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Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB

No documento Gestão Social de Bacias Hidrográficas (páginas 102-105)

O PLANSAB previsto na Lei 11.445/07 foi aprovado em seu texto final através da Portaria Interministerial 571, de 5 de dezembro de 2013, data da publicação do texto final do Plano no portal do ministério das Cidades.

a importância estratégica do Plano está no disciplinamento da tomada de decisão para os próximos 20 anos e a referência para os Planos locais. O Plano foi desenvolvido em três etapas e constituem:

Pacto pelo Saneamento Básico: buscar adesão da sociedade aos

eixos estratégicos bem como ao processo de elaboração e imple- mentação.

Panorama do Saneamento Básico no Brasil: ampla pesquisa para a sistematização de dados atualizados, produção conceitual e prog- nósticos.

consulta pública: submissão da versão preliminar à sociedade, pro- movendo ampla discussão com finalidade de consolidação, encami- nhamentos e execução.

ANOTAÇÕES:

Confira o disposto no Plano Nacional de Saneamento Básico – PlaNSaB bem como os resultados de cada etapa em http://www. cidades.gov.br/index.php/plano-nacional-de-saneamento-basico-plansab Como resultado desse processo o PLANSAB propõe uma política de sane- amento no país fundamentada em três programas:

Programas da Política Nacional de Saneamento Básico

Saneamento

Básico integrado Financiar inciativas de implantação de infraestrutura en-volvendo os quatro componentes do saneamento básico

Saneamento rural

Destinada à população rural e tradicional, fornecendo suporte político e gerencial para a sustentabilidade, en- volvendo participação, educação ambiental e capacita- ção, além de medidas de estruturantes de infraestrutura e análise sociais e técnicas para tecnologias apropriadas a realidade local

Saneamento estruturante

Financiar medidas que visem a melhoria da gestão, assis- tência técnica, desenvolvimento científico e tecnológico com ênfase na qualificação dos investimentos públicos Isto posto, visa-se alcançar o máximo de eficiência com base na incer- teza de cenários futuros admitindo, também, a prerrogativa da revisão continuada do plano que visa atingir o máximo de qualidade e respeito à população. Tal Plano demonstra alinhamento com correntes teórico- metodológicas que preveem um processo participativo, visão estratégi- ca e visão de futuro.

Para entender melhor

Faz-se necessária, ainda, destacar uma definição central, que acom- panha as várias abordagens do Plano: tratam-se dos conceitos de medidas estruturais e medidas estruturantes:

As primeiras correspondem aos tradicionais investimentos em obras, com intervenções físicas relevantes nos territórios, para a conforma- ção das infraestruturas físicas de abastecimento de água potável, es- gotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais urbanas. São evidentemente necessárias para suprir o déficit de cobertura pelos serviços e a proteção da po- pulação quanto aos riscos epidemiológicos, sanitários e patrimoniais. Por outro lado, por medidas estruturantes são entendidas aquelas que fornecem suporte político e gerencial para a sustentabilidade da prestação dos serviços. Encontram-se tanto na esfera do aperfeiçoa- mento da gestão, em todas as suas dimensões, quanto da melhoria cotidiana e rotineira da infraestrutura física.

Além das diretrizes e princípios apontados pela Lei Federal 11.445, é possível extrair outros conteúdos pertinentes ao saneamento de outros marcos legais que compõem o ordenamento jurídico brasileiro como apresentados a seguir.

ordenamento Jurídico correlato

Constituição Federal art.21

“Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena- ção do território e de desenvolvimento econômico e social” e “instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos”.

Lei Federal 10.257 Estatuto da Cidade –art. 2° direito ao saneamento básico como diretriz da política urbana Lei Federal 8.080 institui o Sistema Único de Saúde Trouxe como obrigação desse sistema promover, proteger e re-cuperar a saúde, englobando a promoção de ações de sanea-

mento básico e de Vigilância Sanitária.

Lei Federal 9.433 Política Nacional de Recursos Hídricos Define como objetivo a garantia da disponibilidade de água para gerações futuras. Lei Federal 12.305 Política Nacional de Resíduos Sólidos Complementa a Lei 11.445 no tocante ao gerenciamento de resíduos sólidos

Além dos marcos legais no ordenamento jurídico brasileiro, também fo- ram pertinentes dois marcos internacionais;

A Declaração do Milênio, adotada pelo Brasil, estabelece os Obje- tivos do milênio dentre os quais a redução em 50%, até 2015, da parcela da população que não tinha acesso à água potável e ao es- gotamento sanitário no ano de 1990;

A Resolução A/RES/64/292, da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 28 de julho de 2010, trata dos direitos à água e ao esgotamento sanitário, afirma ser o acesso à água limpa e segura e ao esgotamen- to sanitário adequado um direito humano, essencial para o pleno gozo da vida e de outros direitos humanos.

Isto posto, pode-se agora entender os princípios diretos do PLANSAB com base em todo o ordenamento jurídico nacional e internacional pertinen- te, são eles:

Universalização

Equidade

integralidade

intersetorialidade

Sustentabilidade

desenvolvimento histórico do Estado brasileiro

Participação e controle social

ANOTAÇÕES:

Para entender melhor

Planejar o saneamento básico no País, com um olhar de longo prazo, necessariamente envolve a prospecção dos rumos tecnológicos que o setor pode – ou deve – trilhar. Neste sentido, temas como a sustentabilidade, a gestão integrada das águas urbanas, o saneamento ecológico e o combate às mudanças climáticas globais podem ser evocados como exemplos.

Deve-se ter claro que a matriz tecnológica predominante, ou a ser induzida pelo planejamento em saneamento básico, não é livre de valores, incorporando a noção de sustentabilidade que lhe dá suporte, a visão de participação da comunidade e da diversidade sociocultural, bem como os princípios de universalidade, equidade, integralidade e intersetorialidade, entre outros conceitos.

Texto extraído do PLANSAB. Dezembro de 2013

Com base nesses princípios, é possível compreender o direcionamento para uma participação social mais efetiva com reforço dos laços de so- lidariedade e cooperação, do fortalecimento da cidadania, bem como a igualdade e a flexibilidade das ações. Entendendo, também, os con- ceitos de sustentabilidade, matriz tecnológica e participação e controle social como conceitos transversais é possível enxergar uma visão eman- cipatória e cidadã da sociedade.

Sendo assim, a participação e controle social das ações é essencial para a manutenção desse caráter emancipatório e é condição primordial para a construção de um adequado Plano de Saneamento Local, condizente com a realidade dos atores e sujeitos pertinentes ao processo.

O Plano Municipal de Saneamento é uma das dimensões do Plano Di- retor de uma cidade, o qual consiste em um instrumento obrigatório para cidades de mais de 20.000 habitantes, instituído pelo Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257). a conexão entre os princípios do Plano municipal de Saneamento e a orientação do desenvolvimento da cidade deve ser clara, de forma que o saneamento acompanhe a expansão urbana.

No documento Gestão Social de Bacias Hidrográficas (páginas 102-105)