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2.6 PROGRAMAS E INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS

2.6.1 – PROGRAMAS E INICIATIVAS FEDERAIS

2.6.1.1 - FNDF (Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal)

A Lei nº 11.284, de 2 de Março de 2006, que regulamenta a Gestão de Florestas em Áreas Públicas, cria o Serviço Florestal Brasileiro, estabelece o FNDF (Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal), e cria o sistema de concessão de Florestas Nacionais para o manejo florestal sustentável.

O FND foi criado com o objetivo promover o fomento e o desenvolvimento tecnológico das atividades florestais sustentáveis, a partir de recursos obtidos com a taxa cobrada de empresas que desejam tornar-se concessionário de uma área de Floresta Nacional, visando seu manejo florestal sustentável.

Do total dos recursos arrecadados até 20% deve ser utilizada para a fiscalização do manejo florestal, de forma que este seja praticado de forma ambientalmente, economicamente e socialmente sustentável. O agente fiscalizador desta concessão é Serviço Florestal Brasileiro. O restante dos recursos arrecadados pelo FNDF 60% deve ser distribuído entre os Estados e Municípios onde se localiza a Floresta Pública (30% para os Estados e 30% para os Municípios) e os 40% restantes são destinados a composição do FNDF.

A Gestão das Florestas Públicas para Produção Sustentável pode autorizar o manejo florestal sustentável em Terras Públicas nos seguintes casos:

i. Através da criação de Florestas Nacionais, modalidade de UC (Unidade de

Conservação) que permite a produção florestal sustentável em Terras Públicas;

ii. Destinação de Terras Públicas para uso comunitário, denominados como:

• Áreas Quilombolas

iii. Concessões Florestais pagas, baseadas em processo de Licitação Pública.

2.6.1.2 - IIRSA (Iniciativa para a Integração da Infra-Estrutura Regional Sul Americana)

IIRSA (Iniciativa para a Integração da Infra-Estrutura Regional Sul-Americana) é uma iniciativa dos 12 países que formam a América do Sul, visando a integração continental entre as costas dos Oceanos Atlântico e Pacífico.

Esta contempla mecanismos de coordenação e intercâmbio de informações entre os Governos dos países da América do Sul e as três Instituições Financeiras Multilaterais do continente: o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), a CAF (Corporação Andina de Fomento) e o FONPLATA (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia Platina), de forma a que os objetivos multilaterais propostos sejam alcançados.

A IIRSA surgiu em Reunião de Presidentes da América do Sul realizada em Agosto de 2000 em Brasília, Brasil. Nesta os Presidentes entraram em um acordo para que os países passassem a realizar ações conjuntas para impulsionar o processo de integração política, social e econômica da América do Sul. Dentre as ações previstas para tal fim inclui-se a modernização da infra-estrutura regional e ações específicas para estimular a integração e desenvolvimento de regiões isoladas.

Desde seu início, a IIRSA contempla certos princípios orientadores que tem guiado as ações dos Governos e das Instituições Financeiras Multilaterais do continente, e que relacionam objetivos gerais da IIRSA com outras iniciativas Sul-Americanas.

Através do trabalho conjunto dos Governos e das Instituições Financeiras Multilaterais participantes, a IIRSA concentrou seus esforços em três áreas de ação principais:

I. Construção de uma Visão Estratégica de Integração Física da América do Sul; II. Eixos de Integração e Desenvolvimento;

III. Projetos de Integração Regional.

Desta forma, dentre todos os Projetos de Integração Regional em andamento na América do Sul, aqueles que afetam diretamente o Estado de Mato Grosso do Sul são demonstrados na tabela 2.27.

Nota-se que os Governos da América do Sul planejam investir pesadamente na consolidação da Hidrovia do Paraná-Paraguai e do Tietê, para que se possa navegar entre São Paulo (SP) e Buenos Aires (Argentina), incluindo a construção de uma eclusa na Represa de Itaipu (PR). Também faz parte da estratégia de integração da América do Sul a efetivação do transporte ferroviário entre os Portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), no Oceano Atlântico, e o de Iquique (Chile), no Oceano Pacífico. Para isso o Estado de Mato Grosso do Sul deverá ser contemplado com a melhoria da Ferrovia Novoeste entre Corumbá (MS) e Santos (SP), e a ligação ferroviária entre Campo Grande (MS) e Paranaguá (PR). Estas obras também permitirão a ligação ferroviária entre Campo Grande (MS) e Foz do Iguaçu (PR).

