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PARTE II DIMENSÃO INVESTIGATIVA

Apêndice 18 Plano diário de 4 de abril de 2016 – PP 2.º CEB Ciências Naturais

Apêndice 19 - Reflexão da 1.ª quinzena – PP 2.º CEB - Ciências Naturais

REFLEXÃO QUINZENAL

1.ª Quinzena

A presente reflexão diz respeito à primeira quinzena de Prática Pedagógica do 2.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) na disciplina de Ciências Naturais.

O plano a médio prazo construído para esta quinzena aborda os conteúdos sobre “A influência dos fatores abióticos na adaptação das plantas” e “Morfologia de plantas com e sem flor”. No entanto, durante a intervenção foi necessário alterar o plano, visto que a professora cooperante necessitou de reunir-se com as restantes colegas do grupo para decidir como iam abordar estes temas. Segundo Arends (2008) “a planificação e a tomada de decisões durante o ensino têm de ser efectuados na maioria das vezes espontaneamente, sob o impulso do momento” (p. 101). Por isso, nesta quinzena apenas foi abordado “A influência dos fatores abióticos na adaptação das plantas”.

O início da Prática Pedagógica do 2.º CEB coincidiu com o início do 3.º Período do calendário escolar dos alunos. Desta forma, como demos início ao subdomínio “Diversidade nas plantas” decidimos aplicar um teste diagnóstico do manual adotado pela escola para aferir as dificuldades que poderiam surgir perante os conteúdos que já tinham abordado no 1.º CEB. Assim, o teste aplicado revelou que os alunos não se recordavam ou não tinham consolidado os conteúdos relativos às partes aéreas e subterrâneas da planta, revelaram, também, dificuldades em dar exemplos de plantas com flor e embora a questão relativa às plantas de folha perene não tenha sido questão com menor número de respostas incorretas, foi aquela em que os alunos tiveram mais dificuldades em expressar as suas conceções acerca do conceito (Cf. Anexo 1).

Após a intervenção compreendi que o teste diagnóstico do manual não era completo, pois, apesar de tratar os assuntos do 1.º CEB, faltou ter dados das conceções sobre os conteúdos novos para desconstruir essas ideias à medida que fossemos estudando este subdomínio. A estratégia durante as aulas foi a mesma que Arends (2008) refere: “observar mais atentamente os alunos quando [abordámos os conteúdos] e perceber de alguma maneira o grau de dificuldade que [estes representavam] para [estes]“ (p. 225). Além disso, teria sido interessante voltar a realizar novamente o teste diagnóstico para perceber se os alunos assimilaram os conteúdos. No entanto, como esses conteúdos não foram dados, não foi possível utilizar o teste diagnóstico como confrontação daquilo que os alunos sabiam e ficaram a saber.

Na sequência de “A influência dos fatores abióticos na adaptação das plantas”, era pedido no manual escolar que os alunos realizassem uma atividade experimental, mas como o início da primeira semana de aulas coincidiu com a segunda-feira em que os alunos têm Ciências Naturais, ficou decidido que iria realizar um

Os resultados da atividade não foram os esperados, ou pelo menos, não foram ao encontro daquilo que o manual apresentava. No entanto, foi possível chegar a algumas conclusões com os alunos, em que estes perceberam que só podemos fazer generalizações quando os resultados são sempre os mesmos, vezes repetidas.

Por forma a avaliar aquilo que os alunos observaram, foi-lhes pedido que realizassem um relatório, segundo um modelo estipulando um prazo de entrega do mesmo. Deste modo, podemos concluir que 11 alunos conseguiram entregar o relatório dentro da data prevista, dois não entregaram e 6 não fizeram o relatório (Cf. Figura 1). Podemos constatar que os alunos que não realizaram o relatório são alunos com dificuldades de aprendizagem, alunos com necessidades educativas especiais ou alunos com backgrounds mais complexos. Embora, não seja uma desculpa, já estava previsto que alguns destes alunos não realizassem o relatório).

