Planeamento Anual

Além de ser uma tarefa fundamental no processo de ensino- aprendizagem, o planeamento é também uma tarefa regulamentada pelas normas orientadoras de EP (Matos, 2013). Neste processo, o EE deve atender à planificação do ensino em três níveis (plano anual, UD, e PA), tendo em

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conta os conteúdos a lecionar, os objetivos, os recursos, as situações de aprendizagem e a avaliação (Vickers, 1990). Embora esta seja uma tarefa prévia da prática de ensino-aprendizagem, Vickers (1990) alerta para a necessidade do professor reservar algum espaço para decisões de ajustamento que estão relacionadas com a imprevisibilidade e a incerteza inerente às aulas de EF.

O planeamento consiste em preparar todo o processo de ensino e aprendizagem de forma situada ao contexto, devendo ter sempre em conta, as indicações do Programa Nacional de EF. No meu caso em concreto, para o planeamento anual, tive por base as orientações do Programa Nacional de EF para o Ensino Básico, mas também as decisões tomadas pelo grupo de EF da escola (Projeto Curricular de EF da Escola), as caraterísticas da turma, o número de aulas previstas e os espaços disponíveis para a prática. Aliás, foi fundamental atender ao Roulement das instalações desportivas, que da alguma forma também condicionou a distribuição das modalidades por período. A rotatividade nos espaços fez-se de três em três semanas, isto porque existem sempre três espaços que podem ser utilizados em simultâneo (um campo exterior; o G1 (1/2 de pavilhão); e o G2 (2/3 de pavilhão)).

Adicionalmente, foi também importante articular as atividades desportivas extracurriculares da escola com o meu planeamento anual, fazendo coincidir as modalidades lecionadas com as modalidades das atividades propostas pelo grupo de EF. Esta articulação revelou ser muito importantes para o empenho e envolvência dos alunos nas respetivas atividades propostas.

O planeamento anual serviu sempre como um documento norteador, mas durante o ano foi sofrendo alguns reajustes, de acordo com algumas condicionantes que ocorreram - condições climatéricas, condições materiais e disponibilidade dos espaços, tal como evidencia o excerto seguinte:

“A sessão de hoje teve como objetivo principal realizar a avaliação das habilidades motoras da modalidade de Badminton. Como esta era uma aula de avaliação, tinha combinado com os outros professores que lecionam à mesma hora a troca de espaço que estava atribuído segundo o roulement. Desta

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forma, iria ter disponível o espaço G2 que corresponde a 2/3 do campo. No entanto, devido às condições climatéricas tivemos de partilhar o espaço, o que condicionou um pouco a avaliação, pois tive apenas 1/3 do campo disponível.”

(RA n.º 38 e 39).

Contudo, neste aspeto, importa salientar a boa vontade dos professores, uma vez que, sempre se mostraram disponíveis a trocar os espaços de aula comigo quando foi solicitado.

Relativamente às modalidades selecionadas para o planeamento anual, estas corresponderam às indicadas pelo Programa Nacional de EF para o Ensino Básico (9º ano). Já a seleção e integração dos conteúdos a lecionar partiu das decisões estipuladas pelo grupo de EF da escola.

No quadro 1, podemos verificar as modalidades lecionadas ao longo do ano, bem como a sua distribuição pelos 3 períodos.

Quadro 1- Distribuição das modalidades planeadas para cada período letivo.

Educação Física Ano: 9º Turma: J

1º Período Número de aulas previstas: 38

Ginástica de Solo Atletismo

Fitnessgram

Andebol Badminton

2º Período Número de aulas previstas: 36

Basquetebol

Fitnessgram

Ginástica de Aparelhos Futebol

3º Período Número de aulas previstas: 20

Futebol Andebol

Fitnessgram

Ginástica Acrobática

Na distribuição das modalidades, sempre que o espaço disponível era o G1 (1/3 do pavilhão), lecionei as diferentes disciplinas de Ginástica (artística,

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de aparelhos e acrobática). Isto, porque, não seria necessário mais espaço para a lecionação destes conteúdos e porque todo o material necessário estava disponível nesta parcela do pavilhão.

O ensino da modalidade de Ginástica foi dividido pelos três períodos visto que esta é uma modalidade que os alunos menos gostam. Desta forma, ao intercalar a Ginástica com outras modalidades mais aliciantes a turma estaria mais motivada para as aulas de EF.

Já no Atletismo, as disciplinas ensinadas foram a corrida de estafetas e o lançamento do peso. Uma vez que, o ideal seria lecionar estas disciplinas no espaço exterior, estas unidades de ensino foram ensinadas no 1.º período, quando a rotação dos espaços assim o permitiu.

O espaço G2 (2/3 do pavilhão) e o exterior ficaram reservados para as modalidades coletivas – Basquetebol, Futebol e Andebol. No meu entendimento, este foi o melhor método para a distribuição das modalidades ao longo do ano letivo.

Relativamente ao n.º de aulas dedicadas a cada modalidade, este variou, principalmente quando foi implementado o MED na modalidade de Basquetebol. Nesta UD, dediquei 13 sessões, enquanto que nas restantes unidades variou entre as 4 e 8 sessões.

Outra informação fundamental para a elaboração do planeamento residiu no conhecimento atividades/eventos, previstos pela área disciplinar (Fitnessgram, Corta-mato, Compal Air, 12 horas, Mexe-te, Sarau), uma vez que, seria mais útil para um aluno ter Atletismo no mesmo período em tinha ou Corta-mato ou ter Basquetebol no período do Compal Air.

Todo este planeamento foi realizado segundo uma realidade que foi sofrendo algumas contrariedades e, por isso, foi necessário efetuar alterações no planeamento anual e, particularmente, nas UDs e planos de aula. Pois, em todo o processo de planeamento importa estar consciente que os planos realizados para uma aula são sempre influenciados pelas aulas anteriores e irão influenciar os planos das aulas seguintes (Arends, 2008).

43 4.1.3.3 Planeamento da Unidade Didática

A UD é um planeamento mais focado nos conteúdos lecionados e prepara o processo de ensino-aprendizagem a médio prazo, comparativamente ao planeamento anual.

Através da UD pretende-se, de forma estratégia e metodológica, definir um percurso para o processo de ensino-aprendizagem, devendo dar resposta às seguintes questões: O que ensinar? Como ensinar? Quando ensinar? e Como avaliar? Estas foram questões bastante importantes na construção destas unidades de ensino, que ao longo do ano, me fizeram pensar e refletir constantemente sobre a minha prática pedagógica. A UD é elaborada após a AD, porque atendendo ao nível de aprendizagem dos alunos, em cada um dos domínios transdisciplinares, são definidos os objetivos e as metodologias mais adequadas ao alcance desses objetivos. Pretende-se, assim, através de uma sequência lógica e progressiva, proporcionar uma aprendizagem ativa e significativa para os alunos. Ou seja, articular todos os conteúdos de uma modalidade, introduzindo um a um de forma lógica e coerente tanto em termos de complexidade como em termos didáticos.

No planeamento das UDs, o módulo 4 foi aquele que mais me auxiliou no planeamento das aulas, uma vez que contemplava o número de aulas, os conteúdos a lecionar em cada sessão, atendendo à extensão e sequência dos conteúdos em cada um dos domínios da aprendizagem dos alunos (Cultura Desportiva, Habilidades Motoras, Conceitos Psicossociais, Condição Física) e as respetivas funções didáticas.