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PARTE II DIMENSÃO INVESTIGATIVA

Apêndice 15 Reflexão da 4.ª quinzena, PP 2.º CEB Matemática

REFLEXÃO QUINZENAL

4.ª Quinzena – 16 a 27 de maio

A presente reflexão diz respeito à quarta quinzena de Prática Pedagógica do 2.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) na disciplina de Matemática.

Nesta quinzena, como foi referido na fundamentação teórica e didática, foi abordado o domínio de “Geometria e Medida” e respetivo subdomínio “Propriedades geométricas e medida”, sendo, nomeadamente, os conteúdos o círculo e circunferência, equivalência de figuras planas, perímetros e áreas de figuras planas. Além disso, os alunos recordaram a conversão de unidades do sistema métrico e de unidades quadradas.

Relativamente à primeira semana da quinzena, os alunos relembraram os conteúdos relacionados com as propriedades da circunferência e a diferença entre círculo e circunferência. Como já foi referido na fundamentação, o manual escolar adotado pela instituição é o único que aborda este assunto, pois durante a preparação das aulas consultei diversos manuais escolares que estão de acordo com as metas curriculares de editoras diferentes, em que nenhum deles aborda este assunto. Por isso, há que refletir sobre a pertinência de abordar este conteúdo, porque durante a realização da ficha formativa “Círculo e Circunferência” verifiquei que os alunos tinham estes conteúdos bem consolidados, não havendo necessidade de debruçarmo-nos demasiado sobre eles. Aliás, no Programa e Metas Curriculares (Bivar, Grosso, Oliveira, & Timóteo, 2013), no domínio de Geometria e Medida do 5.º ano, não há qualquer referência ao círculo e à circunferência, pelo que não compreendo porque é que este manual escolar é o único em que isto acontece.

No entanto, os alunos mostraram-se empenhados e interessados na realização da ficha formativa, até porque já tinham conhecimentos sobre este assunto e por isso, demonstraram com facilidade ser capazes de expor as suas ideias. O empenho e interesse observou-se na qualidade da apresentação de alguns trabalhos, como o da figura 1, em que os alunos cuidadosamente identificaram as propriedades e designaram cada uma delas corretamente. Além disso, acho que a ficha formativa construída ajudou os alunos a concretizarem as suas ideias, tendo em conta que foram eles a construir a circunferência e a desenhar as propriedades.

Na minha opinião, a atividade que foi mais positiva e significativa para os alunos nesta quinzena, foi a atividade de construção de figuras equivalentes com os triângulos recortados. Na exploração os alunos foram incentivados a compararem os triângulos relativamente à sua área. Facilmente, chegaram à conclusão de que os triângulos tinham todos as mesma área e a mesma forma, e por isso eram congruentes. Depois, foi-lhes pedido para construírem figuras planas, com os mesmos triângulos e que registassem o esquema da figura, como podemos observar na figura.

motivados para conseguir construir o máximo de figuras possíveis, na figura 3, podemos observar alguns exemplares.

A seguir à exploração, foi pedido aos alunos que relacionassem a área das figuras construídas e a sua forma, a partir do questionamento oral, para que chegassem à conclusão que todas as figuras tinham a mesma área, mas não tinham a mesma forma, e por isso, eram figuras equivalentes. Na reflexão de síntese de aula, verifiquei que os alunos não tiveram quaisquer dificuldades em realizar estas conclusões acerca de figuras equivalente, sendo que a leitura de duas frases conclusivas, também os ajudou a assimilar as aprendizagens.

Porém, senti que os alunos tiveram dificuldades no que diz respeito à conversão de unidades métricas. Este conteúdo é abordado no 1.º CEB, no 3.º ano de escolaridade, e à partida seria de esperar que os alunos já tivessem consolidado este conteúdo. Mas observei que a dificuldade dos alunos se reflete na conversão mental, sendo necessário apresentar os passos para trás ou para frente. Mais ainda, nas unidades agrárias, alguns alunos ainda demonstram não compreender a equivalência entre a unidade agrária e a unidade métrica.

A área de figuras planas é abordada também no 1.º CEB, pelo que, relativamente, ao retângulo e ao quadrado os alunos não tiveram dúvidas de como calcular as respetivas áreas, embora alguns alunos continuassem a calcular as áreas destas figuras a partir da contagem na ficha formativa. No entanto, as tarefas que estes resolveram obrigou-os a utilizar as fórmulas e por isso, observei que no trabalho de casa e nas aulas a seguir, passaram a utilizar sempre as fórmulas.

A tarefa mais rica foi quando os alunos tiveram de descobrir retângulos com 16 cm2 no caderno diário, porque a dado momento a maior parte dos alunos identificou a estratégia que permite saber o número de retângulos que são possíveis construir – achando os divisores dada a área de um retângulo.

Na área do paralelogramo, a partir das tarefas de exploração dadas na ficha formativa, os alunos chegaram à conclusão que esta calcula-se da mesma forma que o retângulo e o triângulo. Desta forma, os alunos conseguiram “relacionar a fórmula da área do triângulo e do paralelogramo com a do retângulo que tem a mesma base e a mesma altura” (Cf. Plano Quinzenal – 4.ª Quinzena).

A área do triângulo suscitou mais dúvidas, pois no 1.º CEB, os alunos não aprenderam a calcular a área do triângulo, por isso foi necessário realizar algumas tarefas que os levassem a chegar a algumas conclusões necessárias.

Penso que as atividades propostas foram bem aceites pelos alunos e que estes realizaram aprendizagens significativas, pois na questão aula, as questões em que os alunos tiveram mais sucesso foi no cálculo da área e do perímetro. No entanto, penso que não estão familiarizados com a resolução de problemas, e por isso, as duas questões relativas à quantidade azulejos para pavimentar uma cozinha e o dinheiro necessário para

necessários para pavimentar, outros compreenderam que a operação que tinham de realizar era uma divisão e depois uma multiplicação, mas os valores utilizados não estavam corretos. O raciocínio matemática estava presente, mas as repostas apresentadas não, o que me levou a alterar os critérios de correção para não prejudicar em demasiado os alunos. Na minha opinião, penso que a resolução de problemas deveria ser mais trabalhada e integrada na matemática, visto que “o professor pode fazer da resolução de problemas uma parte integrante da actividade matemática das suas turmas, ao selecionar problemas interessantes que integre as ideias matemáticas mais importante do currículo”(National Council of Teachers of Mathematics, 2008, p. 305). Os objetivos gerais idealizados para esta quinzena que pretendiam que os alunos fossem capazes de distinguir figuras congruentes de figuras equivalentes e serem capazes de calcular áreas e perímetros foram atingidos, por isso, posso dizer que o plano quinzenal foi cumprido com sucesso.

Concluindo, e porque esta é a minha última quinzena de Prática Pedagógica do 2.º CEB na disciplina de matemática, penso que o meu percurso nesta disciplina foi positivo e que houve alguma evolução desde a primeira aula para a última. Não só à segurança e capacidade de reflexão sistemática durante a intervenção para tomar decisões, assim como o melhoramento da relação pedagógica facilitou a gestão e a organização da turma, verificando-se na fluidez das aulas e na implementação dos planos diários. Mas, como o professor continua sempre em processo de aprendizagem e de autoformação, tenho consciência que este percurso não termina agora e está apenas a começar.