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Saneamento Básico e Plano Nacional de Saneamento Básico – PlaNSaB

No documento Gestão Social de Bacias Hidrográficas (páginas 99-102)

Embora o saneamento seja garantido constitucionalmente como bem comum, desde 1988, as ações efetivas de planejamento e gestão pos- suem um histórico de descontinuidade no Brasil. as experiências em planejamento no país, em geral, não constituem objetos de estudos sis- temáticos (MATULJA, 2009). Pode-se dizer que boa parcela da precarie- dade dos serviços de saneamento tem como causa o vazio regulatório que acompanhou a trajetória brasileira do setor até janeiro de 2007, quando foi promulgada a Lei Federal 11.445 de 5 de janeiro de 2007,

ANOTAÇÕES:

Histórico do ordenamento jurídico sobre saneamento básico brasileiro

data legislação característica

1942 Serviço Especial de Saúde Pública ampliação e captação de entes públicos para a prestação dos serviços de saneamento 1969 decreto Federal 949/69 PLaNaSa - Criação das Companhias Estaduais de Saneamento Básico - CESB 2007 Lei Federal 11.445 Lei Nacional do Saneamento Básico

2013 Portaria interminis-terial 571 aprova o Plano Nacional de Saneamento Básico - PLaNSaB A Lei 11.445, portanto, surge como marco legal para a clarificação do conceito de serviços de saneamento básico bem como institui as formas de prestação de serviço, além de prever a elaboração do PLANSAB. a prestação do serviço de saneamento básico no Brasil reconhece o Estado como seu legítimo ator, mesmo que atuante de forma reguladora, enten- dendo que tais serviços são essenciais para a manutenção da saúde pú- blica e esta constitui direito fundamental assegurado pela Constituição.

Para refletir!

a Constituição da Organização mundial da Saúde estabelece que o gozo do melhor estado de saúde é um direito fundamental de todos os seres humanos, sejam quais forem suas raças, religiões, opiniões políticas, condições econômicas e sociais, e que saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças.

O processo pelo qual se desenvolveram os serviços compreende diferentes estágios da atuação do governo nas esferas federal, estadual e municipal, migrando paulatinamente do prestador direto do serviço para a função re- gulatória e fiscalizadora. além da execução do próprio serviço é possível visualizar, também, uma migração no sentido descentralizador, caben- do finalmente aos municípios a titularidade dos serviços de saneamento como de interesse social conforme disposto na CF/88 art.30 inciso V.

conhecendo um pouco mais... Lei Federal 11.445

art. 3°

I - saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e insta- lações operacionais de:

a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;

ANOTAÇÕES:

b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestrutu- ras e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as liga- ções prediais até o seu lançamento final no meio ambiente; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de ativida-

des, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, trans- porte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de ati- vidades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposi- ção final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas;

Portanto, observam-se quatro categorias principais as quais são objeto de regulação diferenciada e mesmo em regimes diferenciados de pres- tação do serviço. A lei ainda se destina as questões regulatórias bem como a constituição do órgão regulador, os objetos de regulação e a transparência das informações.

Toda a regulação implementada pela lei traz consigo o espírito dos fun- damentos dessa política, os quais nos dão a base para os princípios que devem ser considerados em todos os níveis da lei. São três os princípios norteadores da política:

A Universalização, que é o acesso a todos os cidadãos ao saneamen- to, independente de condição social e local de moradia;

A consideração das Peculiaridades Locais e Regionais, que possui relação essencial com a articulação de políticas de interesse social voltadas para promoção da saúde, desenvolvimento urbano e quali- dade ambiental;

O mecanismo de Controle Social, que consiste em mecanismos de participação social nos processos relacionados ao saneamento, ga- rantindo à sociedade informações, representações técnicas e parti- cipações.

Utilizando a metodologia de construção do Espírito da Lei apresenta- mos o espírito revelado pelas diretrizes da Lei Nacional de Saneamento Básico:

ANOTAÇÕES:

“a gestão do saneamento deve promover o desenvolvimento sustentável local das bacias hidrográficas com vistas à melhoria da qualidade de vida para todos, priorizando a dívida social, ambiental e de saúde pública com as comunidades menos favorecidas.” Para saber mais a respeito do Espírito da Lei Nacional de Saneamento Básico, acesse o TCC de Aline Matulja, que descreve a construção participativa através do modelo GaTS de um Termo de Referência para o Plano municipal de Saneamento Básico para a cidade de Urubici. No site: http://www.gthidro.ufsc.br/projetos/projetos-concluidos/ governanca-do-saneamento

O principal dispositivo previsto para a concretização e operacionaliza- ção de todo o disposto como a caracterização dos serviços de saneamen- to, o agente regulador, os princípios e diretrizes é o PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO.

O PLaNSaB faz parte da Política Federal de Saneamento conforme previs- to no seu art. 52 da Lei 11.445, cuja elaboração cabe a União sob a coor- denação do ministério das Cidades. Fica também instituído o Sistema Na- cional de Informações em Saneamento Básico – SINISA previsto no art.53.

No documento Gestão Social de Bacias Hidrográficas (páginas 99-102)