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2.4 Estresse ocupacional

2.4.8 Pesquisas sobre estresse

Pesquisas sobre estresse em diversos segmentos vêm sendo conduzidas nos últimos anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o estresse como um dos principais males do século, atingindo profissionais de diversos países e trazendo graves consequências para a saúde física, psíquica dos indivíduos como também gerando reflexos em termos de eficiência e de produtividade, assim como comprometendo os resultados das organizações (LEVI, 2005; LEVI, 2003).

DESMOTIVAÇÃO MECANISMO S DE REGULAÇÃO (MECREGUL) RELAÇÕES NO TRABALHO INSEGURANÇA NA RELAÇÃO DE TRABALHO E CONVIVÊNCIA COM INDIVÍDUOS DE PERSONALIDADE DIFÍCIL FONTES DE TENSÃO DO INDIVÍDUO E DO PAPEL GERENCIAL (FTIPG) EXPERIÊNCIA NO TRABALHO ATIVIDADE FÍSICA INTERAÇÃO E PRAZOS SINTOMAS DE AUMENTO TÔNUS TONTURA/ VERTIGEM FALTA/ EXCESSO DE APETITE RELAXAMENTO SINTOMAS PSÍQUICOS SNS GÁSTRICOS SINTOMAS DE HIPEREXCITABILIDAD E E SENSO DE HUMOR ASPECTOS ESPECÍFICOS DO TRABALHO DO GERENTE FATOR (6) ESTILO E QUALIDADE DE VIDA RESPONSABILIDAD E ACIMA DOS LIMITES SINTOMAS DE ESTRESSE (SINTOMAS) IMPACTOS NO TRABALHO (IMPACTOS) FONTES DE TENSÃO NO TRABALHO (FTT) PROCESSOS DO TRABALHO DESCANSO REGULAR

Considerando esta realidade, foi realizada pesquisa na literatura nacional e na internacional, no período de 2008 a 2014, para identificar estudos relacionados ao estresse ocupacional publicado em eventos e periódicos científicos, conforme apresentado nos Quadro 1. Ressalta-se que a apresentação de tais pesquisas não encerra as publicações disponibilizadas nas bases de dados.

Quadro 1 - Referências de pesquisas sobre estresse ocupacional em gestores

(continua)

Título Autor/ano Objetivos da pesquisa Metodologia Resultados

Estresse Ocupacional: um olhar sobre o trabalho da mulher gestora do Polo Industrial de Manaus. Moraes (2014) Analisar o nível de estresse, seus principais sintomas, as fontes de tensão no trabalho e os mecanismos de

regulação que envolvem as gestoras do Polo Industrial de Manaus (PIM).

A pesquisa classifica-se como um estudo descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa. Foram pesquisadas 158 gestoras que atuam no PIM. A base teórica do estudo ancorou-se no Modelo Teórico de Explicação do Estresse Ocupacional em Gerentes (MTEG), desenvolvido e validado por Zille (2005).

Os resultados evidenciaram que 53% das gestoras pesquisadas apresentaram quadro de estresse. Os principais sintomas foram: ansiedade, fadiga, dor nos músculos do pescoço e ombros e dor de cabeça por tensão. As principais fontes de tensão foram: “Realização de várias atividades ao mesmo tempo, com alto grau de cobrança” e “Execução de trabalho complexo, aliado à sobrecarga em decorrência da tecnologia”. As principais fontes de tensão individuais foram: “Pensar e/ou realizar frequentemente duas ou mais coisas ao mesmo tempo, com dificuldade de concluí-las, mesmo quando não há exigências para tal”; “Levar a vida de forma muito corrida, realizando cada vez mais trabalho em menos tempo.” As fontes de tensão específicas do trabalho foram: “Ser mulher e gestora e ter que conciliar as demandas da casa com o trabalho”; “Não receber apoio da família em relação ao trabalho”; “Ser mulher e gestora e ter demandas importantes em relação à educação dos filhos”.

Os mecanismos de regulação mais utilizados foram: possibilidade de descansar, de forma regular, nos feriados e finais de semana; experiência na solução de dificuldades no trabalho; possibilidade de gozar as férias regularmente; cooperação entre os pares (gestores) e encontrar tempo para relaxar e descansar.

(continuação)

Título Autor/ano Objetivos da pesquisa Metodologia Resultados

Enxaqueca e Estresse em Mulheres no Contexto da Atenção Primária. Correia (2014) Verificar a associação entre enxaqueca e estresse em mulheres, assim como examinar o melhor modelo de predição da enxaqueca, considerando variáveis pessoais e do contexto ambiental.

