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Trabalhos Agrupados por Nível de Ensino / Lócus de Pesquisa na Área da Avaliação

PRÁTICAS AVALIATIVAS

PROFISSIONALIDADE /PROFISSIONALISMO ANÁLISE DO DISCURSO INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO DA PRÁTICA Práticas formais; Autonomia para elaboração dos instrumentos Sentidos de avaliação; História de vida - experiências da educação básica;

Práticas informais; Saberes que embasam as

práticas de avaliação; Interdiscurso;

Secretaria de Educação / Gestão /

Elaboração dos

instrumentos; Especificidade da função;

Dupla posição discursiva. Contexto formativo no curso de Pedagogia. Articulação entre práticas de ensino- avaliação; Tomadas de decisão referentes às práticas avaliativas;

Dito e não dito. -

Concepções de

avaliação. Táticas construídas; - -

- Desenvolvimento

profissional. - -

Tabela 3: Eixos norteadores da análise dos dados.

O primeiro passo que utilizamos para a construção da análise, foi identificar no diário de campo (no qual sistematizamos as entrevistas e as observações) quais os discursos e práticas desenvolvidas pelas estudantes-professoras que, de acordo com nossa lente teórica, estão relacionadas à avaliação da aprendizagem e às práticas avaliativas, sendo estas práticas formais e informais. Ao destacarmos estas práticas, respaldadas pelas temáticas apresentadas na tabela acima, procuramos movimentar os dados e estabelecer relação entre eles, já que propomos analisar as práticas avaliavas a partir de um movimento de influências locais e de desenvolvimento profissional.

Assim, aproximamo-nos mais detidamente das observações registradas no diário de campo e das entrevistas que apresentaram as experiências pessoais/formativas das estudantes- professoras. Também identificamos a criação táticas e pudemos analisar através de nossa lente teórica que estas construções se dão permeadas por embates entre as influências presentes no contexto da prática.

As influências do contexto da prática a que nos referimos consistiram na análise da história de vida das estudantes-professoras (experiências escolares, experiências profissionais, familiares e representação da docência). Assim, ao identificar as práticas de avaliação relatadas no diário de campo, buscamos uma associação destas práticas com o discurso que as estudantes- professoras proferiram ao contarem aspectos de suas experiências de vida. Esta associação entre as práticas avaliativas e os possíveis contextos de influência (pessoais/formativos/profissionais) se deu subsidiada pela lente teórica do ciclo de políticas e pelos estudos que tratam da profissionalidade e profissionalismo, já que ao analisarmos as práticas através desta associação individual-profissional, buscamos apontar elementos que evidenciassem o desenvolvimento profissional contido nas práticas. Apresentamos este percurso de análise dos dados coletados

no campo a partir do diagrama a seguir, que informa objetivamente as etapas que realizamos para chegar às análises que apresentaremos no próximo capítulo:

Diagrama 3 - Passos da análise das práticas avaliativas das estudantes-professoras sistematizadas através do diário de campo (observações e entrevista).

Este percurso de análise através da associação entre as práticas avaliativas inseridas em um contexto local de influências e realizadas através de um desenvolvimento profissional cotidiano possibilitaram-nos identificar os sentidos de avaliação que carregavam, o que corresponde ao último objetivo desta pesquisa que consiste em identificar os sentidos de avaliação presentes nas práticas avaliativas desenvolvidas pelas estudantes-professoras. Para identificar estes sentidos, utilizamos a perspectiva teórico-metodológica da Análise do Discurso.

Assim, sabendo que “de acordo com a análise de discurso, o sentido não existe em si, mas é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sócio histórico em que as palavras são produzidas (ORLANDI, 2012, p. 77), utilizamos de categorias da AD para compreender os sentidos que emergiram das práticas avaliativas das estudantes-professoras. Estas categorias foram: a posição discursiva dos sujeitos, visto que compreendemos segundo esta perspectiva que “as palavras mudam de sentido segundo as posições daqueles que as empregam (Idem, p. 77). Deste modo, sendo nossos sujeitos estudantes e professoras, ocupando, portanto, uma dupla posição discursiva, nos valemos desta categoria para compreender como nas práticas avaliativas estas posições produzem sentidos, aliando a estas

Sistematização dos dados das observações

e entrevistas no diário de campo.

Identificação e análise das práticas avaliativas a partir dos elementos do quadro que norteou

as observações.

Identificação e análise da imbricação dos contextos de influência

da prática.

Análise das táticas e dos momentos de autonomia vivenciados pelas estudantes- professoras. Análise do desenvolvimento da profissionalidade e profissionalismo. Identificação e análise

dos sentidos através da posição discursiva; do interdiscurso; do dito e

posições ainda, a análise da biografia das professoras, que apontou um panorama sobre outras posições discursivas que as mesmas ocuparam no desenvolver de suas práticas.

Uma outra categoria que utilizamos para a análise dos sentidos foi o interdiscurso, que, segundo Orlandi (2005), é “representado como eixo vertical onde teríamos todos os dizeres já ditos – e esquecidos – em uma estratificação de enunciados, que em seu conjunto, representa o dizível” (p. 32). Através do interdiscurso buscamos aproximações entre as práticas realizadas pelas estudantes-professoras e as práticas e sentidos de avaliação historicamente desenvolvidos, trazendo a esta discussão também as pesquisas do Estado Conhecimento e resgatando, inclusive, os objetivos da avaliação em seus primórdios.

Por fim, também utilizamos da movimentação dos sentidos entre o dito e o não dito, buscando evidenciar nos discursos das estudantes-professoras os sentidos que estão implícitos e que também significam nestes discursos, visto que compreendemos que os “sentidos têm a ver com o que é dito ali mas também em outros lugares, assim como com o que não é dito, e com o que poderia ser dito e não foi. Desse modo, as margens do dizer, do texto, também fazem parte dele” (ORLANDI, 2005, p. 30).

Em suma, os instrumentos aqui apresentados e o percurso que utilizamos para a análise dos dados nos possibilitaram visualizar, sistematizar e compreender o desenvolvimento da profissionalidade e do profissionalismo presente nas práticas avaliativas das estudantes- professoras, especificamente na elaboração e no desenvolvimento destas práticas em sala de aula. Neste sentido, a AD direcionou nosso olhar para o entendimento e análise destas práticas, visto que assim como as práticas dos professores consistem em um movimento contínuo, os discursos que acompanham as práticas e os sujeitos também implicam em movimento, em ação que perpassa discursivamente os contextos de influência, de produção dos textos e da prática dos professores.

Tendo exposto o caminho que trilhamos para a realização desta pesquisa através da descrição dos sujeitos escolhidos, das publicações analisadas, dos instrumentos utilizados e da materialização dos objetivos propostos, apresentaremos no capítulo que se segue a análise dos dados que resultaram deste caminho que trilhamos.

4 O MOVIMENTO DISCURSIVO DOS ESPAÇOS DE PRODUÇÃO ACADÊMICA: A

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