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De acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco e a Condepe/Fidem (2008), a isenção fiscal e a disponibilidade de terras concedidas pelo Estado de Pernambuco fizeram se consolidar o CIPS. Surgiu, assim, a preocupação em formar um território estratégico na região a fim de facilitar a administração dessa área, já que ela engloba diversos municípios. O relatório que constitui as Diretrizes para a Ocupação Sustentável Território Estratégico de Suape de 2008 tem como objetivo promover a ocupação sustentável do TES com a melhoria da habitabilidade e da competitividade através da sua estruturação e qualificação físico-ambiental, buscando o equilíbrio entre o desenvolvimento e a conservação das qualidades ambientais. O documento foi construído de maneira integrada, contando com a Empresa Suape, Secretaria das Cidades e as prefeituras dos municípios envolvidos, além de diversos agentes federais e estaduais, sob a coordenação da Agência Condepe/Fidem.

Diante do contexto observa-se que a consolidação do TES pode ser considerada uma forma de divisão política administrativa – que se sobrepõe, mesmo, em algumas situações, ao poder municipal – relacionada com questão da terra, do território e do Estado, o tripé anteriormente mencionado, e que está intimamente ligado à herança da formação territorial do Brasil como afirmou Moreira (2011), onde a lei da “terra” e sua disponibilidade estão sobre jurisdição do Estado, mas onde a maioria da população não tem voz, nem poder de escolha. Ou seja, a terra, o território é de interesse do mercado e dos grandes empresários sobre proteção do Estado. Sem que haja um prévio ordenamento territorial25 e planejamento que atenda às necessidades da população, sejam elas de moradia e infraestrutura básica. Ainda de acordo com Moreira (2006), com o recorte do espaço nasce o território, e o arranjo do espaço pode ser concebido como um complexo de territorialidades, ou seja, um complexo de recortes, de áreas “configurativas” do espaço como uma estrutura genealogicamente tensa e densa de conflitos. Assim, para Moreira (2011), o espaço passa de determinado a determinante. E o veículo para isso é o arranjo espacial, econômico, jurídico-político, cultural que se dá a partir da seletividade e configurado por meio do recorte das escalas.

25 De acordo com Moreira (2006), o ordenamento territorial é a forma como a estrutura espacial territorialmente

se autorregula no todo das contradições da sociedade, de modo a manter a sociedade funcionando segundo sua realidade societária.

4.4 DINÂMICA DEMOGRÁFICA POSTERIOR A EXPANSÃO DO CIPS

De acordo com Rigotti (2006), existe um elo entre o crescimento demográfico de uma área e o desenvolvimento econômico regional. Segundo Araújo (2000, p. 191), o agravamento da situação social no Nordeste está relacionado com a questão migratória, na medida em que a emigração funcionou durante muito tempo como uma válvula de escape da tensão social. Entretanto, na década de 1990, a crise exerceu papel inibidor do fluxo direcionado para outras regiões do país. A população começou a se dirigir para os centros urbanos da própria região Nordeste, que nesse momento se apresentava mais atrativa devido ao surgimento de diversos polos industriais.

Segundo Rigotti (2006), o processo de reestruturação produtiva amparado na desconcentração da atividade econômica do país, com a perda, por exemplo, de São Paulo na participação da produção a partir da década de 1970, fez com que se iniciasse uma maior regionalização dos fluxos populacionais, principalmente em relação às redes dos migrantes mais escolarizados. Isso acabaria por alterar a dinâmica populacional no Nordeste.

Ainda segundo o autor, o Nordeste começou a se destacar como região atrativa, inclusive para migrantes mais qualificados. Entre 1986 e 1991, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro foi identicada, pelo autor, como uma área de troca de mão dupla com o Nordeste, na medida em que era tanto área de destino, quanto área de origem de migrantes mais qualificados. Vale salientar, no entanto, que São Paulo não funcionava como destino mais relevante para emigrantes mais escolarizados do Nordeste nesse período. Já entre 1995 e 2000, a Região Metropolitana do Rio Janeiro não se destaca como área fornecedora de migrantes para o Nordeste. São Paulo é quem assume esse destaque, mas enviava população para áreas centrais do Nordeste e não para o litoral, como ocorreu com o Rio de Janeiro, sugerindo que a existência de uma migração de retorno para o interior do Nordeste. Quanto aos migrantes menos escolarizados, entre 1986 e 1991, o Nordeste absorvia população dos aglomerados metropolitanos de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de absorver, também, população procedente da própria região paraa capital mais próxima do entorno. Entretanto, São Paulo, nessa época ainda exercia função de absorvedora de migranes de baixa escolaridade. O autor ressaltou que houve alteração importante no padrão espacial dos fluxos, de população menos escolarizada entre 1995 e 2000, ao observar que o destino desse tipo de migrante era bem delimitado por poucas regiões do entorno das áreas de repulsão. Além disso, o interior do Nordeste se apresentou com muitas mesorregiões receptoras desses migrantes menos

