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Plataforma de gestão e apoio à aprendizagem (LMS)

CAPITULO 1 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

1.5. Evolução tecnológica em contexto educativo

1.5.2. Plataforma de gestão e apoio à aprendizagem (LMS)

A sociedade em que vivemos hoje manifesta a necessidade de existir uma reforma, que estabeleça um novo estilo de pedagogia favorecendo a aprendizagem personalizada e a aprendizagem cooperativa em rede. Nesse âmbito, a utilização desses novos ambientes de aprendizagem na Web e os recursos disponibilizados permite o desenvolvimento de aprendizagens colaborativas mediadas por computador, que poderão complementar as aprendizagens realizadas na sala de aula (Belarmino & Gomes, 2007). Estas aprendizagens funcionam como suportes para a aprendizagem individual e coletiva e são baseadas em plataformas de ensino à distância.

As plataformas de gestão de aprendizagem, designadas por LMS – Learning Management Systems, são sistemas tecnológicos integrados que proporcionam aos tutores e docentes, aos alunos e à instituição, a gestão do seu sistema de ensino e de aprendizagem (Andrade, 2003).

Segundo Cruz (2009) as plataformas de ensino online disponibilizam um conjunto de ferramentas essenciais para a implementação de diversas atividades: a apresentação de conteúdos e propostas de tarefas, possibilitando o download de recursos como textos de apoio, fichas de trabalho, exercícios online, etc.; a comunicação, através de correio eletrónico, fórum de discussão, chat, áudio e videoconferência; o controlo do acesso dos utilizadores/alunos e registo da avaliação e performance dos mesmos. O acesso à plataforma implica uma palavra passe pelo que se cria uma comunidade de aprendizagem privada onde a informação fica restrita ao professor e aos alunos. Essa possibilidade faz com que, ao estarem protegidos da curiosidade alheia, exponham dúvidas, partilhem descobertas e reflexões (Carvalho, 2007). No entanto, este facto pode ser considerado uma desvantagem, visto que os outros utilizadores não têm acesso e poderiam surgir participações bastante proveitosas.

As plataformas de ensino online apresentam várias vantagens, no qual as mais evidentes são a facilidade de atualização e distribuição de conteúdos e o trabalho suportado numa vertente não presencial. No entanto, no ensino presencial, a utilização de LMS tem vindo a ganhar adeptos uma vez que as suas funcionalidades obedecem às exigências de um mundo rápido e cómodo como se perspetiva o mundo moderno (Carvalho, 2008). Tem como principais vantagens a interação que permite entre professor e alunos e o acesso à informação sempre que os intervenientes o desejarem, fazendo um acompanhamento através do acesso a um computador com ligação à Internet em qualquer parte do mundo.

Atualmente existem plataformas facilitadoras da aprendizagem colaborativa, de que são exemplo a Moodle, Joomla, Dokeos, Windows Sharepoint servisse, TWT, WebCT, AulaNet, Fle3, o Blackboard, entre outras.

Em Julho de 2005, a Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) em colaboração com o Ministério da Educação (ME) garante a cada escola o acesso à plataforma Moodle com o objetivo de fomentar o ensino e aprendizagem online, através do uso generalizado da plataforma uma vez que esta permite criar espaços de apoio a disciplinas, projetos e outras atividades nas escolas.

A nível nacional, nesta área Domingues (2010) através da sua pesquisa a professores apresenta as razões dos professores para a não utilização da Moodle, e prendem-se essencialmente com a falta de conhecimento e de formação sobre a plataforma, pois

efetivamente os professores não sabem como a usar e gostariam de ter formação específica na área. Também a falta de condições materiais na sala de aula e também na escola, nomeadamente a falta de computadores suficientes para todos os alunos e a falta ou fraco acesso à Internet, é outro dos motivos apresentados. A escassez de tempo, para explorarem a utilização da Moodle e o desinteresse em considerarem a plataforma relevante para a sua disciplina, são outras das razões indicadas.

No entanto, os que a utilizam “consideram que a Moodle permite facilmente partilhar e divulgar informação/conteúdos com os alunos e entre professores, possibilitando ainda uma maior interacção com toda a comunidade educativa. Pouco significativas, embora também apontadas, são a utilização da plataforma para consolidação das aprendizagens dos alunos e para aceder a documentos internos da escola” (Domingues, 2010, p.167).

Vários estudos têm sido feitos sobre a utilização da plataforma em contexto real de sala de aula (Pimentel, 2009, Pedro et al., 2008 e Maio, Chagas & Figueira, 2011) e constata-se uma fraca utilização.

No estudo de Pimentel (2009) é destacada a moderada utilização da referindo que no contexto escolar há um longo caminho a percorrer para a rentabilização da plataforma.

O estudo realizado por Pedro et al. (2008), permitiu concluir que mais de 98% das escolas e agrupamentos portugueses utilizam a Moodle como plataforma de gestão de aprendizagem, principalmente, por se tratar de um serviço open-source cuja procura tem aumentado por parte das escolas. O estudo revelou que as escolas avaliaram favoravelmente a introdução das plataformas nas suas realidades educativas. Neste contexto, a sua utilização prática era diminuta uma vez que i) o número de docentes e discentes inscritos era pouco significativo (os dados evidenciaram que o número de escolas com mais de 50% do seu corpo docente e discente inscrito na plataforma era reduzido), ii) a inscrição na plataforma por vezes resumia-se a si mesma e não promovia a integração, iii) os índices de utilização das diferentes áreas curriculares eram diminutos, excetuando a disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), seguida de Matemática e Ciências, iv) as atividades de ensino-aprendizagem eram menores quando comparadas com outras áreas de trabalho, v) “as plataformas das escolas [eram], particularmente, utilizadas como meio de disponibilização da informação, sendo mais escassa a sua utilização para o desenvolvimento de atividades de colaboração/ interação entre os utilizadores” (idem, p. 38) e vi) “a falta de formação dos professores para utilizar a plataforma aparece[u] como o factor que acolh[ia] maior consenso por parte das escolas, quer em termos de aspectos limitativos, quer em termos de necessidades sentidas pelos docentes, no

que concerne a uma efectiva utilização das plataformas de aprendizagem nas escolas” (idem, p. 40).

Ainda o estudo de Maio, Chagas e Figueira (2011) refere que das 92 escolas distribuidas por Portugal continental, confirmou-se a presença da plataforma Moodle em todas as escolas participantes no estudo, os dados revelam uma utilização muito variável em extensão e em intensidade, uma predominância do uso em contexto curricular, uma relativa abrangência curricular e uma escassa utilização colaborativa da plataforma.