Tabela 2.27 – Projetos da IIRSA Afetando Diretamente o Mato Grosso do Sul

Tipo de Infra-Estrutura Projeto

Ampliação da Infra-Estrutura Portuária do Porto de Paranaguá, PR Marítima

Programa de Modernização do Porto de Santos, SP Conclusão do Anel Viário de Curitiba, PR

Acesso Viário ao Terminal de Santa Terezinha do Itaipú Rodoviária

Ampliação da Ponte Rodoviária de Presidente Epitácio, SP - Bataguassu, MS

Construção do Anel Ferroviário de Curitiba, PR

Construção da Ferrovia Cascavel, PR-Foz do Iguaçu, PR Construção da Ferrovia Cascavel, PR-Guaíra, PR Novo Corredor Ferroviário do Oeste do Paraná

Ponte Ferroviária com Pátio de Cargas (Ciudad del Este, Paraguai - Foz do Iguaçu, Brasil)

Acesso Ferroviário ao Termional Multimodal de Santa Terezinha do Itaipú, PR)

Ferrovia entre Guaíra, PR - Cianorte, PR Ferrovia entre Guaíra, PR - Maracaju, MS Ferrovia entre Panorama, SP - Adamantina, SP

Ferrovia entre Presidente Epitácio, SP - Presidente Prudente, SP Anel Ferroviário de São Paulo, SP (Ramais Norte e Sul)

Anel Rodoviário de Campo Grande, MS Anel Rodoviário de Corumbá, MS Anel Ferroviário de Campo Grande, MS

Recuperação do Ramal Ferroviário Bauru, SP - Santos, SP Recuperação do Ramal Ferroviário Corumbá, MS - Bauru, SP Ferroviária

Recuperação do Ramal Ferroviário Corumbá, MS - Campo Grande, MS (Ferrovia do Pantanal)

Melhoria da Navegabilidade do Rio Paraguai entre o Rio Apa e Corumbá, MS

Sistema de Comunicações do Rio Paraguai (Assunção, Paraguai - Aguas Arriba, Paraguai)

Sistema de Predição dos Níveis do Rio Paraguai (Rio Apa, MS - Aguas Arriba, Paraguai)

Sistema de Predição dos Níveis do Rio Paraguai (Rio Apa, MS - Assunção, Paraguai)

Ampliação do Porto Hidroviário de Bataguassu (MS)

Melhoria da Navegabilidade do Rio Paraná (Aguas Arriba, Paraguai - Itaipú, PR)

Melhoria da Navegabilidade do Rio Tietê, SP

Projeto Binacional de Transposição de Itaipú (Paraguai - Brasil) Porto Hidroviário de Mundo Novo, MS

Ampliação do Canal de Navegação de Presidente Epitácio, SP - Bataguassu, MS

Hidroviária

Terminal Portuário de Santa Terezinha, PR

Tipo de Infra-Estrutura Projeto

Estação Fronteiriça de Puerto Suarez, Bolívia – Corumbá, MS Fonte: IIRSA – Adaptado por STCP

2.6.1.3 - PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)

O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é um programa do governo federal que busca estimular os setores produtivos do Brasil. Este disciplina investimentos públicos e privados nas áreas de transporte, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos, que em 4 anos deverão totalizar R$ 504 bilhões. A expansão do investimento em infra-estrutura é condição fundamental para a aceleração do desenvolvimento sustentável no Brasil. Dessa forma, o país poderá superar os gargalos da economia e estimular o aumento da produtividade e a diminuição das desigualdades regionais e sociais. O conjunto de investimentos está organizado em três eixos principais, demonstrados na tabela 2.28.

