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ANA CAROLINA CORRÊA LIMA IMPACTOS DAS NBCASP NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: O CASO DA ENTIDADE SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL DO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANA CAROLINA CORRÊA LIMA

IMPACTOS DAS NBCASP NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: O CASO DA ENTIDADE SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL DO

CEARÁ

(2)

ANA CAROLINA CORRÊA LIMA

IMPACTOS DAS NBCASP NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: O CASO DA ENTIDADE SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL DO

CEARÁ

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de bacharelado.

Orientadora: Professora Nirleide Saraiva Coelho e Cavalcante.

(3)

ANA CAROLINA CORRÊA LIMA

IMPACTOS DAS NBCASP NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: O CASO DA

ENTIDADE SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL DO CEARÁ

Monografia submetida à Coordenação do Curso de graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em ____/____/_____.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Prof(a). Nirleide Saraiva Coelho e Cavalcante(Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________________

Prof(a). Joyce Arrais de Araújo Andrade (Coorientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________________

Prof(a). Cíntia de Almeida

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(5)

AGRADECIMENTOS

A Deus especialmente, por me oferecer fé, sabedoria e força para superar todos os

obstáculos que surgem, e guiar meu caminho para atingir os meus objetivos.

Aos meus pais, Luciana e Ronaldo, pela educação que me concederam,

contribuindo para a formação do meu caráter, por serem sempre presentes em minha vida,

apoiando e incentivando incondicionalmente, e guiando-me nos momentos de fazer escolhas.

A meu avô, Wilson Corrêa que me acolhe como filha, pelo aprendizado de vida,

carinho e simplicidade.

Ao meu esposo, Michael Collins, pelo amor, apoio e compreensão da minha

dedicação à realização deste trabalho.

À minha irmã, Naiana Lima, por ter me apresentado à contabilidade e hoje servir

de inspiração, pessoal e profissional.

À minha Professora, Joyce Arrais, pelas sugestões ao trabalho, compreensão das

(6)

RESUMO

As demonstrações contábeis possibilitam aos usuários uma análise da situação econômica e financeira de um ente. Porém, na Contabilidade Pública, os demonstrativos evidenciam a situação patrimonial, financeira, orçamentária e as modificações ocorridas no patrimônio público. Como a busca por gestão transparente está cada vez mais em evidencia, exigindo melhores resultados, os gestores tem a necessidade de demonstrar de forma mais clara e tempestiva os resultados à população. Além disso, a convergência aos paradigmas contábeis internacionais fez que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) se pronunciasse a respeito destes fatos, elaborando as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP) datando um prazo para adoção em todos os níveis de governo. Assim, o presente trabalho trata da aplicação das NBCASP nos demonstrativos contábeis do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Ceará (SENAC/CE), tendo como objetivo principal analisar as mudanças nos balanços a partir das adequações das normas criadas pelo STN em 2008, identificando as diferenças do modelo anterior e posterior às inovações e avaliando os impactos em nível de informação neste período de transição. Para isso, a metodologia adotada é do estudo de caso, pesquisa bibliográfica, documental, método qualitativo e exploratório. Ao término do trabalho, foi possível verificar que a antecipação executada pelo ente pesquisado em promover a adequação das NBCASP, de forma facultativa, colaborou para a identificação de dificuldades na implantação dos novos procedimentos. Portanto, conclui-se que a sua total obediência as normas o SENAC/CE terá que desempenhar melhor a sua adequação, em virtude de não ter atingido todas as determinações da STN.

(7)

ABSTRACT

Financial statements allow users to analyze the economic and financial situation of an entity. However, with Public Accounting, the statements show the assets, financial, budgetary situation and the changes in the public patrimony. As the search for transparent management is increasingly evident, demanding better results, managers have the need to demonstrate more clearly and timely the results to the population. Moreover , convergence to international accounting paradigms made the National Treasury Secretariat (STN) decide about these facts, developing the Brazilian Accounting Standards Applied to the Public Sector (NBCASP), dating a deadline for adoption at all levels of government.Thus, the present work deals with the application of NBCASP in the financial statements of the National Commercial Training Service of Ceará ( Senac / CE ), with the main objective to analyze the changes in the balance sheets from the adaptations of standards created by the STN in 2008 , identifying the differences in the anterior and posterior models to the innovations and evaluating the impacts on the level of information in this transitional period. For this, the methodology applied is a case study, literature and documentary review, and the use of the qualitative and exploratory method. Upon completion of the work, we found that the anticipation executed by the entity researched to promote the adequacy of NBCASP, on an optional basis, contributed to the identification of difficulties in the implementation of the new procedures. Therefore, it is concluded that for its total compliance with all standards, Senac/CE will have to conduct better its adjustment, due to not having reached all the determinations of the STN.

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LISTA DE GRÁFICOS/QUADROS

Quadro 1 - Classificação dos Sistemas e Subsistemas no Setor Público... 19

Quadro 2 - Plano de Contas ... 21

Quadro 3- Estrutura do Balanço Orçamentário conforme Lei 4.320/64 ... 22

Quadro 4 - Estrutura do Balanço Financeiro conforme Lei 4.320/64 ... 23

Quadro 5 - Estrutura do Balanço Patrimonial conforme lei n.º 4.320/64 ... 24

Quadro 6 - Estrutura da Demonstração das Variações Patrimoniais conforme Lei4.320/64 ... 25

Quadro 7 - Demonstrações Contábeis resultantes dos subsistemas ... 27

Quadro 8 - Comparativo da evolução das Demonstrações Contábeis ... 28

Quadro 9 - Processo de elaboração das NBC T SP ... 33

Quadro 10 - As primeiras NBCASP ... 34

Quadro 11 - Estrutura do Sistema Contábil aplicado ao setor público ... 35

Quadro 12 - Empregos das classes do PCASP ... 39

Quadro 13 - Definições acerca do Balanço Orçamentário ... 43

Quadro 14 - Definições e subdivisões acerca do Balanço Patrimonial ... 47

Quadro 15 - Demonstrativo da Gestão Pública ... 50

Quadro 16 – Balanço Orçamentário de 2011 (Parte das despesas) conforme Lei 4.320/64 .... 57

Quadro 17 - Retificativo do Orçamento 2011 ... 57

Quadro 18 - Balanço Orçamentário 2012 conforme MCASP ... 58

Quadro 19 - Receitas Orçamentárias de 2011 conforme Lei 4.320/64 ... 59

Quadro 20 - Receitas Orçamentárias de 2012 conforme MCASP ... 59

Quadro 21 - Balanço Orçamentário de 2012 de acordo com MCASP ... 60

Quadro 22 - Receita Orçamentária 2011 conforme DCASP ... 61

Quadro 23 - Balanço Financeiro 2011 conforme Lei 4.320/64 ... 62

Quadro 24 - Especificação do Balanço Patrimonial ... 64

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ART. Artigo

BF Balanço Financeiro

BO Balanço Orçamentário

BP Balanço Patrimonial

CASP Contabilidade Aplicada ao Setor Público

CF Constituição Federal

CFC Conselho Federal de Contabilidade

CGU Controladoria Geral da União

CODECO Código de Contabilidade e Orçamento

DCASP Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público

DFC Demonstração do Fluxo de Caixa

DMPL Demonstração das Mutações do Patrimônio Público

DN Departamento Nacional

DRE Demonstração do Resultado Econômico

DVP Demonstração das Variações Patrimoniais

IASB International Accounting Standards Board

IFAC International Federation of Accountants

IPC Instrução de Procedimentos Contábeis

IPSAS Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público

IPSASB International Public Sector Accounting Standards Board

LDO Lei das Diretrizes Orçamentária

LOA Lei Orçamentária Anual

LRF Lei de Responsabilidade Fiscal

MCASP Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público

NBC T Norma Brasileiras de Contabilidade Técnica

NBC T SP Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica do Setor Público

