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A LANCHONETE DO ALAN XONETE

E PRÁTICA PEDAGÓGICA.

Adriana Ofretorio de Oliveira Martin – FE/Unicamp – martin@unicamp.br

Anna Regina Lanner de Moura (orientadora) – FE/Unicamp – lanner@unicamp.br

Agência financiadora: CAPES

O presente trabalho apresenta uma análise inicial da impressão do estudante sobre o espaço de formação para o ensino de matemática promovido pelo Projeto Integrado do curso de Pedagogia da Unicamp1. Esta análise preliminar refere-se à pesquisa de mestrado, O espaço de formação no curso de pedagogia num contexto de um projeto integrado do ensino de ciências, matemática e prática pedagógica cujo objetivo é compreender, com fundamentos na teoria histórico-cultural, como os estudantes significam a sua formação para o ensino de matemática nas séries iniciais de escolarização no contexto de um projeto integrado.

O Projeto Integrado tem como meta proporcionar ao estudante de Pedagogia um espaço de formação interdisciplinar num contexto de ensino que integra quatro disciplinas: a de Fundamentos do Ensino de Ciências, de Fundamentos do Ensino de Matemática e de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado. Para tanto, oferece aos estudantes condições para que vivenciem a docência na formação inicial em um processo crítico-reflexivo sobre a própria prática. O referido Projeto visa convocar tanto os alunos quanto os professores a trabalharem em conjunto na produção de reflexões e de narrativas escritas sobre o espaço de formação integrado, na perspectiva de investigar, conhecer e (re) significar seus saberes profissionais. Tantos docentes como discentes produzem narrativas reflexivas sobre as aulas desenvolvidas.

Os discentes centram-se na reflexão dos significados sobre a profissão produzida pelas discussões dos textos e demais experiências vivenciadas no Projeto Integrado, já os docentes, além das aulas e da orientação dos projetos de ensino dos alunos a serem aplicados nas escolas, também, elaboram narrativas sobre as reflexões dos alunos. Também são promovidos momentos de reflexão denominados Fóruns de narrativas,

1 Narrativas na formação inicial do Pedagogo: possibilidades de articulação entre ensino e pesquisa num

contexto coletivo de discussão sobre a elaboração das narrativas docentes e discentes, bem como o contexto interdisciplinar do Projeto Integrado.

As atividades do Projeto Integrado são desenvolvidas em dois semestres e cada semestre inclui dois momentos distintos das ações discentes e docentes das disciplinas. Um primeiro momento se caracteriza pelo desenvolvimento das aulas das disciplinas e das orientações dos docentes sobre as narrativas e sobre os projetos de ensino a serem elaborados pelos alunos. O outro momento é caracterizado pelas ações discentes centradas na elaboração das narrativas, nos projetos de ensino e na execução desses na escola. Esses dois momentos ocorrem em lugares distintos, respectivamente na Faculdade e na escola, mas estão interligados pelo mesmo espaço de formação do Projeto Integrado2.

O Projeto Integrado: um contexto de formação

O primeiro semestre caracteriza-se pelo desenvolvimento em sala de aula das três disciplinas, Fundamentos do Ensino de Matemática, Fundamentos do Ensino de Ciências e Prática de Ensino com estudos teóricos e práticos sobre os fundamentos de ensino dessas áreas de conhecimento. No decorrer das aulas, ocorrem momentos coletivos de orientação, pelos três docentes das disciplinas, para a elaboração e execução dos projetos de ensino que os alunos desenvolvem nas escolas e três fóruns de discussões das narrativas docentes e discentes que discorrem a dos docentes, sobre os espaços de formação em movimento no Projeto Integrado e, a dos discentes, sobre como entendem a sua formação no Projeto Integrado. No segundo semestre, ocorre a disciplina de Supervisão de Estágio com a atuação simultânea dos três docentes envolvidos no projeto em aulas de orientação e supervisão da prática docente dos alunos na escola e, ao mesmo tempo, têm continuidade os Fóruns das Narrativas.