Abordagem quantitativa. Inicialmente, foi realizado um levantamento dos registros das mulheres pertencentes a famílias cadastradas nos cinco Núcleos do Programa de Saúde da Família (PSF), vinculados à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Foram encontrados 269 cadastros de mulheres nos Núcleos do PSF. Destas, 162 mulheres não foram localizadas em suas residências.

Foram localizadas e visitadas 107 mulheres.

O teste utilizado, elaborado pela Sociedade Brasileira de Cefaleia (SPECIALI, 2003), permite a verificação da intensidade, duração, frequência e características de sintomas relacionados à enxaqueca.

As mulheres deste estudo apresentaram-se vulneráveis e constituem-apresentaram-se em um grupo em risco para um desequilíbrio emocional, devido a dois fatores: a) pela presença de enxaqueca, que corresponde à mais incapacitante das dores de cabeça;e b) pela presença de estresse, na fase de resistência, que corresponde a uma fase em que se inicia o agravamento de sintomas negativos de estresse e com predominância de sintomas psicológicos.

Estresse ocupacional em mulheres policiais. Bezerra; Minayo; Constantino (2013) Apresentar e discutir o estresse ocupacional vivenciado por mulheres policiais militares, a partir de um estudo realizado em uma corporação no Estado do Rio de Janeiro.

Abordagem qualitativa (entrevistas, grupos focais e observação) das percepções dessas mulheres sobre diferenças de gênero no trabalho policial, relação entre estresse ocupacional e problemas de saúde e estratégias para amenizar o estresse. Participaram 42 mulheres: oficiais e praças, profissionais operacionais e de saúde.

Os resultados revelam que as policiais relacionam o cotidiano do trabalho ao estresse. Citam diversos sintomas e mostram como o relacionamento familiar é afetado. Seu estresse tem origem basicamente, na questão organizacional e gerencial do trabalho. Discriminação de gênero e assédio são percebidos como importantes fatores estressantes. O exercício físico é a estratégia considerada mais eficaz para prevenir estresse

(continuação)

Título Autor/ano Objetivos da pesquisa Metodologia Resultados

O consumo de energia de quem produz energia: estudando o estresse ocupacional e seus efeitos em gestores de uma empresa brasileira do setor de energia elétrica.

Braga, et. al. (2013)

Identificar os principais fatores de tensão no trabalho, bem como diagnosticar o nível de estresse ocupacional na função gerencial em uma organização do setor de prestação de serviços em energia elétrica. Esta pesquisa é descritiva e explicativa, utiliza o o Modelo Teórico para Explicação do Estresse em Gerentes (MTEG).

Quanto aos fins, pesquisa explicativa e descritiva; quanto aos meios de investigação, trata-se de pesquisa de campo e estudo de caso. Para a coleta de dados, utilizou-se o questionário referente ao MTEG. O estudo se deu com 62, ou 38,75%, dos 160 gerentes e superintendentes da empresa, sendo que, do total da amostra 58, ou 93,56%, são gerentes e 4, ou 6,44%, são superintendentes.

Dos gestores, 62,9% têm quadro de estresse, variando de leve a moderado a estresse intenso; 32 gestores, ou 51,61%, possuem estresse leve a moderado; e 7, ou 11,29%, estresse intenso. Apenas 23 gestores, ou 37,1%, têm ausência de estresse. Segundo os dados, os profissionais estão trabalhando, em média, de 10 a 12 horas por dia, caracterizando sobrecarga de trabalho. Verificou-se desequilíbrio entre a estrutura psíquica e as pressões psíquicas das situações de trabalho. Dos gerentes, 65,62% têm quadro de estresse, em contrapartida a 25% dos superintendentes. Dos quadros de estresse intenso, 85,7% foram diagnosticados em gerentes e 14,3% foram diagnosticados em superintendentes. Tensões Excessivas no Trabalho e o Estresse Ocupacional: Estudo com Gestores que Atuam em Empresas Privadas de Setores Diversos. Zille et al. (2011) Analisar o estresse ocupacional em trabalhadores que ocupam a função gerencial em empresas privadas de Minas Gerais, identificando os principais fatores de pressão excessiva, os níveis de estresse ocupacional, os principais sintomas e os indicadores de impacto na produtividade.

Pesquisa de abordagem quantitativa, de natureza descritivo-explicativa, tendo como estratégia a pesquisa de campo e o survey, com amostra por acessibilidade de 637 indivíduos. Os dados foram coletados por meio de questionário e analisados por meio da estatística descritiva.