escolarizados, indicando a existência de retornados, mas a Região Metropolitana de São Paulo continuava sendo o principal destino dos migrantes com menos escolaridade (RIGOTTI, 2006). A população migrante inter-regional, no Brasil, sempre foi composta em sua maioria por nordestinos. Mesmo sendo considerada como região expulsora durante décadas, ao apresentar saldos migratórios líquidos negativos de 1950 a 2000 (NETTO JÚNIOR, MOREIRA, ARAÚJO & FIGUEIREDO, 2003), o Nordestecomeça, ainda na década de 1980, a diminuir a evasão populacional e a aumentar os fluxos de imigração, adquirindo maior complexidade com a predominância de deslocamentos urbano-urbano. Atualmente, o contexto migratório no Nordeste é mais heterogêneo em virtude do surgimento de outros tipos de mobilidade, que passaram a assumir maior peso em termos gerais, bem como em aspectos seletivos e qualitativos (OJIMA & FUSCO, 2015).

O Nordeste começava a atrair migrantes originados não apenas da própria região, como também de regiões que anteriormente eram suas receptoras de população. Isso se daria em conjunto com outras alterações verficadas na dinâmica migratória nacional. Mas isso não se daria em todas as localidades do Nordeste, nem ao mesmo tempo. Alguns Estados e municípios alterariam sua dinâmica demográfica apenas recentemente, por meio de políticas governamentais de incentivo ao crescimento econômico de áreas estagnadas, a exemplo do já mencionado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em janeiro de 2007, que favoreceu a retomada de crescimento de muitos dos municípos do Nordeste (NETTO JÚNIOR, MOREIRA, ARAÚJO & FIGUEIREDO, 2003).

Os municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca começaram a ganhar importância em termos quantitativos de fluxos populacionais de entrada, justamentea partir de 2007, em virtude da expasão do CIPS. Ao longo de décadas, ambos os municípios se apresentavam como área tradicional de baixa dinâmica migratória ao longo de décadas, particularmente em termos de atração de migrantes. Isso se devia ao fato desta região estar inserida, durante décadas, numa economia atrelada a atividades de empresas que não inovavam internamente ou inovavam pouco, a exemplo da produção da cana-de-açúcar, promovendo atividades laborais empobrecidas que apresentavam situações pouco vantajosas para o emprego. A região ficou atrativa quando foi criado um ambiente econômico competitivo com o surgimento de postos de trabalho nas indústrias do CIPS, ao dar respaldo para a expansão do comércio e dos serviços. Os fluxos de entrada de migrantes mais recentes para os municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca estão relacionados com o período de maior dinamismo no CIPS, ou seja, nos anos de 2007 a 2010. Momento em que o complexo portuário consolida-se com a

instalação do Estaleiro Atlântico Sul, da Petroquímica Suape, da Bünge, da Petrobras / PDVSA eda Refinaria de Petróleo (FUNDAJ, 2015).

Esses empreendimentos mudaram substancialmente a dinâmica demográfica dos municípos do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca ao favorecer a atração de população com diversos perfis sociais. A população migrante não é apenas composta por migrantes pouco qualificados e oriundos de zonas rurais da pópria região Nordeste, como foi no passado. Atualmente, são vários os tipos de migrantes, bem como os tipos de modalidades de fluxos de entrada na região de Suape. Os migrantes com maior qualificação e experiência profissional vêm aumentando, do mesmo modo que a origem de boa parte dos fluxos tem sido de regiões mais distantes e até mesmo mais desenvolvidas economicamente. Além disso, têm ocorrido, cada vez mais, fluxos temporários em virtude da demanda, do setor industrial e dos serviços, por mão de obra específica.

