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Políticas Governamentais são as ações executadas pelo Governo no cumprimento de seu dever para com a população. Estas geralmente possuem um ou mais órgãos executores (vistos no item “2.6 – Instituições”), e uma instrução pública prevendo sua existência. As principais Políticas Governamentais existentes à nível Federal e Estadual, e que possuem atuação relevante para o setor florestal de Mato Grosso do Sul, são demonstradas neste item.

2.5.1 – POLÍTICAS FEDERAIS

2.5.1.1 - PNB (Política Nacional da Biodiversidade)

A PNB (Política Nacional da Biodiversidade) faz parte das responsabilidades do MMA. Esta foi elaborada pelo mesmo com base em estudos técnicos realizados em biomas brasileiros. A PNB tem como objetivos:

i. Definir ações integradas para assegurar a conservação da biodiversidade;

ii. Difundir as técnicas de utilização sustentável da biodiversidade, seus produtos e

serviços;

iii. Repartir de maneira justa os benefícios derivados da utilização da biodiversidade.

2.5.1.2 - PNDR (Política Nacional de Desenvolvimento Regional)

A PNDR (Política Nacional de Desenvolvimento Regional) tem como principal objetivo a redução das desigualdades regionais do Brasil, a qual é efetivada através da identificação e ativação dos potenciais de desenvolvimento das regiões. Isto é geralmente realizado através de:

i. Disponibilização de infra-estrutura, crédito e tecnologia para o aproveitamento de

oportunidades econômico-produtivas promissoras para o desenvolvimento;

ii. Promoção da inserção social da população, com ações de capacitação dos recursos

humanos e melhoria da qualidade da vida;

iii. Fortalecimento das organizações sócio-produtivas regionais, com a ampliação da

participação social, além de estímulo à realização de planos e programas de desenvolvimento;

iv. Estimulo a exploração das potencialidades advindas das diversidades sócio-

econômicas e ambientais do Brasil.

Para que as linhas estratégicas de atuação do PNDR, um Plano Nacional, efetivamente aumentem o IDH da população Brasileira, este foi dotado de diversos instrumentos, tais como Planos Regionais, Programas Governamentais e Fundos de Desenvolvimento Regional, como observado na tabela 2.25. A ação com maior impacto no setor florestal de Mato Grosso do Sul é o FCO (Fundo Constitucional de Financiamento da Região Centro-Oeste). O Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional ainda precisa ser regulamentado para tornar-se operacional.

Tabela 2.25 – Instrumentos do PNDR

Instrumento Ação Objetivos

Planos Macro-Regionais de Desenvolvimento (Amazônia Sustentável,

Nordeste/Semi-Árido e Centro -Oeste). Desenvolvimento Macro-Regional Planos Regionais

Planos Meso-Regionais de

Instrumento Ação Objetivos PROMESO (Promoção da Sustentabilidade

de Espaços Sub-Regionais) Implantação de novo modelo de gestão em Regiões selecionadas PROMOVER (Promoção e Inserção

Econômica de Sub-Regiões)

Adensamento das

potencialidades produtivas regionais

CONVIVER (Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semi-Árido)

Dinamização econômica do Semi- Árido

Desenvolvimento Social da Faixa de Fronteira

Ação focada em pequenas obras de infra-estrutura nas áreas de saneamento, urbanização, educação, saúde e assistência social

RIDE (Desenvolvimento da Região

Integrada do Distrito Federal) Implantação de modelo de gestão do território Programas

Governamentais

PRODUZIR (Organização Produtiva de Comunidades Pobres)

Capacitação de comunidades para organização produtiva e inserção econômica

Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional

Fundos Constitucionais de Financiamento (FNE, FNO, FCO)