Tabela 2.28 – Principais Eixos de Atuação do PAC até 2010

Eixo Atuação Recursos

Logística

Construção, adequação, duplicação e recuperação de 45 mil quilômetros de rodovias e 2,5 mil quilômetros de ferrovias;

ampliação e melhoria de 12 portos e 20 aeroportos. R$ 58 Bilhões

Energia

Geração de mais 12 mil MW de energia elétrica; construção de mais 14 mil quilômetros de linhas de transmissão; instalação de quatro novas unidades de refino petroquímico; construção de 4,5 mil quilômetros de gasodutos; instalação de 46 novas usinas de biodiesel e de 77 novas usinas de etanol.

R$ 275 Bilhões

Social e Urbano

Construção de mais 4 milhões de moradias; água e coleta de esgoto para 22,5 milhões de moradias; infra-estrutura hídrica para 23,8 milhões de pessoas; ampliação e a conclusão de metrôs em 4 regiões metropolitanas.

R$ 171 Bilhões

Total R$ 504 Bilhões

Fonte: Governo da República Federativa do Brasil – Adaptado por STCP

O PAC busca introduzir um novo conceito de investimento em infra-estrutura no Brasil, com a universalização dos benefícios econômicos e sociais para todas as regiões do País. Este deverá estimular prioritariamente a eficiência produtiva dos principais setores da economia. Isto deverá impulsionar a modernização tecnológica, acelerar o crescimento nas áreas já em expansão, ativar áreas deprimidas, aumentar a competitividade e integrar o Brasil com seus vizinhos e com o mundo.

Um programa dessa magnitude só é possível por meio de parcerias entre o setor público e o investidor privado, somadas a uma articulação constante entre os entes federativos (estados e municípios). Em busca de resultados mais rápidos, o governo federal optou por recuperar a infra-estrutura existente, concluir projetos em andamento e buscar novos projetos com forte potencial para gerar desenvolvimento econômico e social, além de estimular a sinergia entre estes projetos.

2.6.1.4 - PED-CO (Plano Estratégico de Desenvolvimento do Centro-Oeste)

O objetivo do PED-CO (Plano Estratégico de Desenvolvimento do Centro-Oeste) é orientar e organizar as iniciativas e ações dos Governos Federal, Estaduais, Municipais e da sociedade para a implementação de políticas, programas e projetos de desenvolvimento sustentável da Região Centro-Oeste.

Sua agência executora é a Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste, vinculada ao MI (Ministério da Integração Nacional). Esta atualmente trabalha em prol da efetivação do Plano Estratégico traçado para o período 2007-2020.

Segundo este Plano Estratégico, para sua realização será necessário um investimento Público e Privado total de R$ 147 bilhões em seus primeiros 4 anos (2007-2010), ou quase R$ 36 bilhões/ano. Apenas para os chamados Vetores Estratégicos, nome dado aos 25 projetos com mais alta prioridade, serão necessários R$ 52 bilhões no período 2007-2010, equivalentes a R$ 13 bilhões anuais.

Entre os principais projetos viários estão a pavimentação, asfaltamento e melhoria da BR-364 (124 km em Mato Grosso), BR-163 (1.174 km entre Nova Santa Helena e Santarém), BR-158 (390 km entre Ribeirão Cascalheira e Vila Rica), BR-359 (entre Coxim e Mineiros), BR-050 (52 km entre as divisas de GO, MG e SP), (rodovia ligando Mato Grosso e Santa Cruz de la Sierra), MS-040 (240 km com ponte sobre o Rio Paraná), MS-306 (72 km em MS), MT-100 (em Mato Grosso).

Também estão previstas as duplicações da BR-163 de Cuiabá a São Paulo, BR-040 e BR-050 (72 km entre Luziânia e Cristalina). Outra obra considerada prioritária é a implantação das rodovias Transoceânica, Anel regional-internacional (Goiânia - Campo Grande - Cuiabá - Santa Cruz - Salta e Assunção) e projetos do IIRSA (Iniciativa para a Integração da Infra-Estrutura Regional Sul-Americana), que viabilizará a integração continental entre as costas dos Oceanos Atlântico e Pacífico.

