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Posicionamentos jurisprudenciais

No documento Sucessão no direito homoafetivo (páginas 57-103)

Durante todo o presente trabalho objetivou-se demonstrar que todas as pessoas são iguais perante a lei e assim tratadas, respeitando é claro suas diferenças. Mostrou-se que não há impedimento a que duas pessoas do mesmo sexo constituam entre si uma entidade familiar com argumentos baseados sobremaneira no posicionamento religioso.

Abordou-se vários aspectos da sociedade familiar e suas consequências dentro do direito de família contextualizando acerca das entidades homoafetivas. E o que se busca nesse tópico é exemplificar todas essas questões polêmicas trabalhadas por aqui, para melhor visão de como o Brasil lida com este tema. Assim, este enfoca o objetivo de mostrar algumas jurisprudências sobre os referidos temas, como casamento e dissolução da entidade familiar com decisões que afirmem o objetivo presente neste trabalho.

Expõem-se em primeiro lugar, a possibilidade conferida a duas pessoas do mesmo sexo de poderem converter a união estável homoafetiva em casamento, depois de interporem uma apelação, para que pudesse ocorrer o feito, assim se consta da seguinte decisão:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. CONVERSÃO DE UNIÃO ESTÁVEL

HOMOAFETIVA EM CASAMENTO. CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO

MESMO SEXO. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO.

DESCONSTITUIÇÃO DA SENTENÇA PARA REGULAR PROCESSAMENTO DO FEITO. 1. Tendo em vista o julgamento da ADI nº 4.277 e da ADPF nº 132, resta superada a compreensão de que se revela juridicamente impossível o reconhecimento de união estável, em se tratando de duas pessoas do mesmo sexo. 2. Considerando a ampliação do conceito de entidade familiar, não há como a omissão legislativa servir de fundamento a obstar a conversão da união estável homoafetiva em casamento, na medida em que o ordenamento constitucional confere à família a "especial proteção do Estado", assegurando, assim, que a conversão em casamento deverá ser facilitada (art. 226, § 3º, CF/88). 3. Inexistindo no ordenamento jurídico vedação expressa ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, não há que se cogitar de vedação implícita, sob pena de ofensa aos princípios constitucionais da igualdade, da não discriminação, da dignidade da pessoa humana e do pluralismo e livre planejamento familiar. Precedente do STJ. 4. Afirmada a possibilidade jurídica 31

Frisa-se que não é objetivo deste tópico abordar várias jurisprudências acerca de todos os temas referentes a homossexualidade e nem em se tratando de outras capitais nacionais. O objetivo aqui, é justamente mostrar de forma muito breve como o Estado do Rio Grande do Sul porta-se frente ao tema objeto do estudo.

do pedido de conversão, imperiosa a desconstituição da sentença, a fim de permitir o regular processamento do feito. APELO PROVIDO. (RIO GRANDE DO SUL, 2013a).

Como bem se nota, é normal o término de um relacionamento amoroso, no qual prevaleça as mesmas regras aplicadas aos parceiros hetero também aos homossexuais, principalmente em se tratando de uma sucessão hereditária, pelo fato de um dos parceiros já não se encontrar mais presente, facilitando-se assim, algumas fraudes referente a sua herança. Desse modo, transcreve-se a seguinte ementa:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO

ESTÁVEL HOMOAFETIVA. POSSIBILIDADE. POSICIONAMENTO

CONSAGRADO NO JULGAMENTO DA ADIN Nº 4277 E DA ADPF Nº 132. DIREITOS SUCESSÓRIOS. PREQUESTIONAMENTO. 1. Tendo em vista o julgamento da ADIn nº 4277 e da ADPF nº 132, resta superada a compreensão de que se revela juridicamente impossível o reconhecimento de união estável, em se tratando de duas pessoas do mesmo sexo. 2. Na espécie, o conjunto probatório é robusto no sentido da caracterização do relacionamento estável, nos moldes do art. 1.723 do CC, razão por que deve ser emprestado à relação havida entre a recorrente e a companheira falecida tratamento equivalente ao que a lei confere à união estável havida entre homem e mulher, inclusive no que se refere aos direitos sucessórios sobre as duas casas construídas com esforço comum, o que foi reconhecido judicialmente, na forma do art. 1.790, III, do CC (pois concorre a insurgente com a genitora da falecida). 3. O magistrado não está obrigado a se manifestar sobre todos os dispositivos legais invocados pelas partes, necessitando, apenas, indicar o suporte jurídico no qual embasa seu juízo de valor, entendendo ter dado à matéria à correta interpretação jurídica. APELO PROVIDO. (RIO GRANDE DO SUL, 2013b).