Fundos de Desenvolvimento

Regional

Fundos de Desenvolvimento Regional do Nordeste e da Amazônia

Desenvolvimento Regional

Fonte: MI (Ministério da Integração Nacional) – Adaptado por STCP

2.5.1.3 – Política Nacional do Meio Ambiente

A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida. Visando assegurar no Brasil condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

i. Manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um

Patrimônio Público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista seus benefícios e uso coletivo;

ii. Racionalização do uso da terra, do subsolo, da água e do ar;

iii. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

iv. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

v. Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

vi. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a

viii. Recuperação de áreas degradadas e proteção de áreas ameaçadas de degradação;

ix. Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,

objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

2.5.1.4 - SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente)

O SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente) foi instituído pela Lei Federal nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981, e regulamentado pelo Decreto 99.274, de 6 de Junho de 1990. É constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. O SISNAMA possui a estrutura de órgãos e responsáveis demonstrada na tabela 2.26.

Tabela 2.26 – Estrutura do SISNAMA

Órgãos Responsáveis

Superior Presidente e Conselho de Governo

Consultivo e Deliberativo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) Central MMA (Ministério do Meio Ambiente)

Executor IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) Seccionais

Órgãos ou Entidades Estaduais responsáveis pela execução de

programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental

Locais Órgãos ou Entidades Municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições Fonte: SISNAMA

A atuação do SISNAMA ocorre mediante articulação coordenada dos Órgãos e Entidades que o constituem, observado o acesso da opinião pública às informações relativas as agressões ao meio ambiente e às ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a regionalização das medidas emanadas do SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e complementares.

Os Órgãos Seccionais devem prestar informações sobre seus Planos de Ação e Programas em Execução, consubstanciadas em Relatórios Anuais, que são consolidados pelo MMA em um Relatório Anual sobre a situação do meio ambiente no Brasil. Este é anualmente publicado e enviado à atenção do CONAMA, seu órgão Consultivo e Deliberativo, para serem tomadas as providências cabíveis para remediar problemas e potencializar soluções.

2.5.1.5 - SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza)

O SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza) é constituído pelo conjunto das Unidades de Conservação Federais, Estaduais, Municipais e Privadas. Desta forma, cerca de 4,3 milhões de hectares de Mato Grosso do Sul, protegidos sob a forma de Unidades de Conservação, estão sob a supervisão deste sistema, que possui os seguintes objetivos:

i. Contribuir para a manutenção da biodiversidade, e conseqüentemente de seus vastos recursos genéticos, no Território Nacional e nas Águas Jurisdicionais;

ii. Proteger as espécies ameaçadas de extinção, tanto no âmbito regional como nacional;

iii. Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;

iv. Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;

v. Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no

processo de desenvolvimento;

vi. Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

vii. Proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica,

espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

viii. Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;

ix. Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;

x. Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e

monitoramento ambiental;

xi. Valorizar econômica e socialmente a biodiversidade;

xii. Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em

contato com a natureza e o turismo ecológico;

xiii. Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais,

respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.

2.5.2 – POLÍTICAS ESTADUAIS

Atualmente todos os Programas Governamentais do Estado de Mato Grosso do Sul obedecem a Lei Estadual n° 3.484, de 21 de Dezembro 2007, que dispõe sobre o PPA-MS (Plano Plurianual de Mato Grosso do Sul) para o período 2008-2011. O PPA-MS ordena investimentos de R$ 30 bilhões no Estado durante este período.

O PPA-MS contém as diretrizes e prioridades da administração pública estadual para a realização das despesas de capital e para os programas de duração continuada. Este é um instrumento de planejamento de médio prazo, instituído pela Constituição Federal, a ser observado na elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual. O PPA-MS é constituído por Programas, desmembrados em Projetos e Ações de governo, e que devem seguir os Planos Estratégicos de Desenvolvimento Nacional, Estadual e Municipais. Os principais Programas previstos no PPA-MS e que são relevantes ao setor florestal de Mato Grosso do Sul são:

iii. PELT (Plano Estadual de Logística de Transportes)

iv. Poliduto MS/PR

v. ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de Mato Grosso do Sul)

Tais programas são vistos com mais detalhes no item “2.6.2 – Programas Estaduais”.