NBCASP Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público

NIC´S Normas Internacional de Contabilidade

PCASP Plano de Contas Aplicado ao Setor Público

PL Patrimônio Líquido

PPA Plano Plurianual

PRONATEC Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego SENAC/CE Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Ceará

SIAFI Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal

SIC Sistema de Informação de Custo

STN Secretaria do Tesouro Nacional

VPA Variações Patrimoniais Aumentativas

(10)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

2 CONTABILIDADE PÚBLICA ... 13

2.1 Conceito e princípios da Contabilidade Pública ... 13

2.2 Sistemas Contábeis ... 17

2.3 Demonstrações Contábeis ... 21

3 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE DO SETOR PÚBLICO NO BRASIL. ... 29

3.1 Aspecto Legal ... 29

3.2 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público ... 32

3.2.1 Processo de Elaboração das NBCASP ... 33

3.2.2 Plano de contas aplicados ao Setor Público (PCASP) ... 37

3.2.3 Manuais aplicados ao Setor Público (MCASP) ... 40

3.2.4 Demonstrações Contábeis aplicadas ao Setor Público (DCASP) ... 40

4 METODOLOGIA ... 51

5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ... 53

5.1 O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial ... 53

5.2 As Demonstrações Contábeis do Senac/CE ... 55

5.3 Análise dos Resultados ... 56

6 CONCLUSÃO ... 68

REFERÊNCIAS ... 70

(11)

10

1 INTRODUÇÃO

Mota (2009) explana que a Contabilidade Governamental tem como função

colaborar com a gestão e o controle da correta aplicação dos recursos públicos e suas devidas

aplicações na sociedade por meio das políticas públicas.

A necessidade da comparabilidade e da objetividade da informação fez com que a

STN e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), se unissem para criar regras contábeis

mais harmônicas com o objetivo de apresentar maior transparência e credibilidade perante os

usuários e a sociedade. Visando o aperfeiçoamento e a convergência com as Normas

Internacionais de Contabilidade (NIC’S) a Contabilidade Governamental vem passando por

um período de adaptações.

Diante da necessidade de convergência da contabilidade pública brasileira foi

criado pelo CFC um Comitê Gestor de Convergência que tem como objetivo harmonizar as

normas brasileiras de contabilidade com aspectos em comum com o International Accounting

Standards Board (IASB) e com as Normas Internacionais de Auditoria emitida pela

International Federation of Accountants (IFAC).

Assim, o CFC publicou em outubro de 2008, as NBCASP, buscando subsidiar a

convergência dos procedimentos contábeis na Contabilidade Pública e reforçar o

cumprimento das determinações contidas na Lei Federal nº 4.320/64 e na Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF), trazendo inovações para a Contabilidade, tais como: adoção

da depreciação, adoção do regime de competência para receitas e despesas, contabilização dos

bens de uso comum, inserção do subsistema de custos e relatórios de fluxo de caixa. Além

disso, altera o enfoque do controle orçamentário e financeiro para o patrimonial. Nesse

processo, na condição de órgão central do Sistema de Contabilidade Federal, a STN publicou

os manuais de elaboração de demonstrativos contábeis do setor público, contemplando as

NBCASP.

O plano de contas aplicado ao setor público (PCASP) surgiu com a necessidade

identificada da consolidação de todos os saldos, dos três níveis de esferas, ao balanço geral da

União. A transparência dos lançamentos contábeis, evidenciados no PCASP, mostra a

eficiência do agrupamento de vários fatos e atos da administração pública de forma sintética,

fazendo com que a classificação e a consolidação dos balanços facilitem a compreensão dos

usuários internos e externos. Essa padronização tem um nível de rigidez quanto ao grau de

criação das contas e subcontas, porém após este grau a peça passa a ser flexível para

(12)

demonstrações contábeis, devido a sua função de organizar de forma estrutural as contas

contábeis agrupando informações diversas. Estas informações facilitarão a compreensão dos

usuários por meio da consolidação dos balanços, ajudando na tomada de decisão.

A aplicação das NBCASP ficou determinada para o exercício de 2010,

obrigatória, a partir de 2012, para União, Estados e Distrito Federal, e 2013 para os

Municípios, porém devido à publicação da Portaria nº 753 em 21 de dezembro de 2012,

torna-se prorrogado o prazo da implantação integral do PCASP e das Demonstrações Contábeis

Aplicadas ao Setor Público (DCASP) por todos os entes da Federação, os quais devem

realizar a prestação de contas referente à competência do exercício de 2014, que será realizada

em 2015 para a STN.

A realização do presente trabalho justifica-se por expor, dentro da temática da

contabilidade pública, as principais alterações trazidas pela NBCASP no que se refere às

Demonstrações Contábeis, dando ênfase aos efeitos das mudanças e inovações destas, no

SENAC/CE, também verificando a sua aplicabilidade a partir do ano de 2012 e os desafios

para implantação da adequação dos saldos, referente ao encerramento do exercício de 2011.

Justifica-se ainda, pela verificação nas mudanças das estruturas das demonstrações contábeis

provocadas pela Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T) 16.6 que afeta a

capacidade informacional dos relatórios contábeis.

Logo, o estudo se expressa pela problemática: Quais as mudanças observadas nas

demonstrações contábeis do SENAC/CE a partir da implantação das Normas Brasileiras de

Contabilidade Aplicadas ao Setor Público?

Objetivo principal do estudo é: analisar as mudanças nas Demonstrações

Contábeis do SENAC/CE a partir da implantação das NBCASP.

No sentido de viabilizar o alcance do objetivo geral, foram definidos os seguintes

objetivos específicos:

- contextualizar a normatização Contábil do Setor Público no Brasil;

- analisar as diferenças do modelo contábil anterior e posterior às inovações, no

que tange as Demonstrações Contábeis;

- avaliar os impactos positivos e negativos em nível de informação das

Demonstrações Contábeis do SENAC/CE no período de transição das demonstrações de 2011

a 2012;

Considerando o exposto, uma análise mais ampla da aplicação das NBCASP na

(13)

encontrar evidências consistentes relacionadas aos dos impactos causados em relação a

gestores, servidores, sociedade, órgão fiscalizadores e demais usuários.

A metodologia desenvolvida será por meio de pesquisa bibliográfica, documental

e estudo de caso.

Este trabalho divide-se em seis seções. A primeira seção corresponde à

introdução. A segunda seção conceitua Contabilidade Pública, Sistemas da Contabilidade

Pública e as Demonstrações Contábeis. Já a terceira seção aborda a evolução da normatização

do setor público no Brasil. A quarta seção explica a metodologia utilizada para realização da

pesquisa. A quinta seção explana a entidade analisada e a análise do resultado da matéria das

(14)

2 CONTABILIDADE PÚBLICA

Para um melhor entendimento da Contabilidade Pública, a presente seção

apresenta a contextualização acerca da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP),

expondo principalmente seu conceito. Na sequência apresentam-se os princípios de

contabilidade geralmente aceitos, a serem seguidos sob a perspectiva do setor público.