Interessante referir que esse posicionamento do nosso tribunal de justiça demonstra que hoje, não há como se reconhecer que há uma relação juridicamente certa, haja vista a união estável homoafetiva, ou seja, entre pessoas do mesmo sexo.

Assim, porta-se, da mesma maneira a seguinte decisão:

Ementa: EMBARGOS INFRINGENTES. UNIÃO HOMOSSEXUAL.

RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL. PARTILHA DE BENS. A união homossexual no caso concreto. [...] Via de conseqüência, as repercussões jurídicas, verificadas na união homossexual, tal como a partilha dos bens, em face do princípio da isonomia, são as mesmas que decorrem da união heterossexual. União homossexual: lacuna do Direito. O ordenamento jurídico brasileiro não disciplina expressamente a respeito da relação afetiva estável entre pessoas do mesmo sexo. Da mesma forma, a lei brasileira não proíbe a relação entre duas pessoas do mesmo sexo. Logo, está-se diante de lacuna do direito. Na colmatação da lacuna, cumpre recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito, em cumprimento ao art. 126 do CPC e art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil. Na busca da melhor analogia, o instituto jurídico, não é a sociedade de fato. A melhor analogia,

no caso, é a com a união estável. O par homossexual não se une por razões econômicas. Tanto nos companheiros heterossexuais como no par homossexual se encontra, como dado fundamental da união, uma relação que se funda no amor, sendo ambas relações de índole emotiva, sentimental e afetiva. [...] EMBARGOS INFRINGENTES ACOLHIDOS, POR MAIORIA. (RIO GRANDE DO SUL, 2013c).

Neste eixo utilizar-se-á uma ementa32, que discute exatamente o aspecto abordado no presente trabalho, passando pela discussão histórica, abordando os princípios, numa discussão ampla do tema com enfoque no reconhecimento de uma união estável homoafetiva:

Ementa: AÇÃO DECLARATÓRIA. RECONHECIMENTO. UNIÃO ESTÁVEL.

CASAL HOMOSSEXUAL. PREENCHI-MENTO DOS REQUISITOS.

CABIMENTO.

A ação declaratória é o instrumento jurídico adequado para reconhecimento da existência de união estável entre parceria homoerótica, desde que afirmados e provados os pressupostos próprios daquela entidade familiar.

A sociedade moderna, mercê da evolução dos costumes e apanágio das decisões judiciais, sintoniza com a intenção dos casais homoafetivos em abandonar os nichos da segregação e repúdio, em busca da normalização de seu estado e igualdade às parelhas matrimoniadas.

EMBARGOS INFRINGENTES ACOLHIDOS, POR MAIORIA. (RIO GRANDE DO SUL, 2013d).

De fato, é plenamente possível a partilha de um bem adquirido depois da união estável homoafetiva e o acórdão em questão, trabalha exatamente isso, referendado pelo ato de aquisição do carro na constância da união estável entre os companheiros, com esforços mútuos, quando da sua dissolução haverá partilha entre ambos:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁRIO. VEÍCULO

ADQUIRIDO NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO HOMOAFETIVA QUE DEVE SER ARROLADO NO INVENTÁRIO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE SUB-ROGAÇÃO.

Comporta reforma a decisão que relegou para as vias ordinárias a discussão acerca da propriedade do veículo, porquanto o tema não configura alta indagação. Documentos acostados pelo inventariante confirmam que o automóvel foi adquirido na constância da união homoafetiva, com a contribuição de ambos os conviventes, já que não restou demonstrada a sub-rogação de bem particular. Bem que deve integrar o plano de partilha.

AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (RIO GRANDE DO SUL, 2013e).