Dos gerentes, 75,7% ou 482 têm quadro de estresse. Os gerentes intermediários têm os níveis mais significativos de estresse. Dos gestores, 27,0% ou 167 têm problemas de saúde. Principais sintomas:

ansiedade, nervosismo, fadiga,

irritabilidade, angústia e dor nos músculos do pescoço e ombros. Fontes de tensão no trabalho: várias atividades ao mesmo tempo, alto grau de cobrança; prazos

apertados, filosofia de obsessão e

compulsão por resultados. As fontes de tensão dos indivíduos: compromissos de trabalho, pouco tempo livre; vida corrida, e realizar mais trabalho

(continuação)

Título Autor/ano Objetivos da pesquisa Metodologia Resultados

em menos tempo; não desligar-se das questões relacionadas ao trabalho. Os indicadores de impactos na produtividade:

desejo de trocar de emprego,

desmotivação e perda do controle dos eventos da vida e do trabalho.

O estresse e os impactos no trabalho na função gerencial: buscando as interfaces das realidades brasileira e portuguesa. Zille (2011) Estudar o estresse ocupacional em gestores que atuam em organizações privadas brasileiras, com perspectiva de análise comparativa com a realidade portuguesa.

Pesquisa de natureza descritiva e explicativa, utilizando como estratégia a pesquisa de campo e o survey. Foram pesquisados gestores de empresas privadas de Minas Gerais, de diversos setores da economia. Unidades de análise: profissionais que

exercem a função gerencial nos níveis alta gerência, gerência intermediária, supervisão operacional. Amostra de 637 indivíduos. Instrumento: questionário baseado no modelo teórico explicativo do estresse ocupacional em gerentes - MTEG.

Dos gerentes, 75,7% têm quadros de estresse ocupacional; 55,9%, estresse leve a moderado; e 14,6%, estresse muito intenso. Principais sintomas: ansiedade, nervosismo, fadiga e irritabilidade. Fontes de tensão: várias atividades ao mesmo tempo, alto grau de cobrança, prazos apertados, filosofia organizacional de obsessão e compulsão por resultados. As fontes de tensão dos

indivíduos: compromissos de trabalho, pouco ou nenhum tempo livre, vida corrida, realizar mais trabalho em menos tempo, não desligar-se do trabalho. Indicadores de impacto na produtividade: desejo de trocar de emprego, desmotivação e perda do controle dos eventos da vida e trabalho. Os setores mais crítico Educação (85,7%), Comercial (83,3%), Serviços (74,9%), Bancário (69,2%) e Industrial (66,7%). A maior ocorrência de estresse intenso/muito intenso foi na gerência intermediária. Há maior incidência de estresse no gênero feminino, com 83,2%.

(continuação)

Título Autor/ano Objetivos da pesquisa Metodologia Resultados

Do Estresse e Mal-Estar Gerencial ao Surgimento da Síndrome de Estocolmo Gerencial. Melo et al. (2011) Analisar o mal-estar gerencial vivenciado pelos gestores do setor de informática, considerando as variáveis pressões e estresse, presente nas práticas gerenciais.

O estudo é de natureza qualitativa. Foram realizadas 36 entrevistas semi-estruturadas, com gerentes em 10 empresas de médio e grande porte do setor de informática. Os sujeitos dessa investigação foram 36 gerentes que ocupam cargos de nível intermediário, sendo 18 homens e 18 mulheres.

A cobrança por resultados é um dos principais fatores de pressão (42,2% dos gerentes). Os homens (65,6%) se sentem mais cobrados para o alcance de resultados que as mulheres, com 18,7%. Percebem que a família os vê com crítica, devido ao excesso de trabalho, para as gerentes (31, 2%) e os gerentes (21,8%). Acompanhar o desenvolvimento tecnológico é um desafio diário para os gestores da área, realçado pela gerência feminina. A maioria (66,4%) afirma sofrer pressão para se adaptar às mudanças tecnológicas, seguida de 47,3%, para manter o conhecimento atualizado. Observou-se sentimento de cansaço e estresse em 42,2% das respostas. A maioria têm quadros de estresse (42,2%), sendo 46,8% dos gerentes e 37,5% das gerentes. percepção de certo desequilíbrio emocional identificado pelas gerentes (15,5%) e pelos gerentes: dores de cabeça e outras doenças relacionadas ao trabalho (9,3%). Alguns gerentes as assumem como próprias da função gerencial, apontando para a normalidade das situações de pressão, cobranças, falta de tempo e exigências de atualizações aceleradas.

