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IV A POLÍTICA PÚBLICA DE JUVENTUDE EM SERGIPE.

42.1 A explicitação das demandas das juventudes Brasileira na contemporaneidade.

4.2.1.3 Plano Nacional Da Juventude

A Aprovação do Projeto de lei 4530/2004, referente ao Plano Nacional da Juventude é também resultado do trabalho da Comissão especial destinada a acompanhar e estudar propostas de Políticas Públicas para a Juventude

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(CEJUVENT), criada por Ato da Presidência da Câmara dos Deputados, em 7 de abril de 2003.

A CEJUVET, durante o ano de 2003, e no 1º Semestre de 2004, realizou um total de 33 audiências públicas, Com especialistas, gestores públicos, representantes da sociedade civil e com os jovens. Realizou também, seminários e encontros regionais, totalizando cerca de 5 200 participantes para tratar de diferentes temas relacionados com a juventude: educação, nos diferentes níveis e modalidades; trabalho, emprego, renda empreendedorismo; saúde, sexualidade e dependência química; cultura; desporto e lazer; cidadania e organização juvenil; capacitação e formação do jovem rural e equidade de oportunidades para os jovens em condições de exclusão (afrodescendentes, indígenas, portadores de deficiência e homossexuais).

Outras ações realizadas pela CEJUVET, para a construção do plano, foram visitas dos parlamentares a países como Espanha, França e Portugal, com o intuito de conhecer as experiências destes países na elaboração da Política de Juventude; e a realização da Semana Nacional da Juventude que ocorreu em setembro de 2003, que contou com a participação de 700 jovens representando 21 estados, a qual culminou com a elaboração de um Relatório Preliminar com várias contribuições ao Plano. Esse relatório foi discutido nos encontros regionais que aconteceram em todas as capitais durante o primeiro semestre de 2004.

A finalização desse processo de contribuições da sociedade civil para a construção e aprimoramento do plano culminou com a I Conferência de Juventude realizada no ano de 2008.

Dentre os objetivos e prioridades do Plano podemos destacar:

 Tornar as políticas públicas de juventude responsabilidade do Estado e não dos governos, efetivando-as em todos os níveis institucionais -Federal, Estadual e Municipal;

 Articular os diversos atores da sociedade, governo, organizações não- governamentais, jovens e legisladores para construir políticas públicas integrais de juventude;

 Construir espaços de diálogo e convivência plural, tolerantes e eqüitativos, entre as diferentes representações juvenis;

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 Garantir os direitos da juventude, considerando gênero, raça e etnia nas mais diversas áreas: educação, ciência e tecnologia, cultura,desporto, lazer, participação política, trabalho e renda, saúde, meio ambiente, terra, agricultura familiar, entre outras, levando-se em conta a transversalidade dessas políticas de maneira articulada;

 Apontar diretrizes e metas para que o jovem possa ser o ator principal em todas as etapas de elaboração das ações setoriais e intersetoriais. Pode-se observar a ênfase dada à necessidade de construção de uma Política de Juventude que não se resuma apenas a programas, projetos, ações de um Governo, mas, de fato, à elaboração de uma política regulamentada por uma legislação especifica de responsabilidade do poder público. Deve-se também considerar e enfatizar a participação e o controle social da juventude, assim como as interfaces com as questões de gênero, etnia e garantir a transversalidade.

O plano aponta para a dificuldade de sua implantação por ser um instrumento que necessita de outros instrumentos regulatórios da política, como orçamento, órgãos responsáveis pela implementação e fiscalização. Mesmo diante desta limitação aponta a necessidade das políticas setoriais mediante seus órgãos gestores, os ministérios, contemplarem as demandas da juventude priorizando nos seus orçamentos as seguintes ações.

1. Erradicar o analfabetismo da população juvenil, nos próximos cinco anos, participando o Brasil da Década das

Nações Unidas para a alfabetização (2003-2012);2.

Garantir a universalização do ensino médio, público e gratuito, com a crescente oferta de vagas e de oportunidades de educação profissional complementar à educação básica; 3. Oferecer bolsas de estudo e alternativas de financiamento aos jovens com dificuldades econômicas para o ingresso,manutenção e permanência no ensino superior;4. Incentivar o empreendedorismo juvenil; 5. Ampliar a cobertura dos programas do primeiro emprego;6. Promover atividades preventivas na área de saúde; 7. Criar áreas de lazer e estimular o desporto de participação; 8. Incentivar projetos culturais produzidos por jovens; 9. Garantir a inclusão digital, disponibilizando computadores nas escolas e nas universidades, oferecendo cursos e viabilizando o acesso à Internet. (Projeto de Lei , 4530/2004)

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São proposições que contemplam as áreas de saúde, educação, lazer, cultura, trabalho e tecnologia, uma preocupação com o desenvolvimento social, educacional, cultural e com a inserção do jovem no mercado de trabalho.

Retrata uma necessidade não só dos jovens, mas de outros segmentos sociais, como mulheres, negros, LGBTT que já vem sendo contemplado pelo Governo Federal.

4.2.2 Lutas

As lutas12 são momentos de publicização das demandas das juventudes. Os jovens buscam por meio de suas lutas reivindicar e sensibilizar a sociedade da necessidade de suas demandas sejam outorgadas pelo Estado como políticas públicas.

O Pacto Nacional pela Juventude foi instrumento elaborado pelo CONJUVE que contou com o apoio da Secretaria Nacional da Juventude, no ano de 2008, logo após a realização da I Conferência Nacional, como uma estratégia de Publicizar as deliberações da Conferência e incluir a temática da política de juventude na plataforma eleitoral.

O Pacto foi uma campanha de sensibilização da sociedade civil, realizada durante o período da eleição e tinha como objetivo fazer com que os candidatos a vereadores e prefeitos se comprometessem a incluir na sua plataforma eleitoral a política de juventude, assim como, na agenda dos Governos (municipais, estaduais e federal).

O resultado dessa ação pode ser considerado como positivo, uma vez que, muitos candidatos, não só incluíram em suas plataformas, como também, depois de eleitos, estão criando secretarias e conselhos de juventudes. Além disso, serviu para divulgar para a sociedade a importância de discutir a política pública de juventude.

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Não é objeto de estudo desse trabalho se aprofundar nas lutas desenvolvidas pelo os jovens, o Pacto é uma das lutas desencadeadas pelas juventudes nos últimos períodos.

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O Pacto pode ser considerado também como uma estratégia de luta dos jovens para dar visibilidade às deliberações da Conferência, a PEC, o Estatuto e Plano Nacional de Juventude. Além do Pacto, o CONJUVE tem estabelecido contato com parlamentares, ocupado o plenário da Câmara e do Senado para pressionar a aprovação destes instrumentos.