Em ambos os semestres é solicitado aos alunos a elaboração individual de narrativas reflexivas sobre seus processos de formação bem como a elaboração de um portfólio, com o objetivo de este se constituir um documento de suas formações no decorrer dos dois semestres de vivência do Projeto Integrado. Elaboram, também, em grupo, um projeto de ensino que integre ciências e matemática em atividades que serão desenvolvidas em uma série e em uma escola pública da escolha do grupo.

2 Projeto de mestrado: O Espaço de Formação no Curso de Pedagogia num Contexto de um Projeto

Buscamos observar no desenvolvimento do projeto integrado o modo como se constitui o olhar sobre a formação inicial, em especial, como se dá a constituição de ser professor de matemática nas séries iniciais de escolarização em um contexto que busca, na integração de disciplinas, o diálogo entre o sujeito em formação e o contexto que o forma. (ARAUJO, 2003).

Araújo aponta em sua pesquisa para a necessidade de promover no processo de formação continuada dos professores em exercício, contextos de diálogos sobre a prática de ensino. Compreendemos que esta necessidade se estende aos contextos de formação inicial do professor, nos cursos acadêmicos que apresentará ao estudante uma maneira de compreender o contexto educacional e a prática de ensino.

O objetivo do Projeto Integrado é proporcionar um diálogo sobre a prática de ensino que considere um contexto interdisciplinar de formação para o magistério. Propiciar um diálogo entre as disciplinas no ambiente de formação inicial é compreender que:

O conhecimento interdisciplinar, ao contrario, deve ser uma lógica da descoberta, uma abertura recíproca, uma comunicação entre os domínios do saber, uma fecundação mútua e não um formalismo que neutraliza todas as significações fechando para as possibilidades. (FAZENDA, 1996, p.32)

Este contexto de formação inicial do professor torna-se, também, um momento privilegiado para a reflexão sobre a formação da identidade profissional, pois este, mais do que um lugar de aquisição de técnicas e de conhecimento teórico, configura-se em um momento - chave da socialização e da constituição profissional pelo movimento de produção dos saberes sobre a profissão professor (NÓVOA, 1995).

Autores como Nóvoa (1995), Pimenta (2002), Garcia (1995), Zeichener (1993), Libâneo (2002) entre outros, apresentam a importância do desenvolvimento da reflexão no contexto de formação inicial. Neste texto, centramos nas idéias de alguns autores tais como Nóvoa (1995) ao apresentar que:

A formação deve estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, que forneça aos professores os meios de um pensamento autônomo e que facilite as dinâmicas de auto formação participada. Estar em formação implica um investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e os projetos próprios, com vista à construção de uma identidade, que é também uma identidade profissional. (NÒVOA, 1995, p.25)

O desenvolvimento de um ambiente critico-reflexivo se dá também pela unidade entre teoria e pratica. Pimenta (2002) destaca em seus estudos a importância de produzir ambientes que proporcionem ao professor em formação inicial uma reflexão sobre a própria docência e no desenvolvimento da unidade entre prática e teoria. O estudo da teoria, representado pelas disciplinas teórica dos cursos de formação, dá subsídios para o diálogo, e, orientação sobre a atividade de ensino que deverá ser desenvolvida em sala de aula. Desse modo,

[...] o saber docente não é formado apenas da prática, sendo também nutrido pelas teorias da educação. Dessa forma, a teoria tem importância fundamental na formação dos docentes, pois dota os sujeitos de variados pontos de vista para uma ação contextualizada, oferecendo perspectivas de análise para que os professores compreendam os contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais e de si próprios como profissionais. (PIMENTA, 2002, p.24).