(continuação)

Título Autor/ano Objetivos da pesquisa Metodologia Resultados

Todo o trabalho e nenhum jogo? O significado do trabalho e estresse no trabalho de gerentes de nível médio nos

Estados Unidos, Brasil e Coréia Kuchinkea et al. ( 2010) O estudo investigou dimensões do significado do trabalho e o estresse no trabalho entre gerentes de nível médio nos Estados Unidos, Brasil e Coreia .

Esta pesquisa quantitativa foi realizada online. Os voluntários são profissionais de nível superior que atuam como gerentes intermediários. Isso resultou em 416 respostas utilizáveis para a taxa de resposta, estimada ao ano de 22%. Os itens da pesquisa foram retirados do significado de projeto de trabalho THE MOW INTERNATIONAL RESEARCH PROGRAM, (1987). 5 itens foram medidos (centralidade do trabalho -absoluta e relativa), 11 itens foram medidos (condições de trabalho (desejadas), 6 resultados do trabalho foram medidos (desejados), e mais 6 itens funcionam (identificação do papel). Estresse no trabalho foi medido utilizando Peterson et al., (1994). Construção consistindo de conflito de papéis (3 itens), ambiguidade papel (5 itens), e sobrecarga de papel (5 itens). Todos os itens foram medidos usando um Likert de sete pontos

Os resultados indicaram o trabalho como uma preocupação central de vida dos entrevistados, sendo que a família tem um importante peso para eles. A importância do envolvimento religioso, atividades de lazer e envolvimento da comunidade foi classificada como baixo. Aumento dos níveis de estresse no trabalho foi associado com significado em diferentes aspectos do trabalho conforme a cultura de cada pais. Altos níveis de significado do trabalho foram associados com níveis mais elevados de estresse. Para os funcionários brasileiros os trabalhadores mais jovens e do sexo feminino relatam níveis mais elevados de conflito de papéis e sobrecarga de trabalho. O papel da ambiguidade, no entanto, foi semelhante para todos os membros da nossa amostra brasileira. Além disso, os empregados para quem o trabalho foi fortemente associado com aspectos econômicos também relataram níveis mais elevados de conflito e sobrecarga. Respondentes coreanas e americanas relataram níveis mais elevados de papel da ambiguidade. Entretanto nos EUA eles relataram sofrer menos com a sobrecarga de trabalho quando eles também priorizam o lazer. Os resultados da pesquisa indicam a necessidade de equilíbrio entre a vida profissional, especificamente um equilíbrio lazer-trabalho, ressaltando a importância dada aos compromissos familiares, que aparecem em todos os três países deste estudo.

(continuação)

Título Autor/ano Objetivos da pesquisa Metodologia Resultados

Stress e qualidade de vida: influência de algumas variáveis pessoais.

Sadir et. al. (2010)

Verificar as variáveis pessoais que interferem nos níveis de estresse e na qualidade de vida de uma amostra de 106 adultos de ambos os sexos que frequentavam uma clinica psicológica

Foram utilizados três instrumentos: questionário para levantamento de dados sóciodemográficos, inventário de qualidade de vida e inventário de sintomas de estresses de Lipp. Amostra: 106 adultos de ambos os sexos que frequentavam uma clínica psicológica.

Dos participantes, 88% receberam diagnóstico de estresse; na categoria gerente ou supervisor , 81% estavam com estresse elevado. 71% eram homens e 29% mulheres. Associação significativa entre gênero e estresse. Os gerentes e supervisores apresentaram maior prejuízo nos quadrantes social e afetivo.

Mulheres executivas no mercado de trabalho Quelhas (2010) Analisar como as mulheres lidam com as pressões advindas da necessidade de conciliação das responsabilidades

decorrentes de sua tripla jornada de trabalho, entendida aqui como atividades profissionais, do lar e da educação continuada.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, cuja coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas buscando obter as histórias orais temáticas de cinco mulheres trabalhadoras que dividiam seu tempo entre as obrigações profissionais (independentemente do cargo ocupado), as exigências do estudo acadêmico e os cuidados com a família e os filhos. Elas foram escolhidas pelo critério de acessibilidade. Os discursos foram submetidos à técnica de análise do conteúdo. Todas as mulheres estavam na faixa etária de 42 a 55 anos, tinham pelo menos um filho, estavam inseridas no mercado de trabalho e davam continuidade aos seus estudos num curso de mestrado em administração. História oral temática foi a metodologia escolhida para a realização da pesquisa. Segundo Meihy (1996).