Posteriormente, são abordados os sistemas e subsistemas de contas; e por fim conceituam-se

as Demonstrações Contábeis públicas.

2.1Conceito e princípios da Contabilidade Pública

A Contabilidade Governamental, em seu âmbito geral, engloba diversas áreas de

estudo, uma delas é a CASP, que busca registrar, controlar e analisar os dados importantes

para a tomada de decisão do ente público.

O conceito de Contabilidade é bastante amplo, sendo bem descrito como:

A Contabilidade é um conjunto de conhecimentos sistematizados, com princípios e normas próprias, ela é, na acepção ampla do conceito de ciência, uma das ciências econômicas e administrativas. Sua finalidade é manter o registro e o controle do patrimônio das entidades, com o fim de fornecer informações e interpretações sobre a composição e as variações desse patrimônio. (FRANCO, 1991, p.19).

Segundo Angélico (2006) a Contabilidade Pública é a disciplina que aplica, na

administração pública, as técnicas de registros e apurações contábeis em harmonia com as

normas gerais do Direito Financeiro.

Assim, esta área da contabilidade é voltada para a administração pública, de forma

a permitir o levantamento dos balanços consolidados, o acompanhamento da execução

orçamentária, e da composição do patrimônio público, obedecendo às normas gerais do

direito financeiro, que o autor se refere sendo a os dispositivos da Lei nº 4.320, de março de

1964, no qual institui normas gerais para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da

União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, que deve ser seguida pelos órgãos

públicos da administração direta e indireta. Sendo assim, utiliza-se de técnicas em harmonia

com a legislação.

Para Kohama (2006, p.25), Contabilidade Pública é:

(15)

Entende-se pela citação que a Contabilidade Pública é uma técnica na qual a

administração baseia-se para sua tomada de decisão e controle de seus atos, relacionadas às

modificações no patrimônio do ente público.

O objeto da CASP está passando por um processo de mudança do enfoque

orçamentário para o patrimonial. Nos registros dos atos e fatos de natureza orçamentária e

patrimonial serão geradas informações, nas quais resultarão em demonstrativos contábeis que

servirão para a tomada de decisões.

Segundo Mota (2009) a Contabilidade do setor público tem como função principal

estudar, controlar e evidenciar o patrimônio e suas variações. Essa mesma Contabilidade

aplica normas de escrituração contábil, registra a previsão das receitas, a fixação das despesas

e as alterações que ocorrem no orçamento.

No setor público, a contabilidade busca manter o equilíbrio nas contas públicas,

verificando se os gastos estão de acordo com as peças orçamentárias e se as receitas previstas

foram devidamente arrecadadas. Seu objetivo é analisar a execução do orçamento e

acompanhar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais

dos entes públicos. Fornece aos diversos usuários as informações sobre a execução

orçamentária, financeira e patrimônio público e suas variações.

De acordo com Lima & Castro (2006, p.13), define-se Contabilidade Pública:

A Contabilidade Pública é o ramo da Contabilidade que tem por objetivo aplicar os conceitos, Princípios e Normas Contábeis na gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos Órgãos e Entidades da Administração Pública, e, como ramo da Contabilidade, oferecer à sociedade, de maneira transparente e acessível, o conhecimento amplo sobre a gestão da coisa pública.

Entende-se que a Contabilidade Pública busca aplicar a legislação na

administração e destinação dos seus recursos, oferecendo maior transparência nas

informações das entidades governamentais.

Portanto, a CASP funciona como um sistema que integra os registros

orçamentários, financeiros e patrimoniais com o intuito de fornecer as informações mais

fidedignas para a sua gestão fazendo com que as tomadas de decisões sejam bem

fundamentadas, e tendo como objeto o patrimônio. O foco principal da contabilidade pública

ainda é o orçamento, porém com as novas mudanças trazidas com a convergência, após esse

período de transição, o objeto passará a ser o patrimônio. Este sistema proporcionará o

acompanhamento da situação da entidade, servindo de controle para o atingimento do seu

(16)

A contabilidade pública deve estar diretamente vinculada aos Princípios de

Contabilidade, pois estes regulam e orientam os critérios a ser seguidos nas transações que

afetam o patrimônio.

Em 29 de Dezembro de 1993 o CFC edita a Resolução n.º 750/93, a qual declara

que devido à evolução da Ciência Contábil, a atualização dos princípios contábeis era de

fundamental importância passando a ser considerados os princípios da Entidade, da

Continuidade, da Oportunidade, do Registro pelo Valor Original, da Atualização Monetária,

da Competência e Prudência, estes mais voltados para a área privada. Devido ao processo de

convergência as normas internacionais começar a ter foco na Contabilidade pública, o CFC

acompanhou o processo com a aprovação da Resolução n.º 1.111/07 fazendo a interpretação

dos princípios fundamentais de contabilidade sob a perspectiva do setor público. Em 2010

com a Resolução n.º 1.282/10 o princípio da atualização monetária é revogado e os princípios

fundamentais de contabilidade passam a ser chamados de Princípios de Contabilidade, devido

a nomenclatura atender ao novo cenário de convergência às normas. Por fim, a Resolução n.º

1.367/11 determina que a nomenclatura para os Princípios Fundamentais de Contabilidade

para a área pública também sejam atualizados para os Princípios de Contabilidade.

As NBCASP trouxeram a mudança do foco da Contabilidade Governamental, ao

aproximá-las das convenções, postulados e princípios da contabilidade. Percebe-se que as

convergências modificam as demonstrações contábeis, como também resgata a obediência aos

princípios contábeis, pois estes norteiam a transparência, confiabilidade e compreensibilidade,

perante as práticas dos gestores públicos, para a adaptação do novo tratamento a contabilidade

na gestão pública. Além dos princípios de contabilidade orientar aos gestores, os princípios

orçamentários norteiam a elaboração da proposta orçamentária.

Os princípios orçamentários básicos para a elaboração, execução e controle do

orçamento público estão definidos pela doutrina, pela CF/88 e pela Lei n.º 4.320/64. Estes

princípios são premissas que servirão de linhas norteadoras para a execução da lei

orçamentária.

O princípio da unidade, fundamentado no art. 2º da Lei nº 4.320/64 e no § 5º do

ar.t. 165 da CF/88, define que o orçamento deve constar de uma, estruturada de maneira

uniforme. Porém, não significa que só deve existir um orçamento para todos os entes

federados e sim cada esfera deve possuir o seu.

O princípio da universalidade, baseado no art. 2º, 3º e 4º da Lei nº 4.320/64 e art.

(17)

receitas e todas as despesas do Estado, isto vale para todos os órgãos e entidades da

administração pública direta e indireta.

O princípio do orçamento bruto, fundamentado pelo art. 6º da Lei nº 4.320/64,

afirma que todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento com seus

valores brutos, sem haver qualquer dedução. Este princípio refere-se aos casos específicos,

como em que a receita quando arrecadada gera despesa, essa inclusão deve ser pelo seu total e

não pelo montante líquido.