A reflexão, no contexto do Projeto Integrado, é entendida como uma ação que possibilita a problematização das experiências iniciais da prática docente. De acordo com Pimenta,

O ensino como prática reflexiva tem se estabelecido como uma tendência significativa nas pesquisas em educação, apontando para a valorização dos processos de produção do saber docente a partir da prática e situando a pesquisa como instrumento de formação de professores em si o ensino é tomado como ponto de partida e de chegada da pesquisa. (PIMENTA, 2002, p.22)

O contexto interdisciplinar do Projeto se caracteriza como um movimento que considera as diversas dimensões da prática e não a desvincula do contexto de formação. A formação pela Narrativa

O Projeto Integrado possui as Narrativas, tomadas na abordagem de Walter Benjamin (1994),como instrumento principal para se produzir nos estudantes a reflexão sobre o processo de formação. No contexto de desenvolvimento do Projeto é solicitado aos alunos que a cada quatro aulas elaborem e escrevam em forma de narrativas reflexões sobre seu movimento de formação no interior das disciplinas, bem como reflitam sobre implicações de vivenciar, na formação inicial, um projeto que busca promover um diálogo entre as disciplinas de Fundamentos do Ensino de Ciências, de Fundamentos do Ensino de Matemática, Prática de Ensino e Estágio Supervisionado.

O objetivo da produção em narrativas é desenvolver nos estudantes a ação de refletir sobre a experiência vivenciada e no âmbito do Projeto Integrado tornam-se produções discursivas que se apresentam como um modo privilegiado de reflexão sobre a prática do magistério.

É crescente em pesquisas sobre formação de professores de matemática a utilização da escrita reflexiva como um instrumento que proporciona aos estudantes um olhar crítico-reflexivo para formação. Destacamos pesquisas de autores como Jaramillo Quiceno (2003), Rocha (2005) e Freitas (2006) que apresentam em seus trabalhos a produção da escrita em narrativa como instrumento privilegiado para observar o modo como o professor de matemática, seja em formação inicial nos cursos de licenciatura, seja na formação continuada, produz saberes sobre sua docência.

Para Freitas, a execução desta prática contribui para que o futuro professor, ao buscar palavras que melhor expressem seus pensamentos e idéias para dar a compreender ao outro, pode recuperar conhecimentos anteriores e estabelecer os nexos necessários à produção de sentidos. (FREITAS, 2006, p. 47).

Para Jaramillo Quiceno (2003) a escrita na formação inicial de alunos do curso de licenciatura apresenta-se como uma prática privilegiada. Em seus estudos afirma que os alunos:

À medida que escrevem suas próprias experiências e interpretações, os alunos podem acurar sua compreensão dessas experiências narradas e reconhecer, aos poucos, como se vão tornando professores. No processo de escrita desses textos, o futuro professor tem de parar, refletir, pensar sobre o quê e o porquê do acontecido na disciplina e de suas atitudes perante ela; outra vez, escrever, parar, refletir, pensar. (JARAMILLO QUICENO, 2003, p.62)

Rocha (2005) apresenta o processo da escrita das experiências de professores que iniciam a docência de matemática como modo de (re) significar os saberes e anseios produzidos nos anos de formação inicial. A produção de pesquisas que buscam a reflexão dos saberes docentes por meio da escrita critico-reflexivo se estende para a formação do professor de matemática em todas as modalidades de ensino, sendo assim, também privilegia a formação do futuro professor de matemática para as séries inicias do ensino fundamental.

O processo inicial de reflexão: as narrativas

O nosso olhar neste trabalho centrará no primeiro movimento de escrita das narrativas que também se revela como o primeiro contato dos alunos do curso de Pedagogia da Unicamp com o contexto do Projeto Integrado. No contexto apresentado a narrativa surge como um instrumento da linguagem que se enraíza no tempo e no espaço constituindo-se como uma produção escrita que permite ao sujeito recriar sua ação por um olhar que não apaga a dimensão temporal e local.

Compreendemos que as narrativas tornam-se instrumentos privilegiados para que na formação inicial dos professores ocorra a observação do próprio movimento de aprendizagem na docência do ensino de matemática para as séries iniciais, pois enquanto produção de significados, a escrita no formato de narrativa representa o movimento do sujeito se fazendo e fazendo história no contexto interativo de formação. Esta perspectiva vai ao encontro do que afirma Rosa, onde destaca que Trabalhar com narrativas é trabalhar com aberturas, com a possibilidade de interlocuções com outros, sem procurarmos responder a todas as perguntas, muitas vezes até criando outras. (ROSA, p 30, 2007).