No caso particular da demanda para o CIPS, os profissionais migrantes se diferenciam em termos de qualificação e nível socioeconômico, podendo ser desde peões da construção civil, até técnicos, administradores e engenheiros altamente qualificados. Entretanto, vale salientar que, nas primeiras fases de construção dos empreendimentos, o maior volume de migrantes é composto por mão de obra com menor nível de instrução e perfil socioeconômico menor, a exemplo de peões da construção civil, isto não significa que não possuem qualificação ou experiência profissional. Já nas etapas seguintes, como a demanda é por profissionais mais escolarizados, os migrantes são em boa parte técnicos e pessoal com nível superior.

Conforme dados do Ministério Público do Trabalho em Pernambuco, publicados no Jornal de Comércio, de um total de 42 mil operários da construção da refinaria Abreu e Lima, em Suape, 17,6 mil eram de fora do Estado de Penambuco, correspondendo a 42% do total de trabalhadores da refinaria no início de 2014. Estes são em sua grande maioria trabalhadores do trecho que “peregrinam Brasil afora de obra e obra” e que transformaram bairros dos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca em comunidades operárias, acomodados nos grandes alojamentos das empresas (a Vila Residencial do Consórcio Conest alojava mais de 3.000 operários) ou nas repúblicas de peões formadas em condomínios e pousadas. Os baianos são maioria, correspondendo a 60% ou 70% dos trecheiros, pelo fato de ser mão de obra de melhor custo benefício para as empreiteiras, em virtude da qualificação, para a atividade industrial, adquirida com a experiência do polo petroquímico de Camaçar. Segundo Wilson Fusco, pesquisador da Fundaj, a região de Suape presencia um fenômeno oposto de migração, na medida em que esses tipos de fluxos se davam, geralmente, da periferia parao centro e atualmente, observa-se a presença de muitos migrantes vindos de regiões mais desenvolvidas

do país. Tal fato se deu pela necessidade se suprir a lacuna de mão de obra qualificadado na região26.

Na Imagem 2 podemos observar a concentração de migrantes temporários da construção civil, também conhecidos como peões do trecho. A Imagem 3 retrata um momento de distração dos peões do trecho na Vila Residencial do Consórcio Conest que alojava mais de 3.000 operários de diversos estados do país.

Imagem 2 - Concentração de Peões do Trecho

Foto: Paula Sampaio Fonte: Projeto Nordestes Emergentes/Fundaj/2013.

Imagem 3 - Peões do Trecho na Vila Residencial do Consórcio Conest

Foto: Paula Sampaio Fonte: Projeto Nordestes Emergentes/Fundaj/2013.

A evolução da população dos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca pode ser observada no Gráfico 6. Nele verificamos que a população do Cabo era de 75.829 mil em

1970, passando 104.155 mil em 1980, correspondendo a uma taxa de crescimento geométrico anual de 3,22%. Em 1991 a população do Cabo era de 12.036 mil, sendo que de 1980 a 1991 a taxa de crescimento no Cabo foi de 1,82% ao ano. A população continua a crescer e passa para 152.977 mil em 2000, isso significa uma taxa de crescimento ao ano de 2,09%, passando para 185.025 mil em 2010, ou seja, um crescimento anual de 1,92%. Observa-se que o Cabo de Santo Agostinho apresentou a maior taxa de crescimento anual entre 1970 e 1980, período em que o município começa a se destacar no processo de industrialização, voltada para outros seguimentos que não a produção de álcool, e de urbanização. A segunda maior taxa de crescimento foi entre 1991 e 2000, quando dá início a expansão do CIPS.

Em Ipojuca a população contava com 35.851 mil habitantes em 1970, aumentando para 39.452mil em 1980, o que significa uma taxa de crescimento geométrico de apenas 0,96% ao ano. Entre 1980 e 1991, a população de ipojuca cresceu a uma taxa de 1,29%, chegando a um total de 45.424 mil pessoas em 1991. Em 2000 a população aumenta para os 59.281 mil habitantes, correspondendo a uma taxa de crescimento anual de 3% entre 1991 e 2000, e atingindo os 89.637 mil em 2010, obtendo um crescimento de 3,12%. O que podemos constatar é que o município de Ipojuca começou a se destacar em termos de crescimento populacional mais acentuado a partir de 1991, quando este município dá entrada no processo de industrialização, crescimento no setor dos serviços turísticose urbanização, chegando a ultrapassar a taxa de crescimento do estado de Pernambuco nos períodos de 1991 a 2000 e de 2000 a 2010. Já no Cabo de Santo Agostinho, as taxas de crescimento, em todos os períodos analisados, estiveram acima da verificada em Pernambuco.