O princípio da anualidade ou periodicidade, fundamentado pelo art. 34º da Lei nº

4.320/64 e art. 165 §5º da CF/88, assegura que o orçamento deve ser elaborado e autorizado

para um determinado período de tempo de acordo com a LDO, ou seja, um exercício

financeiro. Este período no Brasil coincide com o ano civil. Significa que o orçamento fica em

vigor por um período limitado, ou seja, no próximo ano civil terão que ser tomadas medidas

necessárias para a elaboração de um novo orçamento.

O princípio da discriminação ou especificação, fundamentado pelo art. 5º da Lei

nº 4.320/64, certifica que as receitas e despesas devem ser autorizadas pelo Poder Legislativo

em parcelas descriminadas e não pelo valor total, assim facilitando o controle do gasto

público. Afere maior transparência ao processo orçamentário, possibilitando uma fiscalização

mais ostensiva, tanto dos órgãos de controle quanto da sociedade.

O princípio da exclusividade, fundamentado pelo art. 7º da Lei nº 4.320/64 e art.

165 § 8º da CF/88, tem por objetivo de impedir a pratica de inclusão de dispositivos de

natureza diferente da matéria orçamentária, ou seja, da previsão da receita e da fixação da

despesa. As únicas exceções serão a abertura de créditos suplementares e operações de

crédito.

O princípio do equilíbrio tem a finalidade de evitar que a receita prevista seja

divergente da despesa fixada. No art. 167º III da CF/88 é vedada a realização de operações de

créditos que excedam o montante das despesas de capital. A LRF reforça pelo art.12 § 2º que

o montante previsto para as receitas de operações de créditos não poderá ser superior ao das

despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária.

O princípio da clareza determina que o orçamento deva ser apresentado de forma

clara, exata e compreensível para todas as pessoas que irão manuseá-los.

O princípio da publicidade diz respeito que a lei orçamentária precisa ser

amplamente divulgada, possibilitando à garantia da transparência e acesso para qualquer

interessado sobre as informações dos recursos arrecadados dos contribuintes e de outras

(18)

Diário Oficial da União e os do Distrito Federal, dos Estados e das grandes cidades nos

respectivos diários oficiais. No caso de cidades pequenas deverá estar exposto no quadro de

avisos da prefeitura.

Os princípios orçamentários tem caráter impositivo e tem como finalidade dar

consistência e estabilidade ao sistema orçamentário. Conclui-se que a CF/88 e a Lei nº

4.320/64 abordaram a matéria orçamentária, desde a sua elaboração à execução. O objetivo de

dar sequência a estes princípios é de garantir a correta aplicação dos recursos públicos,

cumprindo o papel de transparência através da publicação da elaboração e execução dos

orçamentos públicos com obediência ao previsto em lei. Este processo deve ser observado na

elaboração e organização do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes Orçamentárias

(LDO) e o da Lei Orçamentária Anual (LOA).

Enfim, para uma adequada elaboração da lei orçamentária deverão ser observados

os princípios orçamentários para que o orçamento seja executado com eficiência.

2.2Sistemas Contábeis

A CASP vem acompanhando as inovações tecnológicas de sistema de

informações adaptando as metodologias aplicadas nos seus registros e nas políticas contábeis

evidenciando o quão o resultado de integração das informações auxilia na boa governança e

na consolidação dos resultados das contas.

Segundo a denominação dada pela NBC T 16.2 sistema contábil é:

O sistema contábil representa a estrutura de informações sobre identificação, mensuração, registro, controle, evidenciação e avaliação dos atos e dos fatos da gestão do patrimônio público, com o objetivo de orientar e suprir o processo de decisão, a prestação de contas e a instrumentalização do controle social.

O sistema contábil representa a composição de informação da entidade com uma

fundamental importância no seu desenvolvimento quanto a ciência social aplicada. O sistema

de informação contábil envolve subsistemas que atuam para o atingimento dos seus objetivos

principais através do controle e transformação dos dados gerando resultados que são as

informações.

Para melhor concepção do sistema é necessário que o usuário tenha conhecimento

da sua finalidade, ambiente, tecnologia, forma de administração e dos recursos dispostos. Os

sistemas são instrumentos que colaboram para o aprimoramento da contabilidade, do controle

(19)

possibilita maior transparência à aplicação dos recursos arrecadados, tanto aos

administradores quanto aos cidadãos.

Os sistemas contábeis devem ter embasamento nos Princípios de Contabilidade

para que por meio de planos e políticas contábeis possam gerar subsídios para a tomada de

decisão.

De acordo com Valmor Slomski (2003, p. 36):

A contabilidade Pública é estruturada, segundo a Lei nº 4.320/64, em quatro sistemas contábeis que integram entre si, objetivando o acompanhamento orçamentário, a composição financeira e patrimonial, bem como a evidenciação de compromissos pela Administração Pública, nas contas de compensação.

Esse conjunto de sistemas que o autor se refere, constituiu os antigos

componentes da contabilidade pública sendo eles, os sistemas orçamentário, financeiro,

patrimonial e compensação. Apesar de estarem fortemente relacionados, não podem conter

uma partida do registro em um sistema e a contrapartida em outro, porém podem haver

registros integrados em mais de um sistema de informação, onde são gerados os lançamentos

de partida e contrapartida em cada sistema correspondente. A integração entre si dos sistemas

e com outros sistemas de informações será necessário para subsidiar oferta de resultados

como, a avaliação de desempenhos da missão, avaliação das metas constituídas pelo

planejamento e o avaliação do resultado em relação a eficácia e a eficiência.

Conforme o autor Kohama (2006), cada uma dessas peças refletirá um resultado,

correspondente à movimentação ocorrida no período a que se referir. Esses resultados

constituirão as demonstrações contábeis que será composta pelos dados inseridos nos

sistemas, de forma consolidada. Ou seja, ao final do exercício financeiro, cada sistema gera

uma demonstração específica.

Segundo Kohama (2006) o Sistema Orçamentário evidencia o registro contábil da

receita e da despesa, de acordo com as especificações contidas na Lei de Orçamento e dos

Créditos Adicionais, assim como o montante dos créditos orçamentários vigentes, a despesa

empenhada e a despesa realizada contra tais créditos, a receita prevista e a receita arrecada e

as dotações disponíveis, ao final do exercício apresenta-se os resultados comparativos entre a

previsão e a execução orçamentária. O Sistema Financeiro engloba todas as operações que

resultem débito e crédito de natureza financeira, orçamentárias ou extra-orçamentária,

apresentando ao final do exercício, o resultado financeiro apurado. O Sistema Patrimonial

registra, analiticamente, todos os bens de caráter permanente, com indicação dos elementos

necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis por sua

(20)

representativas de direitos e obrigações, geralmente decorrentes de convênios, contratos ou

ajustes. Tais fatos são registrados em contas de compensação apenas para efeito de controle,

não alterando o patrimônio, mas podendo modificá-lo no futuro.

Após a NBC T 16.2 a estruturação do sistema de informações contábeis passou a

ser composta por subsistemas de informações. Assim Silva (2011, p. 70) define a organização

da CASP da seguinte forma:

“[...] é organizada na forma de sistema de informações, cujos subsistemas, conquanto possam oferecer produtos diferentes em razão da respectiva especificidade, convergem para o produto final, que é a informação sobre o patrimônio público. [...]”