32

Essa decisão, apesar de não tratar especificamente a respeito da sucessão e sim da partilha do benefício previdenciário, enfoca passagem elucidante merecedora de transcrição, qual seja:

Ementa: AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL

HOMOSSEXUAL. ORIENTAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. Tendo em vista a orientação traçada pelo Supremo Tribunal Federal, é inequívoco que a união estável homossexual passou a ser amparada pelas regras jurídicas que tutelam as uniões estáveis. 2. Cuidando-se de união homossexual, deve ser

partilhado igualitariamente o patrimônio amealhado durante a convivência marital, com aplicação, por analogia, das disposições do regime legal de bens do casamento e que rege também a união estável. 3. No caso, como não existe

patrimônio comum e a pretensão é de partilhar o benefício previdenciário concedido à recorrida, a pretensão mostra-se descabida diante do que estabelece o art. 1.659, inc. VII, do Código Civil, restando excluído do regime da comunhão o benefício. Recurso provido, em parte, por maioria. (RIO GRANDE DO SUL, 2013f, grifo nosso)

Há razões, como se destacou nestas decisões, crer que, o Brasil caminha cada vez mais para um verdadeiro país sem preconceito. Claro está que, ainda falta uma longa jornada, pois como se sabe, trata-se de um pais que abrange um vasto território geográfico e desta forma, não se consegue decisões unânimes em todo o seu espaço. Além do mais, nem mesmo ocorre essa unanimidade em se tratando de uma mesma região. Desta forma, espera-se que essa realidade alcançada por alguns homossexuais, transforme-se enfim, em uma Lei Federal, para que assim, todos os cidadãos homossexuais possam usufruí-la da mesma forma sem nenhuma espécie de discriminação.

CONCLUSÃO

Ao longo do trabalho e na busca por respostas à problematização apresentada no presente trabalho monográfico, averiguou-se todos os aspectos históricos relacionados ao envolvimento de pessoas do mesmo sexo, todo o preconceito exteriorizado aos mesmos através de diferentes formas de discriminação. Avaliou-se por visão da Igreja, os mesmos como seres pecadores baseada nesse comportamento desvirtuado e por muito tempo como uma doença. Entretanto, finalmente em 1995 essa situação deixou de ser exteriorizada e sendo considerados pessoas normais como todas as outras e sua sexualidade não estava ligada a uma escolha ou opção e sim a sua orientação sexual, assim como os heterossexuais que possuem uma afinidade de envolvimento sexual com pessoas de sexos opostos aos seus.

Ainda, constatou-se que a Igreja não se atrela mais ao Estado, quando se desmembrou do elemento eclesiástico, tornando-se laico, sem religião oficial e nem obrigatoriedade de seguir seus dogmas e suas verdades. Desse modo, os homossexuais ficaram mais livres, havendo ainda desrespeito e discriminação, porém com menor frequência.

Tornou-se possível constatar que apesar de não se ter uma legislação própria no Brasil, o mesmo já aplica alguns direitos aos homossexuais, antes somente concedido aos heterossexuais. Porém, se faz necessário como exposto no presente trabalho, que seja criada uma legislação especifica e assim, os homossexuais tenham seus direitos amplamente reconhecidos. Ocorre atualmente que a jurisprudência reconhece e aplica subsidiariamente alguns direitos aos homossexuais, porém não é de forma unânime. Ainda há juízes que não reconhecem determinados direitos, por suas convicções.

Além do mais, observou-se no campo do Direito comparado que muitos países já adotam suas próprias legislações e aplicam todos os direitos de forma igualitária tanto para os heteros quanto para os homossexuais.

Por conseguinte, a Carta Constitucional é enfática ao abordar que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]”. Não cabe fazer nenhuma distinção pela orientação sexual de seus cidadãos, visto que o Brasil é um país democrático e que assegura a todos os princípios da dignidade da pessoa humana, liberdade, igualdade e isonomia. Desse modo, justamente por esses princípios elencados é que os homossexuais também podem livremente conviverem em uma união estável, aplicados os mesmos direitos e deveres e com a possibilidade de sua conversão em casamento.

Assim, diante de todo o exposto, consubstanciado em doutrinadores e em pesquisas jurisprudenciais, verificou-se ser amplamente viável o reconhecimento do companheiro(a) sobrevivente a figurar como parte na sucessão do de cujus. O mesmo conviveu anos ao lado de seu parceiro(a) partilhando de todos os momentos de sua vida, tanto os bons quanto os ruins, ajudando-o mutuamente, seja de forma direta ou indireta. De tal forma, nada mais justo, ficar com a parte que lhe é legítima por herança do de cujus.

