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4 PRÁTICA LETIVA

4.1 Gestão do processo ensino-aprendizagem

4.1.3 Unidades didáticas

A UD é definida por Rosado (s.d., p.1) como:

“(…) um conjunto de aulas cuja unidade se constrói em torno de

uma função didática. Essas unidades podem ter extensões variáveis. Na realidade, uma lição pode cumprir uma só função didática (ex.; aula de revisões) ou diversas funções didáticas (situação muito frequente sendo, muitas vezes, também, uma delas, dominante). Diversas aulas com a mesma função didática (ex.: aulas de avaliação sumativa) correspondem a uma unidade didática. Repare-se que uma unidade didática não deixa de ser uma unidade de ensino; é uma unidade de ensino que agrupa aulas de acordo com o critério de semelhança relativamente às funções didáticas”.

De acordo com Pais (2012), a designação de UD remete para um conjunto sequencial de tarefas de ensino e aprendizagem que fornece uma organização à prática docente visando a consecução dos objetivos definidos na mesma.

Por sua vez, o PNEF (Jacinto et al. 2001) menciona que a UD é um conjunto de aulas que apresentam objetivos e uma estrutura organizativa idêntica, operacionalizados de uma forma progressiva.

No que se refere ao planeamento da UD, Bento (1998) refere que esta deve antecipar os objetivos a atingir, a preparação e estruturação didáticas da matéria, a função e tarefas didáticas das diferentes aulas e matérias de ensino. Este planeamento deve centrar-se, predominantemente, sobre o estreitamento entre as necessidades e características dos alunos com os objetivos definidos no programa da disciplina, deixando de ser apenas uma mera distribuição de matérias ao longo de um capital de tempo (Bento, 2003).

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Na elaboração de uma UD o professor deverá atender, segundo Januário (1984), a um conjunto de cinco etapas, nomeadamente: a formulação de objetivos comportamentais terminais, a estruturação de conteúdos, a mobilização e disposição dos recursos, a avaliação e a estratégia geral.

Por tudo o que foi anteriormente exposto acreditamos que a UD deve ser vista como uma ferramenta pedagógica construída com o propósito de orientar, da melhor forma possível, o processo de ensino-aprendizagem. A seleção das matérias a abordar, bem como os seus conteúdos, deverão ser definidos de acordo com as capacidades demonstradas pelos alunos na AI. Desta forma, a definição dos objetivos a atingir em cada uma das matérias deve procurar ir ao encontro das necessidades e potencialidades apresentadas pelos alunos, garantindo sempre uma lógica progressiva de aquisição desses objetivos, isto é, do menos complexo para o mais complexo.

Uma melhor qualidade de ensino pressupõe um nível superior no que se refere ao seu planeamento e preparação do processo de ensino-aprendizagem. Assim, a construção das UD tiveram por objetivo definir as linhas orientadoras fundamentais do processo de ensino-aprendizagem, com vista, à uma melhor apropriação dos conteúdos por parte dos alunos, à sua exercitação e aplicação, ao aumento do tempo de empenhamento motor dos alunos, bem como potenciar a eficácia do processo de ensino- aprendizagem.

O conhecimento dos alunos, adquiridos através da AI, permite ao professor, enquanto agente educativo, determinar a extensão e sequência dos conteúdos adequado às características, capacidades, necessidades e especificidades de cada aluno.

As diversas conceções de UD com que nos fomos deparando, na literatura da especialidade (Vickers,1990; Rosado, 1999; Lorenzi, Tavares e Junior, 2011; Pais, 2012) revelam algumas características comuns. Dessa forma, e tendo em conta o nosso percurso académico, optámos por utilizar um modelo de estruturação do conhecimento de Vickers (1990) que possui três fases: 1. Análise: da modalidade desportiva, do envolvimento e dos alunos; 2. Decisões: determinar a extensão e sequência da matéria, definir objetivos, configuração da avaliação e criação das situações de ensino- aprendizagem; 3. Aplicações: plano da unidade temática e plano de aula. Assim procedemos a elaboração da primeira UD de acordo a metodologia apresentada

21 anteriormente o que nos obrigou a despender um enorme capital de tempo verificando, posteriormente, no balanço que realizamos que esta revelava-se pouco funcional, apresentando informação desnecessária, por exemplo, antes de iniciarmos o ano letivo realizamos a caraterização dos recursos espaciais, matérias e humanos pelo que, no nosso entender esta “só” servia para carregar a UD. Por esta razão a estrutura da UD foi sofrendo alterações ao longo de todo o processo de construção das UD’s, pois esta deveria revelar-se funcional, simples e de fácil interpretação, de forma a contribuir para o alcançar das competências definidas para o desenvolvimento do aluno, bem como, da rentabilização do processo pedagógico.

Para a evolução da estrutura da UD contribuíram muito as constantes trocas e partilhas de ideias e vivências com o nosso colega, mas ainda mais importante com os nossos professores orientadores, pela vasta experiência profissional.

Tendo em conta que os alunos são o foco central de todo o processo de ensino- aprendizagem as UD’s foram construídas tendo por base as transformações que pretendíamos operar nos nossos alunos, pelo que as matérias de ensino apresentam-se apenas como um meio para tal e nunca como um fim em si mesmo. Assim, as UD possuíam uma dinâmica e funcionalidade que contemplava diversas matérias de ensino concretizadas em aulas politemáticas, sendo que as mesmas eram repetidas ao longo do ano letivo, de acordo com o PA e a evolução dos alunos. Desta forma, foi possível criar uma dinâmica de aula em que os alunos alternavam de matéria de ensino, com as devidas intencionalidades estrategicamente empregues, tornando o processo de ensino- aprendizagem mais rico e motivador, contribuindo, igualmente, para uma melhor apropriação/retenção de uma determinada competência por parte do aluno, como refere Godinho (2002).

Apesar destas UD’s politemáticas terem colocado um conjunto de dificuldades, muito devido à quantidade e complexidade de informação a tratar, estas revelaram muito desafiadoras e ricas para o nosso processo de crescimento profissional. Consultar o exemplar da última UD nos anexos (anexo D).

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