Os subsistemas que o autor menciona são fundamentados na Resolução CFC nº

1.129/08 que aprova a NBC T 16.2, na qual institui que os sistemas contábeis passaram a ser

representados pelos subsistemas: Orçamentário, Patrimonial, Custos e Compensação. Nota-se

que o Sistema Financeiro foi incorporado ao Sistema Patrimonial e o surgimento do

subsistema de custo. Com origem nas informações inseridas nestes sistemas, são elaboradas

as demonstrações contábeis.

Quadro 1 - Classificação dos Sistemas e Subsistemas no Setor Público

Organização dos Sistemas e Subsistemas no Setor Público

Anterior (Lei 4.320/64) Atual (Resolução 1.129/08 - NBC T 16.2)

Orçamentário Orçamentário

Patrimonial Patrimonial

Compensação Compensação

Financeiro Custos

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

De acordo com as novas normas o subsistema de contas Orçamentário faz registro

contábil das receitas previstas, das despesas autorizadas pela LOA e dos créditos adicionais,

demonstrando a despesa fixada e executada no exercício, fazendo uma comparação da receita

prevista com a arrecadada. Por meio desse subsistema é possível verificar o orçamento inicial

e as suas alterações, acompanhar a execução orçamentária e apresentar o resultado

orçamentário no final do período.

O resultado orçamentário apresentará um resultado nulo, superavitário ou

deficitário, no qual o mais desejado a se obter é o nulo, visto que tudo o que foi previsto para

arrecadação e destinado a executar foi desempenhado em sua totalidade.

Neste subsistema são encontradas as contas que fazem o controle do orçamento

aprovado e da sua execução, não devendo ser confundidos com o controle de fluxo de entrada

(21)

subsistema orçamentário deverá encerrar as contas ao final do exercício e não afetará a

equação patrimonial.

A finalidade do subsistema orçamentário conforme a NBC T 16.2 é registrar,

processar e evidenciar os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução

orçamentária.

O sistema financeiro, que foi englobado pelo subsistema patrimonial, resultava

dos registros relacionados a natureza financeira, orçamentária e extra orçamentária, expondo

ao final do exercício o resultado financeiro apurado. Neste sistema era possível identificar os

saldos em espécie do exercício anterior e o atual, ou seja, funcionava como um fluxo de caixa.

O subsistema patrimonial será constituído pelas variações do ativo e passivo e da

situação líquida patrimonial.

De acordo com a NBC T 16.2 a finalidade do subsistema patrimonial é registrar,

processar e evidenciar os fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações

qualitativas e quantitativas do patrimônio público.

O subsistema de compensação será representado pelas movimentações das contas

que constituem direitos e obrigações decorrentes de convênios ou contratos, geralmente. Os

registros contábeis nas contas de compensação servirá apenas para controle, não afetando o

patrimônio, mas pode alterar-se no futuro.

A NBC T 16.2, afirma que a finalidade do subsistema de compensação é de

registrar, processar e evidenciar os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações

no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de

controle.

Para a NBC T 16.2 a finalidade do subsistema de custos é registrar, processar e

evidenciar os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade

pública, consoante a NBC T 16.11 por se tratar da resolução sobre o Sistema de Informação

de custo do setor público. Com a utilização deste subsistema será possível a obtenção da

informação do custo dos programas, projetos e das atividades desenvolvidas.

Para Rosa (2013, pág. 420):

A implantação de um Sistema de Custos permitirá à Administração Pública exercer controle da ação governamental, cujo resultado será obtido pela análise da eficiência da utilização dos recursos disponibilizados aos órgãos para execução dos programas de governo.

O Ministério da Fazenda desenvolveu o Sistema de Informações de Custo do

(22)

alocação mais eficiente e para que o planejamento e controle dos gastos sejam mais

aprimorados, dando mais qualidade à aplicação dos recursos.

Este subsistema foi criado com o intuito de ter conhecimento mais preciso a

respeito da realização concreta das despesas orçamentarias, permitido a avaliação e o

acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.

Os subsistemas devem estar relacionados com o plano de contas para a correta

elaboração dos respectivos demonstrativos, através dos registros contábeis.

O plano de contas auxilia na identificação dos subsistemas contábeis por meio da

classificação das classes. A utilização deste na escrituração contábil permite organizar as

contas com funções específicas. A estrutura deve estar relacionada ao conjunto de contas com

ordem de compreensão, atendendo as condições técnicas, às subordinações e aos seus

desdobramentos. O plano de contas passa a ser padronizado, detalhado no nível exigido, para

que a adequação dos moldes determinados pela legislação se torne mais fácil e para a

consolidação dos saldos no balanço geral da União. Sendo assim, após a publicação de um

plano único pelo Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) fica

determinada a adaptação da seguinte forma:

Quadro 2 - Plano de Contas

Plano de Contas do Setor Público (PCASP)

Contas Devedoras Contas Credoras Contas

1 Ativo 2 Passivo + Patrimônio Líquido Patrimoniais

3 Variação Patrimonial Diminutiva 4 Variação Patrimonial

Aumentativa Resultado

5 Controle da Aprovação do

Planejamento e Orçamento 6

Controle da Execução do Planejamento e Orçamento

Controle da Aprovação do Planejamento

7 Controle Devedores 8 Controle Credores Controle de

Atos Potenciais

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

2.3Demonstrações Contábeis

Com o encerramento de cada exercício financeiro a administração pública deve

apresentar as contas de suas ações à sociedade e ao Poder Legislativo, por mediação dos

Tribunais de Contas, garantindo dessa forma maior nível de transparência e a exibição clara

das políticas públicas. Por tanto, deve embasar a elaboração dos seus demonstrativos nas

(23)

A Lei nº 4320/64 explana definições de procedimento específico para a

Contabilidade dos órgãos e das entidades do setor público. No seu art. 101, determina que os

resultados gerais do exercício devam ser demonstrados no Balanço Orçamentário (BO),

Balanço Financeiro (BF), Balanço Patrimonial (BP) e na Demonstração das Variações

Patrimoniais (DVP). Desde 1964 as demonstrações contábeis não haviam sofrido alterações

na sua forma de exibir as situações financeira, econômica e patrimonial.

Após um longo período, foi sancionada a Lei Complementar nº 101/00, conhecida

por LRF, a qual estabelece normas para finanças públicas. A presente Lei considera a

responsabilização dos atos e fatos públicos e a transparência da gestão como pilares para

responsabilidade na gestão pública. Para alcançar o propósito de transparência com melhor

resultado, a LRF estipulou maior publicidade das demonstrações contábeis emitidas pelos

entes públicos.

A portaria n.º 749 da STN, de Dezembro de 2009 aprova a alteração dos anexos

que correspondem ao BO, BF, BP e a DVP para fins de consolidação. E inclui os anexos de

Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC), Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido

(DMPL) e Demonstração do Resultado Econômico (DRE).

Conseguinte, em 2008, no sentido de orientar sobre a elaboração dos anexos

descritos acima, a STN elaborou o MCASP, que se encontra em 2013, na quinta edição, na

qual são abordados os procedimentos contábeis orçamentários, procedimentos contábeis

patrimoniais, procedimentos contábeis específicos, plano de contas aplicado ao setor público,

demonstrações contábeis aplicadas ao setor público, demonstrativo de estatísticas de finanças

públicas e “perguntas e respostas” para auxiliar nas imprecisões que surgirem.

