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O poder deste olhar.

No documento A SI MESMO SE ESVAZIOU PARTE 1 (páginas 41-43)

Hebreus 12 nos ordena que olhemos para Jesus. Mas há outro texto que poderá nos motivar ainda mais. Ele não contém uma ordem, mas proclama uma verdade e declara uma profecia: “E todos nós com o rosto desvendado, con-

templando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2Co 3.18).

Perceba, querido irmão, como é poderoso este Jesus. Na bíblia está escrito pouco sobre imitar a Jesus e muito a respeito de olhá-lo. Isto é para que não pensemos que viver como Jesus é resultado dos nossos esforços. O texto aci- ma expressa algo incrível, surpreendente! Repete a grande promessa: vamos ser transformados à sua própria imagem! Mas a melhor notícia é que isto acontecerá simplesmente por contemplá-lo! Quão poderoso é o nosso Cristo! Basta olhar para ele!

A bíblia também nos ensina sobre esforço, perseverança e até sacrifício. Entretanto, tudo isto será em vão se não olharmos para Jesus. Ao passo que se nos mantivermos olhando para ele, o próprio Jesus se encarregará de nossa perseverança e piedade.

Assim fez Maria. Enquanto Marta andava ocupada com muitos serviços, Maria estava aos pés de Jesus, olhan- do-o e ouvindo-o. Jesus então disse que pouco era necessário, ou mesmo uma só coisa: fazer o que Maria estava fa- zendo. (Lc 10.42).

Olhar para Jesus não vai ser apenas o segredo de nossa transformação, mas também vai agradá-lo muito. Nossa relação com o Senhor é tipificada em Cantares de Salomão. Neste livro lemos sobre algo que agrada muito ao noivo: que a noiva tenha os olhos como os da pomba. Isso ilustra a nossa atitude de estar mansamente olhando para ele. E mostra o contentamento dele ao dizer: “Eis que és formosa, ó querida minha, eis que és formosa; os teus olhos são

como os das pombas” (Ct 1.15).

Portanto, aprenda a olhar para ele. Para isto você tem olhos. Fixe-os bem em Jesus e você conhecerá crescente bem-aventurança. Contemple a sua humildade e o orgulho fugirá de você porque este não pode permanecer onde Je- sus se faz presente. Não há em todo o universo, nada mais belo e prazeroso para Deus do que seu Filho Jesus. À me- dida que você o contemplar, ele será também, sua maior alegria e prazer.

Precioso amor Bendita humildade

Santa mansidão Gloriosa santidade

Nada é mais belo Nada é mais puro Que o Verbo esvaziando

Na pequena Belém. Satisfez ao Pai Aos anjos surpreendeu A si mesmo se esvaziou Meu coração agora é seu Estou poderosamente atraído

Sua nobreza me encanta E ao olhá-lo a cada dia mais Todo meu mal será vencido

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A multiforme sabedoria.

Pelos séculos eternos, os anjos contemplaram a grandeza do Altíssimo e nele se deleitaram, adorando-o e ser- vindo-o. Entretanto, as insondáveis riquezas de Deus são inesgotáveis, e nossos amigos Deslumbrael e Admirael não podiam imaginar as surpresas que estavam reservadas. Pois os de barro, justamente aqueles que tantas tristezas trou- xeram aos céus, eram, agora, o espetáculo que revelava a multiforme sabedoria de Deus, de forma nova e inesperada (Ef 2.10). Nossos amigos mais uma vez conversavam:

- Chama-se igreja – lembrou Admirael ao seu amigo – Também é chamada de “Noiva do Cordeiro”.

- É um milagre maior do que toda a criação – acrescentou Deslumbrael. Todos os seres celestiais estão imensa- mente impressionados. Ouvi dizer, que até mesmo entre os seguidores do querubim perdido há um grande espanto, pois perderam o domínio que tinham sobre os de barro.

- Sim – concordou admirael – Quando “O Esvaziado” atraiu sobre si toda maldade dos de barro, os das trevas foram envergonhados. Perderam seus argumentos e não podem mais zombar do Altíssimo, pois todos os que são da Noiva tornaram-se uma nova raça que não tem mais culpa, pois Jesus, o Cristo, a tomou totalmente para si (Is 53.12).

- E não somente isto. O que mais me impressiona é que o comportamento deles muda totalmente, quando eles ouvem sobre Jesus e o recebem (Jo 1.12). Embora eu nunca entenda o que significa este “receber”.

- Nunca entenderemos. Não foi dado a nós. Aqueles que forma rebeldes dentre os anjos jamais poderão retornar a Deus. A corrupção deles não tem solução. Estão destinados à condenação eterna. Deus criou para eles um lago cheio de fogo e sofrimento (Mt 25.41; Ap 20.10).

- Pelas conversas dos de barro, a mudança deles ocorre com algo chamado arrependimento e fé. Se eles ouvem a respeito de Jesus e dão crédito ao que é dito, surge também um desejo de abandonar a rebelião. Isto é chamado de arrependimento. A seguir são mergulhados na água. A mudança é radical. É tão grande que Jesus, o Senhor, chamou- a de novo nascimento (Jo 3.3-10).

