etária da

população dos 15 aos 64 anos de idade era de 54,5% em 1991, passando para 61% em 2000, atingindo os 66,5% em 2010.

Os dados demonstram que a Razão de Dependência27 da população diminuiu nos dois municípios ao longo dos anos. Mas se compararmos o Cabo com Ipojuca, verificamos que a Razão de Dependência em Ipojuca sempre foi bem acima da apresentada pelo Cabo de Santo Agostinho. Em Ipojuca a Razão de Dependência ficava acima dos 83% em 1991, enquanto que no Cabo de Santo Agostinho essa razão era de pouco mais de 72%. Em 2000 a Razão de Dependência em Ipojuca era de pouco mais de 63% e de pouco mais de 54% no Cabo. Em 2010, essa razão era de pouco mais de 43% no Cabo e de mais de 50% em Ipojuca. O que indica que o peso das crianças e idosos sobre a população em Idade Ativa em Ipojuca era superior do apresentado pelo município do Cabo de Santo Agostinho. Tal fato acarreta sérios problemas em termos de infraestrutura educacional para as crianças e jovens, bem como de infraestrutura de saúde, principalmente para os idosos, fazendo com que haja um maior investimento nesses serviços para a população. Além do mais, a razão de depência elevada nos dois municípios, mas ainda mais acentuado em Ipojuca, revela o peso da população idosa em termos de previdência social para a população em Idade Ativa.

A Razão de Dependência é uma medida complementar às taxas de natalidade e crescimento da população de alguma unidade territorial e por isso é um indicador importante e de maior especificidade para a formulação de políticas, uma vez que permite uma indicação mais precisa do perfil etário da população (JANNUZZI, 2009).

27 A Razão de Dependência ou Carga de Dependência é um indidicador definido como a razão do número de

crianças (até 14 anos de idade) e idosos (65 anos ou mais de idade) em relação à população adulta (total da população entre 15 e 64anos de idade) (JANNUZZI, 2009).

Tabela 6 - Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca - Distribuição da população segundo faixa etária e razão de dependência (1991-2000-2010)

Faixa Etária Ano

1991 2000 2010

Cabo de Santo Agostinho

0-14 48635 38,3 47424 31,0 46643 25,2 15-64 73685 58,0 99194 64,8 128753 69,6 65 e mais 4716 3,7 6359 4,2 9629 5,2 Total 127036 100,0 152977 100,0 185025 100,0 Razão de Dependência 72,4 54,2 43,7 Ipojuca 0-14 18974 42,8 20571 35,0 23729 29,4 15-64 24754 54,5 36243 61,0 53593 66,5 65 e mais 1696 3,7 2467 4,0 3315 4,1 Total 45424 100,0 59281 100,0 80637 100,0 Razão de Dependência 83,5 63,6 50,5

Fonte: Microdados do censo demográfico do IBGE – 1991, 2000, 2010. Tabulação Própria Chamada: (1) Razão de Dependência = (número de crianças de até 14 anos + número de idosos de 65 anos ou mais)/(número de pessoas de 15 a 64 anos)* 100

5.2 PERFIL DOS MIGRANTES E DOS PENDULARES

Na Tabela 7 podemos observar a proporção da população do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca segundo status migratório, incluindo todos os migrantes, independente do tempo de residência, ou seja, somados os migrantes de estoque, estes com 10 ou mais anos de residência nos municípios. Nela constatamos que em Ipojuca a proporção de migrantes cresceu bastante de 1991 a 2010, neste último censo atingindo os 34,9%. No Cabo de Santo Agostinho o crescimento na proporção de migrantes não foi tão acentuado, chegando inclusive a cair de 32,5% em 1991 para 30,1% em 2000, voltando a crescer em 2010. O destaque se deu para Ipojuca, uma vez que este município, tradicionalmente, não tinha uma dinâmica econômica acentuada, expulsando mais população do que atraindo, e nos últimos anos chegou a ultrapassar a proporção de migrantes verificada no Cabo de Santo Agostinho. O Cabo, diferentemente de Ipojuca, já tinha uma tradição de indústrias, desde a formação do distrito industrial do Cabo, na década de 1960. A proporção de migrantes de retorno é relativamente pequena se comparada ao total da migração nos dois municípios.

O crescimento anual de migrantes em ambos os municípios se apresentou bastante expressivo de 2000 para 2010. No Cabo de Santo Agostinho o crescimento anual de migrantes foi de 3,08%, enquanto que em Ipojuca foi mais significativo, apresentando crescimento anual de 7,68%.