Pernambuco apresentou taxa de crescimento anual de 1,76% entre 1970 e 1980, de 1,36% entre 1980 e 1991, de 1,18% no período de 1991 a 2000, e de 1,06% no período de 2000 a 2010. A população de Pernambuco era de 5.160.640 milhões de habitantes em 1970, passando para 6.141.993 milhões em 1980, 7.127.855 milhões em 1991, 7.918.344 milhões em 2000, e atingindo os 8.796.448 milhões em 2010.

O cenário acima indica que vem ocorrendo um crescimento acelerado nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, o qual acredita-se estar relacionado à entrada de população via migração. Pelo fato de que é em ambos os municípios onde o Complexo Industrial Portuário de Suape está instalado, o qual vem atraindo trabalhadores de diversas localidades do país e em menor proporção de fora do país, como poderá ser observado mais detalhadamente no capítulo cinco.

Gráfico 6 - Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca - Evolução da população (1970-2010)

Fonte: Censo Demográfico do IBGE. Tabulação Própria.

O Gráfico 7 mostra a evolução da população urbana nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipouca. Nele observa-se que o até o ano de 1991 a população urbana de Ipojuca era composta por 59,9%, passando para 74,1% em 2010. Enquanto que no Cabo de Santo Agostinho a população urbana em 1991 já era de 86,4%, atingindo os 90,6% em 2010. Isso indica que o processo de urbanização no Cabo de Santo Agostinho se deu bem antes do que o observado em Ipojuca, pelo fato de que o primeiro município ingressou no circuito dos distritos industriais ainda na década de 1960 e segundo só começou a presenciar o aumento de sua população urbana com a expansão das atividades turísticas a partir da década de 1990, tornando- se mais expressivo com a expansão do CIPS.

75,829 104,155 127,036 152,977 185,025 35,851 39,452 45,424 59,281 80,637 0 20,000 40,000 60,000 80,000 100,000 120,000 140,000 160,000 180,000 200,000 1970 1980 1991 2000 2010

Cabo de Sto Agostinho Ipojuca

Gráfico 7 - Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca - Evolução da população urbana (1991-2000- 2010)

Fonte: Microdados do Censo Demográfico do IBGE 1991, 2000 e 2010. Tabulação Própria.

A região onde se encontra instalado o CIPS é bastante complexa do ponto de vista demográfico, particularmente com relação a entrada de população, tanto de migrantes, sejam eles permanentes, sejam eles temporários ou sazonais. As motivações são várias e a atração de população se dá tanto para os menos qualificados, quanto para os mais qualificados, uma vez que o complexo industrial demanda por profissionais em todos os níveis de qualificação, desde os peões da construção civil, técnicos específicos, até profissionais altamente qualificados como engenheiros e gestores, por exemplo. Daí a necessidade de articulação de diferentes abordagens e metodologias que possam dar conta da conceituação da migração. Assim, a corrente de pensamento histórico-estrutural consegue explicar apenas parte da realidade regional da área em estudo, consequentemente só consegue explicar alguns tipos de fluxos populacionais, necessitando, assim de outras abordagens que respondam ao fenômeno às particularidades numa escala regional.

86.4% 87.9%

90.6%

59.9%

68.1%

74.1%

Ano 1991 Ano 2000 Ano 2010

Cabo de Santo Agostinho Ipojuca

5 RESULTADOSQUANTITATIVOS

5.1 PERFIL SOCIOCONÔMICO DA POPULAÇÃO DE CABO DE SANTO AGOSTINHO

E DE IPOJUCA

O Índice de Desenvolvimento Humano é um indicador social que mede o grau de desenvolvimento e condições de vida da população de alguma unidade territorial, seja ela um País, Unidade da Federação ou Município. De acordo com Jannuzzi (2009), um indicador social é uma medida usada para quantificar ou operacionalizar um conceito social abstrato, sendo também um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre um aspecto da realidade, e que se presta a subsidiar as atividades de planejamento público e formulações de políticas sociais, possibilitando o monitoramento das condições de vida e bem-estar da população. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é composto de indicadores de três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda e varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano (PNUD, 2014).

