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4 PRÁTICA LETIVA

4.1 Gestão do processo ensino-aprendizagem

4.1.4 Planos de aula

“ […]a aula constitui o verdadeiro ponto fulcral do pensamento e

da ação do professor”

Bento (1998, p. 67) De acordo com outro autor, Batalha (2004, p.69), “a sessão ou plano de aula

representa o ponto de equilíbrio entre a planificação por vezes um pouco teórica e a realidade propriamente da aula”.

Seguindo esta linha de raciocínio, o PdA assume-se como um instrumento de nível mais básico do planeamento que orienta a intervenção pedagógica do professor, devendo este contemplar, de uma forma detalhada, as decisões tomadas, ou seja, a organização das situações de aprendizagem, estratégias e metodologias de ensino devidamente ajustadas às necessidades dos alunos e aos objetivos definidos na UD correspondente, com o intuito de, dessa forma, contribuir para a transformação do aluno.

Tendo em conta os comportamentos solicitados ao longo da nossa formação académica sabíamos que mesmo existindo diversas formas de elaborar um plano de aula, apresentadas por alguns autores de referência como Siedentop (1983) e Aranha (2004), este deve ser acima de tudo funcional, flexível e coerente de forma a tornar a intervenção pedagógica mais eficaz.

Assim sendo, antes de iniciarmos o ano letivo elaboramos o nosso modelo-base de PdA estruturando-o com base nas competências já adquiridas ao longo do nosso percurso académico. Durante a sua conceção tentamos antecipar os aspetos que seriam fundamentais e cruciais durante a lecionação das aulas, pois sabemos que não é apenas a intervenção pedagógica do professor que influencia o comportamento dos alunos, mas também as decisões que toma previamente (decisões de pré-impacto).

Posto isto, o PdA assentou numa disposição tripartida que passamos a explicar, de seguida:

1. Primeira parte do instrumento (cabeçalho) - constava as informações referentes: ao contexto de trabalho; aos recursos necessários (espaciais, temporais e materiais);

23 ao sumário; aos conteúdos a abordar; aos objetivos mediatos - segundo Almada et. al (2008, p. 211), são “aqueles que resultam das transformações que resultam da adaptação do desportista às contingências a que é sujeito na prática desportiva […]”); e as observações.

2. Segunda parte do instrumento – constava as informações referentes: 1) número

do exercício; 2) objetivos imediatos - definiam o resultado pretendido com o exercício, que segundo Almada et al. (2008) são “aqueles que resultam do próprio desporto e que têm como consequência o resultado, geram a motivação, são de facto não só o grande produtor, mas também os causadores do processo desportivo, […]”; 3) descrição do exercício – apresentava, de uma forma resumida, o funcionamento do exercício, bem como, a diferenciação das aprendizagens consoante os níveis de proficiência dos alunos; 4) Comportamentos solicitados – determinavam os comportamentos que procuramos despoletar no aluno através da coordenação de um conjunto de variáveis e fatores em jogo. A avaliação formativa era realizada tendo por base estes comportamentos; 5) Organização da turma – estabelecia a dinâmica de execução e disposição dos alunos no espaço da aula (representação gráfica); 6) Tempo do exercício/acumulado;

3. Terceira parte do instrumento – constituição dos grupos - projeção dos grupos

consoante a intencionalidade pedagógica.

A elaboração dos PdA foi uma das ações em que se despendeu maior capital de tempo e atenção, pois pretendíamos criar aulas em que os alunos fossem confrontados com situações ajustadas aos seus diferentes níveis de proficiência, de uma forma estruturada e coerente. À medida que fomos avançando no processo da PL as nossas competências de planeamento foram evoluindo como seria de esperar.

O nosso modelo de PdA (anexo E) não sofreu grandes alterações pelo simples fato deste ser, no nosso entender, funcional, suficientemente simples, fácil e de rápida interpretação, o que contribuía para uma rápida assimilação da dinâmica do exercício. No futuro continuaremos a utilizar o mesmo.

No que concerne à metodologia de elaboração do PdA esta passava por, primeiramente, consultar a UD com o intuito de identificarmos os objetivos definidos, as matérias e os respetivos conteúdos programáticos previstos para a aula para, posteriormente, elaborar o PdA de acordo com as informações que deveriam constar na

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segunda e terceira parte do mesmo. Concluído o PdA, este era enviado para a orientadora da escola com o propósito ser analisado e receber informação de retorno sobre aspetos que deveriam ser melhorados, se necessário. Por fim, após lecionarmos a aula realizávamos uma reflexão crítica sobre a aula do ponto de vista pedagógico- didático, tendo em conta a relação entre o planeamento e a realização.

De referir que é de extrema importância o professor fazer-se munir de um PdA alternativo, devido as especificidades das aulas de EF, especialmente quando estas são lecionadas em espaços exteriores. No nosso caso concreto este plano alternativo foi crucial em alguns momentos evitando que andássemos a desenvolver situações de aprendizagem em “cima do joelho”. Com isto não estamos a referir que as situações de aprendizagem não devam ser reajustadas no momento, pelo professor, tendo em conta a avaliação que realiza dos alunos, ou até mesmo a criação de situações novas de aprendizagem, mas que um planeamento antecipado pode providenciar maiores proveitos para os alunos.

Admitindo que esta fase do processo de ensino-aprendizagem é deveras complexo o professor deve adotar uma postura pró-ativa e dinâmica. A título de exemplo, o professor pode e deve tentar identificar e perceber quais serão os possíveis problemas que poderão surgir em determinada situação de aprendizagem e, dessa forma, encontrar uma solução para a sua resolução, na eventualidade de ocorrer no decurso da aula. Desta forma, o professor irá potenciar a sua ação, o empenhamento motor e aprendizagem dos alunos no contexto da aula.