Produzir narrativas refletindo sobre a prática produzida enquanto aluno, nas atividades e leituras das disciplinas, e enquanto professor, no desenvolvimento do projeto de ensino na sala de aula, também é produzir novos questionamentos e provocar um movimento de formação imerso na intencionalidade: (re)significando-se enquanto professor pelas experiências vivenciadas em um ambiente de prática de ensino para a interdisciplinaridade. De acordo com Japiassu (1976) a prática interdisciplinar é uma:

Concepção nova da partilha do saber em disciplinas e de suas inter- relações, o fenômeno interdisciplinar pode ser considerado como uma das manifestações mais significativas das mutações que afetam e alteram, em nossos dias, as démarches do pensamento e as formas do discurso intelectual, por mais racional e objetivo que ele seja. (JAPIASSU, 1976, p.42) grifo do autor

Escrever em forma de narrativa segundo Benjamin envolve dois processos que se inter-relacionam entre as camadas do tempo, entre o cruzamento de diferentes “fios”: o narrar, compreendido como uma ação de (re) significação do sujeito, de construção da relação com o conhecimento, com as experiências, com a (re) significação destas

experiências, com a produção de um diálogo entre passado e presente; e rememorar, entendido como a construção dos sentidos no movimento de apropriação da memória (BENJAMIN, 1994, p.211). Aproximando esta perspectiva do Projeto Integrado compreendemos que a narrativa escrita como instrumento de reflexão possibilita ao estudante observar o seu movimento de formação também para o ensino de matemática.

Esta relação entre memória e ação presente, pode ser percebida no primeiro movimento de escrita dos alunos no contexto do projeto integrado: o resgate das memórias de formação pela escrita, quando os alunos buscam no passado a experiência enquanto alunos do ensino de matemática vivenciada nos anos iniciais do ensino fundamental:

[...] Relatando as memórias, percebo que não consigo lembrar de momentos que envolveram matemática e ciências concomitantemente, porque, provavelmente, nunca houve. Tudo era muito fragmentado, tanto que quando entrei na Pedagogia, era muito difícil propor atividades que envolvessem os vários saberes, e são as relações entre os saberes que busco aprender nesse curso.

Como futura professora, me projeto articulando os conhecimentos que temos da Matemática, da Ciência, do Português, da História e de tantos outros campos, para que meus alunos conheçam o mundo, as pessoas e eles mesmos de uma maneira integral, pois somos seres humanos, pessoas que não são apenas físicas, mas também sentimentais, espirituais, sociais, históricas, etc. Outra prática que imagino realizar é oferecer esses assuntos através de diferentes linguagens, levando-os aos objetos de estudo dessas áreas de conhecimento, tentando de alguma forma oferecer algo de concreto a eles. A13.(Narrativa Março/2008)4 grifo nosso

A ação de resgatar a memória contribui para que a aluna re-significasse o processo presente, a formação para o magistério, das disciplinas que antes eram percebidas sem um significado em comum; a metodologia do projeto integrado permite uma reflexão inicial sobre o modo de atuação em sala de aula e uma apropriação do ser professora. Assim como apresenta Benjamin (1994) a escrita em narrativa é um processo dialético, pois consiste numa forma de vivenciar o passado intencionando o presente.

O relato da aluna tanto na reorganização de suas memórias escolares quanto na reorganização das memórias durante o curso indica que a narrativa se apresenta como um lugar de linguagens cujos significados podem traduzir um movimento de percepção sobre a construção de sua formação e da formação de suas identidades profissionais.

3 Identificamos os estudantes desta pesquisa por uma letra genérica do alfabeto para preservar suas

identidades

“Almejo ser um profissional diferente dos que vivenciei em minha formação”. Este é o significado apontado pela aluna na escrita de sua narrativa.