- Mas esta não é uma linguagem simbólica de Jesus – disse Admirael – porque não é apenas uma mudança de mentalidade ou de comportamento, embora seja isto o que nós podemos ver. Mas algo ocorre com a própria natureza deles! A própria vida do Criador entra neles e eles passam a participar dela! (1Pe 1.4). Isto é muito mais do que nós conhecemos. É algo que nunca tivemos! Eles chamam o Altíssimo de “Pai Querido”. E este olha para eles com uma ternura que nós nunca vimos. Depois disto, eles entram num processo de transformação contínuo, que é chamado de santificação (Rm 6.22).

- Entretanto, alguns deles não mudam – lembrou Deslumbrael – Continuam com a mentalidade e o comporta- mento antigo. Há também outros que passam por mudança inicial, entretanto, depois de um tempo, mesmo que per- maneçam no convívio da igreja, abandonam a santificação de suas vidas (Mt 25.1-13).

- Estão sendo chamados de “os enganados” – completou Admirael. Pois chamam Jesus de Senhor, mas não fa- zem o que ele manda (Mt 7.21-23; Lc 6.46). Alguns até mudam seu comportamento mais grosseiro, abandonam ví- cios de grande imoralidade, mas continuam mentindo, ou tratando mal suas esposas. Há mulheres que não se sujeitam aos seus maridos. E ainda há muitas outras formas de desobediência entre eles.

- Mas Jesus avisou que isto iria acontecer – interrompeu Deslumbrael – Um dos seus discípulos, chamado Pau- lo, afirmou que aconteceria ainda em maior número no final dos tempos deles, quando haveria um grande desvio da fé, chamado de “Apostasia” (2Ts 2.3). Neste tempo haverá uma falsa “igreja” que, pouco a pouco, aceitará o pecado e a imoralidade dos homens como coisa normal. Até mesmo que homens abandonem suas esposas e vivam com ou- tras, apesar de Jesus ter dito claramente que isto é adultério.

- Nesta época, o orgulho se instalará neles com toda sua força. Apesar de aceitarem várias formas de pecado estarão convencidos de que Deus está contente com eles. Falarão de seu crescimento, seus números, suas construções e seus programas, mas estarão longe de seu primeiro amor (Ap 3.15-17; 2.4).

Neste momento eles interrompem a conversa, pois ela trouxe um sentimento de tristeza, um sabor desagradável. Se algum dos rebeldes estivesse por perto poderia dizer que o Bendito esforço do Verbo Encarnado não era eficaz. Como e toda a sua humilhação e sofrimento não fossem suficientes para curar os de barro. Mas eles sabiam que não

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era assim. E era isto que os mantinha em constante exultação na presença do Altíssimo. Foi então que Deslumbrael deu um novo rumo à conversa:

- Lembremo-nos dos discípulos verdadeiros, Admirael. Aqueles que realmente conhecem a Jesus e, por isso abandonam sua rebelião e abominam o seu próprio orgulho. Que admiração nós temos pela transformação que eles experimentam! E que grande alegria o Altíssimo demonstra!

- Sim – concordou Admirael – o trabalho feito pelo Verbo Esvaziado foi perfeito. Ele deu tudo o que é necessá- rio (2Pe 1.3). Deu sua própria vida santa e perfeita para que eles vivam por meio dela (1Jo 4.9).

Deslumbrael então sorri. Parece que se agiganta e fala em alta voz: - Eles fazem mais do que nós, Admirael. Experimentam o que nunca experimentamos e conhecem o Altíssimo como Pai. O Triuno vive dentro deles (Jo 14.23). Jesus os ama infinitamente e está sempre advogando as suas causas diante do trono (Rm 8.34; Hb 7.25). Deus os fez participarem da própria natureza divina e eles herdarão com Cristo toda a sua glória (Rm 8.17). Apesar de vi- verem limitados àquela terra, podem entrar e morar na sala do trono todo o tempo (Hb 10.19). Não necessitam como nós, esperar um chamado.

- Também praticam o que nunca praticamos – continuou Admirael – amam como nunca nos foi dado amar. So- frem por amor de seu amado Senhor. Suportam perseguições e maltratos. Alguns dão as suas vidas por amor a Jesus. Outros são encarcerados, padecem aflições, perdem seus queridos, são rejeitados, escarnecidos e desprezados. Mas a sua grande alegria é agradar aquele que os conquistou (Hb 11.36-38).

- E eles estão continuamente mudando. A vida deles vai se modificando um dia após o outro (Pv 4.18). O Altís- simo diz que quer fazê-los semelhantes a Jesus (Rm 8.29; 2Co 3.18). Como é poderosa a sua obra entre os de barro! Seres rebeldes e imundos tornam-se limpos e santos!

- Parece que há um detalhe – disse Admirael – que é o mais importante para o Altíssimo. Algo que o comove e o alegra sobremaneira, pois quando este detalhe acontece, eles estão sendo poderosamente transformados e santifica- dos.

- E o que vem a ser isto? – Perguntou Deslumbrael.

- Ocorre quando eles se humilham e aceitam ser humilhados – respondeu Admirael – pois nada os faz mais di- ferentes do que querubim e mais parecidos com Cristo.

No documento A SI MESMO SE ESVAZIOU PARTE 1 (páginas 41-43)

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