O BO é apresentado conforme a Lei n.º 4.320/64 da seguinte forma:

Quadro 3- Estrutura do Balanço Orçamentário conforme Lei 4.320/64

PRE-VISÃO

EXE-CUÇÃO

DIFE- RENÇA

FIXA-ÇÃO

EXE-CUÇÃO

DIFE- RENÇA RECEITAS CORRENTES

RECEITA TRIBUTÁRIA

RECEITA PATRIMONIAL CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS E

... SUPLEMENTARES

OUTRAS RECEITAS CORRENTES

RECEITAS DE CAPITAL CRÉDITOS ESPECIAIS

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

ALIENAÇÃO DE BENS CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS

...

RECEITAS DE CAPITAL

SUBTOTAL SUBTOTAL

DÉFICIT SUPERÁVIT

TOTAL TOTAL

TÍTULO

BALANÇO ORÇAMENTÁRIO RECEITA

TÍTULO

DESPESA

(24)

Este demonstrativo é estabelecido pelo art. 102 da Lei n.º4.320/64, representado

pelo Anexo n.º12, o qual é desmembrado em duas partes, Receita e Despesa. Cada uma das

partes é subdividida em três colunas, que na ordem são apresentadas como a Previsão, a

Execução e Diferenças entre duas. Ao finalizar o demonstrativo, é apurado o saldo para mais

ou para menos, resultando no déficit ou superávit do exercício financeiro. De acordo com a

NBC T 16.6 o BO evidencia a integração entre o planejamento e a execução do orçamento.

Segundo Piscitelli (2006, pág.375):

O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas previstas e as despesas fixadas, em confronto com as realizadas. O resultado final do exercício será obtido esclarecendo-se as diferenças para mais ou para menos, ou esclarecendo-seja, a soma dos excessos e das influencias, que resulta num superávit ou num déficit na execução do exercício.

O BF determinado pelo art. 103 da Lei n.º4.320/64, demonstrado pelo Anexo

n.º13, é representado por um quadro dividido em duas partes, Receita e Despesa. Porém, são

registradas as entradas e saídas realizadas a título de numerário, sem levar em conta se é de

origem orçamentaria ou não. Conforme a NBC T 16.6 o Balanço Financeiro demonstra as

receitas e despesas, os dispêndios e os ingressos extraorçamentários.

Assim apresenta-se a estrutura do BF antes da alteração trazida pela NBCASP:

Quadro 4 - Estrutura do Balanço Financeiro conforme Lei 4.320/64

TÍTULO Valor R$ TÍTULO Valor R$

ORÇAMENTÁRIA

ORÇAMENTÁRIA Legis lativa

Receitas Correntes Judiciária

Receitas Tributária Administração

Receita Patrimonial ...

... Saúde

Outras Receitas Correntes ...

Receitas de Capital Educação

... Encargos Es peciais

EXTRA-ORÇAMENTÁRIA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA

Res tos a Pagar Res tos a Pagar (Pagamentos )

Depós itos Serviço da Dívida a Pagar

Outras Operações Outras Operações

SALDO DO EXERCÍCIO ANTERIOR SALDO P/ O PRÓXIMO EXERCÍCIO

Caixa Caixa

Bancos e Correspondentes Bancos

Vinculado em c/c bancárias Vinculado em c/c Bancárias

BALANÇO FINANCEIRO

Total Total

RECEITA DESPESA

Fonte: Rosa (2013).

Para Silva (2008, pág.351) o Balanço Financeiro servirá para:

Demonstrará as receitas e despesas orçamentárias, bem como os pagamentos e recebimentos de natureza extraorçamentária, conjugadas como os saldos, em espécie, provenientes do exercício anterior e aos que se transferem para o exercício seguinte.

A estrutura e classificação do BP conforme art.105 da Lei n.º 4.320/64 é a

(25)

Quadro 5 - Estrutura do Balanço Patrimonial conforme lei n.º 4.320/64

TÍTULO Valor R$ TÍTULO Valor R$

ATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRO

DISPONÍVEL Res tos a Pagar

Caixa ...

Bancos Débitos de Tes ouraria

... Depós itos

REALIZÁVEL ATIVO PERMANENTE

Bens Móveis PASSIVO PERMANENTE

Bens Imóveis Dívida Fundada Interna

Bens de Natureza Indus trial Dívida Fundada Externa

Créditos ...

Valores Divers os

SALDO PATRIMONIAL SALDO PATRIMONIAL

Pas s ivo Real a Des coberto Se ativo real líquido

ATIVO COMPENSADO PASSIVO COMPENSADO

Valores em poder de Terceiros Contrapartida de valores em poder de terceiros

... ...

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Total Geral Total Geral

Fonte: Rosa (2013).

Este demonstrativo está divido em ativo e passivo, onde possuem subdivisões em

financeiro e não financeiro. A parte financeira fica representada pelas contas de valores

realizáveis ou exigíveis em curto prazo. Já a parte do Permanente é especificada em bens,

direitos e obrigações que precisam de autorização do legislativo para executar sua

movimentação. E, por fim, o Compensado que se refere aos bens, direitos e obrigações que

possam a vir afetar o patrimônio. Para a NBC T 16.6, após a publicação da Resolução n.º

1.437/13, o Balanço Patrimonial passou a ser dividido em Ativo, Passivo e PL, os quais

evidenciam a situação patrimonial da entidade, de forma quantitativa e qualitativa. A

subdivisão do ativo e passivo passa a ser em ativo/passivo circulante e ativo/passivo não

circulante. Será considerado circulante quando atenderem os critérios de disponibilidade de

realização imediata e expectativa de concretização até doze meses da data das demonstrações

contábeis. Os ativos que não satisfazerem aos critérios devem ser classificados como não

circulante. O passivo será considerado circulante quando corresponderem a valores exigíveis

até doze meses da data das demonstrações contábeis e corresponderem a valores de terceiros

ou retenções em nome dos mesmos, quando o papel da entidade for de fiel depositária,

independendo do prazo de exigibilidade. Os passivos que não atenderem estes critérios serão

classificados como não circulante.

Pistitelli (2006, p. 379) define o Balanço Patrimonial como um quadro,

novamente divido entre Ativo – parte positiva, bens e direitos – e Passivo, que são os

compromissos assumidos com terceiros. E, para equilibrá-lo, é estabelecido o Saldo

Patrimonial.

A DVP é exigida pelo art. 104 da Lei n.º 4.320/64, Anexo nº15, expõe as

(26)

e independente da execução orçamentária. Assim, o quadro abaixo mostra a estrutura antes

das alterações trazidas pela NBCASP.