Na área de ferrovias, o Plano Estratégico prevê a construção do trecho de 400 km da Ferronorte entre Alto Araguaia (MT) e Cuiabá (MT), a construção do ramal ferroviário entre Cuiabá e Porto Velho e a implantação do trem turístico do Pantanal, com melhoria do trecho de 467 km entre Corumbá e Campo Grande.

Entre os outros projetos prioritários estão o desenvolvimento da infra-estrutura de turismo, conservação e recuperação de lagos, rios e matas ciliares, industrialização das cadeias produtivas de grãos, encadeamento da produção florestal-madeireira, industrialização da cadeia produtiva da pecuária de corte, infra-estrutura para pesquisa de desenvolvimento na região, diversificação da matriz energética, ampliação da rede transmissão de energia, promoção da agricultura familiar, ampliação do saneamento básico e estímulo ao uso econômico sustentável da biodiversidade.

O PED-CO tem como metas globais ampliar a rede de abastecimento de água do Centro-Oeste dos atuais 87% dos domicílios para 91% em 2010, 95% em 2015 e 99% em 2020. A taxa de esgotamento sanitário na região deve crescer dos atuais 39% para 48%, 61% e 90% nos mesmo prazos.

A meta para a mortalidade infantil é de redução dos 21 óbitos a cada mil nascidos vivos de hoje para 6/mil em 2020. O objetivo para o índice de pobreza é uma redução das 25% da população que hoje estão abaixo da linha para 9% no mesmo prazo. Pelas metas globais do PED-CO, o nível médio de escolaridade deve subir de 7 anos médios de estudo para 13 anos. A taxa de

Entre as metas econômicas está a elevação do PIB da região dos atuais R$ 136 bilhões para US$ 417 bilhões em 2020. No período, o objetivo é que o Centro-Oeste passe a representar 10% da economia Brasileira, frente os 8% verificados hoje. A malha rodoviária em bom estado de conservação deverá dar um salto dos 28% verificados hoje para 59%. Com o fomento à industrialização pretendido pelo PED-CO, a participação de bens primários na pauta de exportação dos Estados da região cairá dos 70% de hoje para 59% em 2020.

2.6.1.5 - PNF (Programa Nacional de Florestas)

O PNF (Programa Nacional de Florestas) foi criado pelo Decreto nº 3.420, de 20 de abril de 2000. É um programa interministerial (envolvendo 11 ministérios) de articulação das ações do governo brasileiro com relação aos recursos florestais, coordenado pelo MMA e executado pela CONAFLOR.

Seus recursos são provenientes do Tesouro Nacional e da cooperação técnica e financeira externa, que inclui a OIMT (Organização Internacional de Madeiras Tropicais), PPG7 (Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais) e o GEF (Fundo Mundial para o Meio Ambiente). O PNF possui os seguintes objetivos:

i. Estimular o uso sustentável de florestas nativas e plantadas;

ii. Fomentar as atividades de reflorestamento, notadamente em pequenas propriedades

rurais;

iii. Recuperar Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal;

iv. Recuperar áreas degradadas;

v. Apoiar as iniciativas econômicas e sociais das populações que vivem em florestas;

vi. Reprimir desmatamentos ilegais e a extração predatória de produtos e subprodutos

florestais

vii. Conter o uso de queimadas e prevenir incêndios florestais;

viii. Promover o uso sustentável das Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais;

ix. Apoiar o desenvolvimento das indústrias de base florestal;

x. Ampliar os mercados interno e externo de produtos e subprodutos florestais;

xi. Valorizar os serviços ambientais, sociais e econômicos proporcionados pelas florestas;

xii. Estimular a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas florestais.

2.6.1.6 - SINIMA (Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente)

O SINIMA (Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente) é o instrumento de execução da Política Nacional de Meio Ambiente. Este é responsável pela gestão da informação ambiental no âmbito do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente), de acordo

O SINIMA é gerido pelo MMA, por meio da SAIC (Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente), que possui o DSIS (Departamento de Coordenação do Sisnama). Este possui 3 eixos estruturantes:

i. Desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação baseadas em programas

computacionais livres;

ii. Sistematização de estatísticas e elaboração de indicadores ambientais;

iii. Integração e interoperabilidade de sistemas de informação de acordo com uma SOA

(Arquitetura Orientada a Serviços).