No que concerne ao conteúdo dos relatórios, a maior parte dos alunos foi capaz de apresentar adequadamente os materiais utilizados. Relativamente ao problema, previsões, resultados e conclusão do relatório os dados apresentam que os alunos têm dificuldade em redigir relatórios simples, tendo sempre alguma incorreção em uma das categorias (Cf. Anexo 3). Não obstante, os alunos foram encorajados com informações sobre a apresentação dos relatórios, pois alguns estavam cuidados e rigorosos visualmente. Ainda assim, os alunos têm dificuldades na utilização do vocabulário científico e conceitos da disciplina, por exemplo, referem “plantar sementes” ao invés de semear sementes (Cf. Figura 2), estudar uma experiência e a maior parte apenas refere a germinação sem mencionar os fatores abióticos.

Figura 2 – Frequência absoluta do cumprimento do prazo de entrega

11 2

6

Cumprimento do prazo de entrega

Sim Não Não fez

No próximo relatório, os alunos deverão registar, a partir de esquemas, as observações realizadas. Além disso, o modelo do relatório será ligeiramente alterado para facilitar a redação do mesmo. Mais ainda, não serão dadas todas as informações relativas às conclusões, embora tenha de ser realizada uma breve discussão sobre aquilo que os alunos irão observar. O reforço sobre o prazo de entrega será essencial para que estes ganhem competências de responsabilidade e cumprimento de prazos.

Ainda relativamente à atividade experimental e aos relatórios, penso que mudaria a estratégia utilizada para a atividade. Provavelmente, pediria aos alunos para realizarem a atividade em casa e depois pedir-lhes-ia que trouxessem os copos para discutirmos os resultados. Desta forma, incentivava-os a ser mais rigorosos no processo científico e os relatórios teriam conteúdo mais diversificado.

Na sequência desta primeira semana, que na minha opinião não correu como esperava, os alunos consolidaram as aprendizagens a partir da leitura de textos informativos, realização de tarefas propostas no manual escolar e visualização de vídeos do E-manual da Escola Virtual da Porto Editora.

As tarefas propostas pelo manual e as respetivas correções serviram, essencialmente, para compreender se os alunos tinham realizado aprendizagens. Assim, com o apoio da Grelha de participações (Cf. Portefólio de Prática Pedagógica 2.º CEB: Turmas - 5.º C - Avaliação), foi possível que todos os alunos participassem ao longo da quinzena e revelassem ter realizado aprendizagens. Além disso, também as correções dos trabalhos para casa (TPC) permitiram realizar esta verificação.

Em relação aos TPC, em uma das aulas, após ter projetado a correção incorreta de uma tarefa produzida pelos autores do manual adotado pela escola, decidi que a melhor estratégia a adotar seria construir Power Points que incluíssem a correção do TPC e que as respostas fossem construídas por mim. Mais ainda, penso que seria interessante, pedir, inesperadamente, aos alunos os TPC para avaliar o seu conteúdo, pois muitas vezes, estes dão respostas incompletas, sem preocuparem-se se estão a escrever com correção linguista, mas também, porque seria mais um elemento de avaliação, visto que o 3.º Período é mais curto que os anteriores.

Genericamente, penso que a quinzena correu bem. Senti que deveria ter-me preparado melhor cientificamente, mas ao longo da quinzena consegui aprofundar melhor os conteúdos e tornou-se mais fácil de abordá-los com os alunos. As atividades propostas resultaram e os alunos aderiram facilmente. A maior dificuldade que encontrei foi conseguir seguir um fio condutor da aula sem interrupções despropositadas, porque a maior preocupação que tinha era a de gerir os comportamentos dos alunos, principalmente de A18. Embora tenha

torna-se difícil quando este aluno não consegue respeitar as regras de sala de aula e interrompe, constantemente, a aula com as suas intervenções, muitas vezes desadequadas. De acordo com Carita e Fernandes (1997) “castigar é a resposta habitual da escola àqueles que nela provocam distúrbios” (p. 111). As autoras alegam ainda, que os castigos podem aumentar a frequência, o grau de gravidade dos atos mas também as atitudes desadequadas. Mas será que a melhor solução é castigar o aluno com tarefas extra, fora da sala, porque é um elemento perturbador do funcionamento da dinâmica de turma ou deveríamos tentar motivá-lo a partir de outros incentivos para ter sucesso nas competências escolares e sociais? Na verdade, o caso em questão é complicado e por isso, necessita de uma avaliação e solução complexa “centrada na consideração de cada situação como um problema a resolver, envolvendo todas as partes que interagem nessa situação” (Carita & Fernandes, 1997).