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1991 2000

Fonte: MEC/INEP

Deve-se ressaltar que, se em 1991 os que estavam em idade de escolarização obrigatória, ou seja, entre 7 a 14 anos, somavam 402.057 crianças e jovens, em 2000, estes perfaziam 344.599, caracterizando-se como os que deveriam estar freqüentando, no início do milênio, o ensino fundamental no Município de Salvador, portanto 12 anos após a promulgação da CF/88. Todavia, como a partir de 1988 e, por vários anos, nenhum censo escolar foi realizado, a despeito de exigência legal, para tanto, tendo em vista que, e porque, os dados do último Censo Escolar de 2003 ainda não se encontram disponibilizados para consulta pública, fica difícil afirmar-se se população é representativa do universo dos que estão em idade de escolarização obrigatória e efetivamente cursando o ensino fundamental.

Por outro lado, deve-se assinalar que Salvador é um município mais urbano que rural, e que mesmo assim sua população rural no período de 1991 a 2000 cresceu 33,4%, enquanto a urbana teve um crescimento bem menor, de apenas 4,0%.

É interessante, no entanto, que se registre que esta tendência de pequeno crescimento da população é diferenciada quando se analisam as faixas etárias. De um lado, observa-se que na faixa etária de 0 a 6 anos, a tendência de crescimento se confirma, em torno de 8,2%; entre os que estão entre 7 e 14 anos, na faixa relativa aos que deveriam freqüentar o ensino fundamental, há um decréscimo populacional da ordem de 14,3%. Enquanto para os maiores de 15 anos o crescimento se manifesta em 23,8%. Estes dados indicam, em primeiro lugar, que, há pouca expansão da população de crianças e um decréscimo da população jovem,

relacionado muito provavelmente com políticas de planejamento de familiar adotadas, por órgãos públicos e organizações não governamentais nas décadas anteriores. E, em segundo lugar, que o crescimento da população adulta é maior, tendo em vista, inclusive, a mudança de pessoal para Salvador, em busca de emprego, de uma vida com maiores perspectivas.

De acordo com o censo demográfico, em 1991 (IBGE, 2000), a população residente com mais de 10 anos era de 1.627.966, não alfabetizada de 165.991, para a capital, correspondendo, dessa forma, ao percentual de 10,2%. Em 2000, a população cresce para 2.028.377, sendo não alfabetizada, 125.845, correspondendo, portanto, a taxa de analfabetismo a 6,2%. Verifica-se, diante de tais dados, a redução do analfabetismo de pessoas com 10 anos ou mais, tanto em termos absolutos como relativos, apesar do crescimento da população no período.

Saliente-se a esse respeito, que no art. 87 da nova LDB, instituiu-se a Década da Educação, a iniciar-se a partir da publicação da lei, promulgada em 23.12.1996, de modo que com a redução ocorrida no percentual de taxa de analfabetismo, no referido período indicado, supõe-se que, pelos indicadores acima, não se logrará superá-lo.

A taxa de escolarização, em Salvador, em 2000, é, no total, de 35,7%, enquanto para os menores de 6 anos, como esperado, pelo pouco número de estabelecimentos, vagas e matrículas no ensino fundamental, ela se restringe em 43,1% e, entre os de 18 e 24 anos, somente alcança 47,6%, sendo menor ainda, para os maiores de 25 anos (6,7%), do que se observa que nas faixas etárias extremas, há uma maior exclusão educacional, o que não significa, no caso dos maiores de 18 anos, que, necessariamente, estão cursando o nível superior, como poderia se supor. Na faixa relativa à escolarização de ensino fundamental, 7 a 14 anos, a taxa de escolarização é de 96,1% e, para os que estão entre 15 e 17 anos, é de 88,5% (INEP, 2000). Todavia, como se verá a seguir, pelas análises do ensino fundamental, por série e idade, essas duas últimas faixas etárias não correspondem, necessariamente, à escolarização adequada. De fato, a ausência de discriminação da taxa por faixas etárias, esconde a escolarização tardia, a repetência, a defasagem escolar, e, ainda, a retenção escolar, que também inclui as classes de aceleração e fluxo de regularização, de alfabetização, que fazem parte do sistema regular de ensino.

Quanto aos problemas concernentes à implementação do ensino fundamental, em entrevista realizada com a Promotora Pública, da 9ª Promotoria de Justiça e Cidadania em Defesa da Educação, Dra. Márcia Regina dos Santos Virgens, destacou-se a dificuldade de realização de matrícula em escola próxima da residência do aluno, como garante a lei.

foram realizadas cerca de 200.000 matrículas no ensino fundamental.

A Tabela nº 1 registra a evolução do total de matrículas (nos três turnos), em cada uma das oito séries do ensino fundamental, bem como a matrícula total para o período 1999/200525, incluindo crianças, jovens e adultos. De um modo geral, observa-se que tanto em cada uma das séries, como no total, há um decréscimo significativo do número de matrículas, que não pode ser explicado pela redução da população de 7 a 14 anos, ocorrida na década de 90 em Salvador, porque em termos absolutos, mesmo com esta redução, o número de matrículas é maior em 2000, do que a população para esta faixa etária, no mesmo ano, indicando que o sistema absorveu outras pessoas, crianças, jovens e adultos, de diferentes idades, em todo o ensino fundamental. O que estes dados evidenciam é que pode ter existido ou uma redução da oferta de matrículas ou uma redução da demanda por escolarização, ou ambas, para o período de sete anos, que constitui a presente série histórica.

TABELA nº 1 EVOLUÇÃO DO TOTAL DE MATRÍCULAS NO ENSINO FUNDAMENTAL, POR SÉRIE, E TOTAL, NO MUNICÍPIO DE SALVADOR

SÉRIE HISTÓRICA 1999/2005