Os resultados revelaram, no que se refere às atividades profissionais, que, apesar de exercerem funções diversificadas, todas exerciam atividade de alto grau de complexidade. Em função disso, tornou-se necessário que estivessem academicamente atualizadas. Em relação às atividades do lar, as responsabilidades dessas mulheres eram, em parte, divididas com a empregada doméstica e com o marido. Essa delegação de atribuições revelou-se um fator fundamental para a conciliação da tripla jornada de trabalho. No que diz respeito à forma como essas mulheres lidam com a tripla jornada de trabalho, foi surpreendente observar que, mesmo pressionadas pelo acúmulo de atividades e pelas exigências, elas têm uma percepção positiva a esse respeito, fazendo questão de não falar de suas atribuições como peso, mas, sim, como realização e satisfação. Os dados revelaram que a história do trabalho na vida dessas mulheres foi construída como meio de obterem realização pessoal e profissional. Influência familiar foi marcante nesse sentido.

(conclusão)

Título Autor/ano Objetivos da pesquisa Metodologia Resultados

Estresse e sofrimento no

trabalho dos executivos

Mota et. al. (2008) Identificar as possíveis correlações entre o padrão de comportamento e o nível de estresse percebido pelos executivos das grandes empresas brasileiras.

Estudo descritivo, pesquisa quantitativa e método de pesquisa

survey. Universo da amostra: executivos das 500 maiores empresas do Brasil. Foram recebidos 965 questionários de 344 empresas.

O estudo revelou a predominância do comportamento do tipo A entre os executivos pesquisados. Os gestores do tipo A são mais suscetíveis a todas as variáveis que exprimem sensações/ atitudes de distresse. Os sintomas de estresse mais percebidos são: irritabilidade fácil, ímpetos de raiva, nervosismo e ansiedade. Os executivos tipo A gastam mais tempo com a vida profissional, têm dificuldade de desligar do trabalho e não praticam exercícios físicos. Estresse no trabalho: estudo de caso com gerentes que atuam em uma instituição financeira nacional de grande porte Zille; Braga; Marques (2008) Identificar os principais fatores causadores e diagnosticar o nível de estresse ocupacional na função gerencial em uma instituição financeira privada de âmbito nacional, com atuação na cidade de Belo Horizonte/ MG.

Pesquisa quantitativa, de natureza descritiva e explicativa, utilizando o MTEG (ZILLE, 2005), 168 gerentes pesquisados

O resultado apontou: insegurança nas relações de trabalho, metas superdimensionadas, o nível de cobrança excessiva, quadro de funcionários aquém das necessidades da instituição e dificuldades nas relações pessoais, bem como algumas das principais causas de tensão excessiva no ambiente de trabalho capazes de explicar níveis importantes de estresse para esta categoria funcional. Os resultados revelaram que cerca de 150 dos 168 gerentes pesquisados, ou seja, 89,10%, foram diagnosticados com um quadro de estresse. Com base nesse diagnóstico, 59 gerentes (35,21%) apresentaram estresse de leve a moderado; 69 gerentes (40,97%) estresse intenso; e 22 gerentes (12,92%) estresse muito intenso.Outra constatação da pesquisa foi com relação ao gênero: os gerentes de sexo feminino, comparado com os gerentes de sexo masculino, apresentam um percentual de estresse ligeiramente superior; Esses dados, se comparados com o trabalho de Zille (2005, p. 231), apresentam a mesma constatação. Fonte: Elaborado pelo autora, 2014

No que se refere aos estudos sobre estresse, de acordo com as pesquisas apresentadas, a maioria se concentra, principalmente, nos níveis de estresse e de fontes de tensão, sendo maiores os índices em mulheres, se comparadas aos homens. Quatro das pesquisas apresentadas tratam do estresse em mulheres gestoras, verificando que nesta função os principais estressores estão relacionados a: sobrecarga e exigências do trabalho, dificuldade em administrar o tempo, carga horária excessiva, demandas do trabalho e articulação trabalho e família. No que se refere aos principais sintomas percebidos, há predominância de sintomas psíquicos. Duas pesquisas estão focadas na interface trabalho-família e sua relação com o estresse ocupacional, indicando que os diferentes papéis desempenhados pelas mulheres no trabalho e em casa e as demandas de cada um deles podem tornar-se fontes de tensão e contribuir para a elevação dos níveis de estresse.

As pesquisas evidenciam que dentre as reações psíquicas dos indivíduos encontra-se o estresencontra-se, reflexo do deencontra-sequilíbrio entre as demandas do exercício profissional e os mecanismos de enfrentamento do trabalhador. Os pesquisadores, de modo geral, têm buscado relacionar as configurações do mundo do trabalho com os aspectos pessoais e profissionais.

Dando sequência ao referencial teórico, abordam-se as mulheres gerentes nas organizações.

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