Na produção escrita de uma outra aluna:

“[...] E os Fundamentos do Ensino da Matemática? Essa disciplina que muitas vezes é considerada um bicho de sete cabeças pelos alunos. E por isso, será que deveria ser então, hora de reavaliar seu ensino? Como uma nova estratégia, vimos o jogo matemático, pelo qual, pode-se sim aprender conceitos e construir conhecimentos lógicos. Há diversos deles, e que trabalham cada um com uma variedade de habilidades diferentes: sudoku, kalah, centurião... Outro fato importante que deve ser lembrado é o da linguagem dentro da matemática. Existem diferentes expressões que significam a mesma “ação”: produto, multiplicação, vezes... E isso pode trazer dificuldades ao aluno, que pode, às vezes, saber solucionar o problema, porém não conseguir interpreta-lo. O professor deve enxergar que mesmo quando insistimos em trabalhar as disciplinas em separado, os conhecimentos necessários à uma e outra muitas vezes se cruzam.Trabalhar com a matemática não é apenas ensinar os números e repetir exaustivamente a tabuada. Deve-se ir a fundo na relação numérica e assim fazer a criança se desenvolver. Resignificar os conceitos prontos e construir a partir deles. Uma nova visão do ensino da matemática se faz necessária, para que essa deixe de ser tão massante e complexa. Conseguir resgatar uma relação harmoniosa da mesma com os alunos.” A5 (Abril/2008)

Neste trecho aparecem reflexões sobre o ensino de matemática e a importância do contexto integrado de desenvolvimento das práticas neste período da formação. A aluna compreende que ‘os conceitos das disciplinas se cruzam” e mesmo que não haja a integração real na prática escolar, compreende que cabe ao professor promover este diálogo.

Em outra narrativa:

“Começo minha narrativa pela proposta que nos foi feita de se trabalhar com um projeto integrado de ensino, apresentada na primeira aula do semestre pelos professores das disciplinas envolvidas. Confesso que por participar de penas duas delas fiquei um pouco apreensiva em relação ao projeto, visto que, faço a disciplina de Prática com outra professora. Apesar disso considero que esta experiência será importante para minha formação acadêmica, principalmente porque pretendo se professora das séries iniciais do ensino fundamental, no qual a prática integrada de ensino torna-se relevante dentro do contexto de ensino polivalente da escola pública atual.” A8 (Abril/2008) (grifo nosso)

O projeto Integrado se desenvolve no âmbito das três disciplinas: Fundamentos do Ensino de Ciências, Fundamentos do Ensino de Matemática e Práticas de Ensino, a aluna esclarece que uma das disciplinas, a de Prática de Ensino, não realiza com o

professor envolvido, porém compreendemos que a aluna se apropria do objetivo do projeto ao expressar dois olhares em sua narrativa: sua preocupação na elaboração e execução do projeto de estágio e a poli valência do ensino público. Esta última característica de ser professor indicada pela aluna a direciona na busca por uma formação ampla, que se apresenta pela necessidade de assumir na prática o desenvolvimento de atividades com “destreza”, ou seja, desenvolver com habilidade e conhecimento todas as disciplinas em sala de aula.

As duas inquietações surgem e relacionam-se ao ambiente integrado do projeto de ensino e esta visão indica uma ação de integrar, no projeto que será desenvolvido na escola, a formação vivida nas disciplinas que cursa, mesmo que a orientação da disciplina de práticas não coincida com a do projeto.

Em outra produção escrita:

“Durante a maior parte do curso de graduação aprendemos a questionar o outro: o autor, o professor, os paradigmas presentes na educação, discutimos tudo que estava posto anteriormente à nossa presença. Nas últimas semanas, temos questionado e discutido “o outro”, no entanto, as disciplinas de metodologia têm proposto uma nova inquietação: passamos a “nos”perceber em sala enquanto professores, e então, o que fazer? Deparar-se com o novo [ir do papel de aluno ao de professor], bem como discutir a prática[para quem já está em sala de aula] causa desconforto.”

Assim, observar, relatar, planejar, descrever, registrar, avaliar, refletir, persistir, reconhecer, acertar, errar, rir, chorar, CRIAR, gostar, detestar, amar... Estas ações não representam uma receita, mas se traduzem na melhor expressão do resumo diário de minhas atividades. Estou em sala de aula há pouco tempo (apenas quatro anos entre