Tabela 7 - Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca - Evolução da população segundo status migratório (1991-2000-2010)

Status migratório 1991 2000 2010

N % N % N %

Cabo de Santo Agostinho

Não Migrantes 83226 65,5 103019 67,3 117810 63,7 Migrantes de Retorno 2562 2,0 3938 2,6 4860 2,6 Migrantes* 41249 32,5 46020 30,1 62355 33,7 Total 127036 100,0 152977 100,0 185025 100,0 Ipojuca Não Migrantes 35100 77,3 44976 75,9 50820 63,0 Migrantes de Retorno 892 2,0 864 1,5 1640 2,0 Migrantes 9432 20,8 13441 22,7 28177 34,9 Total 45424 100,0 59281 100,0 80637 100,0

Fonte: Microdados do Censo Demográfico do IBGE 1991 - 2000 - 2010. Tabulação Própria. *Exceto os migrantes de retorno.

Quando separamos os migrantes por tempo de residência nos municípios em análise, na Tabela 8 observa-se melhor como vem se comportando a dinâmica demográfica na região. Nessa tabela foram separados os migrantes dos migrantes de estoque, pois entre os migrantes de estoque é de se esperar que já estejam adaptados e integrados ao lugar. Nesse sentido, essa análise vai se deter aos migrantes com menos de 10 anos e residência. No Cabo de Santo Agostinho 15% dos migrantes entrevistados em 2010 tinham até um ano de residência no município. Em Ipojuca essa proporção chegou a 15,2%. A proporção dos migrantes entre 2 e 3 anos de residência no Cabo em 2010 era de 9% e de 12,1% em Ipojuca. Ou seja, os migrantes recentes, com até três anos de residência no município, correspondiam a 24% no Cabo de Santo Agostinho e a 27,3% em Ipojuca. Enquanto que os migrantes mais antigos, de 4 a 7 anos de residência nos municípios, correspondiam a uma proporção de apenas 12,9% no Cabo de Santo Agostinho e de apenas 16,6% em Ipojuca. Os dados demonstram a recente dinâmica migratória em ambos os municípios, com destaque para Ipojuca, ao verificamos que 27,3% dos migrantes residiam nesse município há menos de 4 anos. Isso indica o elevado poder de atração de população da região nos últimos anos, certamente vinculado ao CIPS.

Tabela 8 - Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca - Proporção de migrantes segundo tempo de residência (2010)

Tempo de residência Cabo de Sto. Agostinho Ipojuca

até 1 ano 15,0 15,2 de 2 a 3 anos 9,0 12,1 de 4 a 5 anos 6,7 8,8 de 6 a 7 anos 6,2 7,8 de 8 a 9 anos 4,3 6,3 10 ou mais anos 58,8 49,8 Total 67215 29816

Fonte: Microdados do Censo Demográfico do IBGE 2010. Tabulação Própria.

No que de refere a uma das variáveis que interferem na seleção dos potenciais migrantes, a saber, a composição por idade, obervamos que não há grandes diferenças entre as proporções de migrantes do sexo masculino e do feminino nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca nos três períodos analisados.

A Tabela 9 diz respeito à distribuição dos migrantes com menos de dez anos de residência no Cabo de Santo Agostinho e em Ipojuca segundo sexo. O objetivo foi verificar se entre os migrantes mais recentes se a seletividade em termos da variável sexo apresentaria alguma correspondência. Uma vez que ambos os muncípios passaram por um processo de demanda de trabalhadores para as atividades da construção dos grandes empreendimentos estruturadores na Microrregião de Suape, fato que indicaria um processo de masculinização da população.

Verificamos na Tabela 9 que, em 1991 e 2000, a proporção de mulheres era um pouco superior do que a proporção de homens, tanto no Cabo de Santo Agostinho, quanto em Ipojuca. No Cabo de Santo Agostinho a proporção de mulheres era de 51,29% em 1991, para 48,71 de homens. Em Ipojuca essa proporção era de 50,02% de mulheres e de 49,98% de homens. Em 2000, a proporção de mulheres era de 52,52% no Cabo de Santo Agostinho e de 52,17% em Ipojuca, enquanto que a proporção de homens era de 47,48% no Cabo de Santo Agostinho e de 47,83% em Ipojuca. Já em 2010 a situação de inverte, ao observarmos que a proporção de homens supera a de mulheres em ambos os municípios. No Cabo de Santo Agostinho a