O Gráfico 8 diz respeito a evolução do IDH de Pernambuco, do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca em 1991, 2000 e 2010. Nele podemos observar que o IDHM obteve melhora nas três unidades territoriais analisadas. Em Pernambuco o IDH era de 0,44em 1991, passando para 0,544 em 2000, epara 0,673 em 2010. Já o IDHM do Cabo de Santo Agostinho obteve uma melhoria mais significativa se comparado com o de Pernambuco. O IDHM do Cabo foi 0,427 em 1991, ficando abaixo do índice de Pernambuco. Em 2000, o IDHM do Cabo passou para 0,547, chagando a 0,686 em 2010. O IDHM de Ipojuca, mesmo apresentando melhoria, nos três anos analisados, ainda foi inferior ao IDH de Pernambuco e mesmo ao do município do Cabo de Santo Agostinho. Em Ipojuca o IDHM foi de 0,332 em 1991, passando para 0,457 em 2000 e 0,619 em 2010. Conclui-se que, apesar do aumento no IDHM ao longo dos anos, Ipojuca ainda apresenta baixos indicadores de desenvolvimento. O que comprova que o crescimento econômico presenciado por Ipojuca não se traduziu necessariamente em desenvolvimento.

Gráfico 8 - Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca – IDHM por Unidade Territorial (1991-2000-2010)

Fonte: PNUD 1991, 2000 e 2010. Tabulação Própria.

Se separarmos por temas, verificamos no Gráfico 9 que o IDHM Educação obteve crescimento nas três unidades territoriais, ao longo dos três anos analisados. O IDH Educação passou de 0,242 em 1991 para 0,372 em 2000 e 0,574 em 2010, no estado de Pernambuco. No Cabo de Santo Gaostinho o IDHM passou de 0,236 em 1991 para 0,394 em 2000 e para 0,609 em 2010. Equanto que em Ipojuca, o IDHM foi de 0,139 em 1991, passando para 0,256 em 2000, e para 0,499 em 2010. Ou seja, no Cabo o IDHM Educação foi melhor do que o IDH Educação de Pernambuco, tanto em 2000 quanto em 2010, mas o mesmo não ocorreu em Ipojuca, sugerindo que o índice de educação em Ipojuca não vem acompanhando o mesmo ritmo do desenvolvimento apresentado por seu vizinho Cabo de Sannto Agostinho, que também integra a Microrregião de Suape, nem muito menos acompanhando o ritmo do desenvolvimento apresentado pelo estado de Pernambuco. Esse contexto se traduz na qualidade da educação em Ipojuca e consequentemente na falta de profissionais qualificados para atender as necessidades das empresas de Suape e os serviços mais especialiados ofertados na Microrregião.

0.44 0.544 0.673 0.427 0.547 0.686 0.332 0.457 0.619 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 1991 2000 2010 Pernambuco

Cabo de Sto Agostinho Ipojuca

Gráfico 9 - Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca- IDHM Educação por Unidade Territorial (1991-2000-2010)

Fonte: PNUD 1991, 2000 e 2010.

A renda média apropriada em reais da população é calculada partir da divisão da Soma da Renda Total de todos os indivíduos dividido pela População Total. No Gráfico 10 observamos que enquanto a renda média apropriada de Pernambuco em 2000 foi de 183,73 reais, no Cabo ela foi de 131,99 reais e em Ipojuca foi de apenas 105,22 no mesmo ano. Em 2010, a renda apropriada se elevou tanto em Pernambuco, quanto no Cabo e em Ipojuca, mas em ambos os municípios a renda média apropriada continuou menor do que a de Pernambuco. Ou seja, em Pernambuco foi de 508,17 reais, no Cabo foi de 443,67 reais e em Ipojuca foi de 350,34, no ano 2010. O quadro pode demonstrar que apesar do grande dinamismo econômico verificado nos dois municípios a partir da instalação do CIPS na região, o rendimento da população ainda ficou abaixo do rendimento verificado no Estado. Isto pode sugerir que, o destaque no PIB, em ambos os municípios, não necessariamente indica que o crescimento econômico está sendo traduzido em bons rendimentos para a população.

0.242 0.372 0.574 0.236 0.394 0.609 0.139 0.256 0.499 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 1991 2000 2010 Pernambuco

Cabo de Sto Agostinho Ipojuca

Gráfico 10 - Renda Média Apropriada em Reais da População por Unidade Territorial –