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3.2 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público

3.2.2 Plano de contas aplicados ao Setor Público (PCASP)

O PCASP surgiu como consequência da adequação das NBCASP, pois havia a necessidade da unificação das demonstrações contábeis e a padronização dos procedimentos contábeis de acordo com a convergência. É considerado como o conjunto de contas previamente estabelecidas, as quais servem como base de escrituração contábil, que permitem gerar por meio de informações os relatórios gerenciais e demonstrações contábeis.

Andrade (2013, p. 241), ao tratar do plano de contas e dos lançamentos contábeis, define que:

O plano de contas é o objeto responsável pela transparência dos lançamentos contábeis, já que o mesmo demonstra as contas contábeis de forma estruturada, obedecendo a Princípios Contábeis Geralmente Aceitos, e consegue com isso agrupar informações diversas, de acordo com a forma em que cada conta está sendo utilizada. Esse instrumento é livremente utilizado pela Contabilidade comercial, e na Contabilidade pública está atrelado ao que determina a lei, atualmente a Lei nº 4.320/64 e respectivas Portarias Ministeriais, que tratam de classificações e consolidação de balanço, e facilitam a compreensão do público interno e externo dos valores lançados em cada conta.

Conforme o autor relata, o plano de contas deve seguir os princípios de contabilidade, pois desta forma existe uma maior garantia da conformidade e da validade dos lançamentos e consequentemente da consolidação dos demonstrativos contábeis.

A administração direta e indireta também está submetida aos princípios contábeis e suas normas, por conseguinte estará submetida ao plano de contas. Andrade (2013, p. 242) corrobora que:

Há, no momento, a necessidade de adequar os planos de contas dos municípios aos moldes determinados pela legislação federal, com objetivo de consolidar todos os saldos ao balanço geral da União. Apesar da plena vigência da Lei Federal nº 4.320/64, a União e os Estados já adotaram planos de contas bem próximos dos conceitos da contabilidade privada, o que tem gerado desconfortos por ocasião de consolidação dos dados municipais aos estaduais e federais.

Segundo o entendimento do autor, é necessário que os municípios se adequem ao plano de contas da União e dos Estados para que a consolidação das contas seja de forma unificada.

O CFC (Resolução 1.132/08, p.3), por meio da NBC T 16.5, determina que as entidades do setor público devam manter o sistema de informação contábil refletido em um plano de contas que compreenda:

(a) a terminologia de todas as contas e sua adequada codificação, bem como a identificação do subsistema a que pertence, a natureza e o grau de desdobramento, possibilitando os registros de valores e a integração dos subsistemas;

(b) a função atribuída a cada uma das contas; (c) o funcionamento das contas;

(d) a utilização do método das partidas dobradas em todos os registros dos atos e dos fatos que afetam ou possam vir a afetar o patrimônio das entidades do setor público, de acordo com sua natureza de informação;

(f) tabela de codificação de registros que identifique o tipo de transação, as contas envolvidas, a movimentação a débito e a crédito e os subsistemas utilizados.

De acordo com os atributos elencados pelo CFC, percebe-se que o plano de contas esta integralmente ligado aos subsistemas, e por meio destes é que o contador fará os registros contábeis que evidenciam as movimentações ocorridas no decorrer do exercício corrente. Daí, a importância do plano de contas atender as características exigidas pelos normativos e pelos princípios de contabilidade.

A parte IV – Plano de Contas Aplicado ao Setor Público do MCASP 5ª edição conceitua plano de contas como:

(...) a estrutura básica da escrituração contábil, formada por um conjunto de contas previamente estabelecido, que permite obter as informações necessárias à elaboração de relatórios gerenciais e demonstrações contábeis conforme as características gerais da entidade, possibilitando a padronização de procedimentos contábeis.

Conforme definido pelo MCASP, o plano de contas deve ser um conjunto de contas organizada de maneira uniforme e sistematizada, registrando os atos e fatos contábeis praticados pela entidade, com a finalidade de gerar relatórios que auxiliem no gerenciamento, na tomada de decisão e na transparência das informações.

O PCASP deverá ser empregado por todos os Poderes de cada ente da Federação. Conforme a Portaria do STN 753/12 o PCASP deverá ser adotado até o término do exercício de 2014. O MCASP apresenta a publicação do plano de contas único, o qual os entes deverão se adaptar.

Conforme a parte IV do MCASP, o plano de contas está estruturado da seguinte forma:

1. Ativo;

2. Passivo e Patrimônio Líquido; 3. Variações Patrimoniais Diminutivas; 4. Variações Patrimoniais Aumentativas;

5. Controles da Aprovação do Planejamento e Orçamento; 6. Controles da Execução do Planejamento e Orçamento; 7. Controles Devedores; e

8. Controles Credores.

Ainda de acordo com a parte IV do MCASP, as classes de 1 a 4, são de natureza patrimonial, as classes 5 e 6 representam as de natureza orçamentária e as classes 7 e 8 são de natureza de controle.

Quadro 12 - Empregos das classes do PCASP

1 Ativo São organizadas conforme provável o prazo de realização 2 Passivo e Patrimônio Líquido São organizadas em ordem crescente dos prazos de exigibilidade 3 Variação Patrimonial Diminutiva Contas que diminuem o Patrimônio Líquido

4 Variação Patrimonial Aumentativa Contas que aumentam o Patrimônio Líquido 5Controle da Aprovação do Planejamento e

Orçamento

Contas que tem função de controlar e aprovar o orçamentos e suas alterações

6Controle da Execução do Planejamento e Orçamento

Contas que tem função de controlar a execução do orçamento e suas alterações

7 Controle Devedores Contas dos atos potenciais caracterizados como devedores, que possam a vir afetar ao patrimônio

8 Controle Credores Contas dos atos potenciais caracterizados como credores, que possam a vir afetar ao patrimônio

Plano de Contas do Setor Público

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

O registro contábil deve ser feito pelo lançamento de débito e crédito das contas que representam a mesma natureza de informação, sendo ela, a respeito do patrimônio, do orçamento ou de controle. Assim percebe-se que o método utilizado será o de partidas

dobradas, onde serão determinador por grupos conforme a natureza. Assim, pode ser classificado como o lançamento das classes 1,2,3 e 4, representando as informações patrimoniais, ou de classes 5 e 6, as orçamentarias, ou classes 7 e 8, o controle.

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