Quadro 6 - Estrutura da Demonstração das Variações Patrimoniais conforme Lei nº 4.320/64

Valor R$ Valor R$

RECEITA ORÇAMENTÁRIA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

Receitas Correntes Despesas Correntes

Receita Tributária Pessoal e Encargos Sociais ... Juros e Encargos da Dívida Outras Receitas Correntes Outras Despesas Correntes

Receitas de Capital Despesas de Capital

Operações de Crédito Investimentos

... Inversões Financeiras Outras Receitas Capital Amortização da Dívida Total das Receitas Orçamentárias Total das Despesas Orçamentárias Aquisição de Bens Móveis Cobrança da Dívida Ativa Construção e Aquisição de Bens Imóveis Alienação de Bens Móveis Aquisições de Títulos e Valores Alienação de Bens Imóveis Empréstimos Concedidos Alienação de Títulos e Valores Outras Mutações Ativas Empréstimos Contraídos

Outras Mutações Passivas

Inscrição na Dívida Ativa

Cancelamento de Dívidas Passivas Cancelamento de Dívida Ativa

TOTAL DAS VARIAÇÕES PASSIVAS Total das Variações Ativas Independentes

da Execução Orçamentária

TOTAL DAS VARIAÇÕES ATIVAS

Encampação de Dívidas Passivas ( juros, correções, etc)

Outras Variações Passivas Independentes da Execução Orçamentária

Total das Variações Passivas Independentes da Execução Orçamentária

DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS Título

SUPERAVIT VERIFICADO, SE FOR O CASO DEFICIT APURADO, SE FOR O CASO

MUTAÇÕES PATRIMONIAIS

Total das Mutações Patrimoniais Ativas Total das Mutações Patrimoniais Passivas INDEPENDENTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Incorporação de Bens (doações, reavaliações)

Outras Variações Ativas Independentes da Execução Orçamentária

Título

RESULTANTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

VARIAÇÕES ATIVAS VARIAÇÕES PASSIVAS

Fonte: Rosa (2013).

Com a consolidação desta demonstração será identificado um resultado do

exercício que poderá ser um déficit ou um superávit. Na NBC T 16.6 é evidenciada a variação

quantitativa a título de resultado patrimonial, transações que aumentam ou diminuem o

patrimônio, e a variação qualitativa decorrente da execução orçamentária, transações que

afetam os elementos patrimoniais porém não afetam o patrimônio da entidade. Na

demonstração a sua apresentação será pelas variações qualitativas e quantitativas. O resultado

encontrado, conforme mencionado anteriormente como déficit ou superávit, será encontrado

(27)

Kohama (2006) assegura que a DVP evidencia as alterações verificadas no

patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indica o resultado

patrimonial do exercício.

A DFC foi incluída por meio da portaria n.º 749/2009, em que, representa o anexo

nº 18. Fica a critério ser elaborado pelo método indireto, o qual evidencia as entradas e saídas

a partir de ajustes ao resultado patrimonial, ou o método direto, que demonstra as

movimentações de itens de caixas e seus equivalentes. Conforme a NBC T 16.6 a DFC deverá

evidenciar as transações nos fluxos das operações, dos investimentos e dos financiamentos. O

fluxo das operações é compreendido pelas operações de ingressos e desembolsos relacionados

com à ação pública. O fluxo de investimento são os recursos destinados a aquisições e

alienações de ativo não circulante e recebimentos de dinheiro em virtude de liquidação de

adiantamentos e amortização de empréstimos concedidos. O fluxo de financiamento é

representado pelos recursos adquiridos em decorrência de captação e a amortização de

empréstimos e financiamentos.

A DMPL também foi inserida pela portaria n.º 749/2009, a qual se inclui como

anexo n.º19. Conforme MCASP (5ª Edição) por meio da DMPL pode ser identificado o

resultado, déficit ou superávit, patrimonial do período, cada modificação no PL de forma

detalhada, a mudança de critérios contábeis e as contribuições e distribuições aos

proprietários. Com base na NBC T 16.6 somente as empresas estatais dependentes e os entes

que façam parte do processo de consolidação das contas que deverão elaborar a DMPL.

A DRE, incluída pela portaria n.º 749/2009 como anexo n.º20, evidencia o

resultado econômico dos serviços prestados e dos bens ou produtos fornecidos pela entidade

pública, alcançado da confrontação entre a receita econômica e o custo e despesas.

As Notas Explicativas começaram a ser mencionada na LRF, no Apêndice A,

onde faz referência a importância das empresas controladas que firmarem contratos de gestão

tem a obrigação de abranger informações sobre as transações ocorridas sob forma de nota

explicativa. Para a NBC T 16.6 as Notas Explicativas convêm para esclarecer as informações

que não foram suficientes explicitas nas demonstrações contábeis, ou seja, são partes

integrantes, como se completasse. São informações de natureza patrimonial, orçamentária,

econômica, entre outras, desde que a finalidade seja de explicar a informação não clara.

Com a Resolução n.º1.437/13 são feitas alterações e exclusões nas NBCASP, no

que tange as demonstrações contábeis: foi excluída a DRE e foram inclusas a DMPL e as

Notas Explicativas. Por tanto as demonstrações contábeis definidas no campo da

(28)

Conclui-se que através da inserção de lançamentos contábeis no plano de contas,

os quais estão interligados aos seus respectivos subsistemas contábeis, possibilitará as

informações de forma consolidada através de demonstrativos. Cada subsistema gera um

demonstrativo que atende a uma necessidade de informação, seja ela econômica, financeira,

patrimonial ou orçamentária. Estes demonstrativos serão resultados da movimentação de um

determinado período, geralmente do exercício financeiro, para que possam auxiliar na tomada

de decisão dos gestores dos recursos públicos, na prestação de contas e na transparência da

arrecadação e da aplicação destes recursos. Portanto, o Quadro 7 apresenta as demonstrações

produzidas relacionadas com os subsistemas, da seguinte forma:

Quadro 7 - Demonstrações Contábeis resultantes dos subsistemas

Subsistemas Demonstrações produzidas

Sistema Contábil Subsistema de informações patrimoniais e resultado Demonstrações Patrimoniais Balanço Patrimonial Balanço Financeiro

Demonstração do fluxo de caixa Demonstração do Resultado Econômico

Notas Explicativas

Demonstração do Resultado Demonstração do Resultado

Patrimonial do Exercício Subsistema

de

informações orçamentárias

Balanço Orçamentário

Receita por fonte

Despesa por grupo de despesa

Subsistema de Custos

Mapas de apropriação e apuração de custos

Demonstrativo dos custos segundo os objetos de custos definidos

Subsistema de

Compensação

Demonstração das compensações do ativo e do passivo

Responsabilidades por valores, títulos, e bens de terceiros Garantias e contra garantias Direitos e obrigações contratuais

Fonte: Adaptado de Silva (2013).

Por meio do disposto do art. 101 da Lei 4.320/64, os relatórios do exercício serão

evidenciados pelo BO, BF, BP e pela DVP, conforme os anexos, 12, 13, 14 e 15 da referida

Lei. Em virtude da padronização e consolidação das demonstrações contábeis, a STN elabora

a Portaria 749/2009, a qual aprova as alterações nos anexos 12, 13, 14, e 15 e inclui a DFC e a

DMPL, representadas respectivamente pelos anexos 19 e 20. Esta Portaria foi revogada pela

Portaria nº 438/2012, que alterou os anexos da Lei nº 4.320/64 e constam no MCASP.

(29)

Quadro 8 - Comparativo da evolução das Demonstrações Contábeis

Lei 4.320/64 NBC T 16.6 Após a Resolução 1.437/13

Balanço Orçamentário Balanço Orçamentário Balanço Orçamentário

Balanço Financeiro Balanço Financeiro Balanço Financeiro

Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial

Demonstração das Variações Patrimoniais

Demonstração das Variações Patrimoniais

Demonstração das Variações Patrimoniais

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Demonstração do Resultado Econômico

Demonstração do Resultado Econômico

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Notas Explicativas

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

A resolução nº 1.437 de 22 de Março de 2013 aprovou a alteração, inclusão e

exclusão de itens das NBCs T. No que tange as demonstrações contábeis, a resolução excluí a

alínea (f), a qual corresponde a DRE e inclui as alíneas (g) e (h) que são representadas,

respectivamente, pela DMPL e as Notas Explicativas. Esta Resolução entra em vigor na data

(30)

3 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE DO SETOR PÚBLICO NO BRASIL.

Tendo em vista o processo de convergência das normas de contabilidade, a

presente seção aborda a história da contabilidade do setor público para um melhor

entendimento do processo de mudança, enfocando a legislação vigente e as NBCASP. Nesse

contexto percebe-se o processo de aperfeiçoamento e desenvolvimento de novos métodos para

atender as funções da contabilidade do setor público, na medida em que surgem novas

necessidades. As mudanças ocorrem em virtude da globalização onde as entidades e órgãos

públicos estão sempre se dedicando ao atingimento dos seus resultados evidenciado, por meio

do serviço prestado, à sociedade com foco no cidadão, participação e no controle social.

3.1Aspecto Legal

A Contabilidade pública inicia-se no período colonial, na qual era necessário o

controle das contas governamentais do imperador. No passar dos anos, até 1960, a

contabilidade tinha como prioridade a parte técnica, dando ênfase ao orçamento e ao

financeiro do Brasil.

A primeira Constituição Brasileira foi elaborada em 1824, nesta, já era possível

identificar assuntos acerca da Contabilidade Pública, como: previsão da elaboração da

proposta orçamentária que competia ao Legislativo e deveriam ser fixadas anualmente as

despesas públicas. Em 1826, a elaboração da proposta orçamentária passa a ser

responsabilidade do Poder Executivo. O orçamento passou a ser elaborado pelo Ministério da

Fazenda, que consolidava as propostas dos outros ministérios e as encaminhava à apreciação

pela Câmara dos Deputados.

Na Constituição de 1891, em seu art. 34 ficou estabelecido que a proposta

orçamentária fosse elaborada pelo Congresso Nacional. Nela foi consagrada a existência de

três poderes independentes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Já na Constituição de

1934, competia ao Presidente da República enviar à Câmara dos Deputados a proposta de

orçamento. Na Constituição de 1946, competia aos ministérios a elaboração de suas

respectivas propostas orçamentárias e encaminhá-las ao Ministério da Fazenda, que as

consolidava e remetia, através da Presidência da República, ao Congresso Nacional para fins

de apreciação. Em 1964 as atribuições do Ministério do Planejamento foram ampliadas com a

inclusão da Coordenação Econômica e, em 1965 foi criado o Conselho Consultivo do

(31)

Ainda em 1964 foi editada a Lei nº. 4.320, que continua em vigor, estatui normas

gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle de orçamentos e balanços da União,

Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Representou um marco histórico, decisivo e

norteador dos orçamentos e planejamentos públicos, porém, ainda abaixo do que se esperava

em termos de modernização das finanças públicas. A lei aperfeiçoou e inovou os

regulamentos de orçamento público e contabilidade vigentes, incorporando as práticas

contábeis adotadas nos países desenvolvidos e integrando o modelo orçamentário e o contábil

nas três esferas de governo.

A Lei nº 4.320/64, assegura que a administração pública deve seguir as diretrizes

da Lei de Orçamento que dispõe sobre a receita e a despesa, de forma a evidenciar a política

econômica financeira e o programa de trabalho do Governo. Assim, fica evidente a

importância do controle do orçamento e esclarece que as demonstrações do setor público

deverão ter como base a contabilidade.

Na estrutura da Lei é verificada a disseminação das informações em dois sistemas

de informações: a contabilidade e o orçamento. Na mesma, procurou-se nortear a

administração pública através de regras específicas desde a elaboração de planejamento até a

prestação de contas dos recursos públicos. O foco principal desta Lei é o orçamento, porém a

partir do art. 83 a contabilidade começa a ser tratada, em vista que os artigos anteriores estão

voltados ao planejamento e orçamento.

Na Lei nº 4.320/64 é identificada sua vinculação em atender aos princípios do

setor público, visando um norteamento para a melhor execução dos processos de orçamento e

elaboração das demonstrações contábeis.

Com o auxílio do MCASP, também prevista no art. 2º da Lei 4.320/64, é

identificado o princípio da Unidade, que diz que cada ente público deve possuir apenas um

orçamento geral, estruturado de maneira uniforme. Todas as receitas e todas as despesas

devem convergir a um fundo geral, conta única, com o objetivo de vinculações e a fim de

confrontar os totais e apurar o equilíbrio, déficit ou superávit.

Os princípios da Universalidade e da Anualidade são observados nos artigos 3º, 4º

e 34º da Lei 4.320/64, visto que é ressaltado que na Lei Orçamentária deverá conter todas as

despesas e receitas e que o orçamento deve ser elaborado e autorizado por um período de

tempo de um ano, que coincide com o ano civil.

Mediante o Decreto-Lei 200/67 foi implantada uma filosofia de descentralização e

delegação de competências, privilegiando-se a administração indireta por meio da criação de

(32)

indireto, foram reduzidos os controles meramente formais, flexibilizando-se a gerência de

recursos públicos. Pode-se dizer que o Decreto foi um instrumento que forneceu a principal

base jurídica para a terceirização no setor público. Para a administração direta federal foi

estabelecido um plano de contas único e um controle de custo dos serviços públicos.

Assim o Decreto Lei nº 200/67 dispõe no seu art.10:

Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenação, supervisão e controle e com o objetivo de impedir o crescimento desmesurado da máquina administrativa, a Administração procurará desobrigar-se da realização material de tarefas executivas, recorrendo, sempre que possível, à execução indireta, mediante contrato, desde que exista, na área, iniciativa privada suficientemente desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos de execução.

Devido a necessidade da modernização e integração dos sistemas contábeis e dos

programadores, foi criado o Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) em 1987.

A Constituição de 1988 foi a mais inovadora e a que contemplou os diversos

avanços conquistados pela sociedade, principalmente a democratização do planejamento e do

orçamento. O Capítulo II do Título VI foi inteiramente destinado às finanças públicas e a

Seção II, aos orçamentos. Essa norma estabeleceu novos instrumentos de planejamento, a

exemplo do PPA, LDO, LOA e os Planos e Programas Nacionais, Regionais e Setoriais de

orçamentos.

O art.163 da seguinte CF definiu a necessidade da edição de uma lei complementar

para coordenar e regulamentar determinada matéria integrante sobre Finanças Públicas, de

forma ampla, clara e objetiva. Em razão disso, surgiu a LRF. Elaborada pelo poder executivo,

dividida em dez capítulos, possui setenta e cinco artigos e encontra respaldo no artigo 165, da

CF, o qual expressa a intenção do legislador de promover uma administração financeira

eficiente, atendendo ao critério de maior controle da sociedade sobre o Estado.

A LRF surgiu como uma complementação da Lei nº 4.320/64, já que não trata da

sistemática de planejamento, dos orçamentos, balanços e contabilidade pública que é

regulamentada pela citada lei.

A edição desta lei propõe avanços na gestão fiscal, no sentido em que exige do

gestor uma ação planejada e transparente, com prevenção de riscos e correção de desvios

capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas. Para isso é necessário um norteamento,

mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a

limites e condições no que se refere a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal,

da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito

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