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Capítulo II Estudo das Normas

3. Aplicação das Normas

3.1. Tipos de relacionamentos

3.1.3. Plano Oficial de Contabilidade

No âmbito do Plano Oficial de Contabilidade (POC), a ligação entre empresas teve uma grande evolução como reflexo das exigências estabelecidas pelas 4ª e 7ª Directivas da UE (ao tempo CEE) e está patente nas soluções preconizadas pelos diversos diplomas: POC/77, POC/89 e ainda alterações ao POC/89, de acordo com o Decreto-lei 238/91, de 28 de Julho.

O Decreto-lei n.º 47/77, de 7 de Fevereiro, que aprovou o POC/77, previa no seu ponto ―9 – Considerações técnicas‖, as designações de: Empresas associadas e outras empresas.

Empresa associada era definida como sendo as empresas colectivas participantes em, pelo menos 25% do capital social da empresa em causa e aquelas onde esta participasse com, pelo menos, a mesma percentagem nos respectivos capitais sociais (não existia qualquer referência à percentagem de controlo).

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As entidades públicas empresariais, que satisfaçam os requisitos relativos à qualidade de sociedade dominante exigidos pelo presente artigo, podem optar pela aplicação deste regime ao respectivo grupo.

Nas participações sociais compreendidas entre 10% e 25% (pessoas colectivas) e das pessoas singulares que detivessem pelo menos 10%, o POC exigia notas do Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados (ABDR), a explicitação das entidades e elementos como débitos e créditos, imobilizações financeiras, compras e vendas. O método de valorização das participações financeiras era o do custo, criando-se uma provisão quando fossem esperadas perdas potenciais. O Decreto-lei n.º 410/89, de 21 de Novembro, sofreu diversas alterações, em particular as introduzidas pelo Decreto-lei n.º 238/91, de 28 de Julho. A redacção anterior, quanto ao tratamento das ligações entre empresas correspondia a: ―A conjugação das exigências de consolidação de contas, das normas da 4ª Directiva da CEE e das disposições do Código das Sociedades Comerciais conduziu a que certas relações entre empresas fossem classificadas contabilisticamente em…‖:

Empresas interligadas e empresas participadas e as empresas interligadas, distinguem-se em: empresas do grupo e empresas associadas.

As empresas do grupo compreendem:

a) As sociedades (dominantes e dependentes) em relação de ―domínio total‖, quando uma delas (por si ou juntamente com outras sociedades ou pessoas mencionadas no artigo 483.º, n.º 2 do CSC) dispuser, pelo menos, de 90% do capital da outra;

b) As sociedades (dominantes e dependentes) em relação de ―domínio‖ quando uma delas, directa ou directamente, detiver uma ―participação maioritária no capital‖ da outra ou se observar qualquer das restantes condições de domínio referidos no artigo 486.º, n.º 2, do CSC;

c) As sociedades abrangidas pelos contratos de ―grupo paritário‖ e de ―subordinação‖, não estão compreendidas em qualquer das situações anteriormente referidas.

As empresas associadas correspondem às sociedades em que uma delas participe no capital da outra em montante igual ou superior a 20% e até 50%, inclusive.

As empresas participadas incluem as sociedades em que uma delas participe no capital da outra em montante igual ou superior a 10% e inferior a 20%.

Com as alterações ao POC/89, introduzidas pelo Decreto-lei 238/91, (POC/91) as empresas passam a classificar-se em:

― Empresas de grupo; ― Empresas associadas; ― Outras empresas.

A estas acrescenta-se as participações em entidades conjuntamente controladas, conforme já referidas no Decreto-lei 238/91, por referência ao método de consolidação e posteriormente objecto da DC 24 – Empreendimentos Conjuntos.

Empresas de grupo são as empresas que fazem parte de um conjunto compreendido por empresa-mãe e empresas filiais. As empresas-mãe são as que, por si só ou em conjunto com uma ou mais empresas, dominam ou controlam outra ou outras empresas e as empresas filiais são aquelas nas quais uma empresa (empresa-mãe) detém o poder de domínio ou de controlo. Assim, quando uma empresa-mãe tiver filiais que, por sua vez, sejam empresas-mãe de outras, estas serão também filiais da primeira.

Empresas associadas são aquelas sobre as quais uma empresa participante exerce uma influência significativa sobre a gestão e a sua política financeira, presumindo-se que existe uma tal influência sempre que a participante detenha 20% ou mais dos direitos de voto dos titulares do capital e não possa ser considerada como empresa-mãe.

O POC (ponto 2.7 – Tratamento das ligações entre empresas), considera empresa-mãe aquela que:

a) Tiver maioria dos direitos de voto dos titulares do capital de uma empresa; ou

b) Tiver o direito de designar ou destituir a maioria dos membros dos órgãos de administração, de direcção, de gerência ou de fiscalização de uma empresa e for, simultaneamente, titular de capital desta empresa; ou

c) Tiver o direito de exercer uma influência dominante sobre uma empresa da qual é um dos titulares de capital, por força de um contrato celebrado com esta ou de uma cláusula do contrato desta; ou

d) For titular de capital de uma empresa, detendo, pelo menos, 20% dos direitos de voto e a maioria dos membros dos órgão de administração, de direcção, de gerência ou de fiscalização, desta empresa, que tenham estado em funções durante o exercício a que se reportam as demonstrações financeiras, bem como no exercício precedente e até ao momento em que estas sejam elaboradas, tenham sido exclusivamente designados como consequência do exercício dos seus direitos de voto; ou

e) For titular de capital de uma empresa e controle, por si só, por força de um acordo com outros titulares de capital desta empresa, a maioria dos direitos de voto dos titulares de capital da mesma; ou

f) Possa exercer, ou exerça efectivamente, influência dominante ou controlo sobre essa empresa, (Aditada pelo Decreto-lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro); ou

g) Exerça a gestão de outra empresa como se esta e a empresa-mãe constituíssem uma única entidade‖ (Aditada pelo Decreto-lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro).

A introdução das alíneas f) e g) pelo Decreto-lei 35/2005 permitiu que fossem incluídas entidades no perímetro de consolidação, nas quais a empresa dominante pode não deter qualquer participação no seu capital.