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4. Grupos de pesquisa de terapia ocupacional

4.1. Pesquisadores e suas publicações

Foram identificados todos os pesquisadores integrantes dos grupos de pesquisa, excluindo os que não eram terapeutas ocupacionais, os pesquisadores que aparecem apenas com formação de graduação e a duplicação dos pesquisadores que estão inseridos em mais de um grupo dentre os 31 identificados. Coletou-se dados sobre suas capacitações e produções, nos currículos cadastrados na Plataforma Lattes do CNPq, como informações sobre as graduações, mestrados, doutorados e pós-doutorados.

Incluiu-se 196 pesquisadores, sendo 94 mestres e 102 doutores. Dentre eles, 177 são mulheres e 19 homens, que representam pouco menos de 10% desse universo, dado esperado diante da característica histórica e manutenção da concentração de mulheres nesta categoria profissional.

Em relação a formação dos pesquisadores, 140 foram graduados na região sudeste (108 em São Paulo, 22 em Minas Gerais e 10 no Rio de Janeiro), a região norte (representada apenas pelo Pará) formou 22 pesquisadores, a região nordeste formou 20 pesquisadores (Pernambuco 15, Ceará três e Bahia dois) e 14 formações foram realizadas na região sul (13 do Paraná e apenas uma do Rio Grande do Sul).

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A maioria dos pesquisadores são doutores11, dada a própria exigência da

atividade. Sobre as trajetórias acadêmicas, as entradas na pós-graduação se fizeram de forma mais significativa a partir de 1990, mas na década seguinte há um real aumento das capacitações na pós-graduação. As entradas no mestrado têm seu auge uma década depois da graduação, assim como, no doutorado tem uma década depois do mestrado. O total de entradas no doutorado na última década (139) supera o número atual de doutores em 37 pesquisadores.

A quantidade de capacitações em mestrados e doutorados é muito mais evidente nos últimos quinze anos, tem-se nesse período 149 novos mestres e 82 novos doutores, dentre os pesquisadores. Sobre a vinculação em programas de pós-graduação, 35 pesquisadores citam esta vinculação, sendo que dois desses são de programas lato sensu e um não identifica a filiação institucional.

É possível constatar as diversas áreas, que compõem de forma intrínseca os campos da terapia ocupacional, refletidas no interesse pelos programas de mestrado e doutorado. A expansão da pós-graduação ampliou o número de programas e por sua vez de especificidades dentro das grandes áreas do conhecimento, tais como os programas interdisciplinares. De forma geral, os programas foram categorizados nas grandes áreas Biológicas e da Saúde12, Humanas, Exatas e Interdisciplinar (que aparecem após a

década de 1990), embora em alguns períodos uma grande área seja mais procurada que outras, há um certo equilíbrio ao longo do tempo.

Os trabalhos defendidos somam 196 dissertações de mestrado e 102 teses de doutorado. O termo ‘terapia ocupacional’ está presente no título de 21 dissertações (10,7%) e em 12 teses (11,8%) apresentadas pelos pesquisadores da área. O que não significa afirmar que os demais trabalhos não estejam produzindo conhecimento de terapia ocupacional ou na interface com a profissão.

11 Lembrando que os doutorandos podem estar cadastrados como alunos de pós-graduação e não como

pesquisadores (mestres), ou seja, se a pesquisa tivesse incluído as formações dos alunos, o número de mestres inseridos nos grupos seria maior, possivelmente até superior ao de doutores.

12 Os programas de Ciências da Reabilitação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ciências

da Reabilitação da Universidade de São Paulo (USP) e o Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) foram agrupados às grandes áreas: Biológicas e da Saúde.

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A coleta de dados realizada nos currículos cadastrados na Plataforma Lattes dos pesquisadores abrangeu livros autorais, capítulos de livros, artigos em revistas da área (nacionais e internacionais) e trabalhos publicados em anais de eventos científicos específicos de terapia ocupacional (nacionais e internacionais).

No geral, se a avaliação partisse do número total de publicações (livros, capítulos de livros, artigos e trabalhos apresentados em eventos) os resultados quantitativos seriam menores, pois há muitos trabalhos realizados em coautoria entre os pesquisadores. Porém, como a tabulação dos dados partiu dos pesquisadores identificados nos grupos e de suas publicações registradas nos currículos, ou seja, foram contabilizadas as publicações de cada pesquisador e, em seguida, fez-se uma soma simples para uma apresentação geral.

Foram somadas 104 obras cadastradas como livros por 58 pesquisadores (29,6%). Foram somados 725 trabalhos indicados como capítulos de livros por 135 pesquisadores (68,9%). Juntos, 153 pesquisadores (78%), publicaram 936 artigos em revistas específicas da área13.

As publicações de artigos estão distribuídas em 22 revistas da área (seis nacionais e 16 internacionais), sendo que a Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo e os Cadernos de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos concentram juntos 45,4% das publicações.

Considerando todas as publicações de livros, capítulos de livros e artigos específicos da área, ao longo de todo período encontrado (de 1986 a 2015), percebe-se um maior crescimento das publicações da área na última década. Foi também o período de maior inserção e capacitação docente na pós-graduação.

Em relação às publicações em eventos acadêmicos, foi encontrada uma grande variedade e modalidades de encontros nacionais e internacionais14. Foram somados

3.361 trabalhos publicados em eventos específicos da área com a autoria e coautoria de

13 A seleção de revistas da área teve como critério constar ‘terapia ocupacional’, ou termo em outra

língua, no título.

14 Os eventos (nacionais e internacionais) contabilizados possuíam o termo ‘terapia ocupacional’, ou

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todos os pesquisadores. Dentre os encontros nacionais, viu-se 36 diferentes tipos, desde o Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional até semanas ou jornadas acadêmicas locais.

Contudo, em todos os tipos de publicações, a diferença nas quantidades de trabalhos publicados por autor é bastante discrepante entre os que têm mais publicações e os que têm menos.