Além do mais, não cabe a tese da aplicação da sociedade de fato, pois os companheiros(as) convivem em plena comunhão de vidas, colaborando mutuamente tanto no que se refere a valor em pecúnia quanto em apoio moral. Nota-se que em uma relação conta- se muito a ajuda e assistência que o parceiro(a) fornece um ao outro, porque traz equilíbrio para a relação. Dizendo respeito a ajuda na criação, educação dos filhos e na organização do lar.

Por conseguinte, não se trata de uma sociedade lucrativa, na qual, ambos visem lucro, muito pelo contrário, trata-se de uma sociedade afetiva, na qual, ambos querem constituir um lar como qualquer outra pessoa heterossexual, não existindo nenhuma diferença entre ambas as orientações sexuais. Desse modo se ambos os companheiros(as) quiserem converter sua união estável em casamento, é lhes dada essa oportunidade. Além do mais, o ramo do direito que deve ser aplicado para solucionar qualquer litígio na seara familiar é o direito de família e não o direito obrigacional, como assim propõem a sociedade de fato. Portanto, resta-se superada o problema levantado na presente monografia, pois nas relações homoafetivas

quando do evento morte de um dos companheiros(as), o que permanece vivo possui amplo e total direito a entrar na sucessão concorrendo com os outros herdeiros com o mesmo teor de igualdade. Não necessita qualquer tipo de prova de sua efetiva contribuição para o acréscimo patrimonial do de cujus, ou seja, não precisa comprovar que ajudou monetariamente seu parceiro(a). Ainda, não havendo nenhum herdeiro para concorrer, o cônjuge sobrevivente ficará com a totalidade da herança, não sendo a mesma classificada como herança vacante, nem sendo destinada a qualquer ente da federação.

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ANEXO

AÇÃO DECLARATÓRIA. RECONHECIMENTO. UNIÃO

ESTÁVEL. CASAL HOMOSSEXUAL. PREENCHI-

MENTO DOS REQUISITOS. CABIMENTO.

A ação declaratória é o instrumento jurídico adequado para reconhecimento da existência de união estável entre parceria homoerótica, desde que afirmados e provados os pressupostos próprios daquela entidade familiar.

A sociedade moderna, mercê da evolução dos costumes e apanágio das decisões judiciais, sintoniza com a intenção dos casais homoafetivos em abandonar os nichos da segregação e repúdio, em busca da normalização de seu estado e igualdade às parelhas matrimoniadas.

EMBARGOS INFRINGENTES ACOLHIDOS, POR

MAIORIA.

EMBARGOS INFRINGENTES QUARTO GRUPO CÍVEL

Nº 70011120573 COMARCA DE PORTO ALEGRE

C.W.T.L.C.M. . EMBARGANTES; M.P. . EMBARGADO. A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Desembargadores integrantes do Quarto Grupo Cível do Tribunal de Justiça do Estado, por maioria, acolher os embargos infringentes, vencidos os Desembargadores Antonio Carlos Stangler Pereira e Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves

Custas na forma da lei.

Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores Desembargadores ANTONIO CARLOS STANGLER PEREIRA (PRESIDENTE),

MARIA BERENICE DIAS, RUI PORTANOVA, LUIZ FELIPE BRASIL SANTOS, SÉRGIO FERNANDO DE VASCONCELLOS CHAVES E JOSÉ S. TRINDADE.

Porto Alegre, 10 de junho de 2005.

DES. JOSÉ CARLOS TEIXEIRA GIORGIS, Relator.

R E L A T Ó R I O

DES. JOSÉ CARLOS TEIXEIRA GIORGIS (RELATOR) -

Adoto, de início, o relatório constante no parecer do douto Procurador de Justiça, Dr. Miguel Bandeira Pereira (fls. 246-257), a seguir transcrito e complementado:

“Apreciando apelação interposta pelo Ministério Público,

nos autos de ação declaratória de reconhecimento de união estável promovida por CW e TLCM, a Colenda 8ª Câmara Cível desse Tribunal, por maioria, deu parcial provimento à inconformidade, assentando a impossibilidade do reconhecimento de união estável entre dois homens, de modo a merecer proteção do Estado como entidade familiar, face o art. 226, § 3° da Constituição Federal (fls. 199 a 203).

O voto condutor da maioria